- há 9 horas
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00:00Transcrição e Legendas Pedro Ribeiro Carvalho
00:30Transcrição e Legendas Pedro Ribeiro Carvalho
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01:30Transcrição e Legendas Pedro Ribeiro Carvalho
01:32Transcrição e Legendas Pedro Ribeiro Carvalho
01:34Seu Lincoln, Nicolau, desculpe o incomodado.
01:36Eu podia ter interfonado, Ivo.
01:38É que... Bom, olha quem está aqui.
01:44Mas que surpresa. Aliás, que susto.
01:47Quem é vivo sempre aparece.
01:49Mas exatamente por isso o susto.
01:51Você está sendo dado como morto, meu rapaz.
01:53O que aconteceu? Fala.
01:54Justamente, eu vim aqui lhe contar.
01:56Para o senhor colocar aí no seu jornal.
01:58Ótimo, então senta aí, contador.
01:59Então.
02:04Não precisa me dizer nada, mestre.
02:16O senhor também viu o fantasma do detetive andando pela cidade, acertei?
02:19Você também viu?
02:20Eu estava no jornal quando o paspalho apareceu.
02:24Mas diz aí, onde é que o senhor encontrou com ele?
02:25O fantasma do detetive encarnou aqui em casa diante de mim?
02:30Eu quase tive uma síncope.
02:31E aí, como é que o cara conseguiu escapar?
02:34O desgraçado deu uma sorte inimaginável.
02:37Difícil de acreditar.
02:39Bom, mas poderia ter sido pior.
02:41O idiota podia ter visto quem havia tirado nele.
02:44Mas o senhor tem certeza que ele não viu nada?
02:47Ele pode estar blefando.
02:49Não, o garoto é ingênuo.
02:51Não estava mentindo.
02:52Não desconfia de nada.
02:53Simplesmente não faz a menor ideia de quem o atacou.
02:56É, mestre.
02:57Mas o senhor quase se estrepou nessa, hein?
02:59A gente não pode dar bandeira num serviço como esse.
03:01Não me critique, rapaz.
03:02Eu não marquei bobeira, como você diz.
03:05O rapaz teve uma sorte tremenda.
03:08Calma, professor.
03:09Só estou dizendo que o senhor não deveria se arriscar tanto.
03:12Da próxima vez, fala comigo.
03:13Talvez você tenha razão, Nicolau.
03:16Eu preciso tomar cuidado.
03:19Nossos planos poderiam ter ido por água abaixo se o bobalhão tivesse me visto.
03:23Nós já percorremos um longo caminho e não podemos correr riscos desnecessários.
03:30Ai, Carmen, desculpa.
03:42Desculpa, desculpa, desculpa.
03:44Não cuidar, você vai se cortar.
03:45Nossa, você está tensa, amiga.
03:46Eu não estou uma pilha mesmo.
03:48Eu não sei o que eu fiz.
03:50Aconteceu alguma coisa?
03:51Não, eu estou preocupada.
03:52Esse casamento maluco aí.
03:55Casamento maluco por quê?
03:56Ai, Carmen, sei lá.
04:08Aconteceu tudo tão de repente, né?
04:10Tão rápido.
04:12Mas não foi você mesma que quis assim?
04:14Tudo rapidinho?
04:17Ai, amiga, não faz pergunta não.
04:18Só me ajuda, por favor.
04:20Ué, o que foi?
04:22Olha só, se você não se abre, como é que eu posso te ajudar?
04:26Carmen.
04:26Eu só preciso do teu apoio, tá?
04:29Da tua força agora.
04:30Eu quero que você fique do meu lado, porque...
04:33Reza por mim, amiga.
04:36Mas assim, do fundo do teu coração, reza pra tudo dar certo.
04:39Eu preciso muito.
04:41Mas que insegurança é essa agora, de repente?
04:45Filó, eu não estou entendendo nada.
04:46Eu tenho que entender nada, Carmen.
04:47Eu tenho que ficar do meu lado.
04:48Eu tenho que me apoiar, eu tenho que me dar carinho.
04:50Eu estou precisando muito, amiga.
04:55Ai, meu Deus.
04:56E aí, companheiro?
05:04Animado com a nova fase da sua vida?
05:06Negócio tomando rumo, de casamento marcado?
05:09Pior que tá passando tudo tão rápido.
05:11O que foi?
05:17Sei lá.
05:19Às vezes me bate uma tremenda dúvida sobre esse casamento.
05:22Tito, você não tá pensando em dar pra trás, tá?
05:26Não, não é isso.
05:27Nem tem como a essa altura.
05:29Que às vezes eu fico me perguntando se o que eu tô fazendo é justo.
05:36Você, Filomeno, fecharam um acordo.
05:38Meio maluco, é verdade.
05:39Mas fecharam.
05:40E ninguém tá fazendo nada obrigado.
05:42Certo?
05:44Mas mesmo assim eu me pergunto.
05:47Será que é justo?
05:48Entendeu direitinho?
05:52Entendi.
05:53A senhora explica super bem, Mane.
05:55Olha a gíria, Diana.
05:57Gíria em boca de mulher.
05:59Principalmente de uma mocinha como você, fica muito deselegante.
06:03Bom, daqui pra frente você dá conta sozinha, não dá?
06:06Não, do sim.
06:08Quando eu terminar eu mostro pra senhora pra ver se tá tudo legal.
06:11Ah, pra ver se está tudo certo.
06:14Legal também é uma gíria bem feia.
06:16Pra ver se tá tudo certo.
06:18Isso.
06:20Mas e o Farinha, tia?
06:21Que bom que ele tá de volta.
06:23A senhora não tá feliz?
06:24Fiquei contente, sim.
06:25Claro.
06:27Eu não quero mal de ninguém.
06:28E quando a senhora vai deixar ele vir aqui?
06:30Nunca.
06:31Por que, tia?
06:32Dá pra me explicar o que tem de errado com Farinha?
06:34Bom, chega de perguntas.
06:35Mas tia, por que ele não pode vir a dia?
06:36Diana, Diana, olha.
06:38Volte a fazer os seus deveres e aproveita a explicação que eu te dei que tá fresquinha na sua cabeça.
06:42Eu me conformo, tia.
06:44Poxa, pelo menos hoje ele podia vir aqui pra comemorar que não morreu.
06:47Pois trate de se conformar, porque ele não vai vir aqui hoje nem nunca.
06:51Depois eu quero ver a sua lição.
06:53Tia.
06:55A senhora já sonhou com Farinha alguma vez?
06:57O que é isso?
06:58Que pergunta é essa?
07:00Não, porque eu sonhei com ele esses dias.
07:01Azar o seu.
07:02Assim, olha.
07:03Tava ele e a tia no carro.
07:05Carro aberto, sabe?
07:07Vocês andando...
07:07Não, não, não.
07:08Me poupe dos detalhes, Diana.
07:10Mas o sonho é tão bonito.
07:11Deixa eu contar.
07:12Não, eu não quero saber desse sonho.
07:14Aí depois o carro parava.
07:15Aí ele pegava uma flor e dava pra tia.
07:17Eu já falei que eu não quero saber desse sonho?
07:20Tá bom.
07:20Tá, mas é que quem sonhou?
07:22Pronto?
07:23Bom, trate de desemburrar e voltar pros seus deveres.
07:27E vê se procura sonhar com coisas mais interessantes.
07:30Aí depois que dava uma flor, tacava um beijo bem legal nela.
07:33Eu acho que ainda temos muito tempo pela frente pra gente tomar uma decisão.
07:52Eu diria que não.
07:54Aliás, tô querendo levar uma conversa com você sobre a possibilidade de juntarmos os trapinhos.
08:00Nicolau, por favor, eu quero que você entenda.
08:03Eu tô passando por um momento muito tumultuado aqui na empresa.
08:08Eu não tô com cabeça pra ficar pressando...
08:09Eu sei, Antônio, desculpa.
08:10Desculpa, eu não tô querendo te pressionar.
08:12Mas vai jantar uma noite dessa na fazenda e minha mãe vai ficar muito feliz.
08:16Eu vou sim.
08:17Deixa só as coisas acalmarem aqui um pouquinho.
08:21Você vai arrasar em Brasília.
08:25Nunca ninguém teve uma esposa tão deslumbrante no Congresso Nacional.
08:30Aliás, na capital inteira.
08:32É, Arminda.
08:35Nicolau, eu posso falar com você um instante?
08:52Alguma vez eu te proibir de falar comigo?
08:55Proibir não proibiu, mas parte pra violência quando ouve que não quer.
08:58Bom, se vem pra encher o saco é melhor sair rapidinho antes que eu me irrite...
09:02Nicolau, eu não quero te encher o saco.
09:03Calma.
09:04É que...
09:06A barra...
09:08A barra tá ficando bem pesada pra mim nessa casa.
09:10Pesada como? O que que tá acontecendo?
09:11Tá cansada de saber. Sua mãe e sua tia.
09:13Não tô afim de tricô.
09:15Nicolau, elas tão fazendo uma tremenda pressão em cima de mim.
09:18Tá ficando insustentável.
09:19Como assim?
09:20Ah, meu amor, não é segredo pra ninguém o que rola entre a gente.
09:23E agora elas nem disfarçam mais. Eu fico constrangida o tempo todo.
09:27São indiretas, olhares, cochicho.
09:30Esquece as coroas, Lilia.
09:32Não é só isso.
09:34A sua mãe falou claramente que eu devia ir embora daqui.
09:37Falou isso na lata.
09:38Falou.
09:40Ela disse com todas as letras.
09:41Você não poderia tirar uma licença?
09:47Pode, eu posso.
09:48Tenho direito a uma licença-prêmio.
09:50Mas são seis meses e...
09:53Mas então, não seria bom?
09:59É...
10:00Você...
10:01Você quer que eu vá embora daqui?
10:06Eu acho que eu tive uma ideia que pode resolver esse problema.
10:09É?
10:10Qual?
10:12Deixa eu amadurecer, depois eu te digo.
10:14Eu acho que pode existir um outro jeito de você me servir.
10:21Naquela mesa tá faltando ele
10:32E a saudade dele
10:34Tá doendo em mim
10:36Tá, tá bom, André.
10:45Não, o Sérgio já tava na sala com meus pais.
10:47Só vou terminar de me arrumar aqui e a gente já vai pra aí.
10:49Tá bom.
10:51Beijo.
10:52Tchau.
10:52Tchau.
11:09Tchau.
11:10Tchau.
11:10Amém.
11:40Amém.
12:10O decreto vai ir na entupida.
12:12Deixa eu terminar de conferir a lista de convidados.
12:15Depois eu vou ver a pia.
12:17Olha, juricaba, você já falou mais de 20 mil vezes sobre essa lista de convidados.
12:21Esse raio desse aniversário tá virando um tremendo de um pau.
12:26Por que que você inventou de transformar esse almoço num ato político?
12:30Pronto. Não falta ninguém.
12:33Aí também não aguento mais ouvir isso.
12:35Afinal, você chamou ou não chamou o senador?
12:38Chamei. Chamei o senador.
12:40A mãe do senador, a tia do senador.
12:43Se eles virão, eu não sei.
12:44Mas convidar, eu convidei.
12:46Devia ter chamado os cavalos também.
12:49Não vai ter cadeira pra esse povo todo, não.
12:51Telefone aluga ou pede emprestado.
12:54Olha, você fez mal em não pedir confirmação, viu?
12:57Porque a comida tanto pode faltar como pode sobrar.
13:00Vai que um chama um, outro chama outro?
13:02Eu creio que virão todos.
13:03Você acha mesmo que o senador vai achar bonitinho
13:07participar desse almoço de apoio, o candidato do outro partido?
13:12Se o senador vier, ele vem sabendo que o Ari vai estar presente.
13:16E se o Ari vai estar presente, ele vai falar.
13:19O que ele vai falar, eu não sei.
13:21Mas vai falar, porque agora ele virou um evento político ambulante.
13:26Todo mundo sabe.
13:28E o senador, mais que ninguém.
13:29Olha, eu não quero barraco na embaixaria, na minha casa.
13:32Vê lá, hein?
13:33Os pais do Sérgio, hein?
13:36Será que eles virão?
13:37Não é melhor eu perguntar pra Sônia?
13:39Ai, a Juricaba, o menino já disse que sim.
13:41A Sônia já disse que sim.
13:43Quantas vezes eles vão ter que repetir?
13:45Quantas vezes eu perguntar?
13:47Ai, a Juricaba, você devia ter avisado que era almoço político.
13:51Eles vêm de gaiatos e vão ser alugados que nem as cadeiras.
13:55Só volta agora eles cantarem parabéns pro Arião,
13:58ao invés de cantar pra você.
13:59Pode ficar sossegado, eu sei o que estou fazendo.
14:02Sabe?
14:03Você não acha que você está se metendo demais em política?
14:06Aqui entre nós.
14:08Vem cá.
14:09Mais dia ou menos dia, o que vai acontecer?
14:12Eu vou me aposentar.
14:14Então, eu andei pensando aqui com os meus botões.
14:18Quem sabe eu não consiga um cargozinho na prefeitura.
14:21É uma coisa leve, que trabalhe pouco, só pra não enferrujar.
14:25E faturar mais uma graninha, claro.
14:28Eu duvido que você vai aguentar o jumento o dia todo.
14:32Agora, eu não vou aguentar os dois juntos.
14:34Você faz questão de transformar os meus assuntos em problemas seus.
14:39A explicação é simples.
14:40É porque você é o meu problema.
14:42Engraçadíssimo, viu?
14:44Quá, quá, quá, quá.
14:46Olha como eu estou morrendo de rir.
14:48Quá, quá, quá.
14:49Então, antes de morrer, vai lá desentupir a pia.
14:51Olha aqui, ó.
14:53A pia está entupida por causa do cabelo de vocês,
14:56que ficam se penteando no espelho lá no banheiro.
14:59Tô cansado de falar.
15:01Eu sou delegado.
15:03Eu sou bombeiro.
15:04Eu sou desentupidor de pia.
15:06Eu sou delegado.
15:08Pronto, está entregando moradinhas um amigo meu.
15:22Valeu, Sérgio.
15:23Mais uma vez, cara, obrigado.
15:24Deixa eu te falar uma coisa.
15:25Tô me apaixonando pela garota.
15:28Olha, André, eu e Sérgio, a gente veio conversando sobre o aniversário do meu pai, né?
15:32E parece que o Sérgio já confirmou a presença dos pais dele.
15:36Ô, Sérgio, que vacilo, cara.
15:37Vocês são muito engraçados, né?
15:39Eu ia fazer o quê?
15:40Sei lá, Sérgio.
15:41Inventava alguma coisa.
15:42A gente conversou sobre isso mais de mil vezes, cara.
15:43Ela não viaja, André.
15:44Se eu dou qualquer abertura com a dona Virginia,
15:46ela é capaz dela ligar para os meus pais e confirmar a minha história.
15:48É, o Sérgio tem razão.
15:49Meu pai faz questão absoluta de conhecer os meus futuros sogros.
15:52Não dá mais pra enganar uma coroa.
15:54É.
15:56Parece que agora o negócio complicou.
15:58Complicou.
15:58O jeito é ela ficar comigo de vez.
16:01O que você acha?
16:03Liga, cara.
16:05Calma.
16:07Querêncio.
16:25Querêncio, meu amor.
16:29Oi.
16:29Meu Deus, onde é que você estava?
16:32Voando muito alto?
16:36Uns 3 mil metros de altura, mais ou menos.
16:39Aqui você poderia relaxar um pouco, né?
16:42Parar de pensar?
16:43Eu estava pensando, estava imaginando.
16:46Mas o lance é o seguinte.
16:47De agora em diante, vou ter que me dedicar integralmente à minha missão 24 horas por dia.
16:52De novo, aquele papo de consertar o mundo?
16:57É isso aí.
16:58E não é papo, não.
16:59É missão mesmo.
17:00Eu sempre falei disso e você sabe.
17:02Só que antes era um sonho dourado.
17:04Agora não.
17:05Vou ter a chance de colocar tudo em prática.
17:07Começando por Ribeirão.
17:09Botar tudo pra funcionar como se deve.
17:11Eu quero fazer a cidade pegar no trampo.
17:14Agora vou ter poder e grana pra isso.
17:21E eu queria que você embarcasse nessa comida.
17:23Opa, opa, pera lá.
17:25Vamos com calma.
17:26Você não acha que você está delirando um pouquinho demais, não?
17:29É, pode até ser.
17:30Mas está escrito no meu almanac que só os visionários põem o mundo pra frente.
17:35E era isso que você estava fazendo aqui?
17:37Visionando?
17:39Exatamente.
17:40Eu imaginei um quadro completo.
17:41Pintei ele inteirinho na minha cabeça.
17:44Um quadro muito especial.
17:46E agora eu vou colocar na tela tudo o que eu imaginei com as mãos.
17:51Fala aí, o que é que é esse quadro?
17:53Ah, não posso.
17:54Não dá.
17:56Espero que você vai ver.
17:58Boa noite.
18:12Boa noite.
18:12Boa noite.
18:13Boa noite.
18:15Aliás, boa noite a todos.
18:18Boa noite.
18:18Boa noite, como vai?
18:22Então, Rosa, chegou ou não chegou a nossa encomenda?
18:26Chegou.
18:27É, graças a Deus.
18:29Mas o que eu falei pra você?
18:30O que eu te pedi?
18:31Eu disse que assim que chegasse, você pegasse o telefone e me desse uma ligada.
18:34Chegou ainda agorinha, tio.
18:36É, sim.
18:36Tudo bem.
18:37Vai.
18:37Então, passa aí.
18:38Eu quero ver.
18:39Mostra.
18:39Você já vai distribuir?
18:40É.
18:40Eu não posso perder tempo.
18:42Menina, essa eleição vai ser duríssima.
18:45Aliás, já endureceu, né?
18:46Qualquer urgência é lenta.
18:48Vai, mostra.
18:50Ai.
18:51Mostra.
18:52Vou pegar uma tesoura pra gente.
18:55Ficou bonitinho, né?
19:20Olha, chapéuzinho, gravatinha vermelha.
19:27Ficou ótimo, ficou ótimo.
19:30Ai, Rosa, modéstia à parte.
19:34A minha ideia foi realmente luminosa.
19:38Luminosa.
19:38Me ajuda aqui.
19:40Eu vou distribuir.
19:42Me ajuda aqui.
19:43Vai, pega aí.
19:44Vai pegar.
19:45Vem, fica aqui.
19:46Oi, boa noite.
19:47Oi, Maldon.
19:48Olha, um jumentinho pra você, ó.
19:52É, pra você também, ó.
19:54Obrigada, prefeito.
19:55E calma que você também vai ganhar.
19:57O seu é de gravatinha azul.
19:59Isso é porque as eleições vêm aí.
20:03Eu quero que vocês não se esqueçam, né?
20:05Do jumento que...
20:07Deus do céu.
20:08Calma que tem pra todo mundo.
20:10Calma que eu vou refletir.
20:11Fica aqui, ó.
20:12Aqui.
20:13Ó, gravatinha vermelha.
20:15Jumentinho de gravatinha vermelha.
20:17Você, uma moça bonita, merece o jumento bonitinho.
20:21Espera aí.
20:23Calma, gente, calma.
20:24Espera aí que eu vou...
20:25Então é isso, né?
20:27Não vai ter outro jeito.
20:28Vou ter que falar que meus pais vão viajar e não...
20:30Não vou poder ir no tal aniversário.
20:33Seja o que Deus quiser.
20:34Ou melhor, o que o delegado quiser.
20:36Não dá, não dá, Sérgio.
20:37Não dá.
20:37Eu conheço meu pai.
20:38Ele não vai acreditar nessa historinha aí de viagem de jeito nenhum.
20:41Ah, que bom.
20:42Eu vou fazer o quê, então?
20:43Abrir pro meus pais estar completamente fora de cogitação.
20:45Eles nunca iam topar entrar numa parada dessa.
20:48Enfim...
20:48Não sei.
20:49Também não tô nem aí.
20:50O namoro é de vocês que tá em jogo.
20:52Portanto, vocês tratam de arrumar um jeito.
20:54Gente, peraí.
20:55Calma.
20:56Calma.
20:57Eu acho que eu tive uma ideia que pode funcionar.
21:00Sério.
21:00Pensem comigo.
21:01Sacaçou.
21:02Sim.
21:15Onde é que o senhor pensa que vai?
21:17Eu não só penso, mãe.
21:18Como eu vou?
21:19Não vai, não.
21:20O que é isso, mãe?
21:20Chega dessas saídinhas noturnas, Joca?
21:23É muito perigoso, filho.
21:25E se o assassino tiver aí fora, espreita, só aguardando pra terminar o serviço?
21:30Mãe, o que você quer que eu faça?
21:31Hein?
21:32Que eu fique trancado dentro de casa, debaixo do cobertor, tremendo?
21:37Pra mim não tem problema.
21:38Eu levo leitinho com biscoitinho.
21:40A gente pode até ver um filme na televisão.
21:42Tá bom, tá bom.
21:43Eu sei que a senhora tem motivos pra se preocupar.
21:46Mas fica tranquila.
21:47E não precisa me esperar, não, porque eu não sei que horas que eu vou voltar.
21:50Não fica tranquila.
21:52O que que você quer, hein?
21:53Você quer me enlouquecer?
21:54Quer que eu fique aqui sentadinha nesse sofá sem saber se você vai voltar ou não?
21:58Já não chega a agonia que eu passei nesses últimos dias?
22:00Mãe, mãe, eu não vou fazer nada de perigoso.
22:03Eu te garanto que você não vai sair, mas não vai mesmo.
22:08Vou sim.
22:09Só se põe por cima do meu cadáver.
22:11Ai, mãe, para.
22:12Para, para de escândalo, por favor.
22:14Os vizinhos vão ouvir.
22:16Eu não tô nem aí.
22:17Desde quando que essa casa foi silenciosa?
22:19Você poderia ser um pouquinho mais discreta, pelo menos.
22:21Não tem ninguém discreto nessa uva.
22:23Você quer descrição?
22:24Então vai morar lá no bairro dos ricos.
22:26Porque lá até cachorro late baixinho.
22:28Eu já te falei que eu não vou fazer nada de perigoso.
22:30Eu sei o que eu faço.
22:31Ou se sabe.
22:33Mas é de um juízo que é uma beleza.
22:35Agora vai tirando essa roupinha de bacana.
22:38Porque dessa casa hoje você não sai.
22:41E quem é que vai me pedir?
22:42Eu.
22:43Se você quiser sair, você vai ter que me tirar a força da frente dessa porta.
22:47Deixa de ser ridícula.
22:48Olha, se a senhora não sair, eu vou pular pela janela.
22:51Filho, filhinho, não dá pra sair amanhã?
22:55Qual é a diferença, mãe?
22:56Quem quiser me matar, você acha que vai marcar a hora?
22:58Agora dá licença que eu tenho que ir embora.
23:03Você vai se encontrar com aquela mulherzinha, não é?
23:06Eu não quero discutir sobre isso.
23:07Eu sabia.
23:08Quando você se arruma assim, todo no capricho,
23:11é pra se encontrar com aquela perua cebosa.
23:15Essa mulher vai ser a sua perdição.
23:17Filho, eu já te falei.
23:19Se ela se preocupasse um tiquinho assim que fosse com você,
23:23ela não ia te obrigar a sair essa hora.
23:26A Amida se preocupa comigo, mãe.
23:28A senhora mesma disse que ela ficou aflita quando eu sumi.
23:30Foi com a consciência pesada, isso sim.
23:32Eu bem que falei pra aquela sirigaita que se te acontecesse alguma coisa, a culpa era dela.
23:38Mãe, você não falou isso pra Amida.
23:39Falei.
23:40Mãe.
23:40E foi pouco.
23:41Mãe, pega leve com a Amida.
23:43Eu não quero ver você fazendo bacharia com ela.
23:46Eu fazendo bacharia?
23:48Ela que é uma grossa.
23:49Agora chega, Joca.
23:50Chega, chega, chega.
23:51Vai tirando essa fantasinhazinha de galã e fala pra aquela mulherzinha que você não tá disponível pra missões noturnas.
23:58Eu já disse que não vai acontecer nada, tá bom?
24:02Eu sou que nem um gato.
24:04Eu tenho sete vidas.
24:05Seis.
24:06Porque uma você já gastou com essa ressurreição.
24:08Tá bom, vai.
24:09Olha só.
24:10Vai ver sua televisão descansar um pouquinho.
24:13Eu tenho mais o que fazer.
24:14Agora tá na minha hora.
24:14Joca.
24:15Joca, volta aqui.
24:17Volta aqui, menino.
24:18Joca, se você não voltar aqui, você vai ver uma coisa.
24:23Mas eu vou te contar que não falta necessidade é convite.
24:26É tanta comemoração, tanto evento que eu nem sei, viu?
24:29Ah, por falar nisso, fomos convidados pro almoço de aniversário da Júlia Caba.
24:33Até agora eu não entendi esse convite, viu?
24:36Porque nem eu, nem o meu Érico, nós nunca tivemos intimidades com esse homem, né?
24:41Eu também não.
24:42Aliás, pra falar a verdade, eu acho esse delegado um grosseirão.
24:46Caipira, tia.
24:47Caipira é assim mesmo.
24:48Olha aqui, meu filho.
24:49Eu continuo sem entender o porquê desse convite, viu?
24:54É jogada política, só isso.
24:57Esse almoço vai servir como um ato de apoio à candidatura do Ari, que também foi convidado, né?
25:02A Júlia Caba não me falou nada, mas é evidente.
25:04E você vai, Nicolau?
25:06Eu tô pensando em isso, hein?
25:08Eu acho que vai ser bom.
25:10Afinal, eu sou um senador de todos, né?
25:12Não só do meu partido.
25:14Pois olha, meu filho, eu não vou nem amarrada, viu?
25:16Era só o que me faltava.
25:18Pois deveria repensar a sua posição.
25:20A senhora é mãe de um senador da República.
25:22Não fica bem ficar tomando posições radicais.
25:25Por quê?
25:26Por acaso, mãe de político não tem fígado?
25:29Em memória de papai, a senhora deveria ir.
25:31É verdade, meu filho.
25:32O seu pai gostava desse casca grossa, né?
25:35A senhora que decide, tá?
25:37Oi, meu amor.
25:51Guarde o seu sorriso só pra mim
25:56Eu te dou o universo em meu olhar
26:03Alguém te viu entrar?
26:07É claro que não.
26:09Você sabe que quando eu quero, eu sou mais sorrateiro do que uma sombra.
26:12Mas quem tentou te matar também foi bem sorrateiro
26:14E pode estar atrás de você até agora.
26:16Ei, vira essa boca pra lá.
26:18Você quer que eu morra, hein?
26:19Depois você vai ficar chorando aí pelos cantos
26:21Como eu tenho certeza que você ficou quando eu sumi.
26:24Hum, coitado.
26:27Não fica bem pra um detetive ficar vivendo de ilusões.
26:30Olha quem fala.
26:32A mestra de mentir pra si mesma.
26:35Mas deixa pra lá.
26:37Cadê a Diana?
26:38O que que é isso?
26:39Mas você não se toca mesmo, não é?
26:41Demora.
26:42A Diana não pode nem suspeitar que você esteve aqui.
26:45Coloca isso de uma vez por todas na sua cabeça.
26:48Caramba.
26:49Nem mesmo depois de eu ter escapado da morte por um três
26:52Você abaixa a guarda?
26:54Impressionante.
26:55O seu caso é grave mesmo, sabia?
26:57Eu não tenho tempo pra ficar falando besteira.
27:01Cala essa sua boca e vamos por aí.
27:07Em silêncio.
27:08Tchau, tchau, tchau, tchau.
27:25Ai, que saudade.
27:27Para, mas que coisa...
27:29Faz questão que eu te coloque pra fora?
27:32Parece que só pensa nisso.
27:33Contenha-se.
27:35Vamos conversar.
27:36Eu quero que você me conte direitinho dessa história de atentado.
27:40Eu fiquei muito preocupada com isso.
27:42Ficou preocupada?
27:43Ficou com medo de me perder, né?
27:46Vai contar ou não vai?
27:48E por favor, não mente.
27:50Mentir?
27:51Olha aqui, ó.
27:52Olha aqui.
27:54Ai.
27:55Ai, ai, ai.
27:56Joca, isso não é um tiro.
27:58Eu quero saber da história desde o começo.
28:00Será que você pode...
28:01Tá bom, tá bom, tá bom.
28:02Eu vou contar, posso?
28:03Posso contar?
28:04Conta.
28:04Bom, primeiro eu tenho que reconhecer que o plano foi muito bem bolado.
28:10O cara, ou os caras, não sei, souberam planejar muito bem essa armadilha.
28:16Foi coisa de profissional.
28:18Bom, tudo começou com um bilhete que eu recebi em casa.
28:22Era um bilhete de uma pessoa desesperada que estava dizendo...
28:24Ficou de pessoas desesperット.
28:35Tchau.
28:36Bom, tudo começou.
28:38Bom, tudo começou.
28:40Resistiamos.
28:41Sônia!
28:58Pai, pai, que susto!
29:00Não sei se assustar não, minha filha
29:02Eu não vou te dar broca
29:04Só quero te falar uma coisa
29:06Sônia
29:09Os pais do seu namoradinho
29:12Eles virão no amanhã pro almoço do meu aniversário mesmo?
29:16Ai, pai, pai, eu não sei, eu não sei, acho que vem
29:19Acho que sim, mas eu não sei, eles confirmaram, tá?
29:22Mas não dá pra responder pela cabeça dos outros
29:24Eu quero vir
29:25Amanhã a gente vai ficar sabendo, tá bom, pai? Agora eu vou dormir
29:28Não, espera
29:29Ai, pai, por favor, pelo amor de Deus, eu tô cansada
29:32Sônia, eu estou preocupado com o seu bem, minha filha
29:36Eu quero que esse rapaz assuma um compromisso sério com você
29:40Ah, claro, claro, só isso
29:43Você só quer que o Sérgio me peça em casamento, né?
29:47Não é natural?
29:49Fala sério, não é, pai?
29:51Por favor, eu vou dormir, tá?
29:52Boa noite, até amanhã
29:53Sônia!
29:56Você e seu namoradinho não vão me engabelar!
29:58Está ouvindo, Sônia?
29:59Fala baixo, fala baixo, mamãe tá dormindo
30:01Ninguém vai me engabelar
30:04Sabe no que eu pensei quando eu senti a morte de perto?
30:10Não faço ideia
30:11Pensei em você
30:14Quando eu mergulhei nas águas do ribeirão e lutei contra a correnteza
30:19Eu sabia que eu precisava sair de lá só pra te ver novamente
30:23Foi o que me deu forças
30:25E aí quando eu bati com a cabeça na pedra
30:28O seu rosto apareceu diante de mim
30:31Foi aí que eu pensei
30:33Pelo menos eu vou morrer
30:39Com a imagem dela diante dos meus olhos
30:42Corta essa, Joca
30:47Se você bateu com a cabeça e desmaiou, você não pode ter pensado isso
30:50Mas eu pensei sim
30:51Deixa de ser chata
30:53Poxa, eu aqui querendo ser carinhoso com você
30:56Você cortando a minha
30:57Estamos só nós dois aqui dentro
30:59Você não precisa ficar fingindo
31:00Eu não tenho nada contra você ser carinhoso comigo
31:04Mas pelo menos seja coerente
31:07Falando em coerência
31:09Ou a falta dela
31:11Como é que anda o seu noivo?
31:14O senador?
31:15Por que você não aprende a ficar de boca calada?
31:18É só você me beijar
31:22Sou fã do seu jeito
31:25Sou fã da sua roupa
31:29Sou fã desse sorriso estampado em sua boca
31:35Sou fã dos seus olhos
31:38Sou fã sem medida
31:42Sou fã número um
31:45E com você sou fã da vida
31:49Doutora Juricaba
31:59Meus parabéns
32:00Muitas felicidades e muitos anos de vida pro senhor, viu?
32:06Obrigado, doutora
32:07Muito obrigado
32:08Mas melhor seria
32:10Se a senhora me desejasse
32:13Poucos dias de trabalho
32:15E muitos anos de aposentadoria
32:19Para com essa mania de falar em aposentadoria
32:22Que coisa louca
32:23Eu imagino o senhor tá aí, ó
32:25Cheio de disposição ainda
32:26E olha, o senhor não devia deixar o distintivo tão cedo pra vestir o pijama
32:31Vai acabar entediado
32:32Desse tédio eu não morro
32:35Mais fácil seria a doença me devorar
32:38Antes que eu compro o tempo de serviço que me falta
32:43Bom, olha, o seu presente eu vou lhe entregar no almoço, tá?
32:46Isso, se eu conseguir me liberar pra ir
32:49Pra te dar um jeito
32:50Você não pode faltar
32:53Sou delegado
32:54Dá licença
32:55O senhor João Carlos Peloto tá aí fora
33:00Quer falar com a dona Marta
33:01Vai lá verificar o que esse pilantra quer
33:04E confere direitinho as declarações dele
33:07Se confirmar que ele está mentindo
33:09Eu boto ele outra vez em cana
33:13Pode deixar comigo
33:14Olá, Marta
33:17Senhor
33:19Vê se não se estende muito aí, irmão, com esse malandro
33:23Eu não quero que a senhora chegue atrasado para o almoço
33:26Então, inspetora
33:35Vamos até o local do atentado, como a gente combinou?
33:38Vamos, vamos sim
33:39Eu tava te esperando pra isso
33:40O delegado ficou duvidando a minha história
33:42Mas você vai poder comprovar
33:44Que o que eu disse é verdade
33:45Eu não inventei nada
33:46Eu sofri um violento e covarde atentado à minha vida
33:49Tomara, né, Joca?
33:51Tomara que a gente encontre alguma prova
33:54Que corrobore com o seu depoimento
33:55Porque caso contrário
33:56Não é nenhum mistério a bronca que meu chefe tem de você
33:59Isso é abuso de poder
34:00O delegado não pode ficar me julgando culpado de tudo
34:03O tempo todo
34:04Não dizem que a justiça é cega?
34:07A justiça sim, né, Joca?
34:09Mas a doutora Juricaba enxerga muito bem
34:11E só vê o que quer
34:12Bom, vamos lá
34:14Bom, se a senhora quiser pode vir no meu carro, dona Mar
34:26Nem pensar que eu entro nessa flumbica velha
34:30Você vai me desculpar, Joca
34:32Mas é que eu tenho compromisso na volta
34:33E eu não quero correr o risco de enguiçar no meio do caminho
34:35Bom, se quiser vamos na viatura
34:38Não, não
34:39Eu prefiro ir no meu mesmo, viu?
34:41De lá pode ser que eu queira ir pro outro lado
34:43E se a minha fumbica enguiçar
34:45Tem essa joaninha que pode me dar um reboque
34:47Ou vice-versa, né?
34:49É muito engraçadinho, né?
34:51Vai
34:51Vai contando com isso
34:52Olha que, Joca, a polícia não faz esse tipo de serviço
34:55Aliás, eu nem sei como é que você tem autorização
34:58Pra transitar com esse amontoado de ferrugem
35:00Que um dia foi veículo
35:01O carrinho aqui é valente
35:04Ele quase nunca me deixa na mão
35:06Só uma vez ou outra
35:08Sei
35:09Bom, nos encontramos na estrada, então?
35:12A senhora sabe onde é que fica a entrada da trilha?
35:14Ai, não foi onde a gente encontrou seu carro?
35:16É, é, exatamente
35:18Então vai, vamos embora
35:19Eu, dois, dois, dois, três
35:37É, foi aqui que encontramos o seu carro, Jota.
35:58De onde foi rebocado para ser periciado.
36:00Foi aqui mesmo.
36:01Pois é.
36:02Quando eu percebi, ele já tinha desaparecido.
36:06Eu achei que tinha o vésser roubado.
36:07Aquela lata velha, roubada.
36:11Mas eu ia pensar o quê?
36:13Ah, e pelo menos você, assim, não viu nada suspeito?
36:16Nenhum outro carro parado por perto?
36:18Não, não.
36:19Eu ia perceber nessa estrada deserta aqui.
36:22Foi armação mesmo.
36:24Seja lá quem queria me matar, teve cuidado de malocar o carro em outro lugar.
36:28Bom, então vamos lá.
36:30No local onde aconteceu o tiroteio, onde é?
36:31É pra cá, é pra cá.
36:36Vai, Dramar.
36:38Esse foi o local que o cara que escreveu o bilhete marcou comigo.
36:41A senhora pode ver que é um ponto estratégico, né?
36:43Eu aqui do alto da pedra me tornei um alvo fácil.
36:46É.
36:48É verdade.
36:49Vem cá, e o bilhete?
36:50Você ainda tá com ele?
36:52O bilhete?
36:52O bilhete ficou dentro da calça que eu perdi no Rio.
36:57Dona Marta, de repente a gente pode encontrar a calça numa margem aqui próxima.
37:02Joacá, não enlouquece.
37:05Imagina, a gente não tem condições nenhuma de se fazer esse tipo de busca.
37:08Outra coisa, a correnteza pode ter levado muito bem a sua calça a quilômetro de distância daqui.
37:13Ou então alguém mesmo pode ter encontrado e pegado.
37:15Seria inútil fazer esse tipo de coisa.
37:17Imagina, olha, só que eu sinceramente tô achando muito difícil a gente encontrar evidências
37:22que prove que você foi alvejado aqui.
37:27Olha ali, a garrafinha.
37:29Dona Marta, é que você tava fazendo um frio danado e eu trouxe uma garrafinha de cachaça
37:35pra esquentar o esqueleto.
37:37E ele, o cara atirou na garrafinha e a garrafinha se batifou, foi isso?
37:43Olha, querido, isso só prova que você tava enchendo a cara na beira do Rio, sabia?
37:49Dona Marta, por acaso eu já fui preso alguma vez por causa de bebedeira?
37:54Ah, querido, é aquele velho ditado.
37:57É como dizem, sempre há uma primeira vez pra tudo.
38:02Se a gente encontrasse pelo menos uma bala cravada...
38:04Pois então torce, torce pra gente encontrar alguma.
38:07Então vamos dizer uma coisa, caco de vidro em cima de pedra não prova coisa nenhuma.
38:11Só prova que os cachaceiros amantes da natureza não tem respeito nenhum com o meio ambiente.
38:16E vou dizer uma coisa, Lujoca, lixo na floresta é crime ambiental, sabia?
38:20Ô Dona Marta, a senhora veio aqui pra me ajudar a procurar ou pra me dar lição de moral?
38:24Tá bom, tá bom, já tô aqui mesmo?
38:27Ai meu Deus do céu, por que que eu não ouvi a minha mãe, hein?
38:30Ah, ai Joca, ai eu sinto muito.
38:36Olha, não há nada nesse local que indique que houve um tiroteio.
38:40Mas é aquele galho quebrado, a marca na pedra.
38:43Joca, pode ter sido feito por qualquer outra coisa.
38:45Sei lá, se pelo menos a gente encontrasse algum projétil por aqui.
38:49Ah, lá, lá tá difícil.
38:52E se elas ricochetearam na pedra, ela pode ter fincado numa madeira ou caído dentro do rio.
39:00Nem caiu o atirador.
39:02Você pelo menos sabe onde é que ele tava?
39:05Bom, ele tem uma boa visão de mim aqui na pedra.
39:08Ele só podia estar posicionado lá do outro lado.
39:11E aí
39:23A CIDADE NO BRASIL
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