Em depoimento ao STF, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou que não se lembrava de ter recebido ou tratado da chamada “minuta golpista”, considerada um rascunho de plano para impedir a posse de Lula. Segundo ele, o documento foi uma surpresa e nunca foi discutido ou utilizado por sua equipe. “Eu realmente nem me lembrava dessa minuta. Me lembrei quando foi apreendida pela Polícia Federal. Foi uma surpresa”, disse Torres. “Eu nunca tratei disso com ninguém. Isso chegou até o meu gabinete no Ministério da Justiça, organizado pela minha assessoria, dentro de um envelope; chegou até minha casa, mas eu nunca discuti esse assunto, nunca trouxe isso à tona. Foi uma fatalidade que aconteceu. Era para ter sido destruída há muito tempo; eu nunca trabalhei isso”, completou. O ex-ministro ainda chamou a minuta de golpe de “minuta do Google”.
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NotíciasTranscrição
00:00Um último assunto importante, o senhor participou de alguma reunião com o presidente da república
00:10onde o senhor teria dado aconselhamento jurídico, respostas jurídicas sobre a decretação de um estado de exceção após as eleições de 2022?
00:23Jamais, ministro. O presidente da república, eu acredito que ele me nomeou como ministro da justiça e segurança pública
00:29com base na nossa expertise em segurança pública.
00:32É um grande problema que o país vive hoje e que vivia também e a gente atuou muito.
00:37Eu sempre brinco que nós transformamos o ministério numa máquina de segurança pública, numa máquina de combate ao crime organizado.
00:43E foi nesse sentido. Acessoramento jurídico o presidente tinha via SAGE e via Advocacia Geral da União.
00:50Eu nunca prestei assessoramento jurídico ao presidente, nem em relação a esses temas que o senhor me perguntou, nem em relação a outros temas.
00:56Eu não fazia assessoramento jurídico do presidente da república.
01:00O senhor nunca participou de uma reunião com o presidente onde esse assunto foi tratado?
01:05Nem com o presidente. Com todo respeito, eu já adianto um pouquinho.
01:09Eu vi nos autos aí que me disseram que eu participei em reunião com os comandantes.
01:12Eu nunca participei em reunião com os comandantes de força para tratar desse tipo de assunto.
01:17E nem em nenhum outro tipo de assunto é com eles.
01:28Por que então, doutor Anderson, a minuta do golpe foi encontrada na sua casa?
01:35A verdade, ministro, não é a minuta do golpe.
01:40Eu brinco que é a minuta do Google, porque está no Google até hoje.
01:43Esse documento, ministro, foi entregue no meu gabinete, no Ministério da Justiça.
01:49Eu levava diariamente duas pastas para a minha residência, uma delas contendo a agenda do dia seguinte,
01:55eventuais minutas de discurso, coisas nesse sentido, e outra com documentos gerais que vinham no Ministério.
02:02Eu realmente nem me lembrava dessa minuta.
02:04Fui ver isso quando foi apreendido pela Polícia Federal.
02:08Foi uma surpresa.
02:09Foi um documento que eu tirei do envelope.
02:11Naquela época, o senhor teve a...
02:13Não sei se estava acompanhando, mas isso era voz corrente na espanada dos ministérios.
02:17Estava difícil trabalhar, inclusive.
02:19A gente recebia minutas, ideias e uma série de coisas pelo WhatsApp, papel.
02:24Eu vi na imprensa que duas autoridades disseram que receberam.
02:28Uma das autoridades disse que se recebeu três minutas como essa.
02:31E isso foi parar no meu escaninho ali, no meu...
02:35Eu levava pastinhas como essa aqui para casa todos os dias, essas pastinhas simples.
02:40Eu não carregava pasta.
02:41E isso foi dentro de uma dessas pastinhas, ministro.
02:43E na minha casa foi colocado para ser descartado.
02:46Eu nunca tratei isso com o Presidente da República.
02:48Eu nunca tratei isso com ninguém.
02:50Isso veio até o meu gabinete no Ministério da Justiça.
02:53Foi organizado pela minha assessoria.
02:55Isso veio num envelope dentro.
02:57Foi parar na minha casa.
02:58Mas eu nunca discuti esse assunto.
03:01Eu nunca trouxe isso à tona.
03:02Isso foi uma fatalidade que aconteceu.
03:06Porque era para ter sido destruída há muito tempo.
03:08Eu nunca trabalhei isso.
03:10O documento era muito mal escrito.
03:11Cheio de erros de português, de concordâncias.
03:14Enfim, até o nome do tribunal que estava escrito lá estava escrito errado.
03:18Então, não é da minha lavra.
03:20Não sei quem fez.
03:21Estamos de volta para todos vocês.
03:22Nos ouvindo pela rede Jovem Pan de Rádio.
03:24Seguimos ouvindo o Anderson Torres.
03:26Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Defesa do DF.
03:28Interagindo com o ministro e o relator Alexandre de Moraes.
03:31Vamos ouvir.
03:32Obrigado, ministro Alexandre.
03:37Eu tenho uma pergunta aqui em relação a esse protocolo.
03:42Quer dizer, tem prova nos autos que o senhor comprou a passagem antes.
03:46Dia 21 tem prova nos autos.
03:47Dia 21 de novembro, ministro.
03:49Dia 21 de novembro.
03:51E aí o senhor deixou o protocolo pronto.
03:53Pronto?
03:55Para que fosse executado.
03:56Quem deveria cumprir esse protocolo?
04:00No protocolo, o protocolo foi assinado por várias agências.
04:04Várias agências.
04:04Cada um com as suas obrigações.
04:06O próprio Supremo assinou o protocolo.
04:07Assinou assim a reunião do protocolo.
04:10Então, por exemplo, o Supremo ficou responsável de colocar os gradis aqui em volta.
04:14O Congresso Nacional de colocar os gradis mais à frente com a polícia e tal.
04:18Então, cada um tinha a sua obrigação.
04:20Agora, o coração do protocolo, a grande obrigação, as grandes obrigações ali do protocolo eram da Polícia Militar do Distrito Federal.
04:29Aí eles cabiam fazer a segurança, cabe fazer a segurança da Esplanada.
04:33Eles têm toda uma expertise disso.
04:35Eles fazem isso há 65 anos, desde que Brasília é Brasília.
04:38Então, essa expertise e a grande maioria das obrigações ali cabia à Polícia Militar do Distrito Federal.
04:44Qual era a sua posição nesse dia, o 8 de janeiro?
04:47Como assim minha posição, ministro?
04:49Ah, sua função.
04:50Eu era o secretário de Segurança Pública e estava de férias.
04:53Mas ainda era o secretário de Segurança Pública?
04:54Eu ainda era o secretário de Segurança Pública.
04:56Satisfério.
04:58Agradeço ao ministro Fux.
04:59Passo a palavra ao Procurador-Geral da República.
05:01Sem perguntas, senhor ministro.
05:05Agradeço, iniciando a nossa sequência, a palavra ao doutor César Pittencourt, advogado do réu de Latoura.
05:12Sem perguntas, senhora.
05:14A palavra ao doutor Elmar Novak.
05:18Muito obrigado, senhor ministro.
05:20Eu vou seguir mais ou menos a ordem aqui, que o senhor veio perguntar, só para deixar alguns esclarecimentos.
05:27Lógico.
05:28Eu gostaria que o réu respondesse se ele fez comentários adicionais durante a sua live,
05:38além da leitura do relatório que foi encaminhado pelos peritos oficiais ao TSE.
05:43Por favor.
05:45Negativo.
05:45Eu participei, como eu disse, dos quatro minutos finais da live.
05:49Entrei ali, me apresentei e fiz os comentários e o presidente encerrou a live.
05:54Inclusive, quando eu entro na live, ele até brinca, Anderson, você tem um minuto, que eu quero encerrar, você tem um minuto.
05:59E foi isso que aconteceu.
06:01Eu quero só ler aqui um trecho da denúncia, senhor ministro, que diz o seguinte.
06:06Ouvido pela Polícia Federal, em 26 de 8 de 2021, Anderson Gustavo Torres confirmou a participação na live realizada pelo ex-presidente e admitiu que mentira na transmissão.
06:20Isso, o senhor confirma?
06:25O senhor pode repetir?
06:26Eu também não entendi bem.
06:28É porque ele diz o seguinte no trecho.
06:30Confirmou a participação na live e admitiu, então, que mentira na transmissão, reconhecendo que não foi possível depender do material que teve acesso à existência de fraude ou manipulação de voto.
06:40Eu não tratei de fraude nem de manipulação de voto.
06:44Eu não admiti que menti em momento algum.
06:47O que nós fizemos ali foi ler sugestões de melhoria para as urnas eletrônicas brasileiras feitas pelos peritos criminais federais da Polícia Federal.
06:54Eu não falei em fraude.
06:55Pois não.
06:56Bom, vamos lá.
06:58Na reunião que teve com a PRF, em algum momento houve o direcionamento do policiamento ou de operações?
07:08Jamais.
07:08Opa, desculpe.
07:09Por favor.
07:09Jamais.
07:11Ali a orientação foi combate aos crimes eleitorais, independente de bandeira, independente de cor, independente de local, que fosse feita as operações no Brasil inteiro visando o combate aos crimes eleitorais.
07:22E nós tivemos a eleição, uma das mais seguras da história.
07:25Em relação à eleição anterior, tivemos 24% a menos de procedimentos de polícia judiciária instaurados na eleição de 2022.
07:33Isso quer dizer, isso mostra o resultado da prevenção, que a gente não trabalha só com repressão a crimes eleitorais.
07:38A gente trabalha na prevenção a crimes eleitorais.
07:40E isso funcionou muito bem na eleição de 2022.
07:44Senhor ministro, eu gostaria também de saber, do réu, se o Ministério da Justiça costumava intervir nas operações da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
07:55E se especificamente no planejamento das eleições houve interferência do Ministério da Justiça?
08:02Não houve interferência nenhuma.
08:04O Ministério da Justiça atua como uma parte estratégica, não é uma parte operacional.
08:09As instituições têm toda a liberdade para fazer seus planejamentos e eles são apresentados ao Ministério da Segurança Pública apenas por formar formalidades para compor o processo e para justificar muitas vezes até a descentralização de recursos.
08:22Senhor ministro, eu gostaria de ler aqui mais um trecho da denúncia, que no meu entender houve aqui uma confusão, talvez feita pela PGR, induzida pela Polícia Federal.
08:35Ele traz o seguinte, que a movimentação atípica, é isso na página 82,
08:39A movimentação atípica dos denunciados entre os dois turnos eleitorais também foi percebido pelo aumento dos pedidos de reunião de Marília com Anderson Torres.
08:49O objetivo escuso, segundo a denúncia, dos encontros com Anderson Torres foi explicitado em trocas de mensagem.
08:57E ali ele cita, Fernando de Oliveira deu conta de que o chefe o chamou e combinou um encontro no 13º andar, ao tempo que Marília respondeu que estava muito ansiosa e doida para poder fazer alguma coisa.
09:16Isso não ficou muito claro, porque nós sabemos que o Ministério da Justiça não tem 13 andares.
09:25Então eu gostaria de saber que reunião foi essa, se ele tem conhecimento, e se algum órgão do Ministério da Justiça funciona em algum prédio com mais de 10 andares ou com 13 andares.
09:35Por favor, doutor Anderson.
09:37Eu não tenho conhecimento da reunião, mas a Secretaria de Operações Integradas, depois que nós alugamos aquele prédio novo da Polícia Federal,
09:46ela ficou com um espaço no prédio também, são duas ou três torres que a gente ocupa lá, agora não me lembro.
09:52Foi nós que fizemos essa mudança da Polícia Federal para lá, e a Secretaria de Operações Integradas funcionava lá.
09:59Eu nunca fui, mas lá tem 13 andares e pode funcionar lá.
10:04Então, senhor ministro, só para ficar claro, então, quando diz aqui que o chefe o chamou, isso não se refere, então, ao ex-ministro.
10:13Não foi ele que fez essa convocação?
10:15Não, não fui eu.
10:17E tem mais outro trecho da denúncia aqui, ministro, que chamou a atenção, que fala o seguinte,
10:23isso também na página 82, ao final.
10:25O crescente clima de urgência envolvendo as conversas entre Marília e Clebson Ferreira de Paula Vieira.
10:32Clebson também foi testemunha nesse processo.
10:37Retrata o progresso das ações maliciosas em curso, e ao longo de outubro, isso aqui é muito importante,
10:45ele fala que o analista foi chamado a participar de diversas reuniões e manteve comunicações com outros autodirigentes,
10:54como Anderson Torres, então ministro da Justiça.
10:58Eu gostaria de saber se alguma vez Anderson Torres teve reunião com Clebson, e se alguma vez ele deu alguma ordem direta ao Clebson.
11:09Nunca estive em reunião e não conheço o Clebson Ferreira, eu acho.
11:14O Clebson, esse nunca vi e não conheço, nunca estive em reunião.
11:16Ok.
11:17Então, vamos lá.
11:18Nós falamos há pouco aqui, senhor ministro, sobre a questão da desmobilização dos acampamentos.
11:25Eu gostaria de saber como foi a iniciativa para convocar essa reunião, e quem participou da reunião, só para que isso fique bem claro.
11:36A iniciativa foi minha, eu pedi a reunião, eu tenho aqui até, rapidamente aqui, achar, no dia que ela mandou isso aqui para nós,
11:47meu chefe de gabinete, falando com a Ana Paula Marra.
11:51Boa noite, doutora. Como vai? Ela, tudo bem, e você?
11:53Ele fala, tudo bem, graças a Deus.
11:55Doutor Anderson pediu para convidar a senhora para uma reunião urgente,
11:59sobre a desmobilização do pessoal do acampamento na área do QG do Exército.
12:02O general Dutra, comandante militar do Planalto, vem, e é importante a presença da senhora.
12:07Se possível, amanhã às 10 horas aqui na Secretaria.
12:10Ela diz, estarei aí, muito obrigada.
12:13Então, assim, a iniciativa foi minha, eu pedi para chamar as pessoas, para a gente tratar da desmobilização.
12:20Eu disse, eu esperava que isso tivesse sido feito no primeiro dia do governo do presidente Lula.
12:25Não fez, passou a semana, não fez, quando chegou no final da semana, aquela situação me incomodando,
12:30eu chamei a reunião para que a gente montasse a operação e tirasse isso de lá o mais rápido possível.
12:37Bom, senhor ministro, só que ele poderia explicar, quando soube das invasões aos prédios públicos,
12:45o acusado se manifestou publicamente sobre isso?
12:50Manifestei sim, ministro Alexandre.
12:53Peço só um minutinho para o senhor, que eu acho que até eu trouxe aqui.
13:02No dia 8 do 1, às 15h26, eu coloquei cenas lamentáveis agora na esplanada dos ministérios.
13:11Determinei ao setor de operações da Secretaria do Distrito Federal,
13:13Segurança Pública do Distrito Federal, providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília.
13:18Só um segundo, senhor ministro, se ele puder repetir o horário e a data das publicações e fazer a leitura, seria importante?
13:26Isso foi imediatamente, quando eu estava lá nos Estados Unidos, foi no dia 8 do 1, às 15h26.
13:31Aí, às 16h23, eu coloquei criminosos não sairão impunes.
13:36E às 16h25, eu coloquei inconcebível a desordem e inaceitável desrespeito às instituições.
13:43Determinei que todo o efetivo da PM e da Polícia Civil atue firmemente para que se restabeleça a ordem com a máxima urgência.
13:51Vandalismo e depredação serão combatidos com os figores da lei.
13:54Eu coloquei... foram publicações minhas no antigo Twitter.
14:00Enquanto isso estava acontecendo aqui, eu não tinha mais o que fazer, eu estava do outro lado do mundo.
14:04Eu realmente só podia me manifestar desse jeito aqui, em relação a isso, doutor.
14:08Bom, só agora, pegando um gancho um pouco aqui, senhor ministro, na pergunta que foi feita pelo senhor ministro Fux, com tua propriedade,
14:17eu gostaria só que ele explicasse o seguinte.
14:21No caso da ausência justificada do secretário, fica a céfala a secretaria?
14:29De maneira nenhuma. Nós temos um secretário executivo que assume imediatamente o regimento da secretaria.
14:34Seguimos acompanhando aqui a defesa de Anderson Torres, o próprio lado a lado, ambos interagindo com a primeira turma do STF.
14:43Partimos para um rápido break para todos vocês nos ouvindo pela rede Jovem Pan de Rádio.
14:46O Morning Show volta acompanhando ao vivo o julgamento da suposta trama golpista, já, já.
14:51Só para eu...
14:52Fica tranquilo.
14:55Eu preparei uma papelada aqui, mas eu sempre me enrosco.
14:59Aqui.
14:59No dia...
15:04No dia 7 do 1, sábado, quando eu cheguei nos Estados Unidos, que eu viajei a noite toda,
15:13quando eu cheguei lá, ele mandou.
15:15Bom dia, chefe. Tudo tranquilo?
15:18Aí eu respondi para ele.
15:19Não sei por quê, porque eu não estava no contexto.
15:21Eu respondi sobre o pessoal do acampamento.
15:23Aí ele me responde.
15:24Ok.
15:25Aí eu coloco.
15:25Tranquilo.
15:26Ele falou.
15:26Estamos monitorando desde ontem com o CIOB, que é o Centro Integrado de Operações de Brasília.
15:31As primeiras providências já foram tomadas por precaução, baseadas na inteligência.
15:35Fechamos parte da esplanada.
15:37Aí eu coloco.
15:38Ok.
15:38Atualize o governador.
15:41Aí, tá.
15:42Aí no dia 7 à noite, ele manda.
15:43Boa noite, chefe.
15:44Desculpe perturbar o senhor em viagem.
15:46Só para dar o último informe.
15:48Eu combinei com o governador de passar informações quatro vezes ao dia para ele.
15:52Manhã, hora do almoço, final da tarde e final da noite.
15:55Então, falei com ele agora.
15:57E no final da noite, vou mandar um áudio.
15:59Na síntese do que está acontecendo, mas até agora está tudo controlado.
16:03Isso na noite do dia 7.
16:07Só para deixar o senhor informado.
16:09Abraço.
16:10Isso foi mensagem do meu secretário executivo falando comigo.
16:15A secretaria, em momento algum, fica acéfala.
16:18E, enfim, todas as providências aí para o dia 8, o protocolo de ação integrada,
16:22tudo ficou assinado, ficou tudo certinho.
16:26Bom, eu pergunto também, senhor ministro, se ele deixou o secretário que estava respondendo
16:31pela secretaria em contato com o governador.
16:33Perfeitamente.
16:34Ele ficou com contato, mandou várias mensagens de áudio para o governador.
16:38O governador até, eu não sabia disso, claro, foi uma relação entre ele e o governador,
16:42mas o governador juntou isso aos áudios, quando estava nos autos, e eu tive acesso aos áudios.
16:47Ele realmente tranquilizando o governador.
16:49Como eu disse, ministro, eu vejo uma falha grave na execução do protocolo de ação integradas.
16:57Entendeu?
16:57Eu acho que a secretaria fez o trabalho dela, como sempre faz em qualquer evento de Brasília.
17:02Hoje, se tiver um evento em Brasília, uma hora dessa lá, estão fazendo um PAI.
17:06A subsecretária que fez o PAI em depoimento aqui nesse processo, ela disse que já fez mais de 600.
17:12É uma coronel da PM, ela já fez mais de 600, então, se eu percebo que é uma pessoa experiente,
17:17é uma pessoa que lida com isso a vida toda, e então ficou tudo a contento aqui no Distrito Federal.
17:25Nada ficou acéfalo.
17:27Senhor ministro, ele falou rapidamente sobre a questão do PAI, que estabelecia atribuições para as instituições.
17:34Eu gostaria só de entender se a PM tem subordinação direta com a Secretaria de Segurança aqui no DF.
17:42Ministro Alexandre...
17:43Doutor...
17:44Isso é importante, ministro.
17:46Doutor, não provoca.
17:48Ministro Alexandre, eu vou até pegar aqui, senão eu vou apanhar.
17:51Peraí, minutinho.
17:52Leia.
17:53Minutinho, eu vou ler aqui.
17:56Isso é uma questão, ministro, muito complexa.
18:03Essa é uma questão muito complexa aqui no Distrito Federal, e se o senhor me perguntar já de antemão se eu concordo,
18:08eu não concordo.
18:09Mas não me cabe concordar.
18:11E o senhor fez muito bem a intervenção, porque em São Paulo, ministro, em São Paulo,
18:18a Lei 616 de 1974, ela dispõe que a Organização Básica da Polícia Militar estabelece expressamente
18:26que a Polícia Militar subordina-se hierárquica, administrativa e funcionalmente ao Secretário de Segurança.
18:31Isso em São Paulo.
18:32Agora, aqui no Distrito Federal, ministro, em 1977, veio a Lei Orgânica da Polícia Militar do Distrito Federal,
18:39e ela trazia essa subordinação ao Secretário de Segurança.
18:42Mas em 1986, isso foi revogado.
18:46E ficou apenas a vinculação ao Secretário de Segurança.
18:48Mas pior do que isso, na minha opinião, e aí é minha opinião, é que em 2009, veio a Lei 12086, e acabou inclusive com a vinculação.
18:58A Polícia Militar hoje, ela é subordinada diretamente ao governador do Distrito Federal.
19:02Então, a Secretaria de Segurança Pública aqui do Distrito Federal, quando a gente fala que ela faz a integração das forças de segurança,
19:07é o que restou para a Secretaria de Segurança Pública.
19:08Para todos vocês, nos ouvindo pela rede Jovem Pan de Rádio, seguimos ouvindo aqui, ao vivo, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres,
19:14no segundo dia de interrogatório, de depoimento, diante da primeira turma do STF.
19:18Vamos seguir acompanhando.
19:19O governador do Distrito Federal.
19:23Bom, eu tenho mais duas questões e muito rápido...
19:26No interrogatório, o juiz não pode contraditar o réu.
19:30A sorte do senhor, doutor.
19:32Obrigado, ministro.
19:33Vamos lá.
19:34Bom, eu gostaria só de falar, senhor ministro, sobre a transição.
19:40Eu gostaria de saber como foi a transição do Ministério da Justiça,
19:44se Anderson Torres recebeu ordem para fazer a transição e por que, então, ele deu início e quando a transição do MJ.
19:51Se é que deu, se houve isso.
19:55Pode.
19:56Senhor ministro, após a eleição, após o segundo turno da eleição,
19:59eu acho que já no dia seguinte à eleição eu fui ao Palácio da Alvarada me solidarizar com o presidente
20:04pela perda da eleição e informei a ele que iria dar início à transição de governo.
20:11Ele autorizou fazer e assim eu fiz.
20:13Comecei a preparar todo o material, pedi para todos os secretários nacionais prepararem seus materiais das secretarias.
20:19Se eu não me engano, logo que o ministro Flávio Dino foi indicado para ser o ministro da Justiça,
20:24não sei se no primeiro ou no segundo dia, eu o recebi no Ministério da Justiça,
20:28com todos os meus secretários alinhados aqui, com pastinha na mão.
20:32Ele trouxe uma equipe, sentou do lado, ele sentou ao meu lado, a equipe sentou de frente para a minha equipe
20:36e eu coloquei todas as secretarias à disposição do ministro Flávio Dino.
20:40Daí em diante, a transição começou, eles conversando diretamente as áreas técnicas ali
20:45e eu acho, eu acredito, porque na sequência eu fui a Araraquara inaugurar uma delegacia da Polícia Federal,
20:52São José do Rio Preto, e escutei uma entrevista do ministro Flávio Dino, na hora do Brasil,
20:58em alguma coisa assim, ele falando que já havia encerrado os trabalhos de transição.
21:02Então, o nosso ministério foi um dos primeiros, se não o primeiro, a começar e terminar a transição de governo.
21:08Eu gostaria de saber se ele recebeu uma ordem de alguém para dar início a essa transição,
21:14ou foi iniciativa própria?
21:16Nós, eu comuniquei, claro, não faria isso sem comunicar ao Presidente da República,
21:21eu comuniquei ao Presidente da República, ele autorizou e eu dei início à transição.
21:26E para finalizar, senhor ministro, eu gostaria só que ele explicasse rapidamente
21:30que ele disse aqui, no momento em que foi questionado por vossa excelência,
21:34é que a perda do telefone dele foi muito ruim para a defesa.
21:39Eu gostaria que ele explicasse isso, explicasse também uma mensagem que ele colocou,
21:43não deixe entrar no Supremo, porque essa mensagem na época foi muito questionada,
21:47eu gostaria que ele explicasse essas duas situações.
21:51Por que a perda do telefone foi ruim para a defesa dele,
21:54e o que ele quis dizer com essa mensagem, não deixe entrar no Supremo.
21:58É, eu fui acusado ali durante muito tempo, ministro, desculpe.
22:04Por favor.
22:04Eu fui acusado ali no início, foi, volta a dizer, foram os piores dias da minha vida,
22:11como se eu fosse o grande arquiteto de tudo o que tinha acontecido,
22:16pelo fato de ter trabalhado com o Presidente Bolsonaro e estar na secretaria.
22:19Então, o meu celular, as minhas mensagens, a clareza com que eu trato as questões,
22:25o profissionalismo, como eu sempre tratei, o meu trabalho e as coisas,
22:28isso ajudaria muito.
22:31Tanto é que, volto a dizer, que todos os celulares que foram periciados,
22:35que tinham mensagens comigo, que tratavam comigo sobre os assuntos,
22:39o senhor perceba que eu sempre trato de forma profissional,
22:41eu sempre coloco a coisa como ela tem que ser.
22:44Eu não fico dourando a pílula, eu trabalho, eu sou muito sério em relação ao meu trabalho.
22:49E em relação à mensagem que eu mandei, naquele momento de desespero ali,
22:54para o doutor Fernando, foi porque as cenas que eu recebi,
22:57e aí eu comecei a receber cenas num grupo de WhatsApp, ali de inteligência,
23:02eles iam mandando recortes do que estava acontecendo aqui,
23:04porque eu não conseguia ver online o que estava acontecendo aqui,
23:06eu não conseguia acessar a televisão, eu estava na rua com as minhas filhas lá nos Estados Unidos,
23:10eu recebi uma imagem, onde eu via a rampa do Congresso ali, tomada de gente,
23:15e o Palácio do Planalto já invadido.
23:18E aí o Supremo não estava invadido.
23:23E aí eu mandei a mensagem, não deixe chegar o Supremo,
23:25já que o estrago já está feito nesses dois órgãos,
23:27por favor, não deixe chegar o Supremo.
23:30Ressalto, ministro, uma observação,
23:33enfim, eu fiz no depoimento da Polícia Federal,
23:35vou fazer aqui também,
23:36me chama muita atenção também a facilidade com que os manifestantes invadiram o Palácio do Planalto,
23:41um dos locais mais seguros que eu conheço é o Palácio do Planalto,
23:45me chamou a atenção a forma rápida com que invadiram aquilo lá e começaram a fazer aquela quebradeira.
23:51Várias vezes a gente frequentou o Palácio do Planalto,
23:53o senhor frequentou o Palácio do Planalto,
23:55a gente sabe que ali embaixo tem um batalhão que fica ali direto,
23:58o pessoal ali, sempre que a gente chegava,
24:00que a entrada principal estava bloqueada,
24:03a gente entrava pela outra entrada,
24:04a gente passava pelos militares ali,
24:06todos prontos,
24:07me chama muita atenção a facilidade com que o Palácio do Planalto foi invadido,
24:11o Congresso e o Supremo,
24:13a gente sabe que não tem essa mesma segurança,
24:15essa forma de combater isso ali imediatamente,
24:19me chamou muita atenção isso,
24:21mas a mensagem foi mandada nesse sentido,
24:23o Supremo ainda estava preservado naquele momento que eu mandei a mensagem, ministro.