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  • há 4 meses
A reportagem de capa da nova edição da Crusoé fala sobre as contestações eleitorais feitas por bolsonaristas, que continuarão achando que o atual presidente venceu. No entanto, o discurso contra as urnas se desgastou, assim como as condições políticas para contestar o resultado da corrida ao Planalto. Leia um trecho:

"'Como vamos viver com o fantasma da eleição de 2022?' Com essa pergunta, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, procurou demonstrar, na quarta-feira, 23, que uma 'revisão extraordinária' do resultado das urnas, requisitada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seria indispensável para dissipar as dúvidas de uma parte do eleitorado em relação à derrota de Jair Bolsonaro na corrida presidencial."

"Bastaram quatro horas para que o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, decidisse o caso. Ele rejeitou o pedido de revisão dos votos. Mais que isso, condenou a coligação formada por PL, Republicanos e PP a pagar uma multa de 22,9 milhões de reais por litigância de má-fé. Moraes mandou ainda investigar Valdemar Costa Neto e o engenheiro Carlos Rocha, contratado pelo PL para auditar as urnas, por 'crimes comuns e eleitorais com a finalidade de tumultuar o regime democrático brasileiro'."

"O impacto dessa decisão relâmpago ainda não havia sido completamente absorvido nesta quinta-feira. Por isso, cabe retornar à pergunta de Valdemar Costa Neto: o Brasil vai ficar assombrado pelas eleições de 2022, ou vai passar para o próximo capítulo? A dura sentença de Alexandre de Moraes, personagem que o bolsonarismo transformou em um de seus maiores inimigos, vai redobrar o ânimo de quem bloqueia estradas e pede uma intervenção federal aos militares? Ou, depois dela, o movimento de contestação das eleições vai finalmente começar a refluir?"

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Transcrição
00:00Pois é, hoje é sexta-feira, dia de Cruzoé, mais uma edição da Cruzoé 239, que, enfim,
00:22está no ar, o fantasma das urnas. O TSE rejeita pedido de anulação de votos feitos pelo PL, mas movimentos
00:31de contestação das eleições continuam pelo país. A reportagem é um balanço, na verdade, de tudo que
00:38aconteceu, aconteceu muita coisa nessa semana, vocês sabem, né? Em torno, tudo em torno do pedido do PL
00:46para que 67 milhões de votos registrados em urnas mais antigas fossem anulados por uma suposta falha
00:59no programa dessas urnas. Todas elas terão recebido um mesmo número de série e isso, segundo uma análise
01:11técnica feita por encomenda do PL, impossibilitaria correlacionar um equipamento físico, uma urna
01:21específica, com o seu boletim impresso, né? Depois das eleições. Além disso, essa falha também permitiria que
01:33o sequenciamento ali das ações daquela urna, do log, né? Como se fala em linguagem técnica,
01:43um por um, todas as atividades daquele equipamento. O equipamento foi ligado, o equipamento carregou
01:51o seu programa, o número um foi apertado e assim por diante, né? Todo equipamento, como a urna
01:59eletrônica, mantém um registro de cada uma das ações realizadas. Segundo esse parecer técnico
02:07encomendado pelo PL, o problema com o número de série igual para todas as urnas antigas fabricadas
02:16antes de 2020, também possibilitaria interferências nesse log. E aí poderiam surgir ações de hackers
02:29ou coisa que o valha. O relatório não diz ter detectado fraudes ou qualquer coisa desse tipo.
02:39Entretanto, alegou que a simples presença dessa falha, presença desse erro, já era bastante para
02:47forçar o descarte de toda aquela montanha de votos. Só os votos depositados, entre aspas,
03:00nas urnas posteriores a 2020 deveriam valer. E com isso se inverteria o resultado das eleições.
03:07Jair Bolsonaro ficaria com 51% dos votos válidos, Luiz Inácio Lula da Silva com 49% e Bolsonaro
03:15seria reeleito. Vocês sabem também que o que aconteceu depois, Alexandre de Moraes rejeitou o pedido
03:29de revisão das urnas feita pelo PL, rejeitou a ideia de que os problemas técnicos deveriam resultar
03:39em uma anulação de votos e, mais ainda, impôs sanções ao partido, ao presidente do partido,
03:49Valdemar Costa Neto, e ao técnico responsável pela auditoria, o engenheiro Carlos Rocha. Então, a reportagem
04:00relembra esse histórico e indaga sobre as consequências de toda essa bagunça, né, desses eventos todos,
04:14sobre o movimento mais amplo de contestação das eleições que está em curso no Brasil.
04:26Interrupção de rodovias, grupos acampados na frente de quartéis em diversas capitais,
04:37hoje, interromperam a entrada do aeroporto de Viracopos, aqui no estado de São Paulo,
04:44um aeroporto que fica perto, que fica na cidade de Campinas, né.
04:51Então, nós exploramos as consequências desse evento da semana sobre essas manifestações maiores.
05:00e a conclusão, em linhas gerais, é que o impacto foi grande e será grande, porque os argumentos técnicos
05:13foram rebatidos de maneira bastante veemente, não só pelos técnicos do TSE, mas também por muitos
05:20especialistas independentes que acabaram falando sobre o assunto na imprensa. Também teve impacto
05:27muito grande na coligação que encampou a candidatura do Bolsonaro, PP, PL e Republicanos.
05:37O PP e o Republicanos romperam com o PL, né, e, enfim, tudo isso indica que o movimento popular, né,
05:52de contestação das eleições, pode estar caminhando para o seu fim. Também teve indícios das forças armadas
06:01de que não há ambiente interno, não há consenso, né, para qualquer espécie de gesto mais enfático,
06:09para tirar os, falando em português, claro, né, para tirar os tanques da garagem.
06:14Então, apesar da movimentação continuar, talvez o Brasil esteja caminhando para um término,
06:29para o fim dessas manifestações. A reportagem está lá, leiam, deixem seus comentários, né.
06:38A gente tem também, nessa edição da Cruzoé, uma coisa muito legal, que é um conjunto de reportagens,
06:47uma reportagem, um artigo e uma entrevista sobre futebol e poder. Põe lá de novo, por favor, na capinha da revista.
06:57Vocês vão ver que a gente deixou lá registrado, especial, futebol e política.
07:04Então, temos um conteúdo bem parrudo para falar desse assunto, a Copa está andando, né,
07:13teve muita polêmica em relação ao Catar, o histórico do país nos direitos humanos,
07:23houve protesto de várias seleções, teve a história também da cerveja, proibida por razões religiosas, enfim.
07:34Toda essa maneira como a política acaba se chocando com as regras, né, da Copa do Mundo,
07:45criadas, que a FIFA às vezes tenta impor, estão ali bem descritas numa reportagem do Duda Teixeira.
07:54E a gente tem também uma entrevista que foi feita pelo Duda também, com um repórter, o Tiago Uberreich,
08:01que é um jornalista conhecido, da Jovem Pan, já dos tempos, né, da rádio Jovem Pan, ele está há bastante tempo lá.
08:09Ele está prestes a lançar uma trinca de livros sobre a história do Brasil nas Copas do Mundo.
08:18O Duda conversou com ele e a gente tem um trechinho dessa conversa para dar de aperitivo para vocês.
08:26Você chegou a estudar o benefício que os presidentes podem ter,
08:31se de fato eles ganham alguma coisa de popularidade, quando o Brasil ganha uma Copa, isso pode acontecer de novo?
08:41Olha, isso daí é interessante, porque desde que a Copa do Mundo existe, né,
08:45sempre houve essa mistura da política com o futebol, né, isso começa, o exemplo claro é o próprio Mussolini, né,
08:54porque a Itália foi bicampeã do mundo em 34 e 38, né, a Copa começa em 30 com a vitória do Uruguai,
09:01depois 34 e 38 são duas Copas na Europa e claramente a Itália, né, é muito, eu digo, a seleção italiana é muito usada pelo Mussolini,
09:14tanto é que os jogadores da Itália faziam a saudação fascista, né,
09:18assim que entravam no campo, quando se perfilavam, né, o capitão da Itália,
09:25um dos grandes jogadores da história da Itália, que é o Meadza, né,
09:29assim que ele recebe a taça ele faz a saudação fascista, né, então você tem esse exemplo, né,
09:35o Hitler em 38, quando anexou a Áustria,
09:39ele também, ele, ele pega os jogadores da seleção da Áustria para reforçar a seleção da Alemanha, né,
09:48só que o futebol é o futebol e a seleção da Alemanha foi muito mal na Copa de 38.
09:53E o grande exemplo no Brasil, né, é a forma como a ditadura em 1970 utilizou a conquista da seleção brasileira, né,
10:02Agora, você avaliar os benefícios para a popularidade de um presidente em relação à seleção é muito difícil, eu acho, né,
10:10muito difícil porque, em relação ao Médici, né, o Médici se aproveitava muito,
10:14o Médici gostava de se aparecer nos estádios de futebol com o rádio no ouvido e com a bandeira do Brasil enrolada no corpo, né,
10:22para ele tentar mostrar que ele era também um homem do povo, né, que gostava de futebol, né,
10:28Mas eu acho, assim, os efeitos, de que maneira, o Bolsonaro está no fim do mandato dele, né,
10:34o Tite mesmo já disse que se o Brasil ganhar a Copa, o Tite não vai lá para Brasília para abraçar o presidente, né,
10:40não sei, eu acho que por ser um fim de mandato, eu não sei quais benefícios, né,
10:45que uma conquista como essa pode trazer para o atual presidente, né.
10:49Então tá aí, né, um pedacinho da conversa do Duda, a íntegra tá lá na revista, mas essa é a pegada,
11:03o Tiago Oberreich conhece muito de história de futebol, gosta do assunto, e tá aí com três livros engatilhados,
11:12que começam a ser publicados logo nos primeiros meses ali de 2023, né,
11:22e a toada, vocês já perceberam qual, do papo, vocês já perceberam qual é, né.
11:31O que o conjunto de matérias mostra, né,
11:38é que os países sempre tentam usar a Copa do Mundo e as Olimpíadas,
11:45eventos grandes como esses, que acabam tendo repercussão e exibição no mundo todo,
11:51como uma ferramenta do que a gente costuma chamar de soft power.
11:55É o poder do convencimento, da lábia, de mostrar que o país tem boa cultura,
12:02tem uma cultura interessante, tem valores sólidos e tudo mais.
12:06Mas quase sempre tem dado errado.
12:11Por exemplo, não deu certo pra Dilma na Copa de 2014, que foi aqui no Brasil,
12:16e não tá dando certo também pro Catar,
12:20que tá recebendo muito mais noticiário negativo do que positivo.
12:25E as razões e os desdobramentos disso, o Duda mostra muito bem nos textos.
12:31Bom, é isso.
12:34Temos nova edição da Cruzoé, já disponível no nosso site.
12:39.
12:40.
12:44.
12:45.
12:45.
12:46.
12:52.
12:54.
12:56Obrigado.
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