A Polícia Federal desvendou o disfarce de um dos maiores traficantes da América do Sul, que transportava 11 toneladas de cocaína para a Europa e movimentava R$2,8 bilhões. O chefe do crime vivia como um empresário "educado e discreto". O Morning Show debate como a fachada do "bom moço" é usada pelo crime organizado para infiltrar as estruturas do Estado e fugir da lei.
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00:00Também tem aquela velha questão assim de que os bandidos eles vão lá distribuindo principalmente nessa época do ano presentes e tudo
00:06e muitos se pintam como uma espécie de bom moço, discretos, falam em amansa, tranquilinho
00:12e muitas vezes atuam ali em favor do crime organizado promovendo o tráfico de drogas.
00:18Eu tô falando aqui de uma prisão que foi efetuada em 2023, mas as investigações estão avançando contra o Rodrigo Alvarenga Paredes.
00:25Ele que se mostrava ali como herdeiro, moço de boa família, fazendeiro, mas estava enviando pelo menos 11 toneladas de cocaína pra Europa.
00:35Ele era o chefe, de acordo com a investigação da Polícia Federal, de uma organização criminosa que promoveu aí essa remessa de drogas
00:44e se envio entre 2020 e 2022 por mais de 2,8 bilhões de reais.
00:49Então assim, a cifra bilionária acontecendo e essa questão de, ah, olha só como é bonzinho, como é bom moço, não fiz nada disso.
00:57Então a gente vê também essa roupagem acontecendo em relação aos bandidos, né, João?
01:01Pois é, a gente observa isso e esses aí são os verdadeiros donos, né, os verdadeiros gerentes, diretores, enfim, do crime organizado
01:08e isso não exclui o combate nas tais comunidades ou favelas, né, porque muito se argumenta que, ah, esses verdadeiros líderes,
01:14eles estão na Faria Lima, sei lá, em Alphaville, falam bairros nobres, né, pra dizer que eles estão fora ali do ambiente
01:21onde impera o crime organizado e domina.
01:23Mas são ambos, né, eles estão aqui e estão lá, então uma coisa não exclui a outra.
01:28Que bom que a polícia o prendeu e agora é o que a gente diz, né, vai ter audiência de custódia, assim, não teve, vai ter todo o garantismo pra ele.
01:37Lembrando que ele destruiu centenas, quiçá milhares de famílias com o comércio, a mercância de drogas e agora ele deve ser punido.
01:45Só que o que vai se aplicar pra ele é uma coisa, o que vai se aplicar pra outro tipo de preso é outro.
01:50E certamente ele tem conexões, e aí é que vem a coisa, né, ele tem conexões certamente no mercado financeiro, né,
01:55ele tem contatos na polícia, ele tem contatos no estado, né, na fazenda, então certamente ele tem muitos contatos.
02:03E aí começa a entrar aquele negócio de apagar o incêndio também, né, que quem tá envolvido no meio público
02:08começa a tentar estancar os danos da operação e a gente viu bem isso no caso do Banco Master,
02:14talvez seja o mais, né, que ilustre essa situação, os poderosos agindo pra estancar ali, pra ele estourar nos outros.
02:22É o que certamente vai acontecer nesse caso.
02:23Pro pessoal que nos acompanha pelo rádio, nós vamos para um rápido intervalo, voltamos daqui a pouquinho pra vocês.
02:28Seguindo aqui, a Aninha ergueu o microfone, quer falar alguma coisa, Aninha?
02:31Não, é que eu acho muito curioso como às vezes as pessoas, elas se seduzem com ações ou palavras bonitas,
02:39ou um presente que a pessoa pode dar, e aí ela deixa, assim, inconscientemente de prestar atenção
02:45naquilo que aquela pessoa provavelmente tá fazendo.
02:48Então, quando a gente vê um caso, seja como esse, seja como essa história do Banco Master,
02:52que, enfim, vai dar o que falar ainda por muito tempo, a gente tem que tentar um pouco dissociar
02:58a carinha boa daquela pessoa, porque no final ela tá fazendo mal a muita gente.
03:04A gente não pode ter dó, a gente não pode ter pena.
03:06A pessoa fez muito mal. Por mais bonita e educada e simpática e discreta que ela seja,
03:11ela fez mal pra muita gente.
03:14É o tal, né, Aninha? Pra mim foi bom. Pra mim foi bom é o que basta, né?
03:17Isso é no mundo político também. Quantos políticos ruins nós não temos,
03:22mas que ganham votos sobre esse argumento. Pra mim ele foi bom.
03:25Quando a gente olha, por exemplo, tá muito na moda agora esse seriado sobre o crime organizado no Rio de Janeiro,
03:31principalmente o jogo do bicho, esses bicheiros, que eram pessoas violentas, criminosos, graves,
03:37que tinham inclusive homicídios nas suas costas, eles ajudavam a comunidade, ajudavam a comunidade com o carnaval,
03:43ajudavam a comunidade com o futebol e aquilo que o Estado não fez, a migalha dada por esses era muito.
03:50Porque deu um remédio, porque às vezes conduziu o filho doente até um hospital e pra eles foi muito.
03:55Se o Estado prestasse o que teria que prestar, essas pessoas, esses criminosos não teriam oportunidade.
04:00E vamos lembrar talvez o maior criminoso da história, que era amado, o Pablo Escobar.
04:06Por mais cruéis que fossem os seus crimes, ele tinha uma centena, se não milhares de pessoas que adoravam,
04:12porque ele dava casa, porque ele dava comida, porque ele dava bebida, porque ele bancava um time de futebol,
04:18que chegou inclusive na final da Libertadores.
04:20Mas pra aquele indivíduo que foi por ele ajudado, aquilo era muito.
04:24E era muito porque o Estado nada fez.
04:26Esses grandes bandidos, eles só conseguem se consolidar porque eles se infiltram no Estado.
04:32E isso é um ponto essencial pra gente discutir.
04:36Como que a gente consegue fazer com que o Estado fique mais blindado da infiltração do crime organizado.
04:43E isso passa por a gente ter códigos de conduta que sirvam pra todo o setor público.
04:50Pra que seja um policial, seja um ministro do Supremo, que haja limites na forma como esses agentes e autoridades
05:00se relacionam com a sociedade, com negócios privados e com, muitas vezes, negócios privados que flertam com a bandidagem.
05:10Que lavam dinheiro do crime organizado.
05:12Então é preciso ter limites muito claros pra que a gente garanta a blindagem.
05:19Pra que não haja infiltração do crime organizado nos espaços de poder.
05:24E em tese já existe na legislação, em tese, mecanismos para puni-los.
05:29Mas o que a gente observa é que a lei é muito maleável.
05:32Depende pra quem se aplica.
05:33Pra alguns se aplica todo o garantismo e pra outros não.
05:36Nesse caso aí a gente tá na dúvida do que vai acontecer.
05:38É a depender do trânsito que ele tinha, vamos colocar assim.
05:42E como o Mano bem colocou, você tem essas estruturas societárias que elas acabam dificultando muito, né?
05:47Veja a questão do Banco Master ou outras, entre aspas, pirâmides.
05:50Eles vão fazendo uma estrutura tão complexa que fica difícil você chegar em quem é o verdadeiro man da chuva ali.
05:56Por isso que sempre que acontecem essas operações, esses crimes,
06:00quem tá na ponta ali, ele estanca normalmente e fica só nos peixes pequenos.
06:06É o que acontece nessas operações em comunidades, muitas vezes,
06:08que prende lá alguém, ah, fala, ah, mora numa mansão ali na comunidade.
06:12Mas ele não é, a gente sabe que ele não é o verdadeiro líder, né?
06:15Que ele tem outros líderes que não estão lá na comunidade.
06:18E além do código de ética, a gente tem que ficar preso mesmo, né?
06:21Todo mundo no Brasil é solto, né?
06:23A série que a gente falou, a principal delas, a Tremembé,
06:26creio que todos estejam soltos, cometeram crimes gravíssimos,
06:30e salvo o melhor juízo dos personagens ali da série, todos estão soltos.
06:33Então isso que indigna totalmente a população e ainda ajuda a gerar essa cultura
06:38de uma espécie de bandidolatria, né?
06:40De achar legal, né?
06:42Muitos desses criminosos iam pessoas lá tirar fotos com eles.
06:45Sem dúvida.
06:46Inclusive estamos de volta pro pessoal que nos acompanha pelo rádio, né?
06:49Estamos aqui discutindo sobre os criminosos que usam disfarces de bons moços,
06:54tudo, saem distribuindo presentes pra comunidade,
06:57mas muitas vezes cometem cada vez mais atrocidades.
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