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O governo federal trabalha com a expectativa de que os Estados Unidos cobrem contrapartidas para aliviar o impacto do "tarifaço". A avaliação interna em Brasília é de que uma nova rodada de negociações e a redução das sobretaxas impostas pelo presidente Donald Trump só devem avançar após o Brasil apresentar propostas concretas de compensação ou benefícios comerciais aos norte-americanos.

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Transcrição
00:00O governo federal espera que Estados Unidos cobre contrapartidas em relação ao tarifácio.
00:07Igor, você não tem as informações pra gente, Igor.
00:12Pois é, Paula, a informação de bastidor aqui no Palácio do Planalto é que o governo federal acredita que uma nova rodada de negociações
00:20e redução das tarifas de 40% impostas pelo governo dos Estados Unidos só deve avançar, só deve acontecer depois que o Brasil apresentar algumas contrapartidas.
00:32Há algumas semanas a gente teve a redução, por exemplo, da sobretaxa de 40% para carne, café, o setor de hortifrute,
00:42ou seja, a área voltada totalmente para o agronegócio agora está livre das tarifas dos Estados Unidos.
00:49Mas os produtos manufaturados, por exemplo, continuam com essa sobretaxa de 40%, ou seja, com a competitividade afetada lá nos Estados Unidos,
01:01já que outros países estão com os manufaturados com taxa zero e o Brasil com essa sobretaxa considerada muito alta.
01:09Então, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira,
01:14eles continuam em tratativas com o governo dos Estados Unidos e até estão tentando o encontro do presidente Lula com o presidente Donald Trump
01:23no próximo ano, principalmente na Casa Branca.
01:27Lula já disse que está à disposição de Trump para ir até Washington justamente negociar essas tarifas
01:33que ainda estão vigorando para a indústria brasileira, que ainda afeta a indústria brasileira e coloca milhares de empregos em risco.
01:42Agora, o governo federal também sabe que isso só deve acontecer se apresentar as contrapartidas,
01:48ou seja, trazer para a mesa de negociações algo atrativo para o governo dos Estados Unidos.
01:55Então, eles abrem mão dessas tarifas e o que o Brasil vai oferecer em troca?
02:00É isso que o governo federal acredita que os Estados Unidos vão cobrar.
02:04Estão na mesa de negociação, por exemplo, as terras raras, aqueles minerais considerados estratégicos, por exemplo,
02:12para a produção de bateria e que os Estados Unidos têm defasagem dessas terras raras.
02:18O Brasil é referência no assunto, é um dos maiores produtores de terras raras e, então, isso pode ser levado para a mesa de negociações.
02:27Assim como, por exemplo, a questão das big techs e das data centers, que aí já mexem direto com regulação.
02:35Então, tudo isso deve ir para a mesa de negociações para facilitar a redução das tarifas também para os manufaturados
02:42e que o setor industrial brasileiro não seja mais afetado por esse tarifácio.
02:49A relação com os Estados Unidos, neste momento, é considerada boa, está em processo de recuperação.
02:56As conversas, o diálogo está sendo retomado.
02:59Então, o governo federal está otimista que essa crise diplomática com os norte-americanos, de fato, esteja no fim.
03:06Mas, para que isso aconteça, o presidente Lula não pode mais entrar em polêmicas
03:11e também precisa levar para a mesa de negociações esses assuntos considerados estratégicos para os Estados Unidos.
03:18Alckmin está com toda a equipe reunida tratando desse assunto para evitar uma escalada na crise
03:25ou, muito pelo contrário, para que possa ter uma redução dessa crise diplomática.
03:30A gente vai seguir acompanhando. Volto com vocês aí no estúdio.
03:33Com certeza. Esse é um assunto que o governo deve olhar muito atentamente.
03:38É um assunto sensível ainda aqui para o Brasil.
03:41Obrigada, Igor Damasceno, pelas suas informações.
03:43Eu quero chamar os nossos comentaristas.
03:45Primeiramente, Túlio Nassa com a gente nessa edição do Jornal da Manhã.
03:48Túlio, bom, o agro foi livrado das sobretaxas, mas ainda há outros produtos aqui no Brasil que estão sendo taxados.
03:55O governo quer levar na mala para uma possível discussão, mas talvez só em janeiro,
04:00assim como o Igor Damasceno trouxe para a gente, só no ano que vem.
04:02O governo quer levar na mala algo atrativo e talvez esse atrativo seja as nossas terras raras.
04:09Você vê isso como uma boa contrapartida para conseguir eliminar de vez as taxas aqui no Brasil?
04:16Realmente, Paulo, as terras raras são atrativas nessa mala de negociação.
04:22Agora, eu quero lembrar aqui que essa história toda começou por culpa exclusivamente do governo brasileiro.
04:29Por quê?
04:30Logo que Donald Trump foi eleito, o governo brasileiro praticamente abandonou as relações diplomáticas com os Estados Unidos.
04:36E depois, guinou numa escalada política contra o dólar, em relação aos BRICS, outros temas que levou os Estados Unidos a aplicar esse tarifácio.
04:46Então, a causa disso, a origem disso está no governo brasileiro.
04:50Depois, é bem verdade que foi feito um esforço para tentar amenizar os impactos desse tarifácio.
04:56Mas, mesmo com essas exceções, Paulo, ainda nós temos 60% dos produtos mantidos com essa tarifa absurda de 40%.
05:04E, portanto, o governo brasileiro precisa agora ser pragmático, precisa ser objetivo e defender os verdadeiros interesses nacionais e não pensar no processo político eleitoral.
05:14Além das terras raras, nós temos outra questão fundamental e importante, como, por exemplo, comprar óleo diesel da Rússia e financiar a guerra da Ucrânia.
05:22A Índia já disse que quer abrir mão disso e o governo dos Estados Unidos reduziu as tarifas por conta dessa abertura de mão.
05:33É preciso saber se o Brasil vai também ter coragem de fazer o que precisa ser feito, Paulo.
05:39Nelson Kobayashi, qual é a tua visão desse cenário todo?
05:43A impressão que dá é que talvez a parte econômica seja menos difícil de resolver do que a parte de sanções às nossas autoridades,
05:51que aí também é uma outra negociação que possivelmente não envolveria uma contrapartida econômica ou de terras raras ou algo que o valha, né, Kobayashi?
06:01Sim, esse é um ponto sensível nessa negociação toda, porque não há o que o governo brasileiro possa oferecer em relação a isso,
06:09justamente pelo seu próprio argumento e argumento válido e correto de que há uma separação dos poderes aqui no Brasil,
06:15uma democracia e que o presidente da República e o executivo, seus ministros, não têm o que fazer em relação às decisões que são tomadas do outro lado da praça,
06:26justamente no Supremo Tribunal Federal.
06:28Então eu acredito que nesse momento de negociação nada vai mudar em relação à aplicação da lei Magnitsky aos ministros do Supremo Tribunal Federal.
06:37Nesse momento, de fato, o ponto de vista econômico é o que está sob negociação.
06:44E aí há sim a questão das serras raras, há também data centers, há também outras questões que podem ser exploradas pelo Brasil,
06:52que possam inclusive gerar benefícios não só para os americanos, que têm interesses nesses bens brasileiros,
06:59mas também para o Brasil, justamente na troca de informações, no compartilhamento de tecnologia,
07:06isso serviria também à evolução e aos brasileiros de maneira geral.
07:13Vamos ver como isso vai ser negociado, porque também tem um aspecto político que o presidente Lula tem usufruído nos últimos meses
07:20com alta na sua popularidade com o argumento de defesa da democracia.
07:24Não sei se para ele, nesse momento, vale muito a pena resolver o problema e perder o argumento político.
07:29Obrigado.
07:30Obrigado.
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