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Em entrevista ao EM Minas desta semana, o cineasta Maurílio Martins falou sobre Marte Um e a relação do filme com a Filmes de Plástico. Segundo ele, o longa foi o primeiro filme mineiro a representar o Brasil no Oscar e ampliou o reconhecimento da produtora.

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#cultura #cinema #contagem

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Transcrição
00:00Estamos de volta com o programa em Minas, exibido aqui pela TV Alterosa, em parceria
00:19com o Portal Uai e agora com um bloco exclusivo para você que nos acompanha no Portal Uai,
00:24no YouTube do Portal Uai. Nosso convidado de hoje, Maurílio Martins, cineasta, produtor
00:31do filme O Último Episódio. A gente continua conversando, Maurílio. E agora não posso
00:35deixar de falar sobre a produtora, filmes de plástico, né? E teve, assim, recentemente,
00:40não sei se o pessoal de casa vai lembrar, o filme Martins 1, que em 2003 representou
00:45o Brasil no Oscar. Já foi uma conquista, uma vitória enorme e eu acredito que vocês
00:50também tenham, assim, essa sensação de reconhecimento por ter uma produção mineira
00:55nossa representada no Oscar. Como é que foi isso?
00:59Eu acho que o Martins 1 foi um acontecimento, né? Tanto para a produtora, mas eu acho que
01:04para a cidade, para o Estado. Foi a primeira vez que um filme mineiro foi o representante
01:10do Brasil. E isso, obviamente, né? Causou todo um rebuliço, porque de imprensa, de público,
01:19isso levou um público imenso aos cinemas para ir ver o filme. Mas eu acho que mais do
01:26que isso, eu acho que fincou o pé da produtora num espaço onde eu acho que saiu da bolha.
01:34E aí, hoje, a gente consegue ser reconhecido em outros lugares que não a bolha cinéfila.
01:40Eu acho que veio muito por essa conquista do Martins 1. Isso teve um impacto muito grande.
01:47Obviamente, o filme é incrível por si só, né? Mas essa ajuda, essa indicação na época,
01:55ela... porque começou a chegar em pessoas que nunca tinham ouvido falar e que não conheciam
02:02uma produtora. Eu ia perguntar exatamente sobre isso. O Martins 1, ele foi ali um marco para a produtora
02:10no cinema brasileiro, mas não só na produção, para as pessoas, para o público, para quem não sabia
02:17da filmes de plástico e dessa produção mineira, né? De realmente chegar em lugares que a gente não
02:23pensava, não imaginava, em todos os estratos sociais, né? Em diversas regiões. E da coisa escalonou
02:32de virar verbete em livros de história, deles pediram... Vários editoras pedindo fotos para ilustrar.
02:43Então, isso eu acho que é quando o filme cai nesse imaginário popular, né? Ele sai ali do nicho do filme,
02:50do cinema, que permanece ali e vai para o imaginário popular. Você começa a vinheta, por exemplo,
02:58do Cine Sesc em São Paulo, tem lá a figura do Deivinho, né? Olhando. Então, aquela imagem ficou muito
03:05icônica e isso é muito bom quando o filme passa para esse imaginário. Eu acho que não tem como não falar
03:11que o Martins 1 também, sabe? Ele ajuda, ele pega a produtora e leva a produtora junto, né? Todos nós,
03:18com todos os filmes, para um outro patamar, que é esse patamar de reconhecimento.
03:22Vamos ver junto um pouquinho de cenas do Martins 1? Nós temos aí? Vamos rodar?
03:25Sábado não posso, não vou fazer faxina na canabinha. Mas eu pedi três sextas e pedi por sábado,
03:34eu achei fácil, né? Doze reais é maravilhoso. Maravilhoso. Você não quer jogar bola, não?
03:41Não é que eu quero parar de jogar bola. Eu penso em fazer outras coisas também. Tipo o quê?
03:48Meu sonho é virar astrofísico e participar de uma missão Martins 1. Nós seres humanos vamos tentar
03:53colonizar a Martins. E essa mensagem é namorada? Dois ou menos. Não precisa contar nem pro papai
04:00nem pra mamãe, tá? Aquilo dele é sacanado. Além da dor de cabeça, quem mais te incomoda?
04:08Uma coisa assim por dentro, sabe? E eu tenho tido um pouco de medo também. Vou ter que sair daqui, amor.
04:15Eu tô atraindo coisa ruim, eu sinto isso. Tá aí cenas. Tá aí cenas de Martins 1.
04:21Então, o telespectador que acompanhou a gente pelo... que tá acompanhando a gente pelo YouTube
04:25disse que se emocionou muito mais com Martins 1, ou com o último episódio, do que com Martins 1.
04:31Surpresa pra você?
04:33Então, isso tem... eu acho que tem ali uma coisa no último episódio, que ele lida com a... com a nostalgia.
04:41E aí eu acho que a nostalgia, ela... ela atinge a gente em pontos, talvez, um pouco mais profundos e imediatos.
04:48Eu acho que a pessoa nem precisa refletir muito esse impacto um pouco mais imediato.
04:54Então, acho que esse... esse choro provocado pelo filme, essa emoção, acho que ela vem um pouco disso, assim, sabe?
05:01De a pessoa se deparar porque vira espelho, né? Você começa a se ver, você se vê nos personagens,
05:06você se vê nas roupas, nos gestos, nos objetos.
05:10E eu, por exemplo, sou muito nostálgico, sou muito chorão com a nostalgia.
05:15Eu acho que isso, pra mim, impacta muito essa relação com a nostalgia.
05:20Agora, curiosidade minha, na hora que vai produzir um filme como esse, né?
05:23Ambientado na década de 90, como é que funciona o processo de criação
05:28pra que você traga também pra dentro do filme, pra filmagem, objetos,
05:33toda uma ambientação que remeta àquela época.
05:36Eu tô falando, assim, do básico, exemplo, um telefone de uma época analógica,
05:41ou toda essa questão de cenário.
05:43Como é que é isso dentro de uma produção de um filme?
05:45Eu acho que no caso do último episódio,
05:47ele passa por questões muito particulares,
05:52que, uma que eu já falei, da recriação do bairro,
05:56de como que você recria um bairro que tá sendo apagado constantemente.
05:59Então, você tem que fazer uma série de truques,
06:02sejam eles até composição em 3D, a gente fez.
06:06Tem algumas cenas que têm efeito em 3D
06:08pra que algumas coisas se parecessem, de fato, com o que era na época.
06:13Mas tem um trabalho de direção de arte muito primoroso, muito primoroso.
06:16de entender como transformar aquilo a partir das minhas referências,
06:23a partir das fotos, a partir dos vídeos que eu coloquei.
06:26Porque não é só recriar uma época.
06:28É recriar uma época num bairro de periferia.
06:31É recriar em 1991, no Laguna.
06:35E essas fotos todas que eu disponibilizei, né, pras pesquisas,
06:39elas foram seguidas muito fielmente.
06:41E aí, depois, vai se estendendo,
06:42porque, além da direção de arte, você tem um figurino,
06:45você tem a caracterização de cabelo, maquiagem.
06:48E aí, esse complemento que se junta com a fotografia,
06:54acho que ele produz esse resultado que é das coisas mais elogiadas no filme,
06:59que quase sempre a fala é, parece um filme de 1991.
07:04Não é que parece um filme sobre 1991.
07:07A sensação que as pessoas têm é que elas estão assistindo um filme da época.
07:11Agora, curiosamente, você nos confidenciou, antes de entrarmos aqui no ar,
07:17que tem, inclusive, um VHS seu que fez parte de uma das cenas do filme.
07:22Esse VHS, eu, quando eu estava ali com 12 anos,
07:28obviamente, né, além de ser muito pobre,
07:31na região ninguém tinha uma câmera,
07:34então, você não tinha nenhuma imagem em vídeo
07:37da minha infância, adolescência.
07:42E aí, esse vídeo, ele foi feito a partir de um jogo de futebol,
07:47os organizadores desse jogo de futebol,
07:50eles contrataram câmera,
07:52e essa fita, eu sabia da existência dela,
07:55ela, um dia eu vi essa fita na casa do proprietário,
07:59ela estava sendo jogada fora,
08:01e se eu devia ter isso, meus 18, 17, 18 anos,
08:04eu peguei essa fita e guardei para mim.
08:06E é essa fita?
08:07E é essa fita.
08:08E aí, eu guardei ela por anos,
08:11quando chegou na época do filme,
08:13a gente usou, colocou,
08:15e aí tem um fato que é muito maravilhoso,
08:17e eu fico até emocionado de contar,
08:20que eu estou nela,
08:21obviamente, eu estou nela numa das cenas,
08:23e eu estou abraçando o meu melhor amigo,
08:26e esse meu melhor amigo, ele está no filme,
08:29ele atua no filme,
08:30ele é o Zena,
08:31ele é pai do Cassinho,
08:32um dos atores do trio principal,
08:36e isso é muito incrível,
08:37porque como que as coisas vão se misturando, né?
08:40É uma fita sobre a minha infância,
08:42que eu estou com o meu melhor amigo,
08:43ao mesmo tempo eu sou diretor de um filme,
08:45em que ele está atuando,
08:47e esse filme fala da nossa infância,
08:50não a nossa infância autobiográfica,
08:51mas a nossa infância enquanto pessoas de 13 anos,
08:55que moravam naquele lugar,
08:57naquele momento que vivemos.
08:59Olha só,
09:00colocamos aí na tela uma imagem, gente,
09:02de um VHS,
09:03para quem nos acompanha agora,
09:04não sabe o que é o tal do VHS,
09:06que a gente está falando,
09:07aí é o videocassete,
09:09e o VHS é a fita,
09:11que era usada antigamente,
09:13colocada dentro desse aparelho,
09:14para a gente assistir filmes,
09:16as gravações que a gente fazia em família,
09:17também eram depois passadas para o VHS,
09:20para a gente assistir na televisão,
09:21por meio desse aparelho,
09:23que é o videocassete,
09:24esse é o aparelho de videocassete,
09:26esse é o do filme,
09:27né?
09:28Que loucura que a gente tem que explicar,
09:29né?
09:29Esse é o do filme,
09:30tem que explicar.
09:30O tempo passou, não,
09:31eu digo assim,
09:32que loucura de ver como é que o tempo passa tão rápido,
09:35e que hoje já está num ponto,
09:36que as pessoas não fazem nenhuma referência,
09:38do que era um videocassete,
09:39e uma fita de VHS.
09:41Exatamente.
09:42Maurílio,
09:42muito obrigada por você estar com a gente hoje,
09:45aqui no Enminas.
09:45Eu que agradeço.
09:47Faça o convite novamente para o pessoal de casa,
09:48estou endossando o seu convite anterior,
09:50vá ao cinema,
09:51gente,
09:52prestigie o último episódio,
09:54que está belíssimo,
09:54né,
09:54Maurílio?
09:55Maravilhoso,
09:56vá ao cinema,
09:57isso é muito importante,
09:58vá ver o filme,
09:59prestigie o cinema nacional,
10:01mas dessa vez,
10:02prestigie o nosso filme,
10:03porque a gente precisa muito disso.
10:06Muito obrigada pela entrevista,
10:08você que nos acompanha em casa,
10:09obrigada pela companhia,
10:11entrevistei hoje Maurílio Martins,
10:13cineasta,
10:14produtor do O Último Episódio,
10:17a íntegra do nosso bate-papo,
10:18você acompanha amanhã no Jornal Estado de Minas,
10:20obrigada pela companhia, pessoal,
10:22tchau.
10:23Que vacilão!
10:24Nem o mais bonito,
10:29mas ele tinha dois grandes amigos.
10:31O que a gente vai apresentar na Feira de Cultura, hein?
10:33Aí dá o dia,
10:34não tem nada pronto.
10:35E uma paixão.
10:36Oi.
10:37Oi.
10:38Que mudaria.
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