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Transcrição
00:00O que é de conspiração, comando invisível, é tudo real, não é uma brincadeira.
00:15Antes fosse, Ellie. Antes fosse.
00:19Os bandidos tremem nas bases ao saber que vem por aí,
00:25mas põe-se na corrupção, na safadeza, na pouca vergonha, na bandidagem.
00:36A trilha acaba aqui no Rio.
00:38Vai ver, ele foi dar um mergulho e safogou, então foi jogado morto dentro d'água.
00:44Então vamos ter que dar uma olhada nas margens e ver se achamos algum disso.
00:48Porque se o Joppa foi nadar, as roupas devem estar por aí.
00:51É com imenso prazer que eu estou aqui, nesse lugar do povo,
00:58pra lançar a candidatura a prefeito do homem mais popular entre todos aqui de Ribeirão do Tempo.
01:08A polícia encontrou o carro na beira da estrada, mas nem sinal dele.
01:13Encontraram o carro? Mas não havia nada, nenhuma pista do que pode ter acontecido com ele?
01:17Não, não sabe de nada. Meu filho continua desaparecido.
01:47Viu?
02:06Onde é que eu estou?
02:09O que aconteceu?
02:10O que aconteceu?
02:17É sopa.
02:31Toma.
02:31Obrigado.
02:54O que aconteceu, meu?
02:57Como é que eu vim parar aqui?
02:58dormir, você precisa dormir, as pedras, o frio,
03:28ai, o cara diz que você vai me descarar,
03:48porra, isso que eu tenho receita a vida,
03:52mas isso que eu tenho que fazer.
03:54Caraca, eu nunca pensei que ia ver um negócio desse aqui em Ribeirão do Tempo.
04:14Olha lá, tá parecendo até a briga de torcida de futebol, velho.
04:16Futebol e político, hoje tá tudo na mesma, olha aí, ó.
04:18Vamos nessa, eles estão separados só pra gente.
04:19Parece, parece que a coisa tá serenada.
04:39Aquilo foi uma imprudência, sem o menor cabimento.
04:43Bando de malucos irresponsáveis a começar pelo senhor.
04:47Eu?
04:48O que que eu fiz?
04:49Mandar aquela convenção inteira pro meio da praça.
04:53Perdão, mas foi uma ideia de jirico, viu?
04:55Dona Virginia, eu vou revelar o seu tom, porque a senhora está muito nervosa.
05:00Tô.
05:01Fora do time, tá?
05:03Agora, usa um miolo, por favor.
05:05Como é que eu ia adivinhar que os nossos adversários estariam na Praça do Emporcado naquela hora, naquele momento?
05:12O senhor acha mesmo que eles iam deixar barato a sua turma lá no maior auê?
05:17Pô, dona Virginia, me desculpa.
05:20Tá certo, mas eu não tenho turma.
05:23Não, não tenho turma, não tenho companheiros, companheiros.
05:26E a senhora, por favor.
05:28Não vamos mais conversar sobre esse assunto.
05:31Nem nos pormenores e nem nos pormaiores.
05:33Eu só peço a Deus, uma coisa.
05:38Uma coisa que quebre a cabeça daquele cachaceiro.
05:41É isso que o senhor chama de uma campanha civilizada?
05:45Civilização.
05:46Tem hora, dona Virginia.
05:49Ah, preciso reabastecer.
05:52Mas você não consegue parar de beber, querês?
05:54Consigo, mas não quero, não quero e não preciso.
05:59Caramba, tô fora de forma.
06:01Tinha que terminar assim, né?
06:03Com violência.
06:04Vocês adoram isso pra se fazerem de machos, né?
06:07Ah, que pobreza.
06:08Ô, meu zito, por acaso você viu como é que o juvento saiu lá da praça?
06:13Então, eu não vi.
06:16Foi só os caras baixarem ele do homem pro chão, pro animal se mandar desembestado no maior galope.
06:25Eu não sabia que jumento corria tanto.
06:31Será que alguma boa alma deu uma traulitada bem dada nos cornos dele?
06:36Aí ele virava mula sem cabeça.
06:40Olha, eu não tô achando graça nenhuma.
06:41Pois devia, meu amor.
06:43Lá no meu almanac diz que rir é o melhor remédio.
06:47Se vocês não tivessem me arrastado, eu tinha pegado o jumento de jeito.
06:51Ah, não fala besteira, querência.
06:53Ia pegar ninguém?
06:54Se não fosse a gente, tu ia.
06:56Era entrar no cacete.
06:58É?
06:59Pois eu tô pensando seriamente em voltar lá pra terminar o serviço.
07:04Ah, faça isso.
07:05Faz isso, meu amor.
07:07Vai lá, volta, que agora você vai poder brigar em paz.
07:09Sozinho com as sombras.
07:10Começou bem essa campanha, né?
07:17Mas começou bem.
07:19Calma, só um minuto.
07:23Devagar, Bruno, por favor.
07:24Tá bom, tá bom.
07:25Mas entra, deixa eu te ajudar.
07:26Vai, entra.
07:27Entra com calma.
07:28Entra.
07:28Deixa eu botar você sentado.
07:29Eu nem vi o desgraçado te acertar.
07:32Claro, Bruno.
07:33Você saiu correndo na frente.
07:34Não sai correndo não, Sérgio.
07:35O que é isso?
07:35Tá doendo muito?
07:36Bastante, Bruno.
07:37Senta, senta.
07:38Agora me diz, onde é que foi?
07:40Ai, ai.
07:42Aqui no meio das costas e na cabeça.
07:45É, bom.
07:46Pelo que você tá dizendo, no meio das costas e na cabeça.
07:49Isso aí, ou foi cacetete ou foi o pau da bandeira.
07:52O que é que você acha?
07:53Eu não acho nada, Bruno.
07:54E que importância tem isso agora?
07:55Como que importância?
07:56Você não viu a cara do sujeito?
07:58Você acha que você pode identificar?
07:59Não, Bruno.
08:00Eu não vi nada.
08:01Eu caí, levantei e saí correndo do jeito que eu pude.
08:05Mas, Sérgio, você nem viu se foi um popular, se foi alguém da polícia?
08:09Bruno, eu já disse que não vi nada.
08:11Para de me fazer tanta pergunta, pelo amor de Deus.
08:15O que é que houve, mamãe?
08:17Ai, uma briga que teve lá na praça, filha.
08:20Entre os dois partidos e acabou sobrando pra mim.
08:22Levei uma pancada na cabeça e aqui nas costas.
08:25Meu Deus, mas machucou muito?
08:28Ai, tá dando pra aguentar.
08:29O que eu não tô mais aguentando é responder perguntas, gente, pelo amor de Deus.
08:33Olha, minha filha, eu vou te contar, viu?
08:36Essa convenção foi uma loucura, do princípio até o fim.
08:39Um pouco tarde pra você reconhecer isso agora, né, Bruno?
08:42O que você não podia é ter deixado as pessoas saírem pra rua.
08:45E eu não podia?
08:46Quem sou eu?
08:46Sérgio, é impossível conter as massas.
08:48Ah, que massas, Bruno, massas.
08:51Isso foi ideia do Nicolau.
08:53As massas, como você fala, foram tratadas que nem gado, que nem boi.
08:57Tocado lá.
08:57Mamãe, pelo amor de Deus, fecha os olhos e relaxa um pouco, tá?
09:01Ai, filhinha, ai, tá melhorando.
09:03Vai, faz massagem da mamãe.
09:04Ai, ai, ai.
09:04Quem diria, hein?
09:06Dona Célia metida em quebra-pau no meio da rua.
09:09Nunca imaginei.
09:10Nem eu.
09:11Mas a gente pode agradecer isso ao seu pai.
09:13Obrigada, viu, doutor Bruno?
09:15Ai, não.
09:16Você é maluca, você é malina, você é malandra, só não é massa, e você magoa, e você massagra, e você machuca, você mata.
09:39Não, não, não.
10:09Não, não, não.
10:39Não, não, não.
11:09Não, não.
11:10Não, não.
11:11Não, não.
11:12Não, não.
11:14Não, não.
11:15Há quanto tempo que eu tô aqui?
11:17Duas noites.
11:18Duas noites?
11:22Não me lembro.
11:24Eu não consigo me lembrar de nada.
11:25Eu não consigo me lembrar de nada.
11:26Eu não consigo me lembrar de nada.
11:28Eu não consigo me lembrar de nada.
11:32Eu não consigo me lembrar de nada.
11:35Estava fraco, gelado que nem de fungo.
11:45Pensei que ia morrer.
11:49Parece que não foi dessa vez.
11:52Pelo visto, graças a você.
11:56O que aconteceu?
11:57Vou contar.
12:03Acordei.
12:04Saí pra pegar lenha.
12:09Cheguei na beira do rio.
12:11Estava fraco.
12:19Tchau, tchau.
12:49Tchau.
13:19Tchau.
13:49Tchau.
14:19Tchau.
14:50A última coisa que eu me lembro...
14:53Não sei...
14:59Não sei, minha cabeça está muito confusa.
15:02A pancada no cucuruto foi forte.
15:06Vou pegar um chazinho.
15:07Logo, logo vai lembrar de tudo.
15:30Avisa o formigueiro, venha aí tamandoar.
15:49Avisa o formigueiro, venha aí tamandoar.
16:04Pra começo de conversa, tão com grana e pouca pressa.
16:11Nego quebra a dentadura, mas não larga a rapadura.
16:16Nego mami se arruma, se vici e se acostuma.
16:21Que hoje em dia tá difícil de acabar com esse ofício.
16:26O pau comeu na praça.
16:35Uau, uau, uau, uau.
16:54Que tremenda bacharia, hein?
16:56O pau comeu na praça pra valer.
16:59E eu não dei mole, não.
17:01O quê?
17:02Você entrou na briga?
17:03Entrei.
17:04Entrei.
17:05Por que não?
17:06Neguinho avançou pra mim e eu aceitei, meu compadre.
17:08Qual é?
17:09Cara que mamãe beijou.
17:10Vagabundo nenhum, bota a mão, tá entendendo?
17:12E tem mais.
17:13E tem mais.
17:14E tem muito mais.
17:15Quem começou a briga, esse bafafá todo, foi a turma do prefeito.
17:19Por isso que eu digo.
17:20Essas coisas acontecem com combustão espontânea.
17:23Mas de vez em quando é bom entrar numa briga que é pra lubrificar juntas.
17:27Eu fiquei até o fim, mas ninguém me acertou.
17:31Eu corri e pulei a beça.
17:37E o que será que aconteceu aqui com o detetive?
17:41Sei lá.
17:42Eu conversei com a dona Leia, mãe do Joca, né?
17:44Falei pra ela não se preocupar, tal, essas coisas.
17:47Esses negócios que a gente fala sempre numa hora dessas, né?
17:49Mas cá entre nós.
17:58Sei não.
18:04Será que apagaram o cara?
18:07Eu não duvido nada.
18:10Eu também não duvido.
18:13A gente não pode esquecer que ele dedurou aquela tal conspiração quando foi preso, lembra?
18:18Quer dizer, peitou gente de peso.
18:25Conspiração.
18:27Gente da pesada.
18:30Lá se põe o Joca.
18:31Mas que bagunça virou essa cidade ontem, hein, professor?
18:46É, um sururu.
18:48Nossa, que palavra mais esquisita.
18:51Deve ser do seu tempo, né, professor?
18:53Fátima, você tá me chamando de velho, é?
18:56Imagina.
18:57Não, claro que não.
18:58Me dá esse jornal aqui que eu quero ver os detalhes.
19:04O pau comeu na praça.
19:07O pau comeu.
19:09Eita, manchete ruim, hein?
19:11Ruim por quê?
19:12O pau não comeu mesmo?
19:14Porque existem maneiras menos pobres de se falar a mesma coisa.
19:18Como o sururu, por exemplo, né?
19:21Ô, Fátima, o meu café está pronto?
19:25Ah, já.
19:26O senhor vai tomar na copa ou quer que eu traga pra cá?
19:28Eu vou tomar na copa.
19:34Esse moço aí, não é aquele grosso que vai entrando sem pedir licença?
19:38Esse moço aqui é o Joca.
19:41Um rapaz muito decente para o qual eu peço que você meça os seus comentários.
19:47Nossa, professor, eu não falei por mal não, viu?
19:49Também não falou por bem.
19:51O que não faz a menor diferença.
19:53Eu mudei de ideia, Fátima. Traga o meu café aqui.
19:56Pão, ovos mexidos, tudo?
19:58Não, só o café, puro.
20:06Diz aí que o moço desapareceu, não é?
20:09É.
20:10Mas aonde será que ele se enfiou?
20:11Fátima, você pode calar essa matraca.
20:14Você sabe melhor que ninguém que eu odeio falação no meu ouvido logo pela manhã.
20:19Eu juro por Deus que eu nunca mais vou falar uma palavra com o senhor antes do meio-dia.
20:23Ah, vamos ver.
20:26Se Deus não te cobrar, eu cobro.
20:28Agora vai, vai. Traz o meu café.
20:30Vai, Fátima.
20:31Vai, Fátima.
20:32Vai.
20:33Mas eu já repeti isso tantas vezes, dona Leia?
20:49Não, não, não. Tá bom, tá bom, tá bom.
20:51Aqui, eu falo novamente, tá bom?
20:54O carro do Joca já foi rebocado e mais nós não sabemos.
21:01Dona Leia, a gente não tem nenhuma notícia por enquanto.
21:04Mas é claro que sim, que todas as delegacias da região já estão de sobreaviso.
21:08Eu não quero saber de sobreaviso, carro rebocado, coisa nenhuma.
21:12Eu quero saber do Joca.
21:14Que polícia é essa, dona Marta, que não consegue dar a uma mãe desesperada
21:18um mínimo de pista do seu filho.
21:21Uma pessoa não some no vento.
21:23Some!
21:24Dona Leia, eu já lhe disse tudo o que sei, tá?
21:26Qualquer notícia nova, eu me comunico com a senhora, tá bom?
21:29Agora, se me der licença, eu preciso trabalhar.
21:31Pode tirar o cavalo da chuva, dona Marta.
21:33A senhora não vai tacar esse telefone na minha cara, não.
21:36Dona Leia me ouça.
21:37Eu não ouço coisíssima nenhuma.
21:39Se a senhora não tem nada pra dizer, por que eu teria que ouvir?
21:42Eu é que peço que me ouça.
21:44Aliás, peço não.
21:45Eu exijo.
21:46Essa sua polícia, dona Marta...
21:48A minha polícia não.
21:50Polícia do município de Ribeirão do Tempo.
21:52Essa sua polícia, mequetrefe e incompetente.
21:57Olha que o seu desespero não lhe dá o direito de falar assim comigo, viu?
22:00Eu sou uma autoridade.
22:01Falo como eu bem entender.
22:03Eu tô na minha casa, o filho desaparecido é meu,
22:06e eu tô com essa delegacia engasgada, não é de hoje.
22:10Aliás, dona Marta, essa sua polícia não vale um centavo dos impostos que a gente paga.
22:19Não serve nem pra desfile de 7 de setembro.
22:21Pois então vem aqui pessoalmente dizer tudo isso, porque eu agora de fato preciso trabalhar.
22:27Quando foi pra prender o meu filho, um inocente, um herói, vocês foram rápidos.
22:34Agora que ele se tornou vítima, vocês estão nessa lerdeza.
22:38Isso tem só um nome, dona Marta.
22:42Má vontade.
22:44Melhor!
22:45Melhor!
22:46Incompetência! Injustiça!
22:48Olha, eu sinto muito, mas vão ter que desligar o telefone, dona Leia.
22:51Com licença.
22:54Desgraçada.
22:56Filha de uma égua.
23:01Oh meu Deus, o que é que fizeram com o meu filho?
23:04Eu quero ele aqui, gente.
23:07Aqui.
23:09Falando abobrinha, reclamando de mim, abrindo geladeira na hora errada.
23:17Ai, agora que eu tô sozinha mesmo, viu?
23:21Não tenho mais ninguém nesse mundo.
23:26Se acalma, minha amiga. Daqui a pouco ele tá por aí, você vai ver.
23:30E tu tem a gente, Leia.
23:33Não tá sozinha.
23:35É verdade, olha só.
23:37Preste atenção, o Joca é uma pessoa safa.
23:40Ele deve tá por aí numa muito da boa.
23:43É.
23:44Foi isso.
23:46Tomou um pileque.
23:47Calhou uma namorada.
23:50É, afinal de contas, o menino não é tão menino assim, né Leia?
23:55Daqui a um instantinho, ele tá abrindo essa porta na maior cara de pau.
23:59Aí, gritando.
24:00Mãe!
24:01Tô com fome!
24:02Cadê meu rango?
24:03Né?
24:06Ai, meu Deus.
24:07Tudo que eu mais queria nesse mundo era ouvir ele dizendo isso.
24:10Eu acho que agora eu me lembro.
24:24Eu acho que agora eu me lembro.
24:26Eu tava lá esperando.
24:27Eu tava lá esperando.
24:31Eu tô com fome.
24:32Tá com fome.
24:33Eu tô com fome.
24:34Eu tô com fome.
24:35Eu tava lá esperando.
25:05Eu não sei como eu escapei.
25:35Eu devo ter batido numa pedra.
25:38Mas foi muito tiro.
25:40Muito tiro.
25:42Uma bala deve ter ricocheteado e bateu no meu cinto, que era de fivela grande.
25:50Se não fosse por isso...
25:53Aí eu mergulhei no rio.
25:56Foi nessa que eu perdi as minhas calças.
25:59E deve ter sido aí que eu bati com a cabeça também.
26:01Aí a correnteza tava muito forte.
26:04Foi me levando, me levando e eu não me levando...
26:06Oi, me não te trouxe.
26:08Não era ainda a tua hora.
26:14Mas se você não tivesse me achado...
26:17Eu teria morrido de frio.
26:18O Bill...
26:25Cuidado da floresta.
26:30E você é gente boa.
26:33Ajudou a menina.
26:37É amigo do Bill.
26:39Valeu, companheiro.
26:50Eu devo minha vida a você.
27:02Ô, Nicolão...
27:02Ô, Nicolão, quer dizer que a convenção do partido acabou numa baderna, né?
27:06Com polícia e tudo, né?
27:08Mas como pode acontecer uma coisa como essa?
27:10Acontecendo, tia.
27:12O responsável foi o jumento, né?
27:14Inconformado com a derrota que ele pressente no ar, o idiota partiu pra agressão.
27:19Quer dizer, o pessoal de cá só se defendeu.
27:22São anjinhos de cabelos encaracolados.
27:25A senhora já sabia. Pra que pergunta?
27:28Guarde as suas ironias pra quando vocês estiverem sozinhas.
27:30Nicolão, com ironia ou sem ironia, se eu perguntei é porque eu quero saber.
27:34E eu já falei.
27:35O culpado foi o jumento, que saiu distribuindo patada gratuita nos adversários.
27:39Vamos fazer uma coisa? Vamos esquecer esse assunto.
27:41E esse detetive que desapareceu, hein?
27:44Detendo.
27:45Não deixou nenhuma pista? Sumiu por encanto?
27:48Ah, peraí.
27:48Esse aí não é aquele rapaz que foi preso outro dia mesmo?
27:51É, esse aí, é esse aí.
27:52É o tal que levantou a lebre da conspiração que teria matado meu pai.
27:56Teria não, né?
27:57Que matou meu pai.
27:58Eu tô convencido que ele tava certo.
28:00E agora pagou por isso, né?
28:02Queima de arquivo.
28:03Meu Deus do céu.
28:05Mais um crime?
28:06Mais um crime, dona Beatriz.
28:07E a nossa maravilhosa polícia, mais uma vez também, não vai elucidar nada.
28:11Mas realmente é uma incompetência, né?
28:14Ai, eu acho isso tudo muito assustador.
28:16Precisa fazer alguma coisa.
28:18O que eu posso fazer é botar a boca no trombone aqui em Brasília.
28:21Meu filho, toma cuidado. Toma cuidado.
28:24Minha mãe, é melhor morrer do que viver acovardado.
28:27Acho que alguém já disse isso.
28:29Com certeza, muita gente já falou isso.
28:31Mas olha, a maioria já morreu, hein?
28:37Eu gosto quando a senhora mostra esse seu bom humor.
28:40Eu não estava brincando, Nicolau.
28:42Delegado, olha só.
28:52A carceragem tá lotada pelos arroaceiros de ontem.
28:55E aí?
28:56Nós temos que arranjar comida pra essa gente toda.
28:58Jejum.
29:00Taca jejum neles.
29:02Isso aqui não é hotel pra baderneiros, não.
29:04E esses políticos só fazem é aumentar os próprios salários.
29:08Doutora Juricaba, o seu partido tomou parte na baderna.
29:12Aliás, o senhor estava lá.
29:14Podia ter evitado, né?
29:15Evitado, dona Maita?
29:17Evitado como?
29:18Centenas de pessoas descontroladas.
29:21Todo mundo doido pra sair do palco.
29:24O que a senhora queria que eu fizesse?
29:26Um discurso sobre a paz e a concórdia?
29:29Muito simples, delegado.
29:30O senhor poderia pelo menos ter evitado que a sua turma tivesse ido pra praça.
29:34Minha turma?
29:35Quer dizer que agora o meu partido é a minha turma?
29:38A senhora tá querendo o quê?
29:40Incrementar ainda mais a minha úlcera?
29:43Olha, e a coisa toda já repercutiu lá na capital.
29:46O chefe de polícia já ligou querendo falar com o senhor.
29:48É, sei.
29:50Agora as hienas vão todas me atacar.
29:56Dona Mata, pode escrever aí.
29:58Pode escrever.
29:58Se amanhã acontecer algum terremoto aqui em Ribeirão, sabe quem vai ser culpado?
30:04Delegado aqui.
30:05Sabe por quê?
30:06Porque não segurou direito o chão.
30:10Bom, e aí?
30:11O que eu faço com esses presos?
30:12Ah, pergunta lá pra eles o que que preferem para o almoço.
30:18Leva lá o cardápio.
30:20Vê todo o menino.
30:21Ah, Dona Mata.
30:22É que quer saber de uma coisa?
30:23Manda tudo embora.
30:24Todo mundo pra rua.
30:25Por mim, eu segurava eles aqui.
30:27Até a velhice.
30:28Principalmente os adeptos lá do cachaceiro.
30:31Mas não vou fazer.
30:31Não porque se vão dizer aí que eu sou parcial.
30:33Hum, hum, é provável.
30:36É.
30:37A senhora anda muito engraçadinha ultimamente.
30:40Obrigada, delegado.
30:43E o Joca?
30:44A gente tem que investigar.
30:45Investigar onde?
30:46Como?
30:47Doutora Juricaba, esse tipo de pergunta não faz bem pra polícia.
30:50Dona Mata, vai ver, ele se meteu com traficantes.
30:54E agora está lá no meio do mato, com sete palmos de terra por cima.
31:00E eu não me importo mais que falei mal.
31:03Eu pretendo é ficar vivo até a minha aposentadoria.
31:07Droga.
31:10Droga.
31:11O Nucinho salvou minha vida, mas eu fiquei sem as calças.
31:14Como é que eu vou fazer pra cegar na cidade desse jeito?
31:19Antes das calças do que a vida.
31:22Minha mãe deve estar super aflita.
31:25Já estou vendo o falatório da dona Leia.
31:28Mas eu tenho que ir na polícia.
31:29Eu tenho que denunciar esse atentado.
31:32Eles tentaram me matar covardemente.
31:34Gente ruim.
31:34O senhor não teria uma calça aí pra me prestar?
31:42Calça?
31:44Calça não.
32:04Eu não tô acreditando.
32:33Roubaram meu carro.
32:36Não é possível.
32:40Passou uma malviva nessa droga dessa estrada.
32:44Eu vou levar um tempão pra chegar.
32:48Droga.
32:49Droga.
32:49Tomara que fui o pneu.
33:13Desgraçado.
33:17Ei, amigo.
33:30Vai mandar beijinho pra tua mãe.
33:34Capado.
33:35Não existe mais solidariedade nesse mundo.
33:53Bom, rapaziada, o quarto é esse.
33:54Basicamente é pintar as paredes e mudar o piso.
33:57Essa janela aqui tá emperrada.
33:58Queria que vocês dessem um jeito pra mim, tá?
34:00Eu tô pensando também aqui, não decidi, mas eu pensei em mudar uma das paredes e pintar
34:05de outra cor e o resto pintar tudo de branco.
34:08Mas por enquanto dá pra ir adiantando, né?
34:09Então é isso.
34:10Vocês podem pegar o material lá embaixo e mandar a brasa.
34:13Obrigado, hein?
34:17Ah, finalmente te encontrei.
34:19Bem que me disseram que você devia estar aqui.
34:21E aí, tudo bem?
34:21Quer dizer que você pretende mesmo consumar esse ato insano?
34:27Como assim, ato insano?
34:28Só tô ajeitando o quarto, já que vai virar um quarto de casal.
34:30É inacreditável.
34:32Por que que é inacreditável?
34:33O que que você tá dizendo, mãe?
34:33Tudo, tudo isso que tá acontecendo é inacreditável.
34:36Tito, eu confesso, do fundo do meu coração, eu não consigo acreditar que esse negócio vai
34:41realmente acontecer.
34:43Aliás, o termo certo é esse.
34:47Negócio.
34:48Mãe, eu já falei pra você mais de dez vezes.
34:49Com esse negócio, eu vou salvar a pousada.
34:53E por tabela, eu vou estar salvando o seu investimento.
34:55Essa não é a única preocupação sua na vida?
34:57Então, desse por satisfeita.
34:58Por favor, não fique enchendo meu saco com esse papo todo.
35:01Você que sabe, Tito.
35:02Mas a única coisa que eu não consigo entender é como um casamento, que é um compromisso
35:06tão sério entre duas pessoas, possa ser tratado de uma forma tão... tão insana.
35:12Tem coisas na vida que você não entende, dona Clorice.
35:14Mas nem por isso elas deixam de ser válidas.
35:16Hum, que sabidão.
35:18Não precisa de ironia, não, tá?
35:20Não tá mais aqui quem falou.
35:21Ótimo.
35:22Agora me dá licença que eu preciso telefonar?
35:24Toda?
35:26Fique à vontade.
35:28Tchauzinho.
35:39Filomena?
35:40Oi.
35:41E aí, tudo bem?
35:41Ai, Tito.
35:42Tu disse que não tinha necessidade de um quarto novo?
35:45Você é teimoso, né?
35:46Ah, eu achei melhor.
35:48Mas vem cá, você não vai ficar incomodada, né?
35:49Imagina.
35:50Imagina, só acho que não precisava mesmo.
35:52Ah, só os detalhes.
35:53Coisa boba.
35:54Os pequenos reparos.
35:55Aliás, eu queria saber sua opinião sobre uma coisa.
35:57Claro, o que que é?
35:58Eu pensei em pintar uma das paredes de outra cor.
36:00E o resto tudo de branco.
36:01O que que você acha?
36:01Eu acho ótimo.
36:03Por mim, tudo bem.
36:03Eu concordo.
36:04E você tem alguma preferência?
36:05De cor?
36:06Ah, eu confio no teu gosto.
36:07Pode escolher.
36:08Bom, não vai reclamar depois se ficar horrível, hein?
36:11Vai ficar lindo, eu tenho certeza, Tito.
36:13Vem cá, e o Joca?
36:14Alguma notícia?
36:15Nada ainda.
36:16Nem sinal.
36:17Que coisa estranha ele desaparecer assim.
36:19Pois é, bota esquisito nisso.
36:21Você não imagina como eu tô angustiada pelo meu amigo.
36:23É, é preocupante.
36:25É.
36:26Enfim, depois eu vou passar na dona Leia pra dar uma força, né?
36:30Até quem sabe ela tenha alguma novidade.
36:31Tomara.
36:32Vem cá, a gente podia aproveitar então e se encontrar.
36:34O que que você acha?
36:35Ah, tem umas coisas que a gente tem que resolver ainda.
36:36Ah, claro.
36:38O que que você acha mais tarde lá no solar?
36:41Tá ótimo, então eu passo lá.
36:43Beijo.
36:43Um beijo.
36:45Tchau.
37:03Ei!
37:05Ei!
37:08Meu amigo, eu tô numa situação desesperadora.
37:15É que tentaram me matar.
37:17O senhor pode me levar até Ribeirão?
37:19Entra aí.
37:20Obrigado.
37:20Entra logo.
37:28Tudo bem?
37:30Bora.
37:30Oi, companheira.
37:40Eu já entendi que tentaram te apagar.
37:54Só não saquei ainda porque que tu tá com essa saia.
37:58Isso aqui não é saia não, rapaz.
38:00Eu uso calço.
38:01Porque esse pano aqui foi a única coisa que o cara que me salvou pode me emprestar, entendeu?
38:05É uma história muito complicada, rapaz.
38:07Muito doido.
38:08Deixa eu te contar.
38:09Fala aí.
38:10Tá entregue.
38:27Ô, brigadão, viu, companheiro?
38:29Você quebrou mó galhão, cara.
38:30Ó, já sabe, né?
38:32Qualquer coisa que precisar, é só procurar pelo detetive Joca.
38:36Todo mundo aqui em Ribeirão me conhece.
38:37Ah, falou.
38:38Agora, você vê se arruma uma calça, né?
38:41Você deu sorte.
38:42Eu só parei porque eu pensei que fosse uma mulher.
38:45Tá bom, vou arrumar uma calça sim.
38:47Mas você vê se arruma um óculos, viu?
38:49Pô, pra me confundir com mulher.
38:50Você pode, olha lá.
38:52Obrigado, viu?
38:56Valeu.
39:08O que é, meu irmão?
39:09Vinha lá.
39:10Ô, ô, tá olhando o que aí?
39:12Ih, cara.
39:12Tá olhando o que?
39:13Não sou maluco não, meu irmão.
39:15Nem outra coisa, não.
39:16Vai cuidar da vida de vocês.
39:18Ô, sai pra lá até vocês, Juninho.
39:20Sai pra lá, ô, ô.
39:22Se o povo não tem mais o que fazer.
39:28Bom dia, dona Marta.
39:30Joca?
39:32Joca, graças a Deus, você apareceu.
39:34Meu Deus, não sei o que aconteceu com você, garoto.
39:37Que roupa é essa?
39:38Que diabo é isso?
39:38O que aconteceu com você?
39:40Onde você tava?
39:40Não precisa ficar me olhando com essa cara, não.
39:42Eu não fiquei maluco, não.
39:45Eu sofri um atentado.
39:48Ah, não sei.
39:50Sei, Joca.
39:50Eu imagino o tipo de atentado que você sofreu.
39:53Não é nada disso, dona Marta, não é nada disso.
39:56Tentaram me matar.
39:57Eu só sobrevivi por milagre.
39:59Cadê o delegado?
40:00Eu preciso falar com ele.
40:01Calma.
40:02Tá bom?
40:03Primeiro, você vai telefonar pra sua mãe, por favor.
40:05Joca, ela tá aflitíssima com o seu desaparecimento.
40:08A ponto de ter um troço.
40:09Por favor, liga pra ela, tá?
40:11Que ela não para de ligar pra cá.
40:12Vai.
40:12Pode usar esse telefone aqui da recepção.
40:23Alô, mãe?
40:24Sou eu.
40:26Joca?
40:27É você mesmo, meu filho?
40:28Sou eu sim, mãe.
40:29Graças a Deus.
40:30Graças a Deus.
40:32Mas o que foi que aconteceu?
40:34Eu tô aqui explodindo de aflição.
40:36Olha, logo mais eu explico tudo.
40:39Logo mais coisa nenhuma.
40:40Vai dizer agora.
40:43Por telefone não dá, mãe.
40:45Não dá?
40:47Não dá por quê?
40:48É perigoso, mãe.
40:49É perigoso.
40:50Ainda mais nessas circunstâncias.
40:52Que circunstâncias?
40:53Você foi sequestrado?
40:55Você tá no cativeiro?
40:56Não, mãe, não.
40:57Não, eu não tô em cativeiro.
40:58Onde você tá agora, filho?
41:00Você tá bem?
41:01Mãe, eu tô na delegacia.
41:02Eu tô vivo e tô inteiro.
41:05Depois eu te conto tudo.
41:06Já disse.
41:07Um beijo.
41:10Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo.
41:14Então, o senhor está dizendo que sofreu um atentado, é isso?
41:20Exatamente, delegado.
41:21Eu fui atraído por uma armadilha.
41:23Foi uma chuva de tiro.
41:24Não deu nem pra ver de onde é que vinha.
41:26Eu só tenho certeza que o cara tava mesmo a fim de acabar com a minha raça.
41:29Como eu disse pra dona Marta, eu só escapei por milagre.
41:32Pelo seu relato, eu diria que foi um milagre mesmo.
41:35E aonde aconteceu essa chuva de tiros, vindos, sabe-se lá de onde?
41:40Foi na beira do rio.
41:42Na Pedra Grande.
41:43O senhor sabe onde é que é?
41:43Pedra Grande, claro.
41:45Ô, Joaca, eu estive lá com o Viriato, um policial, e não encontramos absolutamente nada.
41:49Pelo menos, nada que comprova o seu relato.
41:51A senhora queria encontrar o quê?
41:53Uma plaquinha avisando?
41:54Aqui foi baleado o João Carlos Pelado?
41:56É claro que não tinha nada.
41:58Aí eu tive que me jogar dentro do rio.
42:00E aí o cara deve ter pensado que já tinha terminado com o serviço e deve ter se mandado.
42:06Mas mesmo assim, mesmo assim ele continuou atirando lá de cima, dentro da água, só pra ter certeza.
42:12Lá de cima?
42:13Então você viu alguém.
42:15Não, não vi ninguém.
42:16Eu tô apenas deduzindo.
42:17Tô apenas deduzindo.
42:18Porque seria o que eu faria se eu tivesse armado Marapuca.
42:21Me diga uma coisa, Joca.
42:24O indivíduo atirou várias vezes.
42:27E a única coisa que aconteceu foi você perder as calças?
42:33Foi por pouco, delegado.
42:35É porque eu tava me mexendo, entende?
42:36Pra tentar espantar o frio.
42:38E isso deve ter dificultado a mira do cara.
42:41Mas uma bala ricocheteou na pedra e pegou de raspão na fivela do meu cinto.
42:46Olha aqui.
42:47Eu tenho até uma marca.
42:49Ó.
42:49Deixa eu ver.
42:51Deu na marca?
42:53Pode ali.
42:53Já vi.
42:54Já vi.
42:57Essa foi a minha sorte.
42:59Eu só perdi o cinto.
43:00E a calça ficou frouxa.
43:02E quando eu caí na água, a correnteza deve ter levado a calça.
43:05E foi nessa hora que eu bati a cabeça.
43:07E eu acho que eu desmaiei.
43:10E aí o Bill me encontrou de manhã.
43:12E se não fosse por ele, eu com certeza estaria morto de frio.
43:15Quer dizer, você levou o tiro que te arrancou as calças?
43:19O caso está resolvido, dona marca.
43:23Eram os caça-cuecas.
43:25Com certeza.
43:26Eu já disse para o senhor que eu sofri uma emboscada.
43:29O que foi?
43:29O senhor não está acreditando em mim?
43:30Calma.
43:31Mas calma.
43:32Estou fazendo o meu trabalho.
43:34E convenhamos que essa história que você está contando é para o lado esquisito.
43:39É.
43:39Ô, Joca.
43:40Pelo amor de Deus.
43:41A bala que bate na fivela e a calça que cai?
43:44Não.
43:45Que coisa mais estapafúrdia, né?
43:46O trabalho de vocês não é achar ou deixar de achar esquisito.
43:50A polícia tem que investigar e achar o atirador.
43:53E eu tenho certeza que esse atentado contra mim tem a ver com a morte do senador.
43:57E muito mais.
44:16E muito mais.
44:29E muito mais.
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