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Transcrição
00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30O numerário, então, eu posso...
00:33Sim, não. O senhor não pode nada.
00:35Não haverá nenhum numerário.
00:39Nada. Nem ninguém vai separar a gente.
00:44A gente vai ficar junto até o final dos tempos.
00:49Meu Deus, quem será?
00:50Polícia! Abra a porta!
00:52Meu pai.
00:54Abra essa porta imediatamente!
00:56Pelo amor de Deus, não me fale em polícia.
00:57Eu quero distância de polícia.
00:58Só faltava essa.
01:00Encontrar um outro ajuricaba no meio das minhas férias.
01:04Só de pensar nisso me dá vontade de vomitar.
01:06Então não pense. Relaxe.
01:10Será que o André está bem mesmo?
01:12Patrícia, pelo amor de Deus, o André não é nenhum garotinho.
01:15Tudo que ele quer é nos ver pelas costas.
01:17Por favor, relaxa.
01:18Olha a paisagem.
01:20Pelo amor de Deus, delegado, o que o senhor está fazendo?
01:23Estou efetuando uma prisão.
01:24Mas eu posso saber por quê?
01:26Pedofilia.
01:27Estupro.
01:28Atentado ao pudor.
01:29Entre outros delitos.
01:31Agora, se a dona Virginia levar a filha dela pra casa, o resto eu resolvo.
01:36Vamos embora, tá gostoso?
01:37Faça alguma coisa, gente.
01:38Não vai capaz de matar o André.
01:40Olha, eu vou pra delegacia.
01:42Eu vou com você, Marta.
01:42Não, não complica mais as coisas.
01:44Você vai pra casa comigo.
01:46Marta, você me dá notícias, tá?
01:48Claro, claro que sim.
01:48Olha, fiquem tranquilas, tá?
01:49Eu sei muito bem lidar com o delegado, tá?
01:51A gente se fala depois.
01:54Agora você pode me dizer o que foi que aconteceu?
01:57Posso, posso.
01:58Meu pai enlouqueceu de vez.
02:01Pois é, menino.
02:02Seu querença vem aqui sempre, sabe?
02:04E conversa comigo assim, de igual pra igual.
02:07Ele tá é de paquerado.
02:09Não, não.
02:10Não é nada disso.
02:12Quem me paquerou outro dia foi o ceboso do jumento.
02:15Ah, é?
02:16Te contei, não?
02:16Ah, queria que eu fosse encontrar com ele depois do trabalho, lá na prefeitura.
02:20Pra me mostrar umas coisas.
02:22Pode.
02:23Eu imagino bem as coisas que ele quer te mostrar.
02:25Ah, não é difícil imaginar mesmo.
02:27Escuta, hoje eu vou pedir bem pra largar mais cedo aqui.
02:30Vamos dar uma volta lá em Cabreira?
02:32A gente podia ir num cinema, hein?
02:34Ih, minha filha, não vai dar.
02:35De jeito nenhum eu tenho uma montanha de roupa pra passar me esperando.
02:39Você trabalha pra um e eu pra cinco.
02:46General, aqui é o seu fiel escudeiro.
03:02Flores, como vai você?
03:04Muito bem.
03:06E o senhor?
03:06Na luta.
03:07E a nossa revolução?
03:09Há quantas andas?
03:10Avançando, general.
03:12Avançando a passos largos.
03:14Oi, Armida.
03:29Tá podendo falar?
03:30Posso, claro.
03:32Foi bom você ligar.
03:33Porque eu tenho uma coisa pra te dizer.
03:35Pô, eu estou te ligando justamente porque eu preciso falar com você.
03:38E o meu assunto é realmente muito sério.
03:39E você já vem botando banca, é?
03:41O teu assunto é sério, pois o meu é uma bomba.
03:43Você não pode nem imaginar.
03:45Eu não tenho tempo a perder com competição de assuntos.
03:48Você pode vir aqui mais tarde?
03:49Aqui onde?
03:50Você tá falando do celular?
03:53Aqui na empresa, idiota.
03:56Ou você acha que a essa hora eu estaria em casa?
03:59Bom, e quando chegar, seja o mais discreto possível.
04:01Eu sempre sou discreto, meu amor.
04:04Só daquela vez, né, Clara Boya, que...
04:06Chega!
04:07Eu vou desligar.
04:08E você não vai dizer que horas que eu tenho que ir?
04:09Tá bom.
04:14Tá bom.
04:16E uma espera bonitinha, viu?
04:18E perfumada.
04:19Andréia.
04:43Sim, senhora.
04:44Eu quero esse interfone pronto amanhã.
04:46Assim que você terminar a agenda de hoje, pode ir embora.
04:49Não precisa esperar que eu vá.
04:50Eu vou ficar até mais tarde.
04:52Obrigada, doutora.
04:53Já ligou pra empreiteira da terraplanagem?
04:55Já.
04:56Eles vão mandar o relatório amanhã.
04:57Ótimo!
04:58Que bom.
04:59Pode sair.
04:59Com licença.
05:00Obrigada.
05:00Cardoso, pode tirar as algemas.
05:11Vou fazer o alto de prisão em flagrante.
05:14O senhor tá ciente de que tudo isso aqui que você tá fazendo é ilegal.
05:18Não tem nada de ilegal aqui.
05:20Só ajo dentro da lei.
05:21Foi assim a minha vida toda e será hoje.
05:24Cardoso, depois de lavrar o alto, leva o elemento pra exame de corpo de delito.
05:30Dá pra me chamar pelo menos pelo nome?
05:32Eu não me chamo elemento.
05:33Você já me disse isso quando tascou um ovo na minha cara, lembra?
05:38É, e pelo visto não adiantou nada.
05:40Fique tranquilo, elemento.
05:43Tudo vai correr dentro da mais estrita legalidade.
05:47Então tá bom.
05:48Deixa eu ligar pros meus pais.
05:49Chamar um advogado.
05:50Todos os seus direitos serão garantidos.
05:52Aqui se cumpre a lei.
05:54Mas tudo no devido tempo.
05:56Calma, calma filhinha.
06:08Tudo passa.
06:10Vai para o céu a fumaça, fica na terra o cavão.
06:14Isso era uma poesia que eu aprendi lá no colégio.
06:16Mãe, mãe eu tô desesperada.
06:18Mãe me ajuda, pelo amor de Deus.
06:18Eu sei, minha filha, eu tô aqui.
06:21Nada vai te acontecer.
06:22Fica calma.
06:23Mãe, que sufoco, mãe.
06:26Que vergonha.
06:27Eu sei, eu sei.
06:30O juricaba, ele sabe ser grosso.
06:33Mas eu compreendo o teu pai.
06:35Ele pode ter exagerado, mas o seu comportamento não foi nenhuma maravilha.
06:39Não, mãe, não.
06:40Você vai começar a brigar agora.
06:41Eu não tô brigando, eu tô só ponderando.
06:44E eu só tava namorando.
06:46Mas justo com o filho do maior inimigo do seu pai?
06:50Meu Deus.
06:51Namorando como?
06:53Se o Sérgio é o seu namorado?
06:55Esse menino, coitado, isso não tá direito.
07:01Mãe, o Sérgio não é meu namorado.
07:03Ele nunca foi.
07:05Como é que é?
07:05É.
07:07O André é meu namorado.
07:09E sempre vai ser.
07:10E eu vou casar com ele.
07:11Qual era do Sérgio?
07:13O Sérgio só tava tentando ajudar a gente a se livrar da perseguição de vocês.
07:16Vocês enganaram a gente o tempo todo?
07:20Os três?
07:21O Sérgio com aquela carinha de anjo?
07:23Não tinha outro jeito.
07:25Como não tinha outro jeito?
07:26O jeito foi nos fazer de idiotas.
07:29O Sérgio, meu Deus, fingir que gostava de nós,
07:33sendo recebido aqui com todo carinho.
07:36Ai, mãe, mãe, menos, tá?
07:38Menos.
07:38Agora a gente precisa avisar os pais do André.
07:40Avisar pra quê?
07:41Como avisar pra quê?
07:43Avisar que ele tá nas mãos de um troglodita, né?
07:45Que é bom eles virem rapidinho, antes que aconteça uma tragédia.
07:47A chegada do Lincoln não vai melhorar as coisas?
07:50O seu pai vai ficar mais furioso ainda.
07:52Mãe, mãe, a gente tem que avisar pra eles.
07:54A gente não pode deixar o André lá, sozinho, sem ajuda.
07:57Sabe que se fosse comigo, você ia querer que ajudasse, que avisasse.
08:00Você tem razão.
08:02Então, eu vou ligar pro jornal.
08:04Não, o seu Lincoln não tá no jornal.
08:06Como é que você sabe?
08:07Ah, eles tiraram férias.
08:09Eles estão viajando.
08:09Ele é a dona Patrícia.
08:10Então, eu vou ligar pro celular.
08:13Mas eu não tenho números nenhum dos dois.
08:16Da doce.
08:17Auto de prisão em flagrante de André Rocha, estudante, RG, número...
08:30Olha aqui, delegado.
08:33Olha, eu sinto lhe dizer, mas essa prisão aí é inteiramente legal.
08:36O El já me disse isso, o Cardoso já me disse isso.
08:40E não precisa a senhora...
08:41E eles estão certos.
08:42A senhora não precisa ensinar o meu trabalho.
08:45Deligado, o senhor não vê que o senhor tá arriscando a sua carreira?
08:47Interessante.
08:49Também já me disseram isso hoje.
08:50Meu Deus, o senhor pode perder seu cargo.
08:53E ficar muito marcado.
08:54Eu não quero que isso aconteça, doutora Júlia.
08:56Cabe de coração.
08:58Pelo amor de Deus, delegado, o senhor tá prestes a se aposentar.
09:01Eu agradeço...
09:01Meu Deus, teve uma vida de luta e não é justo que um impulso vingativo destrua toda uma história.
09:06Eu agradeço muito a sua preocupação, mas eu sei o que eu estou fazendo.
09:10Olha aqui, delegado.
09:12Existem pelo menos três procedimentos que o senhor deveria ter tomado antes de efetuar a prisão do moço.
09:17É.
09:18A CDF decorou o código penal.
09:21O senhor não fez um interrogatório informal.
09:24Não concedeu a ROTAIS o direito de chamar o advogado e não procedeu ao oitivo das testemunhas.
09:28Eu assumo!
09:29E essa ilegalidade, delegado, vai deixar uma manchinha de leva na sua vida.
09:33Eu já disse que assumo! Assumo todos os erros, se a senhora quiser!
09:37A honra da minha filha foi manchada e é essa mancha que está me importando no governo
09:42que faz o engulo do código penal.
09:45É seco, na sua frente!
09:47Mas agora vai pra sua sala e me deixe trabalhar!
09:51Depois não diz que eu não avisei.
09:52A CIDADE NO BRASIL
10:22E aí?
10:30Oi!
10:32O Newton me falou que vocês vão viajar?
10:35Pois é, resolvi de repente. Na verdade, eu ia te falar agora.
10:37É.
10:38Eu recebi um telefone de São Paulo, tem que estar lá amanhã de manhã pra resolver a parada do avião.
10:41Você não quer que eu vá com você?
10:42Não, imagina, não precisa.
10:44Isso é uma viagem rápida, cansativa e sem graça.
10:46Ah, não importa, não.
10:47Não, de verdade, não precisa. Vou num pé e volto no outro.
10:50Falando nisso, como é que tá o seu pé?
10:50Ah, tá melhor. Tá quase passando.
10:54Que bom.
10:55O que não tá passando mesmo é minha vergonha de ter atrapalhado a caminhada.
10:59Lomena, já disse, esquece isso.
11:02Bom, né, que você vai resolver esse assunto do avião?
11:04Ah, tava ansioso. Não vejo a hora de ver o avião decolando na pista de novo.
11:08De preferência com o turista dentro, né?
11:10É bom demais de ver feliz assim.
11:14Bom, acho que tá tudo em cima, né?
11:16A mala tá pronta, acho que não tá faltando nada.
11:19Você tá levando agasalho porque em São Paulo faz frio, né?
11:21Ok, pode deixar.
11:24Você me acompanha até o carro?
11:25Claro.
11:29Então vamos.
11:29E aí?
11:38Opa.
11:39Oi, meu irmão, tudo em cima?
11:41Tudo em cima.
11:41Vamos nessa?
11:43Vamos, vamos que a estrada é longa.
11:44Vem cá, vocês já vão trazer o avião?
11:46Acho difícil, mas tem muita burocracia.
11:48Ainda por cima a questão do piloto não tá resolvida.
11:50De repente, com sorte, quem sabe.
11:53É.
11:54Esse aí é o rei do otimismo.
11:56Obrigado.
11:57A essa altura do campeonato, se eu for pessimista...
12:00Gente, eu tô tão feliz.
12:01Sabe, eu fico muito feliz vendo renascer novamente toda essa alegria aqui na pousada.
12:06Que legal.
12:07Verdade.
12:08Isso quer dizer que as bruxas não conseguiram vencer.
12:11E Fenômena, você não vai?
12:14Não.
12:15Não, é uma viagem de negócios, né?
12:17É meio chato.
12:17Imagina São Paulo, fazer as comprinhas.
12:20Pensa, mãe, tem o menor sentido.
12:21Ela vai até São Paulo pra ficar pra cima e pra baixo e voltar no mesmo dia?
12:24É, melhor eu ficar.
12:25Vou ver uns amigos aqui, melhor.
12:27Mano, vamos estender não, que já estamos atrasados.
12:29Vamos.
12:29Voltem logo, hein?
12:31Vão com Deus.
12:32Eu vou levar vocês.
12:33Vem cá, cuida desse maluco, hein?
12:35Vou deixar.
12:35Boa viagem.
12:36Boa viagem.
12:39Boa viagem.
12:40Beijo, Yara.
12:41Beijo.
12:47Marta, por favor.
12:57O delegado mandou levar o garoto pra fazer exame de corpo de delito agora.
13:01Tá indo lá dentro pegar ele.
13:03Meu Deus do céu, cartoso, tá tudo errado.
13:05Meu Deus do céu, o que esse garoto fez não é crime.
13:08Olha, o delegado está exorbitando de suas funções.
13:10Ele está cometendo uma tremenda arbitrariedade.
13:12Eu tô achando isso desde o começo da operação, Marta.
13:14Mas o que eu posso fazer?
13:15Tem que cumprir as ordens dele, não tem?
13:17Ah, tem, Cardoso.
13:18Tem, mas olha, sinceramente...
13:21Só um minutinho.
13:23Licença.
13:24Desculpa.
13:27Oi, dona Virginia.
13:28Como estão as coisas, dona Marta?
13:30Ah, dona Virginia continua tudo na mesma.
13:33Olha, o garoto continua preso e agora ele vai fazer exame de corpo de delito.
13:38Olha que eu tentei, juro que eu tentei tirar essa doideira da cabeça do delegado, mas não
13:41já não tô nada.
13:42Olha, eu fiz praticamente um comício sobre a legalidade da coisa toda, mas ó, tudo em vão.
13:46E já avisaram os pais do garoto?
13:49Pode deixar que eu aviso.
13:50Por que o André não faz isso?
13:52Por quê?
13:53Porque o delegado ainda não permitiu, né?
13:55Mas olha, a senhora, fique tranquila que eu vou dar um jeito, tá?
13:59Desgraçado.
14:01Pulha!
14:03Filho de uma égua!
14:05Um outro pulha!
14:07Outro desgraçado!
14:08Foi pra isso que eu criei minha filha.
14:13O que é isso?
14:43E aí, como é que você tá, rapaz?
14:48O que a senhora acha?
14:50Olha, eu garanto que ficar irritado não vai te ajudar a sair daqui.
14:53Desculpe.
14:54Melhor assim.
14:57Olha, você pode ligar pro seu pai.
14:59Isso se quiser, é claro.
15:00Não, não, eu quero sim.
15:02Claro que eu quero.
15:04Telefone e um cobertor.
15:09Obrigado.
15:13Alô, mãe?
15:21Oi, querido.
15:22Que saudade do meu filhote.
15:24Como é que tá tudo por aí?
15:25Ô, mãe.
15:26Desculpa estragar as férias de vocês.
15:28Mas eu tô preso.
15:30O que você tá dizendo, André?
15:33Preso.
15:34Preso.
15:34O delegado me prendeu.
15:35A juricaba te prendeu?
15:38Que história maluquinha é essa, André?
15:39É isso, mãe.
15:41O delegado me prendeu.
15:43Ele ficou uma fera, me pegou com a filha dele e me prendeu.
15:46Chegou até a botar uma arma na minha cabeça.
15:47A juricaba colocou uma arma na tua cabeça?
15:50Eu preciso de ajuda.
15:51Eu vou matar aquele desgraçado!
15:54Coitado!
15:54Que fim levou a sua secretária?
16:11Dispensei mais cedo.
16:13Fez muito bem.
16:17Mas antes de mais nada, eu quero meu beijo.
16:20Não, não, não.
16:23Não, não começa.
16:24Não, não começa.
16:25Me ouve.
16:26Eu também quero falar, viu?
16:27Eu primeiro.
16:29Tá bom.
16:30Tá bom.
16:31Fala.
16:33Tô preocupada.
16:34Eu cortei as asas do prefeito.
16:36O que que é isso?
16:38Jumento não tem asa?
16:39Já que o assunto é sério, não é assunto pra piadinha.
16:42Tá bom.
16:42Desculpa.
16:45Já sei.
16:45Você não vai dar grana pra ele, não é isso?
16:49É.
16:50É isso.
16:50Mas você tinha me dito que tava em dúvida.
16:52Por que que você...
16:52Ai, meu Deus do céu.
16:53Eu estava em dúvida.
16:54Não fiquei mais em dúvida.
16:56Eu resolvi não dar dinheiro pra aquela besta.
16:58Tá bom.
16:58Tá bom.
16:59Não precisa ficar nervosinha.
17:00Eu só ia perguntar por que que você mudou de ideia.
17:03Fiquei com nojo.
17:04Eu não vou posar de santa.
17:06Não seria a primeira vez que eu compro alguém.
17:08Já subornei muito político.
17:10Mas chega.
17:11Não quero mais fazer isso.
17:12Ah, sei lá por quê.
17:13E não tem que fazer mesmo, não.
17:16Você fez a coisa certa.
17:17Viu?
17:18Você devia...
17:19Era ter deixado eu gravar a sua conversa com o cara.
17:22É?
17:23Pra você me comprometer também?
17:25Não é capaz do jumento querer se vingar.
17:28Capaz.
17:29É praticamente certo.
17:31O jumento virou uma alça.
17:33Uma alça com muito ódio.
17:34Se ele pudesse, ele me matava.
17:36Bom, uma coisa é certa.
17:38Ele vai ficar contra o resort na audiência.
17:40Quanto a isso,
17:41eu não tenho a menor dúvida.
17:44Isso é muito problema?
17:46Pode ser.
17:48Vamos ver.
17:49Bom, se tiver alguma coisa que eu possa ajudar,
17:53mas agora me ouve.
17:55A parada que eu tenho pra te contar.
17:57Ela é muito sinistra.
17:59E o que que é?
17:59Eu não ajudo.
18:19Dá uma licencinha, por favor, que eu preciso conversar com o prefeito.
18:22Toda?
18:22Agora, não vai embora não, hein?
18:29Prefeito!
18:32Como é que vai?
18:33Como é que vão essas lides políticas?
18:37Vai de mal as péssimas, viu?
18:40Às vezes as pessoas não são humanas.
18:44E é assim como as pessoas são as criaturas.
18:49Você sabe que eu tava ali bebendo sozinho,
18:51vi o senhor aqui, eu falei,
18:52quer não ir lá beber com o meu amigo prefeito, né?
18:54Ia até pedir pra eu sentar, mas até já sentei, né?
19:00Mas me fala, por favor,
19:03o que que houve, afinal?
19:04O que que houve, seu nozinho?
19:06É que eu tô, eu tô crivado, crivado de traições.
19:14E aí, quando eu me recupero,
19:17vem outro e crema, me ataca a outra, sabe?
19:20É mesmo, né?
19:21É, é, e tá certo, tá certo.
19:25Se me permite, a liberdade,
19:28um desses Judas que eu tô falando,
19:30é o seu amigo.
19:32O senador?
19:33Mamãe, não é só ele, não.
19:35Tem outras pessoas, né?
19:38Mas, deixa pra lá.
19:40Eu quero me repudiar disso, eu quero repudiar.
19:44Não, não, mas eu entendo, entendo e respeito muito.
19:47Agora, prefeito,
19:48aqui entre nós, eu digo uma coisa.
19:51Além do senador,
19:53tem mais alguém
19:54me traindo?
19:56Pessoas variadas.
19:57Ah, de ambos os céus.
20:00Mas não importa, tá?
20:01Eu, eu vou lhe dar
20:03uma lembrancinha, sabe?
20:06Opa, que maravilha, uma lembrancinha.
20:08Muito carinho, hein, Marcelo?
20:11Ah, é legal, hein?
20:14Você sabe pra que é isso,
20:15o senhor Nazinho?
20:16Não, não.
20:17Pra que que é?
20:17É pra quando as pessoas
20:18forem na urna,
20:20votar,
20:20elas terem
20:22o jumento na cabeça.
20:24Sabendo que eu não tenho
20:25cabeça de jumento, tá?
20:27Sacou?
20:29Entendi, entendi.
20:31Cabeça, jumento, jumento, cabeça.
20:33Entendi e gostei, prefeito.
20:34Gostei muito.
20:36Isso merece o brinde.
20:44Você grampeou o telefone
20:47do professor Flores.
20:48Grampiei.
20:50E quer saber mais?
20:51Eu já tinha grampeado
20:53daqui também.
20:54O quê?
20:55Eu não acredito.
20:56E o que eu ouvi
20:56foi muita conversa fiada sua, viu?
20:58Como é que você teve
20:59a coragem de fazer isso?
21:00Tive, tenho
21:02e terei sempre que necessário.
21:05É a minha obrigação profissional
21:06investigar com todos os meios.
21:09E você quer saber de uma coisa?
21:10O daqui
21:11eu grampeei
21:13a serviço do próprio
21:14professor Flores.
21:15Que canalice.
21:19Eu devia
21:20era entregar você
21:21para a polícia.
21:24Você pode mais confiar
21:25em ninguém mesmo.
21:26Para de reclamar.
21:27Será que você não entendeu
21:27o que eu disse antes?
21:28Hein?
21:28Esqueceu?
21:29Eu tenho quase certeza
21:30de que quem tentou
21:32me matar
21:33foi o professor Flores.
21:34eu não esqueci,
21:37Joca.
21:38Ah, mas é difícil
21:39acreditar.
21:39Eu acho que você
21:40está delirando.
21:41Mas, afinal de contas,
21:43você conseguiu descobrir
21:44alguma coisa comprometedora
21:45grampeando o telefone dele?
21:47Eu só consegui ouvir
21:48uma conversa dele
21:49com o general.
21:49Uma conversa
21:50para lá de esquisita.
21:51O general?
21:52É.
21:53Eu não sei o nome dele.
21:54O professor só tratava
21:55o cara como general mesmo.
21:57Mas eu tenho certeza.
21:58Acredita em mim.
22:00Tem muita coisa
22:01por trás disso
22:02e eu vou descobrir tudo.
22:02Mas que muita coisa.
22:06Movimentos subterrâneos,
22:07meu amor.
22:08É.
22:09Tudo a ver
22:10com o que está rolando
22:10na cidade.
22:13Conspiração azul.
22:15O comando invisível.
22:17Essas coisas.
22:18Tudo a ver.
22:20E é melhor eu agir rápido
22:22antes que o pior aconteça.
22:30E então?
22:32fizeram o exame
22:35de corpo de delito?
22:37Sim, senhor.
22:38Bom.
22:39Então leva ele
22:40lá para a minha sala.
22:42Eu vou fazer o que
22:42na sua sala?
22:43Prestar depoimento.
22:44Até quando?
22:45Vai essa palhaçada, hein?
22:46Calma, garoto.
22:52Até conseguir
22:53a sua condenação.
22:54Então tá certo.
23:00Agora você pode ir.
23:01Eu tenho umas providências
23:02a tomar antes de sair
23:04e eu não quero me atrasar.
23:05Você continua
23:06não acreditando em mim, não é?
23:07Com relação a quem?
23:08Você falou tantas coisas.
23:09Com relação ao lance
23:10do professor.
23:12Desculpa, Joca,
23:13mas não dá
23:14para acreditar nessa história.
23:15Eu vou te provar
23:16que eu estou certo.
23:17Eu vou provar
23:17para todo mundo.
23:18E não é só
23:19Ribeirão do Tempo
23:20que está ameaçado, não.
23:21É o Brasil.
23:22Falando feito um super-herói
23:24a sua história
23:24fica ainda mais inverossímil.
23:26Inverossímil?
23:27Porque não foi você
23:27que ficou na mira do cara.
23:29É, mas eu vou ficar
23:30de olho aberto.
23:31E quando o desgraçado
23:32menos esperar
23:33eu pego ele.
23:35E aí eu quero ver a sua cara.
23:37Tá bom, Joca.
23:38Mas agora eu preciso
23:39mesmo que você vá.
23:40Tudo bem, tudo bem.
23:42Mas você vê se se cuida, viu?
23:44Porque se o cara é
23:45o que eu acho que ele é
23:46todo cuidado é pouco.
23:47E todo mundo corre perigo.
23:50Obviou?
23:51Você vai parar
23:52no fundo do Ribeirão
23:52com duas pedras na canela.
23:54Qualquer sinal
23:55me avisa.
23:56Viu?
23:57Para eu poder te proteger.
23:58Você vai me proteger, sim.
24:00Vai.
24:08O que é isso, Joca?
24:10É uma arma.
24:11Tá vendo?
24:11Guarda esse negócio.
24:13Por que você está
24:13andando armado, Joca?
24:15Para me proteger.
24:16E para proteger
24:17quem precisar de mim.
24:18E para mostrar
24:20que eu não estou de brincadeira.
24:23E aí, como é que está seu pai?
24:25Esperando uma visita sua.
24:26Eu ligo para ele.
24:27Ok.
24:27Tchau, tchau.
24:27Alô, Manel.
24:32E aí, moça bonita?
24:33Tenho visto bons dias.
24:34Tudo em paz, senador.
24:35Obrigada.
24:36Eu queria falar com a doutora Arminda.
24:37Você me anuncia?
24:38A secretária dela já saiu,
24:40mas eu não sei se a doutora ainda...
24:42Eu vou ligar para a sala dela.
24:43Um momentinho, por gentileza.
24:44Obrigado.
24:47Oi, pai, Joca.
24:48Para.
24:48Para, por quê?
24:50Você está tão afim quanto eu, pai.
24:52Para, a gente está aqui.
24:59Eu estou no meu local de trabalho, Joca.
25:01Ai, esse negócio.
25:02Ai, esse negócio.
25:03Esse negócio pode disparar.
25:05Para.
25:11Sim?
25:11O senador Nicolau está aqui e quer falar com a senhora.
25:14Manda ele esperar.
25:16Ok.
25:17Ela pediu para o senhor aguardar um pouquinho.
25:20O Nicolau está aí embaixo.
25:22Está vendo?
25:22Quando eu falo para você que você tem que...
25:24A culpa é sua.
25:25A culpa é sua, ué.
25:26Magia ou menos dia.
25:28Esse seu jogo duplo vai ser desmascarado.
25:30Joca, para.
25:30Para de falar.
25:32Você tem que me ajudar a pensar em alguma coisa.
25:34O Nicolau não pode te ver aqui de jeito nenhum.
25:35Você quer que eu vá para o armário de novo?
25:37Eu não sei.
25:38Eu tenho que pensar em alguma coisa.
25:39Acho melhor você arrumar uma boa desculpa
25:40para a minha presença aqui na empresa.
25:43Porque por mim,
25:44eu encaro esse bruto aí olho no olho.
25:46Para de falar besteira, criatura.
25:48Você não vai encarar ninguém.
25:50E fica quieto, meu Deus do céu.
25:51Eu preciso pensar em alguma coisa.
25:53Tem que pensar.
26:02Para, Carmen.
26:03Também não adianta ficar nessa pilha.
26:05Você tem logo que avisar o Sérgio que o André está preso.
26:07Tá?
26:08Eu estou tentando falar com ele, mas eu não consigo.
26:09Será que é a questão postal?
26:10Tá, tudo bem.
26:11Eu vou dar um jeito de encontrar o Sérgio.
26:12Carmen, presta atenção.
26:14É muito importante o Sérgio saber o que está acontecendo para ficar prevenido.
26:17Tá?
26:19Talvez até fosse melhor ele se esconder.
26:21Se esconder por quê?
26:23Será que seu pai vai querer prender o Sérgio também?
26:25Não sei.
26:25A essa altura do campeonato, eu não sei mais o que meu pai é capaz de fazer.
26:28Ai, Sônia.
26:29E se o delegado descobre que eu fingi que era a mãe do Sérgio?
26:31Deixa de ser boba, Carmen.
26:33Como é que ele vai descobrir?
26:33Sei lá, ué.
26:34Ele não descobriu sobre você e o André?
26:36Ai, Carmen.
26:37Carmen, por favor.
26:38Vai logo procurar o Sérgio, vai.
26:40Tá bom, tá?
26:40Eu vou.
26:41Mas me manda notícias, tá, amiga?
26:42Se meu pai não resolver confiscar meu celular, né?
26:45Eu te mantei informada.
26:46Se bem que não precisa ligar, não, né?
26:49Vai que seu pai grampeou o telefone.
26:51Deixa pra lá.
26:51Não viaja, Carmen.
26:52Não viaja.
26:53Carmen, vamos desligar.
26:54Vamos desligar até que a gente está perdendo tempo.
26:56Vai logo avisar o Sérgio, vai.
26:58Ok, tá bom.
26:59Beijo e boa sorte, tá?
27:00Tá bom, beijo.
27:01Beijo, obrigada.
27:01Tchau.
27:06Meu pai me paga.
27:12E aí, avisou o garoto?
27:13Não, não consegui falar com ele, mas eu pedi pra uma amiga dar o recado.
27:16Esse Sérgio também, meu Deus, com aquela cara de bom menino.
27:20Engabelou todo mundo com a maior disfarçatez.
27:22Você tem ideia de como vai se sentir seu pai?
27:27O Sérgio, sentado aqui com a gente, fazendo sala, tomando cachaça com seu pai.
27:33Mãe, o Sérgio só agiu dessa forma.
27:35Ele só se prestou esse papel pra ajudar a gente.
27:37Ele agiu por amizade.
27:39Você acha que foi fácil pra ele?
27:40Agora, coitado, ele não vai correr o risco de pagar caro por isso.
27:42Agiu por amizade?
27:44Você acha nobre da parte dele ajudar vocês a enganar os seus pais a nos fazer de idiotas?
27:51Onde é que estão os princípios que nós te ensinamos, Sônia?
27:54Mãe, mãe, para com drama, tá?
27:56Drama?
27:57Faça-me o favor.
27:58O que vocês fizeram é muito sério.
28:01Vocês enganaram todo mundo, montaram uma farsa, envolveram outras pessoas.
28:06Isso não é certo.
28:08Como é que você chegou a esse ponto, minha filha?
28:11É muito simples, mãe.
28:12A intolerância de vocês é que me fez agir assim.
28:15Você acha que foi fácil?
28:16Você acha que foi fácil ficar mentindo, ficar me escondendo?
28:19Passar meus dias com medo que o delegado descobrisse e fizesse exatamente o que ele tá fazendo agora?
28:25Como é que você acha que eu me senti vendo meu próprio pai apontar uma arma pro cara que eu amo?
28:31Se tivesse conversado, discutido, tudo isso poderia ter sido evitado.
28:37Nada justifica o que você fez, minha filha.
28:39E o que justifica?
28:42Meu pai querer me proibir de amar quem eu amo, mãe.
28:44E...
28:46E o que?
28:50O senhor confessa que levou a Sônia à força para dentro da sua casa.
28:56Casa não.
28:57Covil.
28:58Confessa?
28:59Não.
29:00Porque não é verdade.
29:02E o senhor não tem o direito de me ofender.
29:04Covil é sua delegacia.
29:07E se vai continuar me tratando por você, eu vou lhe dar o mesmo tratamento.
29:11Olha aqui, rapaz.
29:12A sua situação está piorando.
29:14Se a Sônia não foi forçada, então que recurso?
29:19Que argumento?
29:20Que estratagema?
29:21Que armadilha?
29:22Utilizou pra atrair minha filha?
29:24O estratagema utilizado, seu delegado,
29:27foi sua filha ter se apaixonado por mim.
29:29E eu por ela.
29:30E que você, sabendo.
29:31Se você continuar com piadinhas e gozação,
29:36você vai se dar muito mal, moleque.
29:39Quem vai se dar mal aqui é você, seu delegado.
29:41Se continuar com essa violência toda.
29:43Você me respeite.
29:44Me respeite.
29:45O senhor também me respeite.
29:47E se você quiser entender melhor a situação,
29:49eu sugiro que pergunte a Sônia por que ela se apaixonou por mim.
29:52Eu quero a verdade.
29:53E não adianta querendo me enganar, moleque.
29:55Eu estou dizendo a verdade.
29:57E não pense que o senhor vai me intimidar, não, viu, troglodita.
29:59Você cala a boca.
30:01Tá bom.
30:08Se o senhor quer que eu preste o depoimento calado...
30:12Eu quero saber quem foi que levou a minha filha pra sua casa.
30:16E qual é a sua relação com o Sérgio, o namorado dela.
30:21Responda!
30:22Com licença, doutora Julicaba.
30:24Mas olha, eu insisto na minha discordância do que está acontecendo aqui, mas...
30:28Eu não pedi a sua opinião e nem a sua presença aqui dentro.
30:31E o senhor...
30:40Alarmado...
30:42Usou alguma arma para coagir minha filha?
30:46Usei.
30:49Que arma?
30:51E onde está?
30:51Eu usei uma arma poderosa, seu delegado.
30:55Uma arma que você não conhece.
30:56Qual?
30:58O amor.
31:08A doutora Armindo pediu pra avisar que já está vindo.
31:10A secretária dela já saiu, mas por sorte a doutora ainda estava na empresa.
31:14Fique à vontade, por favor.
31:15Pode deixar, querida.
31:16Com licença.
31:17Para.
31:25Para.
31:26Para.
31:26Está testando?
31:29Para.
31:31Que coisa.
31:34Presta atenção.
31:36Olha aqui.
31:36Você vai sair daqui impassível.
31:39Como se fosse a coisa mais normal do mundo você estar aqui.
31:43Você vai cumprimentar o senador com toda a elegância.
31:47E depois vai embora.
31:49Entendeu?
31:50Entendi.
31:52Vai.
31:52Está esperando o quê?
31:53Meu último beijo.
31:54Boa noite.
32:20Boa noite.
32:24Senador.
32:26Que surpresa.
32:28Como vai, minha querida?
32:29Bem.
32:29Vamos entrar.
32:30O que esse cara estava fazendo aqui?
32:32Quem?
32:32Como quem?
32:33Esse capial que acabou de sair.
32:35Ele pode ser um inútil, mas invisível.
32:37Eu garanto que não é.
32:38Detetive.
32:39João Carlos Pelago.
32:39Eu estou careca de conhecer.
32:41Ele já foi manchete do meu jornal.
32:43Uma celebridade instantânea.
32:45O que ele estava fazendo aqui?
32:48Vamos entrar e eu te explico.
32:50Vem.
32:50O senhor ainda não me respondeu.
32:56Conhece ou não conhece o namorado dela?
33:01O Sérgio.
33:02O Sérgio?
33:03O Sérgio é meu amigo.
33:05E nunca foi namorado da Sônia.
33:07Como nunca foi?
33:09Está querendo me provocar?
33:11Faz questão de me provocar?
33:13Olha que eu lhe meto um desacato à autoridade pela sua cara.
33:16Ouviu?
33:16Com licença.
33:18Boa noite.
33:19Boa noite.
33:21Olá, Marta.
33:23Doutor Juricaba, eu fui contratado pelo pai desse jovem para representá-lo.
33:27Eu sou o Rui Santana, advogado.
33:30Trouxe a procuração?
33:32Não, não.
33:32Eu fui contratado por telefone.
33:34O seu Lincoln está viajando.
33:35Então sinto muito, doutor Rui.
33:38Mas sem a contratação formal, nada feito.
33:41Compreendo.
33:42Por favor, se retire.
33:44Não, doutor.
33:45O próprio rapaz pode me contratar.
33:47Você me contrata, André?
33:50Claro que contrato.
33:52O senhor está contratado.
33:53Escrever minha carteira da ordem...
33:56Não há necessidade.
33:57Bom, sendo assim, a partir de agora o André passa a ser representado por mim.
34:02O seu Lincoln terrumpeu a viagem e já está voltando para Ribeirão.
34:05Melhor que volte mesmo, porque conforme for ele vai em cana também.
34:08Na propósito, eu devo informar o senhor que já entrei com um pedido de relaxamento de prisão.
34:13Você não demora a sair daqui, rapaz.
34:15Isso é ótimo.
34:16Eu gostaria de continuar o depoimento.
34:19Ele foi interrompido.
34:20Tenha bondade, doutor.
34:22O senhor contou com a ajuda de algum cúmplice para sequestrar a vítima?
34:28Não precisa responder, André.
34:30Aliás, não responda mais nada.
34:32Eu perguntei se alguém ajudou o senhor a sequestrar a Sônia.
34:43Eu quero saber o que aconteceu naquela casa entre a entrada da Sônia e a minha chegada.
34:52Eu vou entrar com representação contra o senhor na Correja do Lido.
34:55Eu só faço o que o senhor quiser e como quiser.
34:58Eu vou até o fim.
34:59Trata-se da minha filha.
35:00Eu vou até o fim e nada vai me deter.
35:03Ninguém vai me deter.
35:10Estou recebendo uma cachaça, meu amigo.
35:14Essa é maravilhosa.
35:16Aquela amarelinha assim, envelhecida, né?
35:19Nossa, dá pra vender assim.
35:21E que desse melhor que o uísse?
35:23Não fala, pô.
35:24Meu, é um suco de laranja, por favor.
35:27Ah, bom.
35:28Porque bebida alcoólica nem sonhar.
35:30Não, só um suco.
35:31O que é mesmo?
35:32Laranja.
35:33Obrigado.
35:33Nada.
35:34Beleza, suco de laranja aí, por favor.
35:41E aí, Sérgio?
35:43Como é que você tá?
35:44Como que você acha, cara?
35:46O André foi preso.
35:46Quem que você acha que é o próximo da lista do delegado?
35:48Tô apavorado.
35:49É, a situação tá complicada mesmo, né?
35:52Complicada foi minha última prova de química no cursinho.
35:54A coisa tá desesperadora.
35:56Eu devia ter escutado minha mãe.
35:58Se eu não levasse bomba no vestibular ano passado,
36:00tava no ensino superior, pegava aquela cela especial.
36:03Mas não.
36:05Imagina eu, no meio daqueles maginais, daqueles assassinos, cara.
36:08Não viaja, Sérgio.
36:10Que crime que você cometeu?
36:11E o delegado quer saber.
36:12Ele arruma um jeito de me enquadrar.
36:15Ele é a lei na cidade, né?
36:16É, de repente era bom você sumir por uns tempos, né?
36:20O delegado deve estar afim do seu sangue também.
36:22Sumir como, cara?
36:23O dinheiro que eu tenho não dá nem pra pegar um ônibus ali até Cabreira.
36:28Aliás, tem como você pagar o suco?
36:33Tô liso mesmo.
36:34Tudo bem, Sérgio.
36:36Valeu, obrigado.
36:39Como será que estão as coisas com a Sônia, hein?
36:41O André tá enjaulado com o delegado baforando no cangote dele.
36:48Ó, arrepio só de pensar.
36:50Ah, coitado.
36:52É complicado.
36:53Se bem que podia dar um pulo na delegacia.
36:55Fazer uma visita pro André.
36:58Alguém tem que ver se o cara não tá sendo torturado.
37:00Eu?
37:01Você tá maluco?
37:03E se o pai da Sônia liga as coisas e...
37:05Eu conheço a minha voz.
37:07Se esqueceu que eu me passei por sua mãezinha pro delegado?
37:09Caraca, eu tinha esquecido disso.
37:14Tem mais essa, né?
37:15Se meus pais ficam sabendo desse lance, eu não tenho pra onde correr.
37:18É.
37:19E os pais do André ainda por cima tão viajando.
37:21Será que ele conseguiu falar com eles?
37:23Acho que sim.
37:25Bom, e do jeito que o Lincoln e o Ajuricaba se odeiam,
37:29essa história ainda vai fazer um barulho dos diabos.
37:32Falando em barulho, meu estômago tá roncando, você ouviu?
37:36Ah, não.
37:37É que, cara, quando eu fico nervoso, me dá muita fome.
37:40Muita.
37:40Assim, sem querer pedir demais.
37:42Sabe que rola de você me prestar mais algum pra eu comer o sanduba?
37:46Não.
37:46General, aqui é o seu fiel escondeiro.
38:06Flores, como vai você?
38:08Muito bem.
38:09E o senhor?
38:10Não.
38:10E a nossa revolução?
38:12Aguarda, Zana.
38:14Avançando, general.
38:16Avançando a passos largos.
38:18O Bobalhão do Joca tá por aí.
38:44Bibinho da Silva.
38:45O professor vai deixar ele passar de ano?
38:48É uma situação incômoda mesmo.
38:51Eu já devia ter engavetado esse assunto.
38:54Mas agora é melhor esperar um pouco.
38:56Se o padrinho não tivesse errado aquele tiro,
38:59a essa hora o Bobalhão tava morto, enterrado,
39:02tinha virado minhoca, com a boca cheia de formia com os verminhos, ó.
39:05Fazendo todo o servicinho.
39:07O padrinho tinha que ter feito era um custo de tiro.
39:09Cala essa boca!
39:10O desgraçado teve, foi muita sorte.
39:12Não sei como conseguiu escapar.
39:14Mas deixe estar, deixe estar, que a hora dele vai chegar.
39:21Ele ainda vai ter o que merece.
39:22E aí
39:30E aí
39:30E aí
39:35E aí
39:36Tchau, tchau.
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