Minha linguagem é feita de silêncio. Da densidade sólida que corrói as paredes De todos os templos. Prece muda, quase um fluido Se esvaindo do pensamento...
O verbo que fala de mim, sussurra. Está noutro tempo, Noutra rima, Noutro verso. Verbo imperfeito Que não quer virar palavra: Verbo que cala, Verbo que morre, Verbo que mata.
Assim, sou um rascunho entre junho e julho, quando o frio é um poema fatigado de esperar o inverno puro de agosto.