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  • 24/06/2025
Os Estados Unidos prenderam 11 imigrantes iranianos em situação irregular, levantando preocupações sobre os fluxos migratórios pós-conflito no Oriente Médio. Kessio Lemos, Dora Kramer e Nelson Kobayashi analisam o cenário do fim da guerra entre Israel e Irã, e a intervenção norte-americana.

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Transcrição
00:00E agentes do Serviço de Imigração e de Alfândega dos Estados Unidos prenderam 11 imigrantes irregulares iranianos em um período de 48 horas.
00:09Mais um microfone internacional da Jovem Pan, correspondente Eliseu Caetano.
00:14O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira a prisão de 11 cidadãos iranianos que estariam em situação migratória irregular em território americano.
00:24A operação, conduzida pelo Serviço de Imigração e Alfândega, o ICE, e coordenada pelo Departamento de Segurança Interna do país, o DHS,
00:33ocorre em meio ao clima de tensão entre Washington e Teherã, após uma série de ataques e de ameaças de retaliação envolvendo os dois países.
00:43A notícia foi confirmada pela agência Reuters e repercutiu amplamente no cenário político e na imprensa nacional.
00:49As detenções aconteceram em oito estados diferentes, entre eles Texas, Califórnia, Virginia e Nova Jersey.
00:57Segundo o comunicado oficial do DHS, os detidos foram identificados como indivíduos com histórico suspeito,
01:04incluindo vínculos com redes ilegais de entrada aqui no país.
01:09Em pelo menos um dos casos, um cidadão americano foi acusado de ameaçar autoridades federais e de esconder um dos estrangeiros em sua residência,
01:17o que configura crime federal.
01:20As autoridades americanas ressaltaram ainda que, embora nem todos os iranianos presos tenham antecedentes criminais,
01:27dois deles estariam em listas de vigilância antiterrorista.
01:31O ICE afirmou ainda que a investigação continua em curso e que outros alvos relacionados a essa rede já estão sendo monitorados.
01:38A operação foi descrita como cirúrgica e preventiva,
01:41visando impedir que agentes estrangeiros potencialmente hostis explorem brechas nas fronteiras e também nos sistemas de imigração.
01:50O momento das prisões é particularmente delicado, porque o Irã e os Estados Unidos atravessam uma fase de extrema desconfiança mútua
01:58com a escalada de ameaças e ataques na região do Oriente Médio.
02:02Recentemente, Washington apoiou ofensivas militares israelenses contra alvos estratégicos em território iraniano.
02:09Em resposta, Teheran prometeu vingança e acusou os norte-americanos de fornecer suporte direto a operações consideradas atos de guerra.
02:18A administração Trump reagiu com firmeza.
02:21Em um pronunciamento breve, o presidente afirmou que os Estados Unidos não tolerarão infiltrações de inimigos sob o disfarce de imigração
02:29e que cada cidadão estrangeiro com possíveis laços terroristas será rastreado e removido do país com rapidez e firmeza.
02:37Integrantes do Conselho de Segurança Nacional se reuniram hoje de manhã para discutir a ampliação da vigilância interna
02:43e também possíveis atualizações nas políticas de concessão de asilo e também de vistos.
02:49Os 11 iranianos presos permanecerão sob custódia federal enquanto os trâmites migratórios e as investigações de segurança forem conduzidos.
02:58Segundo o DHS, o caso pode levar à deportação imediata ou à apresentação formal de acusações criminais, dependendo dos elementos apurados.
03:09No contexto atual, a prisão desse grupo se soma à narrativa de vigilância extrema e de endurecimento das políticas migratórias americanas.
03:18Mais do que uma simples operação de fronteira, o episódio simboliza um movimento claro da Casa Branca
03:24no sentido de redefinir a imigração como questão central de segurança nacional
03:28e também numa tentativa de mostrar força e controle interno em tempos de instabilidade geopolítica.
03:36Eliseu Caetano, dos Estados Unidos, para a Jovem Pan News.
03:41Eu quero dar as boas-vindas aqui ao Jornal Jovem Pan, o professor de Relações Internacionais,
03:46Kécio Lemos, que será o nosso comentarista convidado nessa terça-feira.
03:50Tudo bem, professor? Mal recebeu o senhor mais uma vez na programação da Jovem Pan.
03:54Bem-vindo, boa noite.
03:57Boa noite, Tiago. Boa noite à nossa audiência. O prazer é todo meu.
04:00Bom, professor, eu queria perguntar o seguinte para o senhor.
04:02O que foi, na avaliação do senhor, claro, o mais primordial para que esse cessar-fogo fosse finalmente decretado?
04:10O próprio Irã reconhece que a guerra está, pelo menos por hora, encerrada.
04:15Mas eu pergunto o que deve ter pesado mais para a decisão, tanto do Irã quanto de Israel, professor?
04:24Olha, Tiago, eu acredito que foi a avaliação dos Estados Unidos e que uma mudança de regime não seria fácil de ser realizado.
04:32Dois foram os objetivos traçados pelos Estados Unidos, ou melhor, por Israel, ao início do conflito.
04:40Primeiro, desmantelar o programa nuclear iraniano.
04:44Segundo, também desmantelar a sua capacidade balística, tanto de defesa como de ataque.
04:50E um terceiro seria tentar provocar algum tipo de instabilidade que provocasse uma mudança de regime.
04:55A destituição da teocracia do Ayatollah iraniano.
05:01A partir do momento que o conflito vai evoluindo, de fato, Israel consegue afetar boa parte da defesa antiaérea iraniana.
05:11A entrada dos Estados Unidos vai comprometer em alguns meses, ou atrasar em alguns meses, o programa nuclear iraniano.
05:18Mas não houve nenhum tipo de movimento interno, seja da oposição, seja da população, em torno de um movimento que pudesse colocar em xeque o regime do Ayatollah no Irã.
05:33Então, o medo, talvez, ou o receio do Donald Trump parece ter sido de que, mesmo se houvesse a queda do regime do Ayatollah, o que se faria no day after, no dia posterior a isso?
05:48A destituição de um regime não é fácil de ser alcançado, principalmente se tratando de um país onde haveria uma dificuldade imensa de haver uma invasão territorial.
05:59Você não derruba um regime sem presença de tropas naquele país.
06:03Os Estados Unidos, ou melhor, Israel não tem essa capacidade, haja vista que o Irã tem 60 vezes o tamanho do território israelense.
06:11Os Estados Unidos, toda a agenda política do Donald Trump gira em torno de criticar aquilo que fizeram seus antecessores, notadamente no Iraque e no Afeganistão.
06:23A reconstrução de um Estado após a queda de um regime levaria muitos recursos políticos, econômicos e militares por parte dos países, seja dos Estados Unidos e de Israel.
06:35E talvez o cálculo do Donald Trump foi de que chegou a hora de um cessar-fogo.
06:43A manutenção do regime do Ayatollah seria menos custoso e tentar, nesse momento agora, gerar algum tipo de constrangimento que ameace,
06:54que possa proporcionar ao Ayatollah retomar o controle ou programa nuclear ou também a reconstrução das suas forças militares.
07:04Bom, vou chamar os nossos comentaristas, Dora Kramer e Nelson Kobayashi aqui com a gente também.
07:09Dora, boa noite pra você, bem-vinda.
07:11Como a gente fez ontem, uma avaliação desse dia depois, após o cessar-fogo, o que podemos esperar, as expectativas,
07:19os dois países se declarando os vencedores e já pode passar a sua pergunta pro professor Kess, o nosso comentarista convidado.
07:28Bem-vinda, Dora.
07:30Boa noite, Tiago. Boa noite, professor. Boa noite, Kobayashi. Boa noite a todos.
07:35Pois é, você vê que ontem a gente não estava errado ao receber aquela notícia do cessar-fogo com várias condicionantes.
07:44A gente foi cuidadoso o tempo todo, aí o dia amanheceu parecendo que não ia dar certo de jeito nenhum,
07:51aí o Trump fez aquela manifestação absolutamente irado, dando ali uma decisão, não sei se foi isso que determinou realmente esse cessar-fogo,
08:02e aí acabamos um dia, na verdade, não são dois se declarando vitoriosos, né, Tiago?
08:07Três, porque o Trump também se declara vitorioso, e aí a gente fica numa situação de não saber exatamente o que é,
08:14e pra saber, pra tentar entender, é que eu vou logo dirigir a minha pergunta ao professor Kess.
08:20Professor, boa noite primeiro, né, já dei, mas vamos em frente.
08:25Não há o que se falar em paz, né, evidentemente não há o que se falar em paz, não é isso.
08:32É um cessar-fogo, que eu perguntaria ao senhor, dado que os motivos da guerra continuam presentes, né,
08:41o programa nuclear está aí, o Irã continua querendo aniquilar Israel,
08:46e o regime dos Ayatollahs segue, não sabemos se firme, mas segue.
08:51O que que nesse cessar-fogo pode fragilizá-lo ou fortalecê-lo?
08:58Fortalecer ou cessar-fogo?
09:00Muito boa noite, Dora, obrigado pela sua pergunta.
09:04De fato, é um cessar-fogo bastante frágil, né, frágil porque ele já nasce de uma forma bastante limitada e bastante fragilizada.
09:13Se levarmos em conta, digamos que houve aí uma negociação trilateral, né,
09:18os Estados Unidos negociando com Israel, os Estados Unidos passando ou autorizando o Catar pra negociarem,
09:24negociarem, fazer uma interlocução junto com o Irã, mas você vê, poucas horas após o cessar-fogo já entrar em vigor,
09:31nós já temos um primeiro descumprimento desse cessar-fogo, o Irã atacando Israel,
09:36depois Israel movimentando, sinalizando ali uma nova reação,
09:41e o Donald Trump liga para o primeiro-ministro Netanyahu, aparentemente de forma bastante direta e sonífera,
09:49ordenando a não, o não ataque, a não respostas à elência aos ataques iranianos.
09:57Então, o que é que nós temos hoje?
09:58Nós temos um programa nuclear que, de fato, foi a causa da guerra, né, colocada pelo governo Netanyahu,
10:07e nós temos hoje um relatório também da inteligência americana,
10:10contrariando aquilo que o Donald Trump e a Casa Branca haviam propagado,
10:15de que não houve uma destruição total do programa nuclear iraniano,
10:20mas houve, sim, o atraso de alguns meses desse programa nuclear.
10:24Então, nós já temos aqui um primeiro ponto que deve ser levado em consideração
10:30ao analisar a fragilidade ou a durabilidade desse cessar-fogo.
10:35Um segundo ponto é que nós temos outras questões muito importantes.
10:39O Irã, a relação Irã-Israel é uma relação que não passa apenas por uma relação direta entre os dois países.
10:46Devemos levar em conta também a situação do Líbano.
10:49Nós temos lá o Hezbollah, que é uma das próxes iranianas,
10:53e um Estado que ainda é bastante fragilizado.
10:56Nós temos outro ponto importante também, que é a questão Síria.
10:59Por mais que a queda do Bashar al-Assad tenha representado a queda de um apoiador
11:03e de um governo aliado ao regime Interã,
11:09nós temos uma reconstrução na Síria que é bastante ainda fragilizada.
11:13Nós não temos ainda todas as informações necessárias para saber
11:16como vai ser a relação desse novo governo sírio,
11:20seja com o Irã, seja com o Israel.
11:21Lembremos que a Síria fica, é um território que fica entre esses dois países,
11:25portanto, um ator muito importante nessa discussão.
11:31E um terceiro ponto é a questão de Gaza.
11:33Nós temos ainda, por mais fragilizado que esteja o Hamas,
11:38nós temos ainda focos da sua atuação na região.
11:44Então, se não resolvermos todas essas variáveis,
11:47é muito pouco provável que esse cessar-fogo seja duradouro.
11:52Nelson Kobayashi, bem-vindo, Kobayashi.
11:54A sua impressão desse cessar-fogo, aliás, o Kobayashi,
11:58que no fim de semana estava no nosso plantão aqui,
12:01comandando a cobertura de fôlego da Jovem Pan, como sempre.
12:05Então, o seu comentário, Kobayashi, e a sua pergunta para o professor Kess,
12:08para a gente fechar essa primeira rodada.
12:10Bom trabalho, Kobayashi.
12:12Muito obrigado, Tiago. Boa noite a você.
12:14Boa noite, Dora. Boa noite, professor Kess, a todos que nos acompanham.
12:18Sempre um prazer ouvir o professor.
12:21E a minha impressão inicial, Tiago, não pode deixar de ser, primeiro, de um alívio.
12:25Porque, ainda que seja um cessar-fogo que não indique uma paz por completo,
12:28uma paz relativa, é algo a ser celebrado, é algo a ser comemorado,
12:34porque, pelo menos, por enquanto, a gente terá um número menor de vítimas.
12:38Ou de vítimas em potencial, dados os mísseis,
12:42tantos que foram enviados, tanto para Israel, quanto também para o território iraniano,
12:46e até envolvendo alguns outros países, vamos lembrar,
12:49do ataque às bases militares americanas no Qatar.
12:52Então, a impressão é de alívio.
12:54Mas eu gostaria de deixar uma pergunta ao professor Kess,
12:56justamente em relação ao fim da sua análise agora, professor,
13:01que são justamente os próxis, esses outros braços,
13:05se assim a gente pode dizer, das intenções iranianas,
13:08pelo meio do financiamento, que, de alguma maneira,
13:11ainda podem assolar o povo de Israel.
13:14Você acredita que, a partir destes dias de conflito,
13:18o Irã vai se inibir no financiamento, no apoio a esses grupos terroristas,
13:24tais como o Hezbollah, que você bem citou,
13:26até mesmo o Hamas, ainda que enfraquecido,
13:28permanece subsistindo,
13:30os Hutis no Iêmen,
13:32e tantos outros desses grupos que assolam a paz de Israel?
13:36Muito boa noite, Kobayashi.
13:39Um prazer falar contigo.
13:41De fato, essas próxis são bem limitadas.
13:44Desde o 7 de outubro de 2023,
13:47as próxis iranianas sofreram grandes perdas de infraestruturas,
13:52perdas de pessoal, de capacidade, de fato, de guerra.
13:55E temos que levar em consideração também que a própria queda do Bashar al-Assad na Síria
14:00vai fazer com que esse corredor terrestre do Irã
14:03para o Hezbollah, por exemplo, no Líbano, fosse quebrado.
14:07Então, o Irã está bastante comprometido à capacidade iraniana
14:12de continuar financiando esses grupos.
14:15Não que cessou por completo, mas está bastante comprometida.
14:19Agora, um segundo ponto é que o Irã hoje tem urgências maiores.
14:23O Irã precisa, de fato, reconstruir sua capacidade, por exemplo, de defesa aérea,
14:28que foi completamente neutralizada por operações de sabotagem
14:32e também por ataques aéreos israelenses.
14:35Então, tanto os Estados Unidos como Israel,
14:39declarado ao longo do conflito, ter a superioridade aérea em todo o território iraniano.
14:45Então, eu acho que o regime tem outras preocupações.
14:47Eu acho que, para além das próxias, o regime vai tentar consertar as rachaduras
14:55que esse conflito trouxe dentro do próprio regime.
14:58Eu acho que a prioridade, ao meu ver, vai ser o regime tentar consolidar a sua posição.
15:04Por isso que há uma propaganda imensa, sendo nesse momento propagada,
15:10desculpa a redundância, mas divulgada por todo o Irã,
15:13de que esse conflito acabou com uma vitória,
15:15uma vitória de Deus, como eles colocam lá dentro dos canais oficiais de comunicação do governo iraniano.
15:22Então, há essa preocupação de trazer um sentimento nacionalista,
15:27um sentimento de vitória militar contra aquilo que os iranianos chamam,
15:31o regime iraniano chama, do grande satã que representaria os Estados Unidos
15:36e o pequeno satã, como eles chamam, que seria Israel.
15:39Então, há essa preocupação.
15:41Eu acredito que a maior urgência deles hoje é essa.
15:44E a superioridade militar dos Estados Unidos, de Israel e dos Estados Unidos,
15:50também contra essas próxis nos últimos meses de conflito,
15:54com certeza, ao meu ver, manterá o alerta ligado, o radar ligado das forças israelenses
16:00para evitar qualquer tipo de reconstrução dessas forças,
16:05seja no Líbano, seja na faixa de Gaza.
16:07A questão dos ruts já é um pouco mais problemática,
16:09porque é bastante distante de Israel, o Iêmen.
16:14Então, é algo que requer uma logística completamente diferente,
16:18mas certamente os Estados Unidos também procurarão manter essas próxis enfraquecidas
16:23para que o Irã continue aí numa posição mais fragilizada do ponto de vista regional.
16:29contrô countries
16:36e então não я posso...
16:37Então, vamos lá!

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