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  • 11 years ago
Não tenho inveja dos poetas.

Também sei enrolar e desenrolar
as tranças do vento
e plantar no charco do tempo
as árvores do sonho.

Não tenho inveja dos poetas.

Também sei montar e desmontar
o cavalo do silêncio
e descobrir
no arfar das tempestades
um búzio de esperança.

Não tenho inveja dos poetas.

Sei adormecer e acordar
dentro do quotidiano.

Francisco Gonçalves de Oliveira
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