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A Primeira Turma do STF referendou a decisão monocrática de Alexandre de Moraes que anulou a decisão da Câmara e determinou a perda imediata do mandato de Carla Zambelli (PL). O ato, que ordena a posse do suplente em 48 horas, é visto como um atropelo do Judiciário sobre o Legislativo e agrava a crise institucional entre os Poderes.

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Transcrição
00:00A primeira turma do Supremo Tribunal Federal começou a analisar há pouco a decisão do ministro Alexandre de Moraes
00:06que anulou a decisão da Câmara dos Deputados que preservou o mandato de Carla Zambelli
00:12e ordenou a posse do suplente da parlamentar, Adilson Barroso.
00:17A tendência é que a decisão de Moraes seja integralmente confirmada pelos demais integrantes da turma.
00:24Nessa quinta, Moraes decretou a perda imediata do mandato da parlamentar
00:29e determinou que o presidente da Câmara, o deputado Hugo Mota, efetive a posse do suplente
00:35no prazo máximo de 48 horas, conforme o artigo 241 do Regimento Interno da Casa.
00:43Mas, para comentar essa situação, estamos com o deputado federal Bibo Nunes, do PL do Rio Grande do Sul.
00:50Deputado, muito boa tarde. Bem-vindo ao Meio Dia em Brasília.
00:53Gostaria que o senhor comentasse essa decisão do ministro Alexandre de Moraes.
01:00Olha, é uma decisão que ele alega ser inconstitucional de parte da Câmara.
01:08Eu estou analisando e acredito que a presidência da Câmara não poderia se sujeitar a algo inconstitucional.
01:15Aí fica ruim. Mas o que é muito ruim, o que é péssimo,
01:18o Alexandre de Moraes, determinar que faça isso. Ele pode pedir.
01:24Agora, determinar não, porque ninguém aqui é funcionário dele, ninguém está aí.
01:28Nós estamos no outro poder e ele tem que ter o respeito, tá?
01:31Sem arrogância para cima de nós, que ele tem que respeitar o poder legislativo.
01:35Aqui não funciona assim, principalmente eu, que não tenho rapo preso,
01:38não tenho culpa no cartório, comigo vão falar com respeito.
01:41No mínimo isso.
01:42E eu também trago aqui o Wilson Lima. Muito boa tarde, Wilson.
01:47Pode participar dessa conversa com o deputado.
01:50Boa tarde, Wilson.
01:52Boa tarde, deputado. Boa tarde, Zé Inácio Pilar.
01:54Mas, principalmente, boa tarde para você, meu amigo e amiga de um antagonista
01:58que nos acompanhou em mais uma semana daquelas.
02:01Que semana foi essa?
02:02Ô, deputado, antes de eu te fazer a pergunta sobre a questão do Alexandre de Moraes,
02:08o senhor dormiu quantas horas essa semana?
02:10Porque teve uma sessão que foi até às quatro da manhã na terça,
02:12depois outra que foi até às duas da manhã.
02:15Já deu para recuperar o sono ou ainda não?
02:17Não, porque eu cheguei em Porto Alegre ontem e a minha filha está comigo nesse período
02:24porque ela ganhou um casal de gêmeos prematuros.
02:27Está completando um mês agora.
02:29Então, também não durmo com gêmeos em casa.
02:32Então, estamos na luta desde as oito e meia aqui no gabinete em Porto Alegre.
02:37Mas, quando a gente fala o que gosta, não cansa.
02:40Mas, que eu estou com vontade de dormir um pouquinho, eu estou.
02:44Está certo.
02:45Agora, deputado, sobre essa questão do Alexandre de Moraes,
02:47a pergunta que se faz agora é a seguinte, inclusive,
02:50a gente debatia isso na redação.
02:51O que dá para se fazer agora?
02:53Porque a Câmara tomou uma decisão,
02:56o Alexandre de Moraes disse que essa decisão é ilegal.
02:59E agora, faz o quê?
02:59A Câmara pode apresentar um recurso ao Alexandre de Moraes
03:03que já foi indeferido?
03:04Como é que vai ficar esse bate-bola?
03:06Um jogando a bola para o outro, como é que se resolve isso?
03:08Muito bem.
03:09Olha, eu sou muito do que é o correto, do que é o certo.
03:12Se, de fato, tem razão o Alexandre de Moraes,
03:16que normalmente ele não tem, pela sua arrogância,
03:19ele quer lhesislar,
03:20eu acredito que ele, tendo razão, não fica bem para a Câmara,
03:25não fica bem para a mesa diretora,
03:28que, no mínimo, teria que avaliar antes
03:30se teria inconstitucionalidade ou não.
03:35Que eu, quando entro numa luta, eu gosto de ganhar,
03:37eu não entro para perder.
03:38Se ele tiver razão, aí fica meio ruim para a gente,
03:41para nós da Câmara, né?
03:42Porque eu estou muito do correto, do que é o certo, o justo.
03:47Só que, sendo de Alexandre de Moraes,
03:49que é tão prepotente, que quer legislar,
03:52que ele é tudo num processo,
03:54então me dá o direito de questionar.
03:56Vamos ver quais são os fundamentos,
03:59mas vamos lutar, acima de tudo,
04:00pelo respeito à Câmara Federal.
04:02Essa de dizer assim,
04:04determino, não tem essa de determinar.
04:07Determina.
04:07Ó, peço que cumpram isso, isso e isso.
04:10Pede.
04:10Não tem determinar.
04:12Que é o Poder Legislativo.
04:13Não está falando com bandido, coisa assim.
04:15Então, tira esse termo aí.
04:17Se é termo judicial, tudo bem,
04:18você tem que respeitar, ainda mais diante da situação que foi criada.
04:22Então, no mínimo respeito, tá bem?
04:25É isso que tem que ter o Poder Judiciário,
04:27no caso, o Alexandre de Moraes,
04:29conosco aqui da Câmara Federal.
04:34Deputado.
04:34Deputado, eu queria...
04:36Por favor, Inácio, siga.
04:37Só uma pergunta.
04:38Você se apega muito a essa questão da terminologia que ele usou,
04:43de determinar e não pedir.
04:45Você crê que se ele tivesse, digamos,
04:47indo com uma estátua,
04:48falando pedir, solicitar,
04:50enfim, com termos mais, digamos assim, arredondados,
04:53a Câmara cumpriria o que ele pediria
04:55ou haveria justamente margem para...
04:58Ah, como ele não determinou,
04:59ele só pediu para a gente considerar,
05:01vamos desconsiderar.
05:04Não.
05:04Tem que ver, tem que falar com educação.
05:07Tem que respeitar o nosso poder.
05:09Agora, eu sou do que é o correto.
05:11Vamos ver o que é o certo correto.
05:12Se estiver errado o Alexandre de Moraes,
05:15ele vai receber uma metralhadora de sumo para cima dele,
05:21porque aí é demais.
05:22Mais uma vez.
05:23Mas se ele tiver razão,
05:24aí a gente tem que acatar.
05:26Mas vamos ver.
05:27Agora, passo a palavra para você,
05:29meu caro Rodolfo.
05:31Essa situação...
05:31Rodolfo Borges, muito boa tarde.
05:33Você ainda não foi apresentado nessa sexta-feira.
05:36Essa situação da Carla Zambelli,
05:37essa tensão entre o legislativo e o judiciário,
05:43mais uma vez, extrapolando os limites.
05:46Você acha que Carla Zambelli, de fato, hoje será caçada?
05:50Ou até para mandar um sinal,
05:52eles, mais uma vez, vão se insurgir contra a decisão do Supremo?
05:56Boa tarde a todos.
05:57Acho que essa palavra que você usou é boa, Inácio.
05:59É um sinal mesmo.
06:01Aparentemente, essa prerrogativa da Câmara
06:06de encaminhar uma decisão judicial,
06:10porque está decidido, né?
06:12A Carla Zambelli foi condenada,
06:14ela está presa,
06:15e a consequência disso, para um parlamentar,
06:19é perder o mandato.
06:22E aí, a Câmara tem uma prerrogativa
06:24de executar esse protocolo,
06:30porque é um protocolo.
06:31Só que, ao ter a prerrogativa de executar
06:34e poder colocar em votação,
06:36pode acontecer o que ocorreu nessa semana,
06:39que é não seguir o protocolo.
06:42E essa possibilidade existe
06:44para que a Câmara pudesse,
06:46ou possa,
06:47impedir uma injustiça.
06:49Só que aí tem esse problema.
06:51Se o sistema judicial chegou à conclusão
06:54de que a deputada é culpada
06:56e merece ser condenada
06:58e pagar a sua pena,
07:01aí a gente tem uma possibilidade de impasse
07:03que não é a primeira vez que acontece.
07:05Até, ao decidir,
07:07o Alexandre de Moraes fez referência
07:08a um caso decidido pelo
07:09ministro aposentado Luiz Roberto Barroso.
07:12Então, já aconteceu outra vez.
07:15O que a Câmara fez
07:16nessa semana foi, sim,
07:19dar uma resposta ao STF,
07:21entre tantas outras
07:22que o Parlamento está tentando fazer
07:25desde que o STF virou,
07:27sempre foi,
07:28mas assim,
07:29virou uma força política
07:31muito ostensiva,
07:32muito presente
07:33no cotidiano do Parlamento,
07:36autorizando
07:37operação de busca e apreensão,
07:41inclusive prendendo parlamentares.
07:44E aí foi nesse contexto
07:45que se desenvolveu
07:46esse procedimento
07:47de o Congresso ter uma prerrogativa
07:51de tentar proteger os seus.
07:53Agora, é aquela coisa,
07:55o Duda Teixeira
07:56está terminando de escrever
07:57uma análise sobre esse assunto
07:58e acho que o título dele
07:59resume a coisa toda
08:01por um lado,
08:03do Moraes,
08:03que é que o Moraes
08:04erra mesmo quando acerta,
08:05porque essa decisão
08:07não tem muito para onde ir.
08:11A deputada está condenada,
08:12ela não pode exercer
08:13o mandato dela.
08:14Ela está presa na Itália.
08:16Para que ela vai continuar
08:17sendo deputada?
08:18Se ela não pode exercer
08:21o cargo de deputada?
08:23Então, é um esperneio
08:24da Câmara,
08:25ao mesmo tempo,
08:25porque vai tentar manter
08:27esse mandato aí,
08:28ou tentou manter
08:29esse mandato
08:30de forma simbólica,
08:32porque ela não tem atuação,
08:33não faz diferença
08:34para a Câmara,
08:35de forma prática,
08:37a Carla Zambelli
08:38continuar sendo deputada,
08:39porque ela não pode
08:39exercer o mandato.
08:42Faz diferença,
08:42do ponto de vista prático,
08:44porque o suplente dela
08:47não poderia exercer o mandato
08:50e aí faltaria ali
08:51um voto dos 513.
08:53Agora, é um impasse
08:55que ele, mais uma vez,
08:57simboliza essa confusão
08:59entre os poderes de Brasília
09:00e o deputado B. Blum
09:02estava falando
09:02de ser inconstitucional ou não,
09:05se o Moraes está certo ou não.
09:06No final das contas,
09:07tanto faz se o Alexandre de Moraes
09:09vai estar certo ou não
09:10nessa história.
09:11Quem tem a prerrogativa
09:12de definir as coisas
09:13no final das contas
09:14é o STF.
09:15E esse é um dos problemas
09:16da crise pela qual
09:17nós estamos passando.
09:18O STF se colocou
09:20numa posição
09:20em que ele virou
09:21um ator político
09:23muito relevante.
09:24E aí, quando um poder
09:25é tão poderoso
09:26quanto o STF
09:27e vira o ator,
09:28ele vai decidir tudo sempre.
09:29e aí.
09:30E aí
09:39Obrigado.
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