Louise Maiana, de Washington, acompanhou o segundo dia de negociações entre EUA e China em Londres (ING). Em pauta, o acesso a terras raras e a frágil trégua comercial. Trump se disse otimista, mas evitou sinalizações claras. Mariana Almeida analisou os interesses estratégicos por trás das falas vagas do presidente.
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00:00Representantes de alto escalão dos Estados Unidos e da China estão em Londres para o segundo dia de mais uma rodada de negociações comerciais.
00:08Em pauta, a frágil trégua entre as duas potências econômicas, válida por apenas 90 dias e com data para acabar em agosto.
00:17Quem traz os detalhes direto de Washington é a nossa correspondente, Luiz Maiana.
00:21Pois é, do lado dos Estados Unidos a gente contou com a participação de três representantes, o secretário de Tesouro Scott Bessent, além dele o secretário de Comércio Howard Ludmick e também o representante comercial Jameson Greer.
00:38Do lado da China a gente contou com a participação do vice-primeiro-ministro Hilly Feng e também membros dos ministérios da indústria e do comércio.
00:47A missão da vez foi justamente resgatar o primeiro acordo, a primeira negociação que foi estabelecida lá em Genebra no mês de maio.
00:58Isso porque nessa ocasião algumas tarifas foram suspensas e houve também uma certa flexibilização a respeito da liberação de exportação de terras raras da China.
01:10Minerais raros que são essenciais para a produção de semicondutores, baterias, armas tecnológicas, até mesmo equipamentos médicos.
01:19O que acontece é que alguns analistas e também negociadores americanos, eles alegam um problema.
01:25Olha, a China precisa seguir os pontos que foram estabelecidos aí nesse acordo.
01:30Inclusive o Kevin Hassett, que é um dos principais conselheiros econômicos de Trump, ele chegou a dizer justamente isso,
01:39que o objetivo dessa reunião de agora é fazer com que a China não se esqueça desses pontos.
01:45Inclusive o conselheiro disse que tem a expectativa de ver literalmente um aperto de mãos como símbolo de uma negociação firmada
01:55e também de forma definitiva essa expectativa de todos, da economia global e sobretudo do mercado financeiro.
02:02O próprio presidente Donald Trump também comentou essas negociações, ele se disse otimista,
02:08disse que tem recebido boas notícias de Londres e inclusive reconheceu a necessidade de abrir o mercado como a China.
02:14Nós separamos um trecho da fala do presidente, ele participou de uma mesa redonda ao lado de CEOs de grandes empresas,
02:23de grandes multinacionais que atuam no mercado financeiro e comentou essas negociações a respeito da China.
02:31Vamos acompanhar.
02:32Você recebeu atualizações da sua equipe em Londres sobre as negociações?
02:38Estamos indo bem com a China.
02:40A China não é fácil.
02:42Acho que estamos nos saindo muito bem.
02:45Eles estão lá agora.
02:47Só estou recebendo bons relatórios.
02:49Ainda é um pouco cedo, mas eles ligarão em breve.
02:53Provavelmente, quando eu sair daqui, eu receberei minha primeira ligação deles.
02:59Nós queremos abrir a China.
03:01E se não abrirmos a China, talvez não façamos nada.
03:05Mas queremos abrir a China.
03:07Isso será ótimo para a China e para o resto do mundo.
03:11Você vai suspender os controles de exportação?
03:15Deu aos seus negociadores algum tipo de limite?
03:17Veremos.
03:19A China vem roubando os Estados Unidos há muitos anos.
03:22Ninguém lhes cobrou 10 centavos.
03:24Nenhum presidente teve a coragem de cobrar da China, seja qual for o motivo.
03:28Eles não queriam fazer isso.
03:30Eu recebi centenas de bilhões de dólares.
03:33Apliquei tarifas à China quando assumi o primeiro mandato.
03:36E recebemos centenas de bilhões de dólares.
03:39Fiz isso de novo.
03:40E agora fiz isso para muitos outros.
03:42Se você olhar as estatísticas, o déficit do mês passado foi reduzido pela metade.
03:47Todos ficaram chocados.
03:49Eu não.
03:49Acho que muitas das pessoas nesta mesa não ficaram, porque viram os bilhões de dólares
03:54que estavam entrando.
03:55E as tarifas ainda não tinham começado, praticamente.
03:58Cortamos o déficit pela metade.
04:00E foi uma grande conquista.
04:02Há alguns dias, eles disseram, um dos locutores de um canal de negócios foi à loucura.
04:07E disse, não acredito nesses números.
04:11Esses números são bons.
04:13Os números serão muito bons.
04:14Acho que os próximos quatro anos serão ótimos.
04:17Sabe, tivemos a maior economia da história durante meus quatro anos.
04:21Acho que dessa vez vamos superar isso.
04:24Essa rodada de negociações deve continuar até hoje.
04:28Existe uma expectativa muito positiva em torno disso.
04:32E a gente, com certeza, segue acompanhando todos os detalhes.
04:35Louise Maiana, Jill Washington, para o Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
04:42Agora vamos dar uma olhadinha no site da CNBC para ver o que é destaque.
04:47Negociadores comerciais dos Estados Unidos e da China se reuniram em Londres.
04:51E as negociações devem continuar nesta terça-feira.
04:54Disse uma fonte familiarizada com a situação, a Megan Cazella, da CNBC.
05:00Parece que persuadir a China a relaxar suas restrições à exportação de terras raras
05:05está no topo da agenda dos Estados Unidos,
05:08de acordo com uma entrevista da CNBC com o diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos,
05:15Kevin Hassett.
05:16Se as ações da China no final da semana passada,
05:19quando aparentemente deu concessões às montadoras ocidentais em relação a esses minerais,
05:25forem alguma indicação, Pequim pode estar disposta a atender ao pedido.
05:31Eu já estou aqui com a Mariana Almeida, que chega no nosso Agora.
05:35Oi, Maria Almeida, muito bom dia para você.
05:37Tudo bem nesta terça-feira?
05:38Tudo bem, Eric Klein.
05:39Bom dia para você e para todo mundo que nos acompanha aqui no Agora.
05:42Maria, a gente estava olhando, acompanhando o Donald Trump e falando,
05:46e é incrível como não há uma sinalização, né?
05:49É muito superficial.
05:51É um...
05:52Ah, os relatórios são bons, a gente quer abrir a China,
05:54mas não tem uma sinalização concreta de que o acordo está avançando, já tem números.
06:01Exato.
06:01E para onde se quer que vá o acordo, né?
06:04Porque quando a gente fala, inclusive, em negociações internacionais,
06:07em todo o debate mais da geopolítica também,
06:09a gente tem conhecimento de quais são as intenções de ambos os lados, né?
06:13Quando a gente vai discutir, por exemplo, a questão de Rússia e Ucrânia,
06:15você sabe o que a Rússia quer, você sabe o que a Ucrânia quer,
06:18a dificuldade se chegar num acordo, mas as cartas estão na mesa.
06:21Aqui fica um pouco mais turvo, né?
06:24Parece uma fumaça aí, separando o debate sobre a possível negociação.
06:30E assim, o que realmente você quer?
06:31Inclusive, porque parte importante...
06:33De onde começa o debate?
06:34Com a redução do déficit, que faz com que a China exporte muito mais para os Estados Unidos
06:40do que os Estados Unidos exporta para a China.
06:41Então, para os Estados Unidos, ele tem um déficit do ponto de vista da balança comercial.
06:46E aí, isso é o que o Trump disse, que a China estava roubando os Estados Unidos.
06:49Na prática, os Estados Unidos estão comprando muito da China.
06:52Só que um dos pontos principais em relação a essa negociação
06:55não parece ser exatamente as tarifas que equilibrariam esse processo.
06:59Ao contrário, é, na verdade, uma busca dos Estados Unidos
07:02por um acesso a uma exportação, sim, da China,
07:05só que das terras raras,
07:06que são esses minerais que são muito estratégicos para o processo agora
07:12de avanço do ponto de vista da criação de baterias,
07:15da fortalecimento de toda a indústria baseada nos carros elétricos.
07:19E que a China tem uma capacidade de exploração forte
07:22e que os Estados Unidos têm interesse em poder acessar os minerais que saem de lá.
07:26Veja bem, acessar minerais, ou seja, reforçar exportações da China para os Estados Unidos.
07:31Só que com um olhar estratégico de qual que é a demanda internacional por esse tipo de bens
07:36e a alta concentração desses minerais ali na China na capacidade atual de extração.
07:40Então, de novo, parece que não está claro,
07:43porque o argumento vem todo para a ideia de equilíbrio de balança comercial.
07:46Mas o ponto principal é esse acesso estratégico.
07:49E aí, onde está essa estratégia?
07:50É em relação ao resto do mundo, inclusive?
07:52Qual que é a negociação que efetivamente está sendo feita?
07:55Qual que é o impacto disso no conjunto das cadeias
07:57que estão na fronteira do desenvolvimento industrial hoje?
08:00Que significa as cadeias mais para o campo elétrico, da energia sustentável.
08:04Então, parece que não fecha todo o pacote.
08:07A gente sempre fica com aquela sensação de que tem um capítulo do livro
08:09que a gente não conseguiu ler.
08:11E é aquele capítulo importante que explicava a trama como um todo.
08:14Mas, enfim, vamos esperar mais um dia de negociação hoje.
08:17Quem sabe ao final a gente tenha alguma notícia específica
08:20e alguma fala de Scott Bassett
08:22ou alguma coisa que realmente indique.
08:24Os mercados estão esperando aí para poder saber
08:26se animam ou não animam para novas rodadas aí
08:29do ponto de vista de investimentos internacionais
08:31e se é possível pensar em algum grau de previsibilidade
08:35um pouquinho maior de quais vão ser os parâmetros
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