O coronel Aristheu de Góes Lopes foi afastado do comando do Bope por ordem do governador Cláudio Castro, neste sábado (08). A decisão ocorreu após uma operação da tropa, sob sua gestão, resultar na morte do jovem Herus Guimarães Mendes e deixar feridos durante uma festa na comunidade do Santo Amaro, na Zona Sul do Rio. Deysi Cioccari e Cristiano Vilela opinaram.
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NotíciasTranscrição
00:00Temos aqui a terceira hora do Jornal da Manhã com a movimentação ao vivo da nossa reportagem
00:04porque tivemos mais um episódio que gerou protestos no Rio de Janeiro contra a ação de policiais.
00:09E por ordem direta do governador do Rio, Cláudio Castro, o ex-comandante do BOP, Aristeu de Góes,
00:15foi afastado do cargo após a operação que resultou exatamente nessa morte do jovem Eros Guimarães.
00:22Nós vamos até o Rio de Janeiro, Rodrigo Viga está aqui com a gente, já tem todos os detalhes a respeito desse caso
00:27que mais uma vez chama a atenção. Pois não, Viga, bom dia e bem-vindo.
00:33Tudo bem, Donato? Bom dia pra você, bom dia pra Soraya, pro nosso ouvinte, espectador e internauta da Jovem Pan.
00:39Começamos a semana com chuva, temperatura baixa, padrão carioca, 18 graus e muita tristeza na cidade maravilhosa.
00:47Por quê? Por conta de uma ação trágica, fatal, inexplicável e injustificável de forças especiais da polícia do Rio de Janeiro.
00:56Estamos falando do BOP, uma tropa de elite da PM Fluminense e também do Comando de Operações Especiais, o COI.
01:03Isso aconteceu durante uma incursão na comunidade Santo Amaro, no bairro do Catete, já na sul do Rio de Janeiro, no final de semana.
01:12Ali havia uma confraternização de moradores dessa comunidade.
01:15Estavam participando de uma quadrilha, de uma festa junina, quando de repente, tiros e disparos.
01:20Nós temos aí o som desses tiros impressionantes.
01:23Foram rajadas e mais rajadas de tiros, viu, meu caro Nonato?
01:28Em direção àqueles que estavam ali se confraternizando, estavam se divertindo nessa quadrilha de São João.
01:35Pânico, medo e correria.
01:37Ao todo, seis pessoas acabaram sendo baleadas, sendo alvejadas nessa ação do COI e também do Bob.
01:47Só que uma delas, um trabalhador, vamos chamar assim de um menino, né?
01:52Era os Guimarães, de 24 anos de idade.
01:54Foi atingido, socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
01:58Era office boy, trabalhador.
01:59Deixou uma criança, um filho de apenas dois anos de idade.
02:04Protestos, manifestações, inconformismo nas ruas, avenidas e também nas redes sociais.
02:12A primeira iniciativa tomada pelo governo do estado do Rio de Janeiro foi afastar os doze agentes,
02:18supostamente, né, envolvidos nessa ação criminosa dentro da comunidade de Santa Mária,
02:24no Catete e na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.
02:27As armas foram recolhidas, mas a decisão mais recente, como a gente dizia agora há pouco,
02:32foi o afastamento, a exoneração do comandante do Bob, Aristeu Lopes,
02:38e também do comandante do COI, que é outra tropa especial da Polícia do Rio de Janeiro,
02:42o André Luiz Batista.
02:44Ministério Público, Corregedoria, outros órgãos estão investigando essa verdadeira tragédia.
02:51O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, se manifestou também,
02:55se solidarizando com a família, que está inconsolável.
02:58Afinal de contas, ceifaram a vida de um jovem de 24 anos de idade.
03:03E é preciso explicar, viu, Nonato, por que que atiraram de forma injustificável
03:08a esmo em direção a frequentadores de uma quadrilha de São João,
03:13sem qualquer razão ou sem qualquer motivo.
03:16Isso ainda é uma questão cinzenta sobre esse caso, que as autoridades precisam trazer à tona
03:24os devidos esclarecimentos.
03:26Nonato, tivemos, depois do sepultamento do Eros Guimarães, de 24 anos de idade,
03:32também protestos e manifestações em torno do cemitério de São João Batista,
03:37nos arredores da comunidade de Santo Amaro, e todos por aqui estão muito sensibilizados,
03:42muito tristes, ainda mais quando uma tragédia como essa envolve uma pessoa de bem
03:47e ainda foi protagonizada por tropas de elite da polícia do Rio de Janeiro.
03:54A pergunta que se fazem, as pessoas fazem por aqui é a seguinte,
03:58será que estão preparados?
04:00Vamos ouvir o que disse a mãe da vítima do menino Eros Guimarães, de 24 anos de idade.
04:05O meu filho morreu com o telefone aberto no pagamento de PIX, que foi o que ele estava fazendo,
04:11pagando o lanche para trazer para a gente.
04:15O meu filho põe o meu jovem na barriga, botou a mão e caiu em frente à padaria do campo.
04:23O policial arrastou o meu PIX, gente.
04:25O meu filho estava com a lateral do rosto machucada,
04:28o meu filho estava com o nariz machucado,
04:30e a polícia que devia proteger,
04:34que era para estar lá em cima fazendo operação normal para nos proteger,
04:39tirou a vida do meu filho.
04:43Só isso que eles fizeram e ainda não deixaram a gente socorrer.
04:47Eu sou o partido de justiça do meu filho, gente.
04:50Só isso que eu peço.
04:51Ah, então, o relato, o depoimento emocionado,
04:57da mãe do jovem Eros Guimarães, que era office boy,
05:00trabalhava em uma imobiliária aqui do Rio de Janeiro,
05:02e teve a vida ceifada por uma ação fatal, trágica e equivocada
05:07das forças de segurança do Rio de Janeiro.
05:10Meu caro Nonato, eu vou repetir, vou frisar aqui.
05:13Casos como esse têm que ser muito bem elucidados,
05:15muito bem esclarecidos, porque senão eles ficam esquecidos ao longo da história.
05:21E as famílias, os parentes, os amigos ficam sofrendo também
05:24ao longo de todas as suas vidas.
05:26Então, essas justificativas, essas explicações têm que ser muito bem dadas.
05:30E a preocupação que fica no ar é a seguinte,
05:33se as tropas de elite das forças de segurança do Rio de Janeiro
05:37cometem crimes como esse, cometem equívocos como esse,
05:43cometem deslizes como esse,
05:44imagina o que acontece no dia a dia, longe dos nossos olhos
05:49ou da cobertura da imprensa, meu caro Nonato.
05:53Pois é, Viga, acho que esse é o ponto mesmo.
05:55Muito obrigado, Rodrigo Viga, com informações no Rio de Janeiro.
05:58E eu vou passar a palavra para os nossos comentaristas aqui,
06:01a Deise Chocar e também o Cristiano Vilela,
06:03um depoimento fortíssimo da mãe desse rapaz, desesperada.
06:07E Vilela, é claro que a polícia tem que fazer o seu papel,
06:11que é tentar deter quadrilhas e bandidos, etc.
06:13Mas não precisa ser muito gênio para você imaginar que uma festa como essa,
06:18popular, festa junina, em que você tem uma aglomeração enorme de pessoas,
06:23a chance de dar errado quando você distribui tiros a esmos,
06:28que é algo que ainda vai ser bem investigado certamente,
06:31pode dar errado, né?
06:32Porque você acaba acertando, como foi o caso aí, me parece, de um rapaz inocente.
06:36Exatamente, Nonato.
06:38Por mais que a gente tenha a necessidade de ter uma estrutura policial bem aparelhada,
06:44fazendo um policiamento ostensivo,
06:46entrando muitas vezes em comunidades hostis e tendo que ter ali alguma troca de tiro,
06:51situações que justifiquem o uso de armamento,
06:54é importante separar o joio do trigo e ter claro que a boa técnica policial
06:59determina que em outros contextos não se é aconselhável esse tipo de prática.
07:05E é nesse momento que a gente tem que separar os bons policiais,
07:09que são a maioria das boas pessoas que trabalham,
07:12que arriscam suas vidas no dia a dia,
07:15daqueles profissionais que eventualmente praticam desvios
07:18e praticam atos que são injustificáveis e têm que ser punidos com rigor,
07:23especialmente por se tratar de servidores públicos,
07:25de pessoas que representam o Estado, especialmente dentro de um setor muito sensível
07:30que é a área de segurança pública.
07:32Então é fundamental que haja feito algum tipo de punição muito grave
07:37e que possa se construir instrumentos que venham a atenuar esse tipo de situação.
07:43Que situações como essa que a gente vê e que não é a primeira
07:45e que infelizmente não será a última,
07:48de abusos policiais que acabam vitimando pessoas inocentes,
07:51de que isso diminua fortemente, de que isso deixe de acontecer.
07:55Porque infelizmente a medida inadequada tomada por um grupo pequeno de policiais
08:01acaba maculando uma importante instituição
08:04que tem um papel fundamental nessa crise de segurança pública
08:08que o país vive atualmente.
08:10E a própria sensação, né, Deise, de segurança das pessoas com a corporação como um todo.
08:16Então casos como esse evidenciam o tamanho do desafio,
08:20da dificuldade de conseguir equilibrar o combate ao crime
08:24e a preservação de vidas e a segurança da população.
08:29Olha, Soraya, a gente tem um problema muito complexo aqui,
08:33que é a questão da segurança pública, tá?
08:35O Eros era um trabalhador, não tinha antecedentes criminais,
08:39estava comemorando com a família e o nome dele não pode nem ser apagado
08:45e muito menos instrumentalizado, tá?
08:49Já começa por aí.
08:50Mas a gente também não pode fechar os olhos
08:53para uma negligência que existe com as polícias.
08:58Eu vou trazer um dado aqui que é muito preocupante.
09:00A polícia do Rio de Janeiro, no ano passado,
09:02ela foi responsável por 1.300 mortes diretas ou indiretas
09:06em intervenções policiais.
09:08Mas a gente tem que entender que esses mesmos policiais,
09:11como o Vilela falou, existem os bons e os maus.
09:14A maioria dos policiais são bons.
09:16Muitas vezes esses policiais, eles atendem de operação
09:20a tráfico de drogas a locais onde o Estado está completamente ausente.
09:25O Estado também virou as costas para esses policiais.
09:28Quantas vezes a gente já mostrou aqui na Jovem Pan casos
09:31em que a gente alertou para a necessidade do Estado
09:34trabalhar com a saúde mental dos policiais
09:37para dar mais aparato,
09:39dar aparato tanto material quanto psicológico.
09:42Então, isso é extremamente necessário.
09:44A gente não pode tratar a segurança pública no Brasil
09:47como se ela fosse simplesmente uma questão muito pontual.
09:50Ela é um todo complexo que não é tratado desse jeito.
09:54Reitero aqui, o nome do Eros não deve ser esquecido.
09:57Foi uma tragédia, mas ele não pode ser de forma alguma instrumentalizado.
10:01O Estado tem que entrar agora com apoio a essa família
10:04e rever a forma como ele trata as forças policiais,
10:08que são completamente abandonadas,
10:10que não têm um aparato nem estrutura
10:11e muitas vezes entram em lugares onde nem o Estado entra.
10:14Então, é um problema muito maior que o Brasil negligencia
10:17e só vem com soluções pontuais.
10:20Pois é, e Vilela, quando a gente ouve também comentários do tipo
10:24Ué, mas quando é o bandido matando, as pessoas não repercutem tanto.
10:27É óbvio, porque o bandido já é bandido.
10:30A polícia está ali, como disse a mãe do jovem,
10:32para proteger a pessoa que não tem nada a ver com bandidagem
10:36ou coisas do gênero.
10:37E aí que entra também, né, Vilela,
10:39talvez o que a Deise está dizendo,
10:41a questão do auxílio ao policial, psicológico, etc.
10:46E a investigação também,
10:48até para a gente evitar que se ocorra confronto,
10:50que você possa alcançar o bandido,
10:53sem a necessidade de muito tiroteio, né, Vilela?
10:56Exatamente, Nonato.
10:57É importante que a gente não coloque a cabeça no fundo do buraco
11:01para não ver situações onde há um erro por parte do Estado.
11:06E esse episódio fica evidenciado o erro cometido pelo Estado
11:09através da sua força policial,
11:12que praticou um homicídio à medida que vitimou uma pessoa inocente.
11:16Por outro lado, é importante a gente destacar
11:19que quando se trata dessa grave crise de segurança pública
11:22que a gente vive,
11:24é importante valorizar o trabalho das polícias.
11:26O trabalho das polícias, ele é fundamental
11:28e muitas vezes se cria uma narrativa
11:31que acaba endeusando os bandidos
11:33e acaba fazendo com que os policiais
11:36sejam considerados os malvados nas situações.
11:39Não.
11:39A maioria da polícia,
11:41a esmagadora maioria da polícia,
11:43é de gente séria, de gente do bem,
11:44gente que trabalha, gente que procura
11:46ter cuidado na hora de promover as suas ações,
11:50mesmo enfrentando uma rotina de grande estresse e grande perigo.
11:54No entanto, é importante que a gente tenha claro
11:56que quando se comete erros,
11:58esses erros têm que ser apontados,
12:00têm que ser coibidos
12:01e o Estado tem que procurar encontrar formas
12:04de fazer com que esses erros diminuam cada vez mais
12:07no sentido de que todos nós tenhamos mais segurança,
12:11que infelizmente isso hoje em dia
12:12é artigo raro no mercado, viu, Nonato?
12:15E aí, Deise, nesse sentido que o Vilela traz, né,
12:18esses afastamentos sinalizam essa real responsabilização?
12:23É um ponto,
12:25eu não vou dizer nem que é um início
12:27da responsabilização, Soraya,
12:29porque, assim,
12:30o Eros não deveria ter morrido,
12:32a polícia não deveria ter entrado atirando.
12:35Agora, os policiais,
12:36eles não podem ser tratados como vilões solitários
12:39num drama onde tem muito mais atores.
12:43De novo, o Estado tem que entrar nessa história com força.
12:48Não pode tratar a morte como se fosse algo natural,
12:52como se fosse um dano colateral
12:53para tentar se manter a ordem.
12:55É isso que o Estado faz.
12:56Ah, não, morreu porque o policial está aqui
12:58tentando manter a ordem.
12:59Não, o Estado tem que começar a reumanizar
13:02o agente policial e a vítima.
13:04O que a gente faz aqui hoje
13:06não é uma política pública de segurança.
13:10O que a gente faz é controle social.
13:12E aí, dentro desse controle social,
13:14o Estado brasileiro admite que tem danos colaterais.
13:16E o dano colateral pode ser a morte de um civil.
13:19Não é assim.
13:20Ah, afastaram os agentes.
13:21Ok, mas e agora?
13:22O que vão fazer?
13:23O que vão fazer com esses agentes?
13:24O que vão fazer com os outros agentes
13:26que saem todos os dias nas ruas,
13:27que enfrentam o perigo,
13:28que enfrentam o tráfico,
13:29o tráfico com armas dez vezes melhores
13:31do que a dos policiais?
13:33O que vão fazer com a família do Aeros?
13:35Vão dar o suporte psicológico?
13:37Vão dar o apoio para essas pessoas?
13:38Então, assim, é o início,
13:40mas o Estado brasileiro ainda precisa rever tudo.
13:43Absolutamente tudo.
13:44Está tudo errado nessa história
13:45de segurança pública brasileira.