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Notícias
Transcrição
00:00E na sexta-feira, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva,
00:04deu início às nomeações da composição ministerial do seu governo.
00:09Um dos nomes mais aguardados era o do Ministério da Fazenda,
00:13que ficou com o Fernando Haddad.
00:16Embora o nome não tenha sido recebido com grande surpresa,
00:20o ex-ministro da Educação era considerado, sim,
00:23o pior cenário para o mercado,
00:26que esperava, obviamente, um nome mais técnico.
00:29Mas a indicação não causou grandes impactos na Bolsa.
00:34O que esperar de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda?
00:39Esse é o tema do Meio Dia em Brasília.
00:41E trouxemos ao debate o nosso jornalista e analista de investimentos,
00:45Rodrigo Oliveira, e o advogado e sócio da Barral Parente Pinheiro Advogados,
00:51Wagner Parente Filho.
00:53Tudo bem?
00:55Oi, gente. Boa tarde.
00:57Tudo bem. Boa tarde. Bom dia, né, Kissa?
00:59Se o benchmark aí é o almoço, então é bom dia.
01:03É bom dia para todos nós.
01:06Eu também...
01:07Vamos lá.
01:11A minha...
01:11Eu sempre falo...
01:12Minha avó me ensinou isso, né?
01:13Se você almoçou, boa tarde.
01:15Se não almoçou, bom dia.
01:16Está tudo resolvido.
01:17Para mim é isso.
01:18Para mim é bom dia também.
01:19Não sei ainda daqui a pouco.
01:20Então, assim será.
01:24E eu começo esse debate fazendo uma pontuação aí em relação à indicação.
01:29E eu começo com o Rodrigo.
01:31Rodrigo, a indicação foi feita minutos antes do início do jogo do Brasil.
01:36Essa escolha do tempo aí, do horário, foi estratégica ou realmente foi uma coincidência e você avalia que não tem nada a ver uma coisa com a outra?
01:45Difícil dizer.
01:47Eu acho, no mínimo, curioso, né?
01:51Porque o que acontece, né?
01:53As pessoas não têm tempo de repercutir a notícia, né?
01:56Você anuncia ali meia hora antes do jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
02:01Depois você não consegue falar com mais ninguém, porque está todo mundo assistindo o jogo, etc.
02:05Então, você não tem repercussão.
02:08É claro que é aquilo que você falou no começo aí.
02:11Ah, a Bolsa não reagiu na sexta-feira.
02:14Não reagiu na sexta-feira.
02:15Mas ela já tinha reagido na quinta, quando teve essa história de que ele seria confirmado como futuro ministro da Fazenda, né?
02:26No próximo governo.
02:28E aí, na sexta-feira, já eram dias meio sem liquidez.
02:31Era uma notícia meio que já estava no preço, digamos assim, né?
02:36E, assim, o que reage mais forte a esse tipo de coisa?
02:39Normalmente, a Bolsa reage forte, mas juros e câmbio acabam...
02:44Acabam sendo mais afetados em dias como esse.
02:47Mas, assim, pareceu ter uma expressão no mercado financeiro que a gente foi operado, né?
02:53Usaram o sistema contra a gente e a gente foi operado nesse dia, porque esse anúncio, minutos antes do jogo, ficou ruim.
03:03Eu não sei se ficou ruim para eles lá também, né?
03:07O pessoal da equipe de transição, já que o Brasil acabou perdendo.
03:10E no fim do dia, ainda, para consagrar esse dia de alegria nacional, a Argentina acabou se classificando.
03:17Então, assim, teve uma tempestade perfeita aí na sexta-feira.
03:21É verdade, Rodrigo.
03:24Eu vi muita gente comentando nas redes sociais justamente isso, né?
03:26Que a sexta-feira foi, para muita gente, considerada uma sexta-feira 13.
03:31E muita gente comentou e mencionou essa questão de várias notícias ruins no mesmo dia para muita gente.
03:41E na sua avaliação, Wagner, esse anúncio aí, feito 30 minutos antes do início do jogo, foi estratégico ou foi realmente só uma complicação da agenda?
03:51E já que a gente estava com essa agenda cheia também, mesclando entre jogos e também a atuação política, essa corrida contra o tempo aí para anunciar os nomes, para aprovar a PEC de transição e tudo mais.
04:04Boa tarde de novo aqui, Rodrigo.
04:06Assim, o Lula, ele tem essa qualidade de saber escolher bem os momentos para fazer esse tipo de anúncio e eu acho que não foi uma coincidência, não.
04:20Isso foi colocado, sim, de forma estratégica para não dar tempo, talvez, da repercussão negativa afetar tanto o mercado e ter tanto impacto em manchetes e coisa que o valha.
04:33Assim, acho que o anúncio da sexta-feira, ele deixa muito claro qual é o núcleo duro desse governo, né?
04:40A gente está falando ali de Rui Costa, do Múcio, Flávio Dino, menos o Mauro Vieira, nas relações exteriores, que é um diplomata de carreira, apesar de já ter sido um chanceler em governos petistas anteriormente.
04:55E, mas assim, eu acredito de verdade que o que sinaliza com essa indicação do Haddad agora é uma abertura também para a própria discussão da sucessão do presidente Lula daqui a quatro anos, né?
05:14Porque, assim, não é segredo para ninguém que o Haddad é alguém que se coloca para eventualmente disputar essa eleição daqui a quatro anos pela chapa petista.
05:26No entanto, e aí observando também o que o Rodrigo já colocou, é um cargo que o Thomas Trauma já falou do que é o pior emprego do mundo.
05:38E não é por acaso. No ano que vem, a gente vai ter um cenário extremamente desafiador do ponto de vista fiscal, onde provavelmente a gente não vai ter um PIB exuberante, muito longe disso, e que ainda tem um monte de promessa para ser cumprida no período eleitoral.
05:55Então, para você pegar essa cadeira agora, é do ponto de vista político desafiador.
06:03Então, isso coloca também uma vírgula. Será que esse era o plano A do Lula mesmo? Porque ele hesitou também em colocar o Haddad. Não porque não confia no Haddad, mas eu acho que, porque politicamente, esse primeiro ano do mandato do Lula, ele tende a ser desgastante na economia.
06:23E essa cadeira é onde vai sofrer mais as pressões e não tem muita margem de erro. Se ele errar agora, no primeiro ano de mandato, não tem como ir bem em outras áreas.
06:36Não tem como ir bem na educação e falhar na economia. Se você degringou lá a economia, já no primeiro ano, lascou, não tem mais muita volta.
06:43E aí o Haddad pode sair com essa pecha já nesse primeiro ano. Eu acho bem arriscado.
06:48Só pegar um pedacinho dessa palavra do Wagner rapidinho.
06:53E é uma, isso é importante o que ele falou, que eu tinha essa impressão, inclusive, que o Haddad não seria o ministro, justamente por isso, por ser um dos preferidos aí, para ser o próximo, para dar continuidade aí ao governo Lula num próximo mandato.
07:08Até porque ali, no Ministério da Fazenda, você é a pessoa responsável por cortar gastos sempre.
07:14É muito difícil você expandir gastos, sob pena aí de ter um problema para frente, que é pior ainda.
07:22Então, assim, normalmente você está ali, é aquele cara que vai fazer contingenciamento, é aquele cara que vai tirar recursos daquele lugar,
07:29que sempre é importante. Se está no orçamento, é porque é importante.
07:33Então, assim, era até uma, a gente tinha uma discussão interna aqui com algumas pessoas que eu conheço do mercado,
07:42e eu sempre defendi essa posição de que o Haddad não seria o ministro em função muito disso que o Wagner falou mesmo.
07:48E acabou que nos últimos dias, também com o apoio ali do André Esteves, dono do BTG Pactual,
07:55isso acabou se desfazendo, e aí o Haddad acabou sendo essa pessoa aí que a gente vai ter que acompanhar nos próximos,
08:03não sei se quatro anos, né? Quatro anos é um tempo grande para a ministra da Fazenda.
08:08Muito longo, né?
08:09Agora, o Rodrigo e Wagner, eu acho que pode ser o Wagner, né? Já que o Rodrigo falou aqui agora.
08:14Embora o nome do Haddad não tenha causado grandes surpresas aí para o mercado,
08:21a gente sabe que a atuação dele está no radar no mercado, né?
08:25Ele não pode dar nesse momento nenhum passo em falso, porque com certeza vai repercutir.
08:31Quais serão os desafios, Wagner, do Haddad nesse primeiro momento?
08:36E a gente sabe que ao longo dos anos terão outros, né?
08:40Mas nesse primeiro momento imediato, quais serão os principais desafios dele?
08:44Tá. Antes de entrar nos desafios, são inúmeros, principalmente de ordem fiscal,
08:49acho que é legal a gente entender a reação do mercado,
08:54porque no momento que você traz para a transição nomes como Pércio Arida,
08:59você coloca a ancoragem, a expectativa do mercado muito alta, né?
09:03Então, se o mercado estava esperando que fosse um Pércio Arida,
09:07o ministro da Fazenda do Lula, achou errado, né?
09:12Qualquer um que tivesse sensibilidade política poderia entender que não seria um nome
09:17para afrontar o presidente, né?
09:19Para colocar suas ideias de forma mais explícita, né?
09:25Já no primeiro ano.
09:27Então, esse é o primeiro ponto.
09:29Eu acho que essa expectativa do mercado de um nome muito técnico
09:32e talvez mais afeito a ideias tradicionais, mais ortodoxas de economia,
09:39talvez tenha criado ali um anticlímax na hora que veio o nome do Haddad.
09:44Mas aí eu também acho que tem um outro ponto.
09:47O Haddad, o nome do Haddad também foi preparado,
09:51no sentido que você, nas últimas semanas, começou a ouvir falar de Guido Mântega.
09:56Então, talvez, e eu sempre comento isso quando falo do nome do Haddad,
10:03talvez você comparar, talvez para o mercado comparar Pércio Arida com o Haddad,
10:07ok, seja um anticlímax.
10:10Agora, no entanto, se você comparar a Haddad com Guido Mântega,
10:13aí eu acho que o mercado respira um pouco mais aliviado.
10:16Isso também foi preparado, também foi de propósito, eu acredito.
10:20Agora, a gente tem um outro problema, né?
10:22Que talvez seja a nomeação do mercadante para o BNDES,
10:25mas aí é uma outra história, a gente volta aqui para conversar sobre isso.
10:29Em relação aos desafios do Haddad, eu acho que o principal deles
10:34é você reancorar a trajetória da dívida, né?
10:38No sentido que todo esse gasto social, que quase vai para fora,
10:45quase não, mas era expectativa em determinado momento que saísse totalmente do teto,
10:49isso desancoraria totalmente a nossa dívida pública
10:52e podia chegar a níveis bastante preocupantes lá para setembro,
10:57o que colocaria muito peso, por exemplo,
11:01em relação ao carregamento da dívida no juro, né?
11:04Hoje, isso é muito importante.
11:07No último governo petista,
11:10principalmente do presidente Lula,
11:12a gente não tinha política monetária independente.
11:15Hoje, o Banco Central, ele é independente, né?
11:17E o Banco Central já falou,
11:20com essa trajetória de dívida,
11:21não tem espaço para reduzir taxa de juros.
11:24Se não tem espaço para reduzir taxa de juros,
11:27você com a economia cambaleante, né?
11:29Crescendo 0,7, 0,8,
11:31você não abre espaço para crescimento
11:33porque o custo do dinheiro continua alto.
11:35Eu acho que, de saída,
11:37o principal desafio do Haddad
11:41vai ser trazer credibilidade
11:43para a gestão fiscal desse governo que se inicia.
11:46porque é o que você falou,
11:47está todo mundo olhando.
11:48E veja, é engraçado isso,
11:49porque se você pegar o histórico do Haddad,
11:52a gestão dele na prefeitura
11:54foi uma gestão responsável fiscalmente.
11:57A renegociação da dívida pública
11:59que ele fez com o governo federal
12:00foi muito importante.
12:02Ele mudou o indexador na época
12:04e até hoje o governo de São Paulo
12:06se beneficia,
12:07da prefeitura de São Paulo,
12:08se beneficia disso.
12:09Então, eu acho que o Haddad,
12:11ele tem um histórico
12:12que traz credibilidade.
12:16Mas o momento é muito difícil
12:18e, evidentemente,
12:19tem outras alas dentro do PT
12:21que não concordam tanto
12:22com essa forma de gerir a economia.
12:25Então, a ver quem é que vai ganhar
12:26essa queda de braço.
12:27Isso também.
12:29O Haddad...
12:30Posso...
12:31Claro, que é o Haddad.
12:34O Haddad, ele sempre foi
12:38contra o teto de gastos.
12:40Então, esse é um...
12:42E, assim, hoje já existe
12:44uma espécie de unanimidade
12:45contra o teto de gastos.
12:47A dúvida é sobre o que vai ser feito
12:49depois disso.
12:51Eu acho que a ideia do Haddad
12:52aí à frente do Ministério da Fazenda
12:54é muito...
12:55É um pouco daquilo que o Lula
12:56vinha falando antes
12:57de ter essa característica de político
12:59para poder negociar algumas coisas
13:02no Congresso Nacional,
13:03como reforma tributária,
13:04um novo arcabouço fiscal.
13:07E aí, se cacifar aí,
13:09de alguma forma,
13:11dentro desse meio político,
13:14mais político.
13:16E aí ficou uma expectativa agora,
13:18que é essa expectativa de...
13:20Quem vem para essa parte
13:22dessa equipe técnica?
13:23Porque metade da promessa foi cumprida,
13:25que era trazer alguém político.
13:27Não era o que o mercado gostaria que fosse,
13:30mas é algo...
13:30O mercado, eu costumo falar isso
13:32de manhã lá no Morning Call,
13:34que a gente faz.
13:35O mercado não fica chateado,
13:37ele não fica nervosinho,
13:38não tem nada disso.
13:40Ele readequa aquilo que ele estava pensando.
13:43Então, se você pegar aí, por exemplo,
13:45aquilo que eu falei,
13:46você pega a curva de juros,
13:47então você pega as expectativas
13:49de juros para frente,
13:51antes da eleição,
13:53lá no dia 28 de outubro,
13:54um dia, na sexta-feira,
13:55antes da eleição,
13:56você tinha um juros aí para dois anos,
13:58por volta de 11,
13:59eu até anotei aqui em algum lugar,
14:0111,7, eu acho que era.
14:05Deixa eu ver se eu acho aqui.
14:0611,82.
14:08E hoje, você está aí,
14:09nesse mesmo,
14:10para dois anos,
14:11um empréstimo.
14:11Então, você imagina aí
14:12que você vai pegar um empréstimo,
14:14lá em 28 de outubro,
14:15ele custava 11,82% ao ano,
14:18para dois anos.
14:19E agora, você vai pegar
14:20esse mesmo empréstimo,
14:21uma 13,39.
14:22esse, sei lá,
14:25160 pontos base,
14:27que a gente chama,
14:28esse 1,6 ponto percentual aí,
14:30vai impactar no empréstimo das pessoas.
14:33Então, você imagina,
14:34você pega um cara
14:36que estava fazendo, sei lá,
14:37obviamente,
14:38ninguém compra a casa
14:39para pagar em dois anos,
14:40mas se você,
14:41e aí, piora,
14:42essas coisas vão piorando
14:43conforme mais tempo,
14:44que você vai incidir juros
14:46durante mais tempo.
14:46Você imaginar aí,
14:47para dois anos,
14:48um empréstimo de 200 mil,
14:50a diferença nessa taxa de juros,
14:52que foi um mês,
14:53o cara ficou esperando
14:54entrar o 13º
14:55para poder complementar lá
14:56a entrada no imóvel,
14:59a diferença aí foi 7,8 mil,
15:00provavelmente foi mais
15:01que o 13º dessa pessoa.
15:04Então, acabou que ele perdeu o dinheiro
15:05por ter esperado o 13º entrar.
15:08E essas coisas,
15:09às vezes,
15:09não parecem fazer parte
15:10da nossa vida,
15:11quando você fala
15:11de mercado financeiro,
15:12parece uma coisa meio esotérica,
15:14mas não é,
15:16é o setor produtivo,
15:17é o que faz diferença
15:17na minha vida,
15:18na sua vida,
15:19na vida de todo mundo.
15:22Então,
15:23eu acho que tem
15:24essa coisa do político
15:27que vai negociar
15:28a reforma tributária
15:29e outras coisas mais,
15:31e uma expectativa agora
15:33com quem viria
15:35de equipe técnica.
15:38E aí,
15:39o nome do mercadante
15:40para o BNDES
15:42foi uma chuva,
15:43um balde,
15:44sei lá,
15:45um imenso balde
15:47de água fria.
15:48Não à toa,
15:48você tem a bolsa ali
15:49que estava caindo
15:50quase 3% agora há pouco,
15:52porque precisa rever
15:54a lei das estatais,
15:55e aí você tem
15:56um retrocesso aqui,
15:59histórico,
16:00que é
16:01mexer as coisas
16:02na canetada,
16:03as leis não valem mais
16:04para nada,
16:05e aí você muda a lei
16:06ao sabor dos ventos.
16:11Eu tinha um ex-político
16:13que eu trabalhei
16:14que falava que
16:15Duralex,
16:16Sedilex,
16:17é dura,
16:18mas é a lei,
16:19a lei é dura,
16:19mas é a lei,
16:20e no cabelo
16:21soga o Max,
16:22que no fim das contas
16:23você faz o que quer
16:25quando chega
16:26na hora de aplicar mesmo.
16:28Então,
16:29isso é muito ruim
16:30para o mercado
16:31e causa mais incerteza,
16:32incerteza sobe juros,
16:34desvaloriza moeda,
16:35e isso pesa no bolso
16:36de todo mundo
16:37no fim das contas.
16:39Perfeito.
16:39Rodrigo,
16:40aproveitando o gancho
16:41que você comentou
16:42sobre a sinalização
16:44de Lula
16:44para o mercado,
16:46a gente percebe
16:46três cenários,
16:47o primeiro mandato
16:49de Lula
16:49que foi mais focado
16:50em atender
16:50e ser mais
16:52ortodoxo
16:53em relação ao mercado,
16:55o segundo
16:55que ele já não foi
16:56tão pautado
16:57pelas decisões
17:00do mercado,
17:00e esse comecinho
17:02desse terceiro mandato
17:04já está sinalizando
17:05que talvez
17:06ele não dê
17:06muito ouvido
17:07ao mercado
17:07e que vaje
17:08mais de acordo
17:09com as ideias
17:11e concepções
17:12e projetos
17:13que ele já tem em mente?
17:14Você acha
17:15que a indicação
17:15da Haddad
17:16é uma sinalização
17:17sobre esse assunto?
17:19Não,
17:20eu acho que não,
17:21vou te falar,
17:23eu conversava
17:23com um operador
17:24de mercado aqui,
17:26sexta-feira,
17:27quinta-feira,
17:27aliás,
17:28e a gente estava
17:29falando justamente disso
17:29e eu falava,
17:30olha,
17:31é engraçado
17:31porque parece muito
17:32com o primeiro mandato,
17:34tudo que está acontecendo.
17:36O PT é mestre
17:37em colocar balões
17:39de ensaio
17:39para ver como reage
17:41o mercado,
17:42como reagem
17:43os operadores,
17:45os agentes econômicos,
17:46eu lembro de uma conversa
17:48também com um gestor
17:48de um fundo,
17:49um dos maiores fundos
17:50do Brasil,
17:50e ele falava assim,
17:51o Lula,
17:52a gente sabe que ele fala
17:53tudo isso,
17:54mas ele ouve o mercado,
17:56ele joga para a plateia dele,
17:58é claro,
17:59mas no fim das contas
17:59ele não faz muito bem aquilo,
18:01mas vai terceirizar a culpa,
18:03acaba que é,
18:06pô,
18:06isso não deu certo,
18:07mas não deu
18:07porque tinha um inimigo meu,
18:09isso deu porque tinha
18:10um amigo meu,
18:11e isso a gente viu
18:14já em outras edições
18:16de Luiz Inácio Lula da Silva,
18:19essa edição número 3,
18:20eu imagino,
18:22se eu tivesse que apostar,
18:23eu apostaria
18:23que vai ser um pouco
18:24dessa repetição
18:25de estresse um pouco
18:27com o mercado,
18:28ver o que funciona,
18:29o que não funciona
18:30e depois entrega,
18:31o Haddad não era
18:33um ótimo nome,
18:34mas é aquilo
18:35que o Wagner falou,
18:36uma espécie de efeito isca,
18:38de você coloca
18:39o nome do Mântega lá,
18:42porque, poxa,
18:43se for o Mântega aí
18:45está horrível,
18:46mas, pô,
18:46vem o Haddad,
18:47muito menos pior
18:49que o Mântega,
18:50agora ficou bom,
18:51então você trabalha
18:53um pouco isso
18:53e o Lula é um mestre
18:55nessa arte,
18:56é de uma inteligência ímpar
18:58na história da humanidade,
19:00provavelmente.
19:01Wagner Parente.
19:03Kis,
19:04eu acho que tem muito pouco
19:05espaço para erro
19:08no fiscal,
19:10principalmente no fiscal.
19:12O Lula,
19:14ele é,
19:15apesar de tudo
19:16que a gente viu ele falando
19:18naquele primeiro discurso
19:19lá no CCBB,
19:20e aí muita gente
19:21no mercado ficou oriçada,
19:23ah, então,
19:23responsabilidade fiscal
19:25foi para as cucuias e tal.
19:28É muito o que o Rodrigo falou,
19:30ele sabe
19:31que uma gestão irresponsável
19:34do fiscal
19:34termina em impeachment.
19:37Veja,
19:38tem pouquíssimo espaço
19:41dentro do Congresso
19:42para sustentar
19:43uma economia periclitante.
19:46Sabe,
19:46essa base
19:47que está sendo construída aí,
19:48que vai aprovar
19:49essa PEC
19:50do Bolsa Família,
19:52ela não vai segurar
19:54o Lula
19:54um mês
19:56se essa economia
19:57for para as cucuias,
19:59sabe?
19:59Então,
20:00eu acredito sim,
20:02talvez não por convicção,
20:03e aí,
20:04tanto faz,
20:06aqui entre nós,
20:07se é por convicção
20:08ou não,
20:09não vai haver
20:10uma gestão irresponsável,
20:12não vai se fazer
20:13loucuras,
20:15sabe,
20:16como foi feito,
20:16como a gente viu
20:17no governo Dilma,
20:19muito porque não tem espaço
20:20e se esse projeto
20:21de poder,
20:23seja do PT
20:24ou seja desse grupo
20:25que está se formando
20:26em torno dele,
20:27quiser continuar
20:28e quiser terminar
20:29esse mandato,
20:30vai ter que respeitar
20:32o básico
20:33de economia
20:33e eu acho
20:34que a indicação
20:36do Haddad
20:37é um demonstrativo
20:38disso,
20:39sabe,
20:39porque se ele colocou
20:41um possível sucessor
20:43dele já de cara,
20:45não é para errar,
20:47ele vai ter que entregar
20:48alguma coisa
20:49já no primeiro ano,
20:50apesar de de novo
20:52isso talvez
20:53ter algum custo político
20:54para o Haddad
20:55no curtíssimo prazo,
20:56no médio prazo,
20:57claro,
20:58se der certo
20:58ninguém lembra,
20:59se der certo
21:00todo mundo vai bater palma,
21:01se der errado
21:02aí talvez a culpa
21:04fique com ele mesmo
21:05e nesse aspecto
21:07eu fico um pouco
21:08mais tranquilo,
21:09principalmente considerando
21:10a estrutura
21:11da governança
21:12da economia
21:13hoje no Brasil,
21:14você hoje
21:15tem um câmbio
21:16que é flutuante,
21:17que tudo bem,
21:18tem as intervenções,
21:19mas é um câmbio
21:20flutuante,
21:21então o governo
21:21ele intervém
21:23mais ou menos
21:24na política monetária,
21:25intervém,
21:26mas não é diretamente,
21:29aliás,
21:31a política cambial,
21:32a política monetária
21:33ela é independente
21:34e o fiscal
21:37depende muito
21:38do Congresso
21:39também,
21:40e aí a gente
21:41está vendo
21:41a aprovação
21:42do orçamento
21:42talvez
21:43para a próxima semana
21:45aqui,
21:45então do governo
21:47mesmo,
21:48do governo
21:48do executivo
21:49federal,
21:50a única coisa
21:51que tem
21:51100%
21:52na mão do Lula
21:53é a política
21:54comercial,
21:57que é o imposto
21:57de importação,
21:58então o quadro
21:59é muito diferente
22:00do que o que a gente
22:01viu
22:01no último governo
22:04do Lula,
22:04a gente não se dá
22:05conta disso
22:06porque foi
22:07uma evolução
22:07paulatina,
22:08mas hoje a gestão
22:09da economia brasileira
22:10ela é muito
22:11mais resiliente
22:12à loucura
22:13de qualquer ordem.
22:16Eu tenho mania
22:18de fazer isso,
22:19não é Kisla?
22:19Desculpa.
22:20Sem problema.
22:21Eu vou parar.
22:22Você tem dois minutos.
22:26Isso que o Wagner
22:27falou
22:27é muito legal
22:28porque assim,
22:29o presidente
22:30do Banco Central
22:31independente
22:32ele até poderia
22:33ser afastado
22:34do cargo agora
22:35porque ele vai
22:36como é que se diz,
22:37ele não vai cumprir
22:38novamente
22:39com o mandato dele
22:40que é trazer
22:41a inflação
22:41para a meta,
22:41etc e tal.
22:42Vai ter que mandar
22:43aquela cartinha
22:44pedindo desculpa
22:45pelo terceiro ano
22:46consecutivo.
22:47Mas é tão improvável
22:49você trocar
22:49o Roberto Campos Neto
22:50agora
22:51porque isso causaria
22:53traria uma mensagem
22:56tão ruim
22:56que provavelmente
22:58vai aceitar isso
22:59e toca o barco
23:00e assim vai.
23:03E a gente tem que lembrar
23:05que essa foi uma eleição
23:05muito apertada.
23:06O país ainda está
23:07bem dividido
23:08e é muito isso
23:10que o Wagner falou.
23:10tem pouquíssima margem
23:12para você fazer
23:13grandes estripulias
23:15porque isso
23:15acaba em impeachment
23:17mesmo.
23:17A gente já viu
23:18isso acontecer.
23:20Verdade.
23:20Eu costumo...
23:21O entrevistado aí,
23:22acho que semana passada
23:23ele comentou
23:23que os brasileiros
23:25estão igual
23:26a esposa que foi traída.
23:28Até aceitou de volta,
23:30mas o clima
23:30de desconfiança
23:31impera ainda.
23:32mas a gente segue
23:33na expectativa aqui.
23:35Agradeço muito
23:36a participação
23:37do Wagner Parente.
23:38Obrigada
23:38por sua participação.
23:40Obrigada,
23:40Rodrigo Oliveira.
23:41Lembrando que
23:42Rodrigo,
23:42todos os dias,
23:43tem um programa
23:44aqui no Antagonisa
23:45também,
23:45fazendo análise
23:46do mercado.
23:47Um programa
23:47muito interessante.
23:49Eu acompanho
23:49porque eu sou investidora
23:50e não perco por nada.
23:52E eu agradeço
23:52o tempo de vir aqui
23:53conversar com a gente.
23:54Obrigada.
23:55Valeu,
23:56obrigado, gente.
23:57Tchau, gente.
23:57Obrigado também.
23:58Um abraço.
23:59Tchau.
23:59Tchau.
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