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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, enviou uma delegação aos EUA para discutir propostas de paz com a Rússia, que foram revisadas após negociações na Suíça. Paralelamente, o mandatário norte-americano, Donald Trump, elevou a tensão na Venezuela ao ordenar o fechamento do espaço aéreo, provocando reação de líderes sul-americanos. O professor Alexandre Coelho conversou com o programa Fast News deste domingo (30) para analisar as negociações e a crescente divisão geopolítica.
Reportagem: Eliseu Caetano


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Transcrição
00:00O presidente da Ucrânia anunciou que uma delegação ucraniana viajou aos Estados Unidos
00:04para discutir formas de encerrar a guerra com a Rússia.
00:08O Elizeu Caetano tem as informações.
00:10O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, anunciou que uma delegação do país vai viajar
00:15para cá, para os Estados Unidos, nesta semana, a fim de discutir os próximos passos das propostas
00:21de paz apresentadas pelo governo americano.
00:24Segundo Zelensky, o objetivo é dar continuidade às conversas que ocorreram recentemente em Genebra,
00:30na Suíça, onde representantes da Ucrânia, dos Estados Unidos e de países europeus
00:35trabalharam, em conjunto, em uma versão refinada desse plano de paz proposto por Washington.
00:41A composição exata da delegação ainda não foi divulgada, pelo menos oficialmente,
00:47mas agências de notícias confirmam que o líder do grupo será Rustem Umerov,
00:51atual secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia.
00:55A mudança ocorre após a saída do chefe de gabinete, Andrei Yermak,
01:00que perdeu o posto de negociador-chefe depois de ser alvo de uma operação anticorrupção.
01:06Outra informação confirmada é que o vice-ministro das Relações Exteriores,
01:10Sergei Kislyistia, também deve integrar essa delegação.
01:14Já quanto ao local das reuniões aqui nos Estados Unidos,
01:17a delegação ucraniana poderia se encontrar com o enviado especial americano Steve Witkoff
01:21aqui na Flórida.
01:23Oficialmente, o que está confirmado sobre isso até agora
01:27é apenas que a delegação viaja para cá, para os Estados Unidos, essa semana,
01:31que vai ser liderada pelo Rustem Umerov,
01:33que haverá diversas reuniões para tratar dessas propostas de paz
01:36apresentadas pelos Estados Unidos.
01:38E, claro, detalhes logísticos de participantes americanos
01:41não foram divulgados oficialmente.
01:43Zelensky afirma que o objetivo é avançar tecnicamente
01:47nas conversas sobre o plano revisado após dias de negociações em Genebra
01:52envolvendo todos esses países envolvidos, inclusive a Rússia.
01:57Direto dos Estados Unidos, Eliseu Caetano, para a Jovem Pan.
02:01E justamente sobre as negociações envolvendo os Estados Unidos, Rússia e Ucrânia,
02:06a gente conversa agora com o Alexandre Coelho, professor de Relações Internacionais
02:10da Fundação da Escola de Sociologia e Política aqui de São Paulo.
02:15Muito boa tarde, professor. Obrigado pela presença aqui no Fast News.
02:18De que forma, então, que a gente deve ter uma possibilidade de resolução
02:22em torno desse conflito, já que neste fim de semana, né,
02:26a Rússia fez novos ataques na Ucrânia?
02:30Pois é, boa tarde a todos. É um prazer aqui estar com vocês.
02:34Bom, o que a gente pode concluir dessas movimentações, em primeiro lugar,
02:40é que não se trata de uma diplomacia institucionalizada, né?
02:44É um acordo aí altamente personalista envolvendo Donald Trump,
02:50Jared Kushner e Wyckoff, né, pelo lado dos Estados Unidos,
02:55tentando aí impor, mais ou menos, as vontades aí de Donald Trump
03:00de que essa negociação resulte num acordo de paz muito em breve, né?
03:08Ou pelo menos um cessar-fogo estratégico e que Donald Trump possa anunciar isso
03:14como mais um acordo que ele liderou, né?
03:17Isso em primeiro lugar.
03:18Em segundo lugar, acho que vai ser difícil, talvez,
03:23da Rússia aceitar determinados pontos que a Ucrânia tem recolocado
03:30nesses últimos dias em Genebra, né?
03:34A ver, portanto, o quanto a Rússia deve aceitar ou não.
03:38Pelo que a gente tem visto do histórico de Putin,
03:42ao comentar as negociações, não só essa, mas as anteriores,
03:47é de que sempre que a Ucrânia ou os Estados Unidos
03:53escutam o lado ucraniano e recolocam pontos de interesse ucraniano
03:58e da União Europeia no acordo,
04:01tanto é que esse acordo, se não me engano, tinha 28 pontos,
04:03agora está em 19, ou seja, refletindo agora novamente
04:07os interesses ucranianos e da União Europeia
04:10ou tentando reequilibrar os pontos anteriores apresentados por Trump,
04:16Putin, ele não aceita o acordo e aumenta as suas investidas militares na Ucrânia, né?
04:27A guerra continua, né?
04:29Hoje mesmo, se não me engano, na madrugada,
04:33nós tivemos aí ataques de ambos os lados, né?
04:36Tanto a Rússia sobre, inclusive, Kiev
04:40e também com relação ao Mar Negro ali,
04:45a região ali dos petroleiros,
04:47onde ficam os petroleiros russos da frota da Black Fleet, né?
04:53Ou seja, daquela frota sombra, né?
04:56Que não é oficial, russa.
04:59Portanto, eu não tenho grandes expectativas
05:02de que esse acordo ainda consiga sair durante a próxima semana, né?
05:07A ver.
05:09Isto, né?
05:09Que esse último ataque provocou aí pelo menos três mortes,
05:13600 mil pessoas ficaram sem energia,
05:16ataque da Rússia contra o território ucraniano,
05:20mas o Donald Trump conseguiu resolver esse conflito no Oriente Médio
05:23com o poder bélico.
05:25Só que a Rússia também tem um grande poder bélico, né?
05:27Então, essa mediação, ela fica um pouco complicada,
05:30justamente por conta dessa questão de que a Rússia também tem poder?
05:36Exato.
05:37Vejamos.
05:38É diferente a associação Putin-Trump
05:42com o líder Netanyahu Israel com relação a Trump, né?
05:48Quando a gente analisa ali a guerra da Ucrânia,
05:52o fator envolvido é que a Rússia tem grande apoio da China,
05:58tanto apoio militar quanto apoio econômico, principalmente.
06:02Então, isso dá uma âncora, um lastro,
06:05para que a Rússia continue sendo perseverante nos seus pontos.
06:11Além disso, o que a gente está falando aqui
06:14é de uma Rússia que conseguiu, inclusive, ter superávit,
06:19ou melhor, inclusive, conseguiu ter crescimento no seu PIB,
06:22mesmo durante a guerra, as sanções econômicas
06:27apresentadas e lançadas contra a Rússia
06:33ainda não fizeram efeitos tal como o Ocidente queria.
06:38As últimas sanções que foram contra as petroleiras russas
06:42talvez comece a produzir algum efeito negativo
06:47para a economia russa.
06:50Outra coisa também, haver ainda, mas,
06:54de acordo com a literatura especializada,
06:58a economia de guerra russa vai começar a dar sinais de estagnação.
07:02Conclusão, isso pode enfraquecer a posição de Putin
07:06em qualquer acordo futuro.
07:08De qualquer forma, diferentemente do Oriente Médio,
07:12o que nós temos aqui é uma associação de apoio econômico chinês
07:18de exportação de minerais e de bens importantes para a Rússia.
07:23Ainda continua, inclusive, bens de uso duplo, uso dual para a Rússia.
07:30Irã continua fornecendo ali,
07:33a Rússia continua fabricando seus drones,
07:36não obstante hoje, se a gente fosse apostar
07:38em liderança tecnológica de fabricação de drones,
07:41me parece que a Ucrânia está liderando isso,
07:45mas, conclusão,
07:47Putin tem um apoio que, no caso do Oriente Médio,
07:51nem Gaza e nem, muito menos, Israel tinha.
07:56Israel depende totalmente do apoio norte-americano
07:59para continuar a sua guerra.
08:02Agora, um outro conflito também que Donald Trump tem que resolver
08:05é em relação à Venezuela,
08:07já que ele determinou o fechamento do espaço aéreo por lá
08:11e até o presidente da Colômbia, Gustavo Petro,
08:13disse que um presidente estrangeiro não pode fazer isso,
08:16se manifestou em relação a esse tema.
08:19Então, a gente vê essas tratativas e essa tensão crescendo cada vez mais,
08:23desde que Donald Trump estabeleceu ali que navios americanos
08:27ficassem na costa,
08:29até com a possibilidade de incursões em terra
08:31sendo realizadas na Venezuela
08:34e o The New York Times também
08:36trazendo a informação de que eles conversaram
08:39por telefone Trump com o Maduro
08:41e até o Trump convidou o Maduro
08:43para que fosse aos Estados Unidos,
08:46com uma condição também, né,
08:47que foi estabelecida contra ele
08:49de um prêmio,
08:51a cabeça dele é a prêmio ali
08:52por milhões de dólares.
08:54Então, assim,
08:55uma hora avança, outra hora recua um pouco,
08:58assim como o Maduro também tem feito, né.
09:00Agora, essas manifestações sendo feitas
09:02e até a gente, a nossa produção, está acompanhando
09:03para saber se o governo brasileiro também
09:05vai se manifestar em torno desse tema.
09:08Mas, de que forma que a gente pode observar tudo isso,
09:10esse fechamento do espaço aéreo na Venezuela?
09:14Interessante essa sua observação,
09:15porque às vezes a gente acha
09:17que o que está acontecendo na Venezuela
09:18às vezes não tem nada a ver com o que acontece na Ucrânia
09:20e às vezes também,
09:22embora sejam contextos e cenários geopolíticos diferentes,
09:26se a gente subir um pouco mais
09:30para tentar ver o contexto como um todo,
09:33nada mais é que Trump voltando aqui
09:35à tentativa de divisão,
09:38de fragmentação política internacional do mundo,
09:42ou seja, esferas de poder.
09:43Então, Trump está deixando muito claro
09:47de que a América Latina é dos Estados Unidos
09:50e cabe aos Estados Unidos
09:52impor a vontade dele
09:55ou que ele entende
09:56que seja o mais correto do ponto de vista
09:59inclusive democrático,
10:03inclusive com relação à questão das drogas,
10:06em relação à Venezuela aqui.
10:10E isso independe.
10:12Nós vimos acontecendo coisa similar
10:14em relação ao Panamá,
10:16Colômbia
10:16e até a questão do tarifácio
10:19envolvendo o Brasil,
10:20que na verdade,
10:21se a gente for analisar,
10:23esse recente recuo em relação à laranja,
10:26café e carne bovina, por exemplo,
10:29foi por causa das pressões econômicas,
10:32pressões das empresas norte-americanas.
10:34Mas, de qualquer forma,
10:35é a partição do mundo novamente,
10:37ficando a Ucrânia, por exemplo,
10:40a reboque da Rússia,
10:42ou seja, o leste europeu
10:43dividida e sob a influência russa,
10:46a Ásia sob a influência chinesa
10:49e a América Latina
10:50sob a influência norte-americana.
10:52Então, o que a gente vê
10:53é uma volta ao começo do século XX,
10:56final do século XIX,
10:59em que as grandes potências,
11:01os grandes impérios
11:02partiam o mundo
11:03de acordo com seus interesses
11:05e áreas de influência.
11:07Então, é mais ou menos assim,
11:09se a gente for ver
11:10o grande tabuleiro geopolítico no mundo.
11:13A Europa, por sua vez,
11:15veja que,
11:17mesmo nessa questão dos 19 pontos,
11:19nas negociações,
11:21lá em Genebra,
11:22embora tivesse a participação europeia,
11:25ou seja,
11:26os europeus participaram lá em Genebra,
11:28eles não vão participar agora
11:30nos Estados Unidos,
11:31ali na Flórida.
11:31Ou seja,
11:32Trump realmente considera a Europa
11:35um poder pequeno,
11:37não influenciável,
11:38ou seja,
11:39a Europa segue a reboque,
11:42quase que como uma região,
11:44digamos,
11:45não necessariamente isso,
11:47embora eu não goste,
11:48não estou aqui fazendo juízo de valor,
11:50mas é quase que uma região hoje
11:51vassala dos interesses norte-americanos,
11:54o que isso é péssimo
11:55para o equilíbrio
11:56de poder no mundo.
11:59Hoje, se a gente tivesse que confiar
12:00numa região
12:01onde ainda prevalece a democracia
12:04com base em constituição,
12:05é a Europa,
12:07é a União Europeia,
12:09sendo que os Estados Unidos,
12:10em termos de representação de direitos,
12:13está cada vez mais
12:14ficando deteriorado,
12:16justamente no centro
12:18do poder constitucional
12:21em que a gente sempre
12:22usou como espelho,
12:24está deixando de ser cada vez mais.
12:26Então, o que a gente vê é isso,
12:28uma grande partição
12:29da região do mundo,
12:33do sistema internacional.
12:34É a medida também
12:36que a ONU também
12:37não consegue mais resolver
12:38com efetividade
12:39as tratativas
12:40para encerrar esses conflitos.
12:43Nós conversamos com
12:43Alexandre Coelho,
12:45professor de Relações Internacionais,
12:47a quem agradeço demais
12:47a presença aqui no Fast News.
12:49Muito obrigado.
12:50Obrigado a vocês,
12:51um abraço.
12:52Um abraço.
12:52Obrigado.
12:53Obrigado.
12:54Obrigado.
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