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Analista-chefe do investing.com, Thomas Monteiro avaliou, em entrevista ao Real Time, como os preços das commodities são impactados pelo conflito Israel x Irã. Petróleo, ouro e prata estão mais caros desde que os ataques armados entre os países começaram.

Acompanhe em tempo real a cobertura do conflito entre Israel e Irã, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/conflito-israel-e-ira/

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Transcrição
00:00O Goldman Sachs estima um prêmio de risco de 10 dólares no petróleo diante de tensões entre Israel e o Irã.
00:07Segundo o banco, uma escalada mais grave, incluindo possíveis interrupções no fornecimento de petróleo iraniano
00:12ou um bloqueio no Estreito de Hormuz, rota estratégica por onde passa uma parcela expressiva do petróleo mundial,
00:19poderia levar o preço do Brent a ultrapassar a marca dos 100 dólares por barril.
00:23Apesar do aumento nas tensões, o Goldman Sachs mantém a previsão de que não haverá interrupções significativas
00:29no fornecimento de petróleo proveniente do Oriente Médio.
00:34Rodrigo Loureiro, o JP Morgan também fez uma análise sobre o mercado global de petróleo, não só apenas no Irã.
00:41Exatamente, olha só, preocupa o preço do petróleo, o petróleo subiu bastante desde esses conflitos,
00:48desde que esses conflitos entre Irã e Israel começaram, ou melhor, escalaram.
00:53O preço do petróleo na sexta-feira chegou a subir acima dos 80 dólares o barril, fazia tempo que a gente não via um preço tão alto.
01:01Uma alta que chegou a bater 13% no dia, depois secuou para pouco mais de 8%.
01:06Isso gera uma preocupação no comércio global.
01:10Petróleo é muito importante para várias economias.
01:13A economia americana, por exemplo, depende bastante do barril do petróleo.
01:16O Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, já demonstrou preocupação com o preço do petróleo subindo.
01:23Se o preço do petróleo subir bastante, pode gerar um impacto nas próprias empresas do país.
01:28E aí a gente não está falando só do preço do combustível, quando o consumidor vai abastecer o seu veículo.
01:33A gente está falando do custo logístico.
01:35Imagina você transportar alimentos, roupas, produtos, enfim.
01:40Você fazer o transporte logístico viário que você precisa de caminhão.
01:45Vai ficar tudo um pouco mais caro.
01:46E aí quando as empresas têm um custo maior, elas acabam repassando esses custos para o consumidor.
01:53Os preços sobem e aí você tem toda uma preocupação de inflação, você tem toda uma preocupação em relação ao consumo.
02:00Tudo isso gera uma preocupação.
02:02Agora, só comentando sobre a ANP, sobre esses leilões.
02:07Esses leilões são importantes para aumentar a arrecadação do governo.
02:09Pelo menos um bilhão de reais ali que não estava sendo esperado, agora entra para os cofres do governo.
02:15Isso é importante.
02:16Porque se o governo não conseguir arrecadar dessa forma, ele vai ter que encontrar novas formas.
02:22Uma delas foi a tentativa de fazer o IOF.
02:25Não passou, porque isso gerou muita polêmica.
02:27O governo recuou em relação a isso.
02:29Mas o governo precisa aumentar as fontes de arrecadação, porque senão vai ter déficit.
02:33E sobre o aumento do preço das commodities devido à guerra no Oriente Médio,
02:37a gente conversa agora com o analista-chefe do Investing.com, que é o Thomas Monteiro.
02:42Bom dia para você, Thomas. Seja muito bem-vindo.
02:44Na Espanha.
02:45Ah, na Espanha. Então, buenas tardes.
02:46É onde o Investing.com, buenas tardes.
02:49Bom, vamos falar então do potencial que esse conflito tem, Thomas, de mexer com a economia do planeta.
02:54Você acha que pode ter o mesmo impacto do que teve, por exemplo, a guerra na Ucrânia?
02:59Com certeza. Eu não tenho dúvidas disso.
03:04Acredito que o mercado, de forma geral, a gente ainda não precificou o risco total
03:09de uma guerra de maior extensão ali no Oriente Médio, principalmente com uma participação mais frontal dos Estados Unidos.
03:17A gente tem precificado no longo prazo um mercado bastante relaxado em termos da equação de demanda e supply
03:24que vem em termos do petróleo global.
03:30Entretanto, isso já se mostrou que a gente precipicou muito pouco esses riscos,
03:36tanto macroeconômicos quanto geopolíticos.
03:39Quer dizer, são questões que, dos dois lados, a gente acredita que, olhando para frente,
03:45a gente vai ter anos mais complicados.
03:48Isso já vem em uma escalada, em uma virada de chave para a economia que começa, de fato, na guerra da Rússia,
03:55na invasão da Ucrânia, e que obriga um pouco esse mercado a se desfragmentar
04:02em termos das cadeias de supply chain que a gente vinha usando.
04:06Quando isso acontece, esse mercado acaba ficando um pouco mais vulnerável.
04:10Então, olhando no sentido macro, na verdade, a gente tem uma demanda mais relaxada
04:14por causa de diversas coisas que estão acontecendo em termos de acordos que os Estados Unidos fez,
04:19a OPEC, mais, que também entrou em acordo para ter um alto corte interessante.
04:25Só que a gente colocando isso em perspectiva com os riscos geopolíticos
04:29e os riscos sociais que a gente está olhando,
04:31eu acredito que a gente ainda não precificou tudo.
04:34E eu acredito que essa atual guerra é talvez um primeiro chamado
04:39para algo que a gente vai ter que começar a pensar de maneira um pouco mais frontal
04:43nessa próxima década, talvez, até olhando nos próximos anos,
04:48que é como lidar com eventuais problemas geopolíticos no mercado desfragmentado.
04:53Thomas, você também vê a possibilidade do barril de petróleo passar dos 100 dólares?
04:58Com certeza, se no caso de uma crise de grande escala ali na região do Estreito de Hormuz,
05:07e diga-se de passagem, o fechamento do Estreito de Hormuz
05:11não precisa acontecer necessariamente por uma questão militar,
05:14ele pode acontecer também pela questão das seguradoras,
05:17que às vezes você tem uma ameaça muito grande
05:19e você não tem seguradoras que estão interessadas em fazer o seguro desses navios
05:24que estão passando, e nem da carga,
05:26aí você vai ter muita dificuldade para escoar esse output que vem da região,
05:31isso é um problema grande,
05:32a gente já viu que o valor de seguradora desses navios
05:36desde o começo da guerra já quase dobrou,
05:38uma alta muito grande,
05:39está falando de quase 0,2% de toda a carga do navio,
05:45e do navio em si, quer dizer,
05:46então isso é um efeito dominó ali nessa região,
05:50é fácil de acontecer,
05:52é um choque, seria de fato um choque para a produção global,
05:56e é uma moeda de troca bastante interessante para o Irã nessa negociação,
06:01quer dizer, óbvio que é um ponto sensível
06:02e que tem impactos militares que talvez o Irã não queira explorar,
06:07isso já é uma questão além da econômica,
06:10no entanto, de fato, é uma moeda de troca que o Irã tem nas mãos ali,
06:14levar uma disrupção grande desse estreito aí,
06:19dessa cadeia de escoamento, é bastante fácil, na verdade,
06:23então o risco existe,
06:25e caso esse risco se materialize,
06:27sem dúvida que a gente pode ver o petróleo
06:29passando de 100 dólares,
06:31ainda que seja talvez por um curto prazo,
06:33até uma normalização,
06:34um realinhamento dessas cadeias,
06:37através de outros players,
06:40que também no momento são problemáticos,
06:42mas, sem dúvida, eu acho que essa possibilidade está nas cartas,
06:46e acho que o mercado tem mostrado que acredita nisso, sim.
06:50Muito tem se falado também sobre a possibilidade de mudança de regime no Irã,
06:54o próprio Netanyahu fez um elogio aí para a população iraniana,
06:58como que para incentivar a queda do regime,
07:00mas essa é uma situação imprevisível, né, Thomas,
07:03porque da última vez que mudou o regime lá,
07:05só trocou uma ditadura pela outra,
07:07e também ninguém garante que um novo governo no Irã
07:10será contra ter um programa nuclear, não?
07:14Sim, eu acho que, de maneira geral,
07:17essa é uma guerra,
07:18e essa questão da mudança de regime
07:20mostra que essa é uma guerra muito fácil de ser iniciada
07:22e muito difícil de ser finalizada, né,
07:24quer dizer, se de fato o que Israel e o que os Estados Unidos,
07:27inclusive de maneira central,
07:29e faça-se um adendo,
07:32se os Estados Unidos, de fato,
07:33entrar de maneira frontal a essa guerra,
07:36a mensagem que vai ser dita para o mundo é
07:39estamos buscando uma mudança de regime,
07:41isso é algo que pode demorar muito tempo,
07:44isso é algo que pode se prolongar por muito tempo,
07:46é algo que pode se escalar
07:47para questões que a gente ainda não espera,
07:52quer dizer, a gente pode ver disrupções muito maiores,
07:54e a gente não está falando só de petróleo,
07:56a gente está falando de toda a geopolítica da região,
07:58a gente está falando de questões econômicas maiores,
08:01quer dizer, então, eu acredito que é um tema bastante sensível
08:04para o mundo atualmente,
08:05principalmente devido ao background que a gente tem geopolítico no mundo,
08:11e a possibilidade disso escalar é bastante grande,
08:15caso, de fato, os Estados Unidos e Israel queiram perseguir essa via.
08:20E que tipo de consequência você vê para a economia brasileira,
08:24caso esse conflito se intensifique?
08:28Olha, para a economia brasileira, na verdade,
08:30a gente tem, obviamente, uma questão inflacionária de base,
08:33que isso é global, isso perpassa a economia brasileira,
08:37mas a gente também tem alguns fatores que podem ser vantajosos,
08:41até para a economia brasileira,
08:42que a gente vai ter, provavelmente, um dólar um pouco mais fraco,
08:45a gente vai ter uma necessidade de realocação dessas cadeias,
08:50e eu acredito que, nesse caso, o Brasil e a América Latina,
08:53de maneira um pouco maior,
08:55entra também como uma alternativa interessante.
08:57A gente está falando tanto do mercado de petróleo,
08:59quanto para as outras commodities,
09:02as outras demandas que vêm para suprir essa cadeia de supply chain.
09:05A gente vê, mesmo em relação à China,
09:08a gente vê o novo campo que a Sinopec assinou com o Equador,
09:13que é o maior investimento público-privado no Equador
09:17nos últimos muitos anos.
09:19Quer dizer, então, esse olhar para a América Latina
09:22como uma região onde você pode investir a mais longo prazo
09:26tem se aumentado devido às questões geopolíticas no resto do mundo.
09:31Então, acredito que a longo prazo,
09:33mesmo simplesmente o risco,
09:35o risco-prêmio que a gente está colocando
09:37nessas outras regiões,
09:38já implica um pouco nessa realocação das cadeias,
09:42e isso pode vir tanto como near-shoring
09:46por parte dos Estados Unidos,
09:47quanto pode vir em relação à China.
09:49Quer dizer, não tem uma regra aí.
09:51Mas eu acredito que, de maneira central,
09:53no médio e longo prazo,
09:56é até que bastante positivo
09:57se o Brasil conseguir se colocar.
09:59E aí a gente tem questões tecnológicas,
10:01questões governamentais,
10:03que são as questões que perpassam o Brasil
10:06de maneira um pouco mais de longo prazo,
10:09que são mais complexas para os investidores estrangeiros.
10:12Agora tem a questão do agro também,
10:14que vende bastante para o Irã.
10:15Se a demanda diminuir por lá,
10:17pode ser que tenha algum prejuízo para o nosso agro, não?
10:21Sem dúvida, sem dúvida.
10:23Essa é uma questão,
10:24mas é uma questão que eu diria de curto prazo.
10:26Eu acredito que a necessidade,
10:30principalmente quando a gente fala de agro,
10:31e aí já mais do que petróleo,
10:33a necessidade do mundo pelo Brasil,
10:36pelo agro brasileiro,
10:37é cada dia maior.
10:40E eu acredito que essa é uma cadeia
10:41que não vai ser quebrada.
10:45Na verdade, a gente olha a constituição das coisas agora.
10:48E é o que eu falei um pouco mais cedo,
10:51sobre a desfragmentação das cadeias globalizantes,
10:55que elas acontecem depois.
10:58Principalmente, eu diria que, inclusive,
11:00a invasão da Ucrânia, a guerra na Rússia,
11:02é o principal evento macroeconômico da nossa década.
11:07Talvez nos últimos 20 anos,
11:10é muito maior do que o Covid, para ser sincero.
11:13Então, eu acredito que, na escalada disso,
11:16eu acredito que o Brasil se coloca
11:17numa posição de longo prazo,
11:19que é muito mais central para suprir essas cadeias.
11:22E eu acho que, por mais que a gente possa ter
11:24flutuação de curto prazo ou médio prazo,
11:28devido a esses fatores,
11:30a gente, olhando o longo prazo,
11:31não há dúvidas de que essa tendência é de aumentar,
11:34dessa importância aumentar,
11:36e do poder de barganha também aumentar,
11:38o que é bastante importante.
11:40Thomas Monteiro, analista-chefe do investing.com.
11:43Obrigado pela sua participação.
11:45E um abraço para você aí na Espanha.
11:47Eu que agradeço e obrigado pelo convite aí.
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