Cristiano Beraldo analisa a recente ameaça do Irã de abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear, classificando a ação como uma "força autoritária para impôr medo".
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00:00É chamar o Cristiano Beraldo que o que nós observamos em meio a uma guerra também é a guerra de informação, né, Beraldo?
00:08A guerra de narrativas. O Irã avalia deixar esse tratado de não proliferação nuclear, agora não é incomum quem acompanha o noticiário
00:16observar manifestações de analistas que colocam em xeque se o Irã estava perto de obter essas armas nucleares, né?
00:25Muitos não comprariam a versão divulgada por Israel. É preciso colocar isso também no debate.
00:35Zé Caniato, mas o fato concreto é que Israel mostrou uma capacidade de monitoramento, uma precisão surpreendente nos seus ataques.
00:44Muita informação. Estados Unidos também acompanhando todos esses movimentos dentro do Irã.
00:50Eu vou mostrar no detalhe. Esse projeto nuclear iraniano, ele já deu demonstrações de que ele está num estágio bastante avançado.
00:59Então, não é crível essa versão de que se encenou uma evolução que não existia do ponto de vista do desenvolvimento de armas nucleares do Irã.
01:13O Irã é um país que tem uma competência, uma capacidade de desenvolvimento de artefatos bélicos muito aprimorada.
01:22A gente precisa lembrar que a Rússia só tem conseguido manter a sua guerra contra a Ucrânia porque tem no Irã o seu fornecedor de artefatos bélicos, inclusive drones.
01:36Portanto, o Irã não é um país incapaz.
01:41Como, por exemplo, a gente vê a Coreia do Norte, por ela viver numa realidade tão fechada, a Coreia do Norte precisa de competência, de inteligência de países como o Irã,
01:55porque não consegue fazer, concluir o seu projeto nuclear de forma independente.
02:02Mas o Irã não. O Irã é outra dinâmica, é outra conversa.
02:07Portanto, Caniato, essa guerra de versões, ela não tem nada a ver com o que está acontecendo lá.
02:13O Mota lembrou bem essas pessoas da esquerda, não só brasileira, mas também mundial, que ficam aí defendendo aqueles que suportam terroristas.
02:26Aqueles que, se essas pessoas estivessem vivendo no Irã, seriam alvo iminente do regime ditatorial autoritário e assassino do Irã.
02:39As pessoas, aliás, eu ouvi um argumento no X hoje, dizendo, ah, mas morrem menos mulheres no Irã do que no Brasil.
02:51Ora, vocês acham que o ambiente em que as pessoas são completamente controladas vivem sob o regime do medo,
03:02as pessoas vão sair por aí desafiando o regime?
03:05Porque o Irã não é Brasil, não. Onde criminoso dá risada da cara da polícia.
03:13O Irã, você tem que cumprir a determinação que vem de cima, da autoridade religiosa, sobretudo.
03:21Caso contrário, você será identificado e será punido severamente.
03:25Então, as pessoas querem forçar uma barra para dizer que o Irã agora, né, já foi o Hamas, agora é o Irã,
03:37que é um coitadinho, que está sendo massacrado por Israel, que Israel é o malvadão, que sai por aí matando todo mundo.
03:46Mas essas pessoas só falam isso porque, para justificarem a sua posição de esquerdistas,
03:55eles precisam atacar Israel, seja com o argumento que tiverem.
04:00E é uma coisa importante deixar claro também, Caniato.
04:03Essas nossas manifestações, essas nossas análises sobre o que está acontecendo no Irã,
04:10sobre a posição de Israel, em nenhum momento e de nenhuma forma,
04:16quer dizer algum tipo de crítica à população árabe.
04:21Por quem eu tenho o maior respeito?
04:24O Brasil conta com uma colônia já muito antiga, muito respeitada,
04:29que deu contribuições muito importantes para o desenvolvimento do país,
04:36comunidade libanesa, comunidade armênia, comunidade síria.
04:41Então, não há que se falar que há algum tipo de preconceito contra ou discriminação contra
04:49ou crítica contra a comunidade árabe, quando fazemos análise do que está acontecendo ali.
04:55é a vida real de uma região que, na minha opinião,
05:01será uma parte fundamental do futuro do planeta,
05:05tendo em vista a sua expansão populacional
05:10e também todos os movimentos que estão sendo feitos,
05:15tanto na Arábia Saudita, quanto nos Emirados Árabes,
05:18quanto no Catar, o Bahrein, que tem uma tradição já de convivência
05:23com representantes ocidentais de forma muito pacífica
05:28e é uma região que vem se fortalecendo, se enriquecendo
05:33a partir dessa abertura bastante controlada e equilibrada.
05:37Mas ali, a Ásia, liderada pela China, são as regiões do mundo
05:45onde a gente está vendo crescimento populacional,
05:49preparação da juventude para um mundo em transformação,
05:56preservação de valores como a família
06:00e que estão cientes de que há ali, sim,
06:06países que rezam uma cartilha diferente
06:09e que usam da força autoritária
06:14para impor medo e morte à sua população.
06:19E não há uma compactuação com esse tipo de violência hoje
06:22entre os próprios países árabes em relação ao Irã, ao Iêmen
06:27e esses grupos terroristas que causam muita instabilidade na região.
