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O CEO da C5I, Maurício Pontes, analisou as possíveis repercussões do acidente com o avião da Air India. Ele falou sobre falha nas turbinas, impacto para a Boeing e a GE, e os desafios da investigação.

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Transcrição
00:00A gente vai continuar falando sobre esse terrível acidente, agora olhando para as possíveis repercussões da tragédia,
00:07inclusive, claro, para a fabricante do avião da Air India, a Boeing.
00:11Para isso, eu vou conversar com o Maurício Pontes, que é CEO da C5i Consultoria de Gestão de Crises.
00:18Boa noite para você, Maurício. Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:22Bom, Maurício, eu sei que, claro, é tudo muito especulação.
00:25A gente tem que esperar muito para saber, ao certo, as causas do acidente.
00:30Mas é impossível não te perguntar.
00:31E diante dessas imagens que a gente já tem disponíveis até agora,
00:35tem como estimar a provável causa ou as possíveis causas do acidente?
00:42Boa noite, Cris.
00:46Apesar das circunstâncias, né?
00:48Na verdade, como investigador de acidentes aeronáuticos,
00:54eu fico tentado a imaginar qualquer possibilidade,
00:59mas é muito prematuro seguir qualquer linha de investigação nesse momento.
01:05Aliás, eu queria começar expressando o meu pesar e a minha solidariedade aos familiares
01:13e a todos que foram atingidos.
01:16Sem dúvida nenhuma.
01:17Todos nós aqui também expressamos.
01:19A hipótese de falha nas turbinas faz algum sentido?
01:24Lembrando que o 787 usa motores da General Electric e da Rolls-Royce.
01:29No caso do acidente que caiu, até onde se sabe, até onde a gente apurou,
01:34os motores seriam exclusivamente General Electric.
01:37E pode haver alguma implicação para essas empresas na sua visão?
01:40Na verdade, Cristiane, sempre há um efeito reflexo.
01:47De fato, as informações indicam que eram motores da GE
01:52e sempre que acontece o acidente, o mercado repercute negativamente.
01:58Eu concordo plenamente com o que o Jeffrey falou em toda a declaração dele,
02:07de que realmente é desnecessário lembrar a Boeing sobre as questões de segurança,
02:14mas a questão é que a gente está diante de uma típica e gigantesca crise de credibilidade
02:22muito persistente.
02:24E as consequências, tanto para a Boeing quanto para os seus parceiros,
02:30a despeito do que você mencionou,
02:33de que não dá para dizer o que aconteceu exatamente,
02:38não dá para associar o fabricante ao acidente,
02:42a gente pode esperar uma maré de más notícias para a Boeing,
02:49porque ela já vem enfrentando um ano muito difícil.
02:54Quando você fala de crise de credibilidade, você está se referindo justamente a Boeing.
03:00Exatamente.
03:02Na verdade, isso tudo remete a um período muito complicado
03:09em que eles tiveram dois acidentes com o 737 Max em menos de cinco meses.
03:16A maneira como a crise foi gerenciada na época foi bastante incipiente
03:23e isso trouxe uma onda de prejuízos,
03:32porque toda a frota teve que ser, como nós dizemos, groundiada,
03:36ou seja, os 737 Max do mundo inteiro ficaram sem voar durante dois anos.
03:41Você imagina o prejuízo para as empresas.
03:44E muitas outras coisas aconteceram,
03:48tanto na área de aviação, quanto na área de defesa e até na área espacial.
03:54Afinal de contas, a gente viu o drama da Starliner,
03:58da nave que a Boeing produz e que apresentou defeitos no voo de testes.
04:07O grande desafio do Kelly Orkman, e é um desafio gigantesco,
04:13é reverter o que já estava acontecendo.
04:17Ou seja, ele falou, quando assumiu o lugar do David Callum,
04:24que era o CEO antigo,
04:26que o grande investimento da Boeing seria na cultura,
04:30seria recuperar a cultura e a credibilidade.
04:34E esse acidente, certamente, não vai contribuir em nada,
04:40a menos que eles tenham realmente um engajamento muito forte
04:46nas questões relacionadas à transparência,
04:49porque o próprio Congresso americano está fazendo um escrutínio muito grande
04:55na empresa, os reguladores,
04:58e isso atrasa entregas, isso provoca desconfiança.
05:02Então, no mínimo, essas questões devem ser colocadas em pauta.
05:09Maurício, quais são os fatores prioritários que devem ser considerados
05:13numa investigação com um acidente aéreo?
05:16Primeiro, a precisão.
05:22Nós vivemos um grande paradoxo na questão da investigação,
05:26porque o único objetivo da investigação é evitar que outro acidente aconteça
05:31pelos mesmos motivos.
05:33Então, nós queremos fazer isso o mais rápido possível.
05:35Mas, para que isso realmente seja efetivo,
05:40é necessário que seja feito de forma muito cautelosa, muito prudente,
05:45e isso normalmente leva as investigações a durarem até mais de um ano,
05:52até dois anos, enfim, não há um prazo para terminar a investigação.
05:55E é um quebra-cabeça de mil peças, Cristiane, no mínimo.
06:02Nada está fora do escopo nesse momento e nada está dentro ao mesmo tempo.
06:08A gente tem que manter a mente como uma folha de papel em branco,
06:12porque qualquer linha que possa parecer óbvia pode se revelar depois falácia
06:19e prejudicar o resultado da investigação.
06:22Maurício, a gente sabe que o Dreamliner é um avião que tem uma tecnologia avançadíssima,
06:32uma das tecnologias mais avançadas.
06:34Isso pode acabar prejudicando em algum momento?
06:36Quando isso é levado ao extremo, ele pode deixar de ser seguro?
06:42Olha, não associando a esse caso especificamente,
06:46e não dizendo que isso é uma questão que seja chave,
06:53em certa medida, sim.
06:56Normalmente, o excesso de tecnologia pode ser prejudicial em algumas situações de crise.
07:05A dependência tecnológica pode trazer uma complexidade
07:10um pouquinho mais difícil de gerenciar em situações críticas.
07:17Mas a ideia é exatamente o oposto.
07:19É que isso facilite, que isso aumente a segurança,
07:22que isso torne a aeronave mais segura,
07:27diminua a carga de trabalho dos pilotos.
07:30Enfim, o Dreamliner é o estado da arte em tecnologia aeroespacial.
07:36E grandes investimentos foram feitos em sistemas justamente voltados
07:42para prevenir ocorrências que antes não eram tratadas dessa forma.
07:49Mas nós normalmente consideramos que em situações normais,
07:55a tecnologia é um grande avanço, é um grande instrumento de segurança,
08:03mas quando se estabelece algo muito crítico,
08:08a complexidade pode, sim, ser um problema.
08:12Eu vou dar um exemplo prosaico.
08:15Era muito mais fácil gerenciar os problemas com as timas nos carros
08:21no passado do que atualmente.
08:24Hoje você vai em uma oficina e os mecânicos usam telemetria
08:30para descobrir um defeito.
08:33Antes era muito fácil, qualquer pessoa mexia no carburador.
08:38Sem dúvida, fica muito clara aí a sua explicação.
08:40Maurício, muito obrigada.
08:42Boa noite para você.
08:43Uma boa noite, Cristiane.
08:45Até a próxima.
08:45Tchau, tchau.
08:47Tchau, tchau.
08:50Tchau, tchau.
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