Soraya Thronicke diz o que o seu partido ganha com sua candidatura

O Antagonista

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Transcript

00:00O que um partido ganha com uma candidatura presidencial e como a sua, candidatura feminina,

00:09considerando todo o nosso contexto social, o que o partido ganha, mesmo sabendo que as chances de vitória são pequenas?

00:19Por que insistir numa candidatura?

00:21A minha pergunta é não só do ponto de vista simbólico, teórico, do que isso representa socialmente, politicamente,

00:34mas também do ponto de vista prático.

00:36O que o partido ganha quando tem uma candidatura presidencial?

00:43Ele tem mais chances de fazer uma bancada?

00:46Ele tem mais recursos disponíveis para gastar?

00:51A gente sabe que tem questões práticas.

00:54Eu acho que, às vezes, o eleitor fica confuso e não entende por que estão insistindo numa candidatura que, sei lá, só tem 1%.

01:00O que se ganha, tanto do ponto de vista simbólico como do ponto de vista prático, pragmático,

01:07ali do dia a dia da política, do chão da fábrica?

01:11Pois é, a entrevistada aqui sou eu, mas eu vou te perguntar, o que o partido perde?

01:16Então, o que o partido perde com uma candidatura?

01:22Ou o que o partido ganha com uma candidatura?

01:25Primeiro, que Luciano Bivar colocou muito claro lá atrás, quando falavam vamos, não vamos,

01:31e quando ele, quando a União Brasil começou a construir uma candidatura única fora dos dois extremos.

01:37E foi muito interessante naquele momento, porque Luciano Bivar deu os primeiros passos

01:42para conversar com o MDB, com o PSDB, com o Podemos, até mesmo o Ciro Gomes conversou.

01:48Nós tentamos.

01:49E tentamos colocar uma candidatura única, com critérios dentro de um colégio eleitoral,

01:55desses quatro, cinco partidos, independente,

01:58mas, e dispostos a abrirmos mão da nossa candidatura, da candidatura do União Brasil.

02:06E no princípio, no começo da conversa, estava todo mundo ali disposto,

02:10vamos encontrar um critério único, o critério do Podemos era o critério das pesquisas,

02:15e Moro estava melhor, mas essa questão intrapartidária é muito importante,

02:21porque nós entendemos que os candidatos a deputados e governadores

02:25são os principais cabos eleitorais, são as pessoas que vão levar nossos nomes.

02:30E nós entendemos que aquele colegiado deveria fazer essa prévia dos quatro partidos, enfim.

02:35Mas, indo para a tua pergunta, naquele momento nós trabalhamos em abdicar, né,

02:42e apoiar a candidatura que ganhasse dentro desses quatro partidos.

02:45Mas aí, de repente, vem Simone Tebbit e fala,

02:47eu não aceito, de forma nenhuma, ser vice, porque esse é sempre o papel da mulher e tal.

02:53Então, já sai um nome.

02:54Aí, teve a questão de João Dória, né, também, aquelas dificuldades.

02:58Você acha que ela está seca?

02:59Eu não acho que ela está seca, não.

03:01Eu não acho que a mulher está só...

03:02Mulher sempre visa.

03:02Não, não acho. Mulher pode ser vice, mulher pode ser cabeça de chapa.

03:06Eu era vice, hoje sou cabeça de chapa, e nunca foi por ser mulher ou não.

03:10Nada havia uma coisa com a outra.

03:11Mas aí eu digo para você, nós dissemos o tempo inteiro que o maior partido do país

03:15não é um partido fisiológico.

03:18E nós aqui, no momento de estreia numa campanha, um partido que fez uma fusão, né,

03:25nós não seríamos, não seríamos fisiológicos, apenas um partido que faz deputados.

03:34Então, é...

03:35E levaremos, sim, Cláudio, a nossa mensagem para o país.

03:40Por que não?

03:41Por que não ter uma opção para o povo brasileiro?

03:45Só porque os outros não acreditam?

03:47Jamais.

03:48Jamais.

03:49Então, pode parecer, assim, de um ponto de vista prático,

03:53ou, de repente, de um ponto de vista simbólico, estranho para uns,

03:56e esquisito para outros,

03:59mas quando a minha candidatura apareceu,

04:01eu vi muitas pessoas duvidando se ela era para avaliar ou se ela não era.

04:04E eu vim mostrar, a minha campanha está no chão,

04:09e eu tenho falado em todos os lugares, todos os ambientes,

04:14a minha história com total liberdade para emitir a minha opinião.

04:20Se o brasileiro quiser, no dia 2 de outubro, ele vai ter uma opção.

04:23Se ele não quiser, amém.

04:25Mas ele tem opção.

04:26Nunca ele vai poder dizer que ele não tem opção.

04:28Então, eu acho isso da democracia louvável

04:33e de uma extrema coragem de um partido se expor dessa forma.

04:39Colocar em dúvida, muitas dúvidas lançadas de forma desnecessária.

04:46Mas aí vai a pergunta, o que ganha e o que perde?

04:49Eu acho que só a democracia ganha.

04:51Obrigado.

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