O EM Minas, programa da TV Alterosa em parceria com o Estado de Minas e o Portal Uai, recebe neste sábado (27/12) o cineasta Maurílio Martins. Morador da periferia de Contagem (MG), ele é diretor, roteirista e um dos sócios da Filmes de Plástico, produtora criada ao lado de André Novais Oliveira, Gabriel Martins e Thiago Macêdo Correia, com filmes exibidos e premiados em festivais no Brasil e no exterior.
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, seja muito bem-vindo a mais um programa em Minas, exibido aqui pela TV Alterosa em parceria com o Portal Uai.
00:22E o programa em Minas hoje abre espaço para cultura. O nosso convidado Maurílio Martins, cineasta, produtor do filme que está em cartaz, o último episódio.
00:34Primeiro, Maurílio, muito bem-vindo.
00:36Obrigado, Carol. É sempre um prazer estar falando com vocês e em Minas, mais ainda.
00:41E vamos falar de o último episódio, está em cartaz, esse filme fantástico. Já quero saber um pouquinho sobre ele.
00:47Ele conta a história de Eric, um garoto, um adolescente de 13 anos, que alimenta um amor platônico por Sheila.
00:55Mas essa trama, ela tem um desenrolar aí, tem uma história. Conta um pouquinho pra gente sobre esse filme.
01:01Ele, por conta desse amor platônico, ele diz ter em casa o último episódio da Caverna do Dragão.
01:08E como é sabido, talvez, da minha geração e das gerações posteriores, um episódio que não existiu, que não existe, que nunca foi produzido.
01:17E aí, pra sair dessa enrascada, ele se junta com os melhores amigos, Cristão e Cassinho, e vai produzir o próprio episódio.
01:26E o filme, acho que acompanha, não só essa aventura da feitura do episódio, mas, principalmente, o amadurecimento, o desenvolvimento, o desenrolar dessas crianças indo pra adolescência em 1991, né?
01:41Num Brasil em crise, num Brasil passando por uma profunda recessão econômica.
01:47Então, acho que o filme também é um desdobrar de uma vida em amadurecimento, mas um desdobrar também de um país em profundas mudanças.
01:55Um filme da década de 90, ambientado no bairro Laguna, em Contagem, então, mais mineiro que isso, impossível.
02:04E por que o bairro Laguna? Conta pra gente.
02:06Eu nasci, cresci e ainda moro ali, então, acho que isso era quase uma escolha natural.
02:12Mas, antes do último episódio, os nossos filmes, a Filmes de Plástico, ela é oriunda de Contagem, né?
02:19Os três diretores da Produtor, nós somos quatro sócios, os três diretores, Gabriel Martins, André Novaes Oliveira e eu, nós somos de Contagem.
02:29Então, acho que foi natural que os meus filmes fossem sendo feitos ali, na porta de casa ou dentro de casa, muitas vezes.
02:37E no Coração do Mundo, que é a minha estreia em longa, também se passa no próprio bairro, os meus curtas.
02:43E isso culminou que, no último episódio, principalmente por tratar-se de memória, um filme que as minhas memórias atravessam a história,
02:54acho que foi uma escolha natural que esse filme se passasse ali no lugar onde eu cresci, no lugar onde eu, com 13 anos, vivia a minha vida, né?
03:02Tive os meus primeiros amores, tive as minhas desilusões e as minhas paixões.
03:07Então, acho que isso foi natural.
03:10O fator, eu acho que é mais maravilhoso e brilhante da escolha, é da gente conseguir recriar essa periferia, né?
03:20Isso é importante se dizer, a gente conseguir recriar esse espaço que modifica muito rapidamente, né?
03:26As periferias vão se alterando com muita constância.
03:30E a gente conseguiu, num belo trabalho de direção de arte, de cenografia, de fotografia, a gente conseguiu...
03:38Manter?
03:39É, manter o pouco que existia e recriar e recompor algumas coisas e dar a esse bairro uma cara realmente parecida com o que era em 91.
03:49Nós temos um pedacinho do trailer, vamos rodar pro pessoal em casa, sentir aí o gostinho do que é o último episódio.
03:56Eric não era o cara mais popular do colégio.
03:59Eric vacilão.
04:00Nem o mais bonito.
04:05Mas ele tinha dois grandes amigos.
04:07O que a gente vai apresentar na feira de cultura, hein?
04:09Vai dar o dia, não tem nada pronto.
04:11E uma paixão.
04:12Oi.
04:13Oi.
04:14Que mudaria tudo.
04:15Você gosta do Caverna do Dragão?
04:18Uhum.
04:19Para ele, havia apenas uma maneira de conquistá-la.
04:26Eu sei como acaba o Caverna do Dragão.
04:29Larga de ser mentiroso.
04:30Eu tenho a fita.
04:32Então, vou até a sua casa e você me mostra.
04:35Tá procurando a gatinha da escola aí?
04:37Jamais, não tenho nem idade pra isso.
04:39Preciso muito da ajuda de vocês.
04:40Eu preciso muito gravar esse último episódio.
04:43E como é que a gente vai fazer?
04:44Chega uma história para todos que já tiveram um sonho.
04:50Caverna do Dragão.
04:52Tá esperando é doido, eu gosto do pai.
04:53Para todos que já sentiram saudade.
04:56Por que eu não sei nada do meu pai?
04:58Muito legal, né, Maurílio?
05:00E assim, eu percebo que pra gente, pra mim também, que sou dessa geração, o filme é bem nostálgico, né?
05:05Ele traz várias coisas nostálgicas que as pessoas, os adultos, possivelmente vão reconhecer, porque viveram naquela época.
05:12Não é um filme pra criança, né?
05:14Não, acho que é um filme pra todo tipo de público, justamente por isso.
05:17Acho que ele tem camadas e você pode, sei lá, o meu filho de 5 anos é apaixonado com o filme, compreendeu a história, entende, gosta do...
05:25E as pessoas mais velhas, mesmo quem não era dessa geração, que era da geração anterior, porque eu acho que se identifica com uma série de coisas.
05:33Não tem como você olhar praquilo e não se identificar objetos, modo de vida, né?
05:38Essa coisa analógica da gente, que a gente foi perdendo numa sociedade totalmente digital.
05:43Então, acho que essa identificação, ela é ampla, sabe?
05:46As pessoas olham praquilo e se apaixonam.
05:48Agora, um ponto alto do filme, não posso deixar de falar, é a trilha sonora, né?
05:52Que foi aí escolhida, assinada por Patufu, não é isso?
05:56É, tem.
05:56Aí eu acho que é um presente, né?
05:58Porque quando o John e o John Lua e o Richard Neves, né?
06:03Do Patufu, eles aceitaram fazer a trilha, já foi uma felicidade imensa, porque nomes muito icônicos, né?
06:10Dispensa qualquer tipo de apresentação.
06:12Mas a entrega deles, eles se empenharam, se entregaram e eles criaram, as músicas são originais, né?
06:20Então, eles criaram, eles criaram músicas hoje que se pareciam com músicas da época.
06:26E isso acho que é a coisa mais incrível, porque você ouve essas músicas e parece mesmo de ser de alguma banda que existia na época.
06:35O John, principalmente, que é mais velho que o Richard, ele tinha banda nesse período.
06:40O John fez parte do Último Número, uma banda icônica aqui de Minas, fez parte do Sexo Explícito.
06:47Então, isso foi muito incrível.
06:49E tem ainda a colaboração da Fernanda em uma das duas músicas, que já são músicas para existentes, que a gente fez versão, que ela canta qualquer jeito.
06:59Não Está Sendo Fácil.
06:59Não Está Sendo Fácil.
07:01Essa aí é conhecida.
07:02E tem mais uma também, Doce Mel?
07:04Doce Mel.
07:05E aí, Doce Mel...
07:06Da Xuxa?
07:07Isso.
07:07E aí, no Doce Mel, a gente fez uma coisa que é...
07:11A gente inventou personagens, né?
07:13A nossa Xuxa, na verdade, é uma dupla que se chama Danilu.
07:16E aí, essa dupla canta Doce Mel em clipe, numa versão acústica.
07:24E os meninos, né?
07:25É um spoiler, mas os meninos, eles recriam a versão deles de Doce Mel.
07:30Então, isso é...
07:32São as duas músicas que já eram pré-conhecidas, né?
07:35Que estão no filme.
07:36O resto é toda uma criação original, toda uma trilha sonora original, que inclusive...
07:41Virou o álbum.
07:42Virou o álbum.
07:43E está nas plataformas e vai virar um vinil.
07:47Muito em breve, no início do ano, a gente está programando um lançamento.
07:51Então, vem aí o vinil, né?
07:53A mídia física.
07:54Eu estou aqui falando de mídias físicas.
07:55Físicas.
07:55Vem aí a mídia física do último episódio.
07:59O último episódio está em cartaz no Brasil, né?
08:02Em cinemas do Brasil, né?
08:03Cinemas do Brasil.
08:04Está completando aí quase um mês que ele está em cartaz.
08:09Em Belo Horizonte, ele segue em cartaz no Belas Artes.
08:12Charmosíssimo cinema que a gente tem, um dos poucos cinemas de rua, de BH.
08:18E é isso, assim, porque essa luta também com filmes independentes, né?
08:22A gente leva anos para fazer, a gente chega nesse momento.
08:26É um momento sempre muito difícil, porque você luta, briga com filmes grandes, com os blockbusters.
08:33O espaço é o mesmo.
08:34Eu brinco sempre, né?
08:35A casa é a mesma.
08:37É um monte de filho querendo entrar, mas a casa é a mesma.
08:39O cinema está lá, o espaço é único.
08:43E a gente fica batalhando.
08:44Então, para quem estiver passando nas cidades, o filme é importante ir ao cinema, é importante
08:51passar essa palavra, ver o filme, convidar o outro para...
08:55E quem estiver em casa e estiver nos assistindo agora e quiser ver o filme, entra na internet
08:58para saber em qual cinema está, na sua cidade?
09:00Como é que faz?
09:01Tem o nosso Instagram, né?
09:02Arroba Filmes de Plástico.
09:05Tem o Instagram das duas distribuidoras, né?
09:07Que é a Malute Filmes e a Imbaúba.
09:09Tem as nossas páginas, né?
09:14De certa forma, hoje eu acho que é o modo mais fácil de se inteirar, mas também acho
09:20que qualquer...
09:21Nos sites, enfim...
09:22Dos cinemas, já dá para saber em qual que está encartado, né?
09:25Saber o último episódio.
09:26Agora, você estava falando ali sobre a indústria, sobre a dificuldade de ter um espaço no cinema
09:31brasileiro hoje.
09:32Chega a ser uma competição desleal, porque a gente tem produções, assim, hollywoodianas,
09:37com investimentos muito grandes.
09:40Você acha que séries...
09:41Você acha que é uma competição, assim, um pouco desleal?
09:44O grande...
09:45O problema é o gargalo, que é a exibição.
09:48Ainda é um problema que o Brasil, apesar de ter hoje mais de 210 milhões de habitantes,
09:53nós não temos nem 4 mil salas de cinema.
09:55É completamente desproporcional.
09:57E pensando que essas 4 mil salas ainda estão numa zona ali muito restrita do país.
10:03E dentro dessas 3.800 salas, você tem que concorrer com esses blockbusters, né?
10:11Que ocupam, que dominam o espaço.
10:14Então, aqui não é uma reclamação...
10:16Ai, estou reclamando porque eu estou com um filme.
10:17Isso é uma reclamação que já vem de muitos anos, né?
10:21De uma briga maior pelo cinema brasileiro ocupando esses espaços, porque os filmes são bons.
10:27As pessoas, quando vão e assistem, os retornos são incríveis.
10:31Eles falam, ah, eu não estava esperando, que maravilhoso.
10:34Agora, voltando para o último episódio, diz que o pessoal está saindo do cinema emocionado,
10:38porque esperava ali um romance, uma história mais tranquila, mas não.
10:42Tem um drama, uma trama de emocionar mesmo no final do filme.
10:46É isso, eu acho que é o grande trunfo do filme.
10:48Eu acho que ele...
10:49As pessoas chegam até ele movidas por esse plot, né?
10:52Movidas por...
10:53Ah, é o garoto que está tentando fazer o último episódio da Caverna do Dragão.
10:57Ah, que legal.
10:57Parece uma aventura, mas quando chega ali, eu acho que se depara com crianças,
11:03primeiro em atuações brilhantes, os três estão perfeitos assim,
11:07e se deparam com movimentos de amadurecimento,
11:11de lidando com luto, lidando com, enfim, descobertas,
11:17e aí se emocionam.
11:20Então, todas as sessões que eu acompanhei, eu acompanhei várias, assim,
11:25o final é sempre muito bonito de se ver pessoas de todas as idades chorando,
11:29saindo muito emocionadas do cinema, muito tocadas.
11:32Então, eu acho que isso reforça ainda mais a ideia de que é um filme para toda a família,
11:39é um filme para todo tipo de público,
11:41e está longe disso de ser um filme de aventura nichado,
11:45que só, talvez, adolescentes vão gostar.
11:47Acho que é o inverso.
11:48Reforça o convite, então, para o pessoal em casa assistir o último episódio.
11:52Vá ao cinema, ver o último episódio,
11:55esse trabalho belíssimo de muitos anos,
11:59que a gente agora conseguiu colocar no cinema,
12:01e também, né, para quem conhece a produtora,
12:05para quem conhece a filmes de plástico,
12:06para quem conhece o Marte 1,
12:07para quem conhece o Dia que Te Conheci,
12:08para quem conhece a temporada no coração do mundo,
12:11esse é mais um filme assinado por essa produtora,
12:15e eu acho que vale muito a pena ir ao cinema,
12:18ter essa experiência coletiva com o filme,
12:21e eu tenho brincado sempre.
12:23Nos ajuda e também é ajudado,
12:25porque eu acho que ver um filme é muito singular no cenário brasileiro.
12:30Muito obrigada, Maurílio, pela entrevista,
12:32por estar aqui com a gente,
12:33desejo muito, muito sucesso cada vez mais.
12:35Muito obrigado, querida.
12:37Para você que nos acompanhou,
12:38esse foi mais um programa em Minas,
12:40exibido aqui na TV Alterosa,
12:41em parceria com o Portal Y,
12:42lembrando a íntegra dessa conversa de hoje,
12:44você acompanha amanhã no Jornal Estado de Minas.
12:47E eu convido a você,
12:48que continua com a gente,
12:50para nos acompanhar no YouTube do Portal Y,
12:52que vai ter mais um pouquinho mais de bate-papo
12:54com o Maurílio Martins, cineasta.
12:56Obrigada pela companhia, pessoal,
12:57e até o próximo programa.
12:59Tchau!
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