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MINHA HISTORIA DE FANTASMA 2

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Transcrição
00:00Estes eventos ocorreram com pessoas reais, alguns podem ser perturbadores.
00:23Eles disseram que tinham pavor de passar por ali porque era um menino com um olhar muito
00:30sinistro.
00:31Sim, existe um fantasma porque está gravado nas câmeras de segurança, não pode ser mentira.
00:43Assim que eu virei o rosto, vi na minha frente uma coisa escura, abri o armário para olhar
00:50se tinha alguma coisa lá dentro, mas não achei nada.
00:55Naquela hora a cadeira começou a estremecer, começou a fazer um barulho meio estranho.
01:01Não sabia o que fazer, a primeira coisa foi dizer chega, não jogo mais, já chega.
01:06Essa menina estava sofrendo muito, definitivamente, muitos sentimentos negativos acumulados naquele
01:13anjinho.
01:18Minha história de fantasmas.
01:25Era um menino com um olhar muito sinistro, então por curiosidade eu disse me mostra
01:33onde é.
01:34Quando me virei para ver se o menino estava lá, nesse momento, eu fiquei pasma, eu já
01:42não tinha palavras para dizer, mamãe, é aqui.
01:48Aqui está o túmulo do Beto.
01:54Minha história de fantasmas começa há vários anos, quando acompanhei minhas primas ao
02:02cemitério jardim, porque elas tinham vontade de conhecer o túmulo onde ficou nossa avó
02:08materna.
02:09Depois de conhecer o lugar onde está minha avó, me levaram também ao lugar onde estava
02:20sepultada a mãe delas.
02:23Quando estávamos andando para lá, me contaram que quando sepultaram a mãe delas, os coveiros
02:31comentaram que um menino aparecia pelo cemitério e fazia brincadeiras.
02:39E elas perguntaram onde esse menino, então um coveiro as levou onde estava sepultado.
02:47O menino, eles disseram que lhes dava pavor passar por ali, porque era um menino com um
02:53olhar muito sinistro, então por curiosidade eu disse me mostrem onde é.
03:01Quando chegamos ao lugar onde estava o menino, eu vi que ele parecia assim muito sinistro,
03:08mas era porque havia muito limo na cara dele e nos bracinhos.
03:13E então dentro de mim eu ouvi uma vozinha muito baixinha me dizendo você não tem medo
03:23de mim?
03:24Será que pode lavar o meu rosto?
03:26Então eu também em pensamento disse a ele sim, voltarei em oito dias e você será lavado.
03:33E fomos embora.
03:34E quando cheguei em casa, eu comentei com a minha filha e com meu marido o que tinha
03:39acontecido.
03:40Minha história de fantasmas começou no dia em que acompanhei minha mãe ao cemitério
03:46jardim, porque ela tinha comentado com a gente que havia uma tumba que as minhas tias disseram
03:55que era muito assustadora, muito feia.
03:58E eu disse a ela, claro mamãe, eu acompanho a senhora.
04:03E depois de oito dias, nos preparamos e levei meus instrumentos para limpar a carinha dele.
04:11Mas para minha surpresa eu não me lembrei onde estava sepultado o menino.
04:16Dei várias voltas pelas ruas, mais ou menos por onde me lembrava que disseram, mas não
04:22cheguei lá.
04:23Em dado momento me desesperei e disse que me dava por vencida que não ia achar o túmulo
04:29do menino.
04:33Nesse momento, no caminho, ela acabou desviando, ela fez uma curvinha e seguiu reto.
04:46Nesse momento, atravessou a rua uma criaturinha pequena, caminhando, correndo e se virando
04:53para trás, o menino.
04:56Tive de frear tão bruscamente que o carro morreu.
05:00E eu disse, mas como podem soltar uma criança assim?
05:04E eu desci do carro muito brava.
05:08Eu ia dar uma broca na mãe, porque ela o soltou e o menino saiu correndo por uma avenida
05:13do centro.
05:15Quando eu me virei, não havia ninguém, não tinha ninguém atrás do menino e ele tinha
05:20simplesmente desaparecido diante de nossos olhos.
05:23E o carro parou, e eu por estar distraída, preparando a minha câmera, eu bati a testa
05:33no vidro.
05:35Fiquei com um galo na testa, mas nessa hora minha mãe me falou, espera, eu vou descer
05:43porque eu quero ver onde é que está a mãe do menino.
05:47E eu disse, tá bom mamãe, e também desci.
05:50E assim que eu saí do carro, eu vi o túmulo do Betito.
05:56Mas quando eu me virei para ver se o menino estava lá, nesse momento, eu fiquei pasma,
06:03eu já não tinha palavras para dizer, mamãe, é aqui, aqui está o túmulo do Beto.
06:12E a minha mãe viu que não havia ninguém perto de nós, não havia gente, nem o menino.
06:23Então aí sim, eu também tive calafrios.
06:27E a minha mãe também ficou assim, dizendo que tínhamos achado a tumba do Betito.
06:34Saí do carro, peguei meus apetrechos e comecei a limpar o rosto dele.
06:40A filha tinha preparado a câmera Polaroid para ir tirando fotos assim que chegamos.
06:47E assim que vi que aquele era o túmulo, ela começou a tirar fotos.
06:56No momento em que eu tirei a foto, foi como se ele me dissesse, não seja má, tire essa
07:02foto para que vejam um pouco de ternura.
07:07A minha cara limpa já não causa o mesmo medo.
07:12Quando eu tirei a foto, eu não tinha percebido nenhum fenômeno.
07:17Mas quando a minha mãe me mostrou, eu fui a primeira a dizer, aqui tem o rosto de alguém.
07:26Eu não sei, na verdade, se era o rosto do Betito ou se era do pai dele ou da mãe dele,
07:34eu não sei.
07:41Nesse momento eu não dei importância, colocamos as nossas flores e então fomos para casa.
07:48O ano passado eu tive uma gripe muito, muito forte, com febre por muitos dias, mas com
07:58o tratamento de antibióticos que o médico me deu, a gripe cedeu.
08:02Aí um dia, meu marido e meus filhos foram até a cozinha fazer o café da manhã, então
08:10meu marido disse que ouviu passos e pensou que fosse eu, mas eu quando acordei, vi que
08:18Betito, vi que estava parado ali, e ele me disse, você não tem medo?
08:22E eu disse que não.
08:25Ele disse, amanhã é dia primeiro de novembro, você vai lá me visitar?
08:31Eu disse que sim, sim, a gripe tinha passado, não tinha tanta febre, eu iria, eu disse
08:36você quer uma bola?
08:38E ele me disse que não queria uma bola, mas queria que eu levasse para ele um carrinho
08:43que o meu filho ia dar.
08:45Meu filho tem 21 anos, mas ele é deficiente mental e tem a cabeça de um menino de sete
08:52anos, por isso Betito me disse, eu vou te dar um beijinho, e me deu um beijo úmido
08:58na testa, aí ele disse, vou embora, seu marido vem vindo, e se dissolveu por completo
09:06da minha frente e desapareceu, meu marido chegou e disse, você se levantou?
09:12Eu disse que não, é que ouvimos passos, e eu disse não, e que ele não ia acreditar
09:17mas que Betito tinha aparecido para mim, aí o meu filho disse, eu sei mamãe, ele quer
09:22o meu carrinho roxo, vamos levar para ele amanhã.
09:26Então eu disse, bom, realmente, como ele se comunicou com o meu filho?
09:31Eu perguntei para o meu filho quando ele tinha aparecido, e ele disse, não, não, ele não
09:36apareceu, ele me disse no ouvido, que amanhã é para a gente levar o carrinho roxo, e no
09:42dia seguinte fomos deixar o carrinho, e naquele dia encontrei um coveiro, que me disse que
09:51havia referências a um menino que jogava bola, e que esse menino tinha uma bola nas
09:56mãos, e que quando procuravam por ele, nunca o encontravam, não estava em lugar nenhum,
10:03mas que viam quando o menino corria para o seu túmulo.
10:11Para nós, ele já faz parte da família, porque sempre vamos visitá-lo, sempre que vamos
10:17ao cemitério, no dia dos mortos, tem também o dia do menino, às vezes nós vamos vê-lo,
10:26e eu sinto que ele é como um irmãozinho para mim, porque nos ajudou em muitas coisas,
10:34a mim ele ajudou muito, eu fico até sem palavras, porque tudo o que ele já fez por nós, todos
10:43nós ficamos espantados.
10:59O museu estava fechado, e vi quando a luz entrou, na mesma hora caiu a flâmula, foi impressionante.
11:07Os vigias comentaram que algumas noites, quando estão fazendo a ronda deles, sentem
11:15que tem pessoas entrando nos banheiros, ou escutam uma porta abrir ou dar uma descarga.
11:25Sim, existe um fantasma, porque está gravado nas câmeras de segurança, não pode ser mentira,
11:32o malvado vice-rei.
11:34Minha história de fantasma começou no mês de junho de 2010, em Bogotá, Colômbia,
11:41quando estava na casa do vice-rei Samano, uma pessoa que torturou muita gente.
11:49Minha história de fantasmas começou no mês de agosto de 2010, nesse dia nós fomos trabalhar
11:57normalmente no museu. Chegamos e encontramos o escritório como sempre, começamos a trabalhar
12:07e quando foi de tarde, tivemos que ficar para solucionar um problema de umas coisas que
12:15nós devíamos entregar no outro dia. E foi quando às seis da tarde, mais ou menos, eu
12:22acho, o computador travou e não pudemos mais trabalhar. Todos saíram do escritório, mas
12:29fiquei escrevendo e, de repente, eu senti alguém me assoprar no ouvido. Eu virei rápido
12:35para ver quem estava me incomodando e, nesse momento, eu olhei para o chão, porque eu
12:41vi tipo uma coisa passar e vi duas luzes que passaram pelo chão, atravessando o escritório,
12:50de um lado ao outro. Era uma luz muito, muito fora do lugar e passou pelo lado e não tinha
12:59nenhum espelho, não tinha outras lâmpadas que sugerisse que fosse uma luz, sei lá, comum.
13:06Fiquei meio paralisada, perdi o meu fôlego por um momento e comecei a sentir muito, muito
13:11frio e também um pouco de calafrios, houve uma mudança de clima muito estranha.
13:17Dava um pouco de medo, essa energia que, eu não sei se era boa, não me tranquilizava em nada,
13:23só me deixava muito, muito inquieta.
13:27No começo, como sempre, nós, céticos, começamos a fazer uma investigação e não tinha nenhum
13:35ponto focal, sabe? Então, não dava para explicar essas luzes.
13:41A luz era um círculo nem muito pequeno, nem muito grande e ele andava pela casa toda,
13:49pelo pátio, pelos corredores, pelo segundo andar e, quando a flâmula caiu, eu vi que
13:57o museu estava fechado e vi quando a luz entrou e, na mesma hora, caiu a flâmula.
14:06Foi impressionante e parece que tem alguém atrás da gente.
14:11Ninguém.
14:14Quando eu andei pelo segundo andar, pela sala, parecia que alguém estava atrás de mim,
14:20como que me seguindo?
14:22Quando eu entrei no banheiro, como a luz se apaga a cada três minutos,
14:26ouvi barulhos de gente dentro da casa.
14:29Às vezes, estamos dentro da casa e se fecham, de repente, as portas das sacadas,
14:36principalmente, e as que dão para as escadas, e lá não há correntes de ar que façam
14:44com que essas portas se fechem, sozinhas.
14:47Os vigias comentaram que, algumas noites, quando estão fazendo a ronda deles,
14:52sentem que tem pessoas entrando nos banheiros, ou escutam uma porta abrir,
14:57ou dar uma descarga no banheiro.
15:03As torneiras abrem e, quando você olha para as câmeras de monitoramento,
15:07não tem ninguém.
15:09Quando você vai para o segundo piso, você sobe a escada e você sente que tem
15:15alguém atrás de você, e ouve os passos.
15:20Quando você dá um passo, ou sobe outro degrau, sente que alguém segue você.
15:25Durante muito tempo, as câmeras de segurança presenciaram ou registraram
15:32esse tipo de luzes brancas que passavam, e redondas que passavam por toda a casa,
15:40principalmente, pelo espaço da casa velha, não da parte que tinha sido restaurada.
15:45Tenho uma prova em meu próprio celular, meu celular pessoal,
15:50e se vê quando a luz passeia pelo museu.
15:54Dá para ver quando a luz passeia direitinho, e também os bombeiros
16:00viram uma luz caminhar.
16:03E dá para ver o segundo andar.
16:07Portanto, sim, existe o fantasma, porque está gravado nas câmeras de segurança.
16:13Não pode ser mentira.
16:18Conta a história que lá morou o vice-rei Samano,
16:22uma pessoa que morava na casa do vice-rei Samano.
16:26O vice-rei Samano era um homem que morava na casa do vice-rei Samano,
16:31e o vice-rei Samano era um homem que morava na casa do vice-rei Samano.
16:36Uma pessoa que torturava os outros.
16:39Então parece que a alma dele nunca descansou.
16:43Portanto, por isso aparece o fantasma.
16:50Essas presenças podem estar aqui porque o vice-rei era uma pessoa muito malvada.
16:56O que ele fez foi acabar com todas as pessoas que iniciaram o processo de independência na Colômbia.
17:05Ele as exilou e também dizem que antes de levá-las à morte,
17:13ele torturava todos dentro dessa casa.
17:17Esse pode ser um dos motivos de essas presenças serem assim tão fortes.
17:24Ele era uma pessoa que o povo realmente odiava.
17:27E o que faziam era sempre pensar nele, mas sempre pensando coisas ruins.
17:34Digamos que ele era uma pessoa que não gostava dos cidadãos da época.
17:38Então eu acho que essa energia ficou na casa.
17:44MINHA HISTÓRIA DE FANTASMAS
17:47O QUE ACONTECIA EM UM FANTASMA
18:04MINHA HISTÓRIA DE FANTASMAS
18:11E assim que eu virei o rosto eu vi na minha frente
18:14uma coisa escura.
18:16Eu sentia uma espécie de dualidade entre curiosidade e medo.
18:25Mas prevaleceu a proteção do meu filho que estava comigo.
18:30Eu abri o armário para olhar lá dentro para ver se tinha alguma coisa, mas não achei nada.
18:35Para dizer a verdade, o que mais me impressionou foi o fato de estar frente a frente com um ser desse tipo.
18:42UMA ESTRANHA VISITA
18:46Minha história de fantasmas começa mais ou menos em novembro de 1997
18:51quando comecei a morar na casa dos meus sogros
18:55que nos cederam andar de cima da casa para morar com minha esposa e filhos.
18:59E meu filho mais velho nasceu em outubro.
19:02LIMA, PERU
19:04O fato é que um dia, sei lá, não lembro, devia ser duas e meia ou quinze para as três
19:10eu resolvi descer ao andar térreo onde fica o quarto da minha sogra.
19:14Não tinha ninguém em casa, eu deitei o meu filho mais velho, que tinha alguns meses de idade
19:19coloquei ele na cama da minha sogra.
19:21E na hora que eu me deitei ao lado dele, eu senti uma espécie de frio que me invadiu.
19:27O frio vinha do lado oposto onde eu estava, de frente para a porta, não tinha janelas abertas.
19:33E assim que eu virei o rosto eu vi na minha frente
19:37uma coisa escura, totalmente escura, parecia uma cartolina preta recortada
19:42que tinha a silhueta de um chapéu de abas largas.
19:48Uma espécie de capa e botas, mas as botas só apareciam pela metade
19:54porque esse ser não pisava no chão, só flutuava.
19:58Quando eu parei na frente dele, deve ter passado meio minuto, não lembro
20:03Eu sentia uma espécie de dualidade entre curiosidade e medo
20:09mas prevaleceu a proteção do meu filho que estava comigo
20:13e também saber cientificamente o que era esse ser.
20:17Eu tentei andar até ele e quando dei um passo na direção dele
20:22notei que ele retrocedeu flutuando, praticamente um passo também.
20:27Quando eu quis puxar, eu quis tocar a sombra para saber do que era feita
20:33ele avançou até o corredor como se tomasse distância de mim
20:37enquanto eu o seguia e seguindo a sombra.
20:40Comecei a correr atrás dele cruzando os quartos e os corredores até o último quarto
20:45que era o quarto do tio da minha mulher
20:48e quando eu estava a ponto de tocá-lo tinha um guarda-roupa grande no quarto
20:52com um espelho e esse ser entrou no espelho, entrou rapidamente
20:58mas na hora de entrar, apesar de ter os ombros largos
21:02ele pôde entrar no espelho, porque como que se encolheu
21:06e entrou, como se fosse um chiclete, assim, entrou muito rápido
21:10não pude tocá-lo, eu abri o armário para olhar lá dentro
21:14para ver se tinha alguma coisa, mas não achei nada.
21:18Percorri a casa de cima a baixo, todos tinham saído
21:21e não tinha ninguém.
21:24Aí eu decidi tirar uma foto de mim mesmo
21:27porque apesar de não ver nada em volta eu sentia uma presença incômoda
21:31era como sentir, assim, um peso nos ombros
21:35uma coisa que incomodava, mas eu não pude ver nada.
21:39Aí eu peguei a minha máquina e tirei uma foto de mim mesmo, nessa hora
21:44e eu pude ver, quando revelei a foto, eu me lembro, quando eu fui na loja revelar
21:48o homem da loja me disse, essa foto saiu assim, desculpa.
21:54Eu suponho que esse ser, pode ser que em dado momento
21:58ele possa ficar visível ou invisível, quer dizer, ele pode estar presente
22:02sem que ninguém o veja.
22:04Foi assim que eu também, por curiosidade, tirei uma fotografia
22:08e apareceu na revelação uma coisa brilhante sobre a minha cabeça
22:12como um fogo, uma labareda, uma coisa parecida.
22:19A minha esposa chegou, Roberto, o que você tem? Não parece bem.
22:22Bom, se eu contar o que aconteceu, você não vai acreditar.
22:25O que aconteceu, Roberto?
22:27Sabe o que foi? É que eu vi um espectro na casa
22:31e minha esposa perguntou, era uma coisa escura?
22:35Com um chapelão? Era, eu disse.
22:37E não tinha uma capa e botas? E flutuava?
22:41Claro era, você já viu?
22:43Claro, eu morei aqui a vida toda e já vi essa coisa, desde pequena.
22:47A minha tia e a minha irmã também já viram.
22:50E ele foi embora para o armário, não foi?
22:52Sim, realmente eu disse.
22:53Segui a figura e ela entrou no espelho e depois eu não consegui ver mais nada.
23:01Essa, digamos, foi a primeira vez que eu pude ver uma coisa desse tipo.
23:05Sei lá, que ninguém teve que me contar.
23:08Porque muitas pessoas podem ter contado, mas ver não é a mesma coisa.
23:11Mas, na verdade, é muito impressionante mesmo
23:14presenciar e ficar frente a frente com um ser desse tipo.
23:18Eu estava trabalhando no computador à noite,
23:20fazendo meus trabalhos para o estabelecimento de ensino, onde eu dou aulas.
23:24Eu preparava uma publicação no computador, que ficava em um canto da casa.
23:31E eu estava teclando, quando ouvi uma voz claríssima,
23:36que saía do meio de uma das paredes.
23:39E a parede é de concreto.
23:42Se a pessoa fizer um buraco do outro lado, digamos, a voz poderia passar.
23:46Mas a voz nascia da parede.
23:48Uma voz fraca, de mulher, claríssima, que dizia,
23:52jovem longo.
23:56Parei de teclar na máquina e me senti um pouco,
24:01como se, digamos, o barulho tivesse vindo da rua.
24:04Não era bem uma presença.
24:06E continuei a teclar no computador.
24:08Eu parei um momento, porque eu tinha que pensar no que escrever,
24:11e o teclado começou a saltar sobre a parede.
24:14E o teclado começou a saltar sobre a mesa do computador.
24:18Sozinho.
24:20E o teclado caiu.
24:22Então eu disse, não.
24:24Não estou tendo visão. O teclado está saltando.
24:26Eu acho que vou parar com isso.
24:28E coloquei os cotovelos sobre o teclado, com o meu peso, assim,
24:31para ver, como um desafio a esse ser, para ver.
24:34E sabe o que foi que aconteceu?
24:36O móvel inteiro começou a pular.
24:38Com o teclado e tudo, assim, de baixo.
24:41E eu pulava junto com ele.
24:44E minha mulher, que estava dormindo, devia ser 2 da manhã, com os meus filhos,
24:47me disse, Roberto, a TV está ligada?
24:49Eu ouvi vozes. O que você está fazendo?
24:52Não, não, eu estou no documento.
24:54Eu não contei nada, porque eu não queria que ela ficasse preocupada,
24:57que perdesse o sono.
24:59Desliguei o computador,
25:01e decidi ir dormir.
25:03No dia seguinte, continuei a trabalhar, mais ou menos, na mesma hora,
25:06porque eu não tinha terminado o meu trabalho.
25:08Desta vez, a voz da parede não me disse,
25:11jovem, agora ela me disse, Roberto.
25:14Meu nome.
25:16Eu pensei, meu Deus, na verdade,
25:18na verdade, essa coisa me conhece.
25:21Ouviu dizer meu nome, de repente, por minha mulher,
25:24meus filhos, e ela está se manifestando,
25:27quer se comunicar.
25:29Aí sim, eu senti muito, muito medo
25:32de me comunicar com aquela coisa.
25:35Eu não quis me comunicar, e continuei a teclar,
25:38a escrever, até essa altura.
25:41Pensei, bem, vamos tratar de viver a situação,
25:44o que aconteceu, deve ter explicação científica.
25:47Mas eu não pude explicar para minha esposa o que aconteceu.
25:50Eu não quis. Como moramos no andar de cima,
25:53temos uma sacada que dá para a rua.
25:56Da sacada até o chão, deve ter, sei lá,
25:59uns seis metros, pelo menos.
26:02Não pode subir da rua para a sacada,
26:05só se for com uma escada.
26:08Estávamos conversando para a sacada,
26:11e dessa hora a porta na parte inferior
26:14começou a se mexer assim, como se alguém
26:17tivesse dado um chute.
26:20Ela estava sentada ali, eu aqui, e a porta no meio.
26:23Roberto olha a porta.
26:26Eu vi, foi o vento, não tem importância.
26:29Foi uma violência incrível, quer dizer,
26:32para abrir a porta desse jeito, só de fora, e com um grande chute.
26:35Ela gritou, meus filhos se assustaram.
26:38Eu tratei de acalmá-la e saí na sacada.
26:41Não tinha nada, não tinha ninguém, nada, nada, nada.
26:44Olhei da sacada para a rua, olhei dos dois lados, ninguém.
26:47Eu desci no andar de baixo, olhei os quartos,
26:50a família da minha mulher, o tio, a avó dela, a minha sogra,
26:53todos estavam em suas camas e estavam dormindo.
26:57Eu estava incomodado, muito incomodado,
27:00e tentava achar uma solução para fazer esses seres
27:03irem embora da minha casa, de nos deixar em paz.
27:06Então comecei a ler a Bíblia.
27:09Peguei uma Bíblia e comecei a ler.
27:12E achei uma parte que informava que nós, seres humanos,
27:15vivemos cercados de seres invisíveis,
27:18que são praticamente, não podemos dizer que sejam demônios,
27:21em especial, mas que não podemos ver,
27:24porque são espirituais, que, em alguns casos,
27:27podem ser bons e, em outros, ser malignos.
27:30E que, quando alguém invoca o Espírito Santo,
27:33a situação como se reverte em função do poder de Deus.
27:36Então eu invoquei o Espírito Santo.
27:39Espírito Santo, peço, por favor, que entre neste quarto,
27:42nesta casa, e que tire toda a manifestação negativa
27:45que tenha aqui dentro.
27:48E, nessa hora, eu senti a casa menos pesada.
27:51Era igual quando a gente chega e é cheio de areia,
27:54e toma um banho e nos sentimos limpos.
27:57Então eu pude notar que estava funcionando,
28:00a invocação do Espírito Santo.
28:03E daí, foi muito.
28:06Diminuiu porque não desapareceu totalmente,
28:09mas melhorou bastante.
28:12Para mim, praticamente, essas visões não têm explicação lógica,
28:15nem científica, e eu não tenho nenhuma resposta científica para isso.
28:18Mas que existe alguma coisa que não se vê,
28:21mas que se manifesta, existe.
28:24Minha História de Fantasmas
28:43Minha História de Fantasmas
28:48A Laura começou com uma voz um pouco mais séria.
28:51Alguém está aí?
28:54E o copo começou a se mexer.
28:57Naquela hora, a cadeira começou a estremecer.
29:00Começou a fazer um barulho meio estranho.
29:06Eu não acreditava nessas coisas.
29:09Para mim, não existiam.
29:12Não sabia o que fazer.
29:15Jogos Perigosos
29:18Minha História de Fantasmas começou
29:21no fim de novembro de 2010.
29:24Eu estava com o meu primo, Damian,
29:27hospedado na casa dele.
29:30E ele sempre gostou dessa história de jogar ouija, sabe?
29:33O jogo do copo, de outro mundo.
29:36Ele sempre, sempre gostou.
29:39A minha História de Fantasmas começou em novembro de 2010.
29:42Minha falha de memória foi no dia 28.
29:45Eu consegui um tabuleiro ouija e aproveitei que a minha prima estava...
29:48Ela estava em casa com uma amiga e decidimos jogar.
29:51Então foi... Na verdade, eu liguei pra ela e falei...
29:54E aí? Você quer? Vamos jogar hoje à noite?
29:57Então nós chegamos, comemos umas pizzas, vimos um pouco de televisão,
30:00conversamos...
30:03E aí, numa determinada hora, nós decidimos jogar.
30:06Então nós fomos pra sala de jantar.
30:10Eu coloquei no chão, eu levei também um gravador de áudio e uma câmera.
30:13E só isso. Eu preparei a câmera,
30:16liguei o gravador de áudio...
30:19E pronto, nós começamos.
30:22Nós sentamos e começamos a jogar.
30:25Pusemos os dedos e, no começo,
30:28as perguntas eram mais em tom de brincadeira.
30:31Não ia dar em nada.
30:34Mais ou menos que por intuição, eu falei...
30:37Em cima do copo.
30:40E foi exatamente isso que nós fizemos.
30:43Então eu falei pra Laura... Fala alguma coisa, o que você queria dizer pra chamar alguém.
30:46E aí a Laura começou...
30:49Tem alguém aí? Algum espírito? Alguma coisa?
30:52E a gente olhava e não acontecia nada.
30:55Mas é claro que eu achei que não era nada.
30:58Eu achei que era falta de concentração, eu achei que ninguém estava a fim de jogar.
31:01Mas depois, quando a gente entrou de cabeça no jogo, aí sim,
31:04com a voz um pouco mais séria...
31:07Alguém está aí?
31:10Foi justamente aí que o copo começou a se mexer para o sim.
31:17O clima foi sendo preparado e o jogo foi melhorando,
31:20e jogamos de verdade.
31:23E o copo começou a se mover.
31:26E aí não acreditei no que estava vendo.
31:29Não foi nada demais e mesmo assim a minha prima já estava meio assustada.
31:32E naquela hora...
31:35Naquela hora a cadeira começou a estremecer,
31:38começou a fazer um barulho meio estranho.
31:42E a minha prima já não queria mais saber de nada.
31:45E a cadeira de repente, do nada, ela começou a sair abruptamente voando,
31:48ela saiu meio que deslizando pelo meio da sala.
31:51Primeiro pensei que era um deles que estivesse fazendo uma brincadeira,
31:54quer dizer, eu não acreditava.
31:57Para mim isso não existia.
32:00E a cadeira, se mexer sozinha, isso era uma coisa impossível.
32:03Então eu tinha certeza de que os dois estavam de brincadeira.
32:06Eu não acreditava nisso.
32:09Mas não, a cadeira começou a fazer barulho,
32:12e quando se mexeu, eu vi os dois e não.
32:15Havia possibilidade de que fossem dos dois.
32:18Eu fiquei gelada.
32:21Não sabia o que fazer, a primeira coisa foi dizer,
32:24eu não quero mais, já chega.
32:29Daí a minha prima tirou o dedo e o copo parou de se mexer.
32:32E pelo que eu andei lendo por aí, é ruim largar de repente,
32:35assim tirar o dedo do copo abruptamente e deixar o espírito pendente,
32:38porque é como...
32:44Ou o espírito fica na casa ou podem te acontecer coisas ruins.
32:47E também outra coisa que eu li foi que quando você para de jogar,
32:50você tem que perguntar,
32:54para a entidade que está lá, se ela quer ir embora ou não.
32:57Você tem que ter muito respeito com a entidade.
33:00Embora assim do nada mostre a falta de respeito,
33:03e coisas ruins podem acontecer.
33:06Ela simplesmente fez isso e ficou angustiada,
33:09e eu estava com a minha amiga Laura tentando reanimá-la,
33:12dizendo, está tudo bem, nós estamos todos bem.
33:17Foi muito estranho, uma sensação,
33:20como...
33:23como uma coisa sobrenatural estava lá.
33:27Eu não sei, estava passando alguma força,
33:30estava movendo a cadeira, estava com a gente,
33:33não dava para ver, então foi estranhíssimo.
33:38Foi... foi feio.
33:41E depois que o problema com a cadeira passou,
33:44e que a minha prima foi embora, eu pedi para a minha amiga Laura,
33:47se eu podia deixar a câmera na casa dela.
33:50Eu estava lá na estileira, gravando a área onde nós estávamos,
33:53a mesa, as cadeiras, a câmera ficou gravando a noite toda.
33:56O gravador de som eu levei para casa, eu levei o gravador,
33:59então quando chegou em casa eu comecei a escutar,
34:02e eu passei por um programa daqueles que eu geralmente uso,
34:05para poder ouvir os áudios.
34:08Então eu comecei a ouvir, é claro, em algum momento tinha som,
34:11que sobressaía do resto.
34:14Era como um som de vozes, depois silêncio,
34:17mas tinha um som que destoava.
34:20Aí eu pensei, bom, eu vou voltar e vou ouvir outra vez,
34:23e aí eu tive uma surpresa,
34:26eu ouvi a palavra, a palavra morrerás.
34:29Assim morrerás.
34:35Aí eu senti um calafrio e falei, opa,
34:40essa não era uma entidade muito simpática,
34:43para dizer uma coisa dessas, não é?
34:46Foi muito estranho, quando escutamos,
34:49assim morrerás, a gente estava lá,
34:52e não tínhamos ouvido, e nos perguntamos,
34:55como se estávamos lá?
34:58Como era possível?
35:01E depois que eu ouvi aquilo, no dia seguinte eu fui para a casa da Laura,
35:04para buscar a câmera, e contei para ela o que eu tinha ouvido na gravação,
35:07e, bom, eu fui buscar a gravação,
35:10e a Laura me falou que ela achou uma cadeira caída.
35:13E chegando eu assisti a fita,
35:16e a mesma cadeira que tinha deslizado
35:19na nossa gravação,
35:22ela também se mexeu durante a noite,
35:25e caiu sozinha.
35:28E dá para ver na gravação que,
35:31que não tem nada, é,
35:34eu não sei, é estranho.
35:37Eu comecei a me perguntar o que podia ter acontecido.
35:40Antes dela morar naquela casa, a casa foi um asilo geriátrico.
35:43Foi um lar de idosos.
35:46E, bom, pode ter sido um deles, talvez seja essa a explicação.
35:52Talvez, talvez tenha sido
35:55alguma pessoa que morreu ali.
35:58Com certeza alguém tinha, tinha morrido ali.
36:01Então era como se o espírito tivesse ficado lá.
36:04Então, para mim, era isso.
36:08Aconteceram as circunstâncias para que ele se manifestasse.
36:11Nós criamos as condições para ele se manifestar.
36:14Para mim, são, são almas que ficam como,
36:17que banhando na terra,
36:20como se tivesse ficado algo por fazer,
36:23ou dizer, e que precisam se manifestar,
36:26e esse é o caminho que encontram.
36:38IO
36:57Soltei a música, subi o controle,
37:00e fui ao banheiro, mas eu fiquei ouvindo,
37:03e vi que não tinha mais sinal, não tinha nada.
37:06E quando saí da cabine, eu fiquei paralisada.
37:11Tinha no fundo do corredor uma menina.
37:15Essa menina estava sofrendo muito, definitivamente.
37:19Tantos sentimentos negativos acumulados naquele anjinho.
37:27Minha história de fantasmas começou quando
37:30entrei para trabalhar em uma rádio local, em 1998.
37:33Entrei para trabalhar como locutora.
37:37Inicialmente, eu ia trabalhar à tarde,
37:40que era um horário mais tranquilo,
37:43que não tinha muita gente na emissora.
37:46Então, o programador da rádio, que estava me explicando
37:49o processo de como manejar a mesa de som,
37:52me disse que tinha que ter cuidado,
37:55porque tinha muitos travessos.
37:58Eu pensei, muitos travessos?
38:01Alguém de editor, alguém da limpeza,
38:04alguém que viria me fazer alguma brincadeira, algum tipo de trote?
38:07A novata que a gente vai confundir um pouco, ou dar um susto?
38:12Eu não achei que podia ser o programador
38:15quem viria me fazer uma pegadinha,
38:18porque era uma pessoa que teve pólio e andava com muletas.
38:22Então, para ele vir, da sala dele até a cabine,
38:25tinha com certeza uns 30 ou 40 metros
38:28de distância,
38:31e eu teria ouvido as muletas,
38:34e até que ele chegasse, me desse um susto e fosse embora,
38:37eu teria visto, e ele não faria mais nada.
38:40Não, esse não faria isso comigo, eu não me preocupei,
38:43eu fiquei completamente tranquila.
38:46Então, o meu primeiro programa foi tudo bem.
38:49No dia seguinte, eu cheguei, me sentei,
38:52não tinha ninguém na rádio, nem o programador.
38:55Cheguei, apresentei a música, desliguei o microfone
38:58e dei play no CD.
39:01Soltei a música, subi o controle e fui...
39:04Eu deixei a música correr, tudo bem,
39:07verifiquei que estivesse no ar, tirei dos ouvidos,
39:10na época meu Walkman, tirei e ouvi, estava no ar e saí.
39:13Porque eu também tinha que ir ao banheiro,
39:16então para isso eu uso rádio portátil.
39:19Eu fui ao banheiro, mas eu fiquei ouvindo,
39:23nada tocava,
39:26e a música não tinha passado nem um minuto,
39:29voltei correndo e o controle estava abaixado.
39:32Isso aconteceu de repente, o programador voltou do almoço
39:35e eu disse, sabe, eu não quero mais.
39:38E ele disse, o quê? Você não quer mais trabalhar?
39:41Não, não é isso, é que a mesa de som está ruim.
39:44Eu queria achar uma explicação racional
39:47para o que estava acontecendo.
39:50De repente eu disse, a mola podia estar frouxa,
39:53o controle cai sozinho porque a mesa não é reta, ela é inclinada,
39:56e ele disse que ficaria comigo e ia me acompanhar, tá bem?
39:59E aí então a coisa explodiu.
40:02Eu estava no microfone, liguei o microfone,
40:05comecei a falar e o botão do microfone,
40:08a luzinha vermelha que indica que estamos no ar, se apagou.
40:11Então eu disse, isso aqui está com defeito.
40:14Aí o programador que já tinha muito tempo de rádio
40:17apagou o botão de novo.
40:20Quer dizer, algo que tinha apertado o botão e desligado.
40:23Ele apertou o botão, continuei a falar e ele fez um gesto,
40:26um gesto assim de continuar a falar.
40:29Eu continuei e o botão apagou de novo.
40:32Eu estava no limite, ele ficava apagando toda hora,
40:35saía do ar, aí eu disse, assim não é possível.
40:38Eu estava sentindo o ambiente muito tenso.
40:41Esse dia eu faria o programa das quatro às seis,
40:44eu me lembro que eu fui embora a essa hora.
40:47Eu parei e disse que não queria mais, eu vou embora.
40:50E o programador ficou pondo música e me disse,
40:53eu não posso obrigar você a ficar, mas estamos sempre contratando,
40:56porque os locutores vão embora.
40:59A experiência mais forte foi alguns anos depois,
41:02porque eu fiquei cinco anos nessa rádio.
41:05E o tempo todo aconteceram essas coisas,
41:08coisas que saíam do lugar.
41:11Eu tinha sido promovida a chefe de programação da emissora,
41:14e ia sair um novo programa que contavam histórias.
41:17E chamavam os ouvintes por telefone
41:20e contavam suas histórias, suas experiências.
41:23E durante as histórias íamos fazendo efeitos,
41:26sons de gritos, coisas desse tipo.
41:29E para deixar a coisa mais sugestiva,
41:32apagávamos todas as luzes da rádio.
41:35Eu me lembro dessa experiência, basicamente,
41:38onde o locutor estava apresentando uma música
41:41e estavam falando de histórias muito fortes.
41:44E falavam também de espíritos e fantasmas
41:47que habitavam a emissora.
41:50Essa foi a primeira emissora comercial do Peru.
41:53Foi a primeira rádio comercial
41:56que este país já teve.
41:59Então ela é muito antiga.
42:03E começaram a contar as histórias.
42:06Diziam que antes de ser rádio, aquilo era um hospital.
42:09E que a área onde estava a rádio,
42:12no quinto andar do edifício, que tem cinco andares,
42:15era a área de crianças.
42:18Um pavilhão de crianças que pegou fogo.
42:21Enfim, mil histórias daquela emissora.
42:24Saí de onde estavam os locutores
42:27para ir à cabine dos operadores.
42:30E quando saí, a rádio era assim.
42:33Aqui estavam as cabines e aqui havia um corredor.
42:36Um corredor muito comprido e no fim ficava
42:39a discoteca da rádio, onde guardavam todas as músicas.
42:42E estava tudo apagado. Todas as luzes apagadas.
42:45Não se via nada. Nem sua sombra.
42:48Porque não tinha luz, não tinha nada.
42:51Só a luz do computador.
42:54Então eu saí da cabine e fiquei paralisada.
43:00Eu não posso dizer que vi alguma coisa.
43:03Não era uma imagem clara.
43:06Tinha no fundo do corredor uma menina.
43:09Eu vi uma menina.
43:12Eu não vi o rosto com nitidez, mas eu pude ver um vestido.
43:15Eu não vi os pés e ela estava lá no fundo.
43:18Assim como uma imagem borrada.
43:21Literalmente em filmes de terror tem que ter visto alguma coisa.
43:24Porque foi como nos filmes de terror.
43:27Era uma imagem borrada, meio nebulosa.
43:30Mas era impossível não ver naquela escuridão.
43:33E era branca, como se tivesse uma luz.
43:39Eu não distingui os traços do rosto,
43:42mas era mais uma sensação.
43:45Eu fico até arrepiada.
43:48Era uma imagem de cabelos longos,
43:51mas assim como se estivessem molhados.
43:54Era uma sensação horrível, indescritível.
43:57Era como de frustração.
44:00Era impotência.
44:03Essa menina estava sofrendo muito, definitivamente.
44:06Ela não estava onde queria estar.
44:09Eu não sei o que ela queria me dizer.
44:12Tantos sentimentos negativos,
44:15todos acumulados naquele anjinho.
44:18Eu senti muita dor naquele momento.
44:21O Pedro chegou e eu o abracei bem forte.
44:24E eu disse, ela está aí.
44:29Depois desse incidente eu não voltei mais na emissora.
44:32Especialmente nos horários da noite.
44:35Eu tentava evitar ao máximo.
44:38Só se tivesse mesmo que ir.
44:41Mas eu sempre ia com alguém.
44:44A sensação foi muito triste.
44:47Eu não queria mais sentir aquilo.
44:50O diretor daquele programa, Pedro Arevalo,
44:53teve a ideia de começar a gravar psicofonias,
44:56que são sons do além.
44:59Ele começou a gravar psicofonias,
45:02porque eram mensagens de áudio totalmente imprecisas
45:05para o estilo do programa e para o veículo de transmissão,
45:08a rádio.
45:11Começamos a gravar muitas psicofonias,
45:14mas algumas foram casuais.
45:18Por exemplo, um dia eu estava em uma entrevista na minha cabine
45:21e a gente tinha assegurado
45:24que os canais não se misturassem
45:27com as outras frequências para termos um sinal limpo
45:30só para o microfone, sem outros sinais.
45:33Isso serve para assegurar a qualidade de áudio, basicamente.
45:36Então eu estava na entrevista
45:39e no momento de ouvir a entrevista para poder editar,
45:42eu ouvi uma voz lá no fundo,
45:45um grito que dizia, mamãe!
45:49Mamãe!
45:54Eu ouvi aquilo e pensei,
45:57a menina está procurando a mãe,
46:00chamando a mãe.
46:03Eu não relacionei isso ao chamado da mãe,
46:06mas eu pensei que era a menina
46:09e tive um flashback do que tinha acontecido aquele dia.
46:12Eu tinha uma camiseta do fundo iluminada, mas borrada.
46:15Então a essa imagem de fundo,
46:18eu associei o som mamãe
46:21e senti que ela estava procurando a mãe dela.
46:24Foi o que aconteceu, por isso eu senti que ela estava perdida,
46:27por isso eu senti o sofrimento dela,
46:30porque ela estava procurando a mãe dela.
46:34Eu acho que ela era um anjinho perdido
46:37que na verdade estava procurando a mãe
46:40e que se conectava com alguém que era sensível,
46:43nesse caso eu,
46:46que tinha um forte instinto maternal,
46:49como quase todas nós mulheres temos,
46:52e basicamente porque eu era a única mulher da rádio.
46:55Nessa emissora, na época e durante quase dois anos,
46:58eu fui a única mulher locutora trabalhando na rádio.
47:01Então não tinha mais ninguém para ela chamar de mãe, não é mesmo?
47:04Eu comecei a sentir uma rejeição pela rádio.
47:07Eu já não queria mais estar lá,
47:10eu não ouvia mais rádio.
47:13Depois de passar toda a minha carreira nisso,
47:16desde a universidade, meu mundo era a rádio.
47:19Eu já não queria ouvir rádio,
47:22porque depois da história da psicofonia,
47:25sempre que eu ouvia rádio e as frequências se misturavam,
47:28eu esperava ouvir algo mais.
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