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  • 9/5/2015
Sou aditivo dos horizontes que me fogem tímidos ao olhar
E há muito que a alma me observa dos longes inacessíveis

Respiro apenas dos pulmões das palavras inauditas
E o corpo alheia-se vagamente da febre das mãos

Pairo inútil no assombro da minha ignóbil desutilidade
E ignoro o mais leve justificativo para mover o corpo

Escrevo porque não tenho aonde ir
E não me sinto ridículo

Quem da solidão não morre
Vive a fingir

Palavra a palavra como remos
Folha a folha como mar

É um barco que escrevemos

Que poesia é navegar!


Valter Guerreiro

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