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Um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) revela que o Brasil lidera o ranking de países com maior incidência de "supersalários" para funcionários públicos. A comparação foi realizada com nações que possuem características culturais e sociais semelhantes. No levantamento, a Argentina aparece na segunda posição. O economista Alan Ghani analisa essa distorção salarial e o impacto que ela gera nas contas públicas.


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Transcrição
00:00Ontem mostra que o Brasil lidera o ranking de super salários para funcionários públicos.
00:06A comparação foi feita com outros países com características sociais e culturais parecidas.
00:11A Argentina ficou em segundo lugar.
00:14Assunto pro Alan Gani, que volta com a gente aqui nos estúdios da Jovem Pagani.
00:18E esses super salários, de fato, pressionam o orçamento público.
00:23Com certeza, Paula.
00:24Aliás, nenhuma surpresa, né?
00:26Porque quando a gente fala de super salários aqui no Brasil, ligados ao funcionalismo público,
00:32principalmente eles estão ligados ao poder judiciário.
00:35Só pra ter uma ideia, o poder judiciário como um todo custa para os cofres públicos,
00:41ou seja, para a gente, a gente tá pagando 160 bilhões de reais.
00:47Isso equivale a quase 1,6% do PIB, aproximadamente.
00:52Então, é claro que dá para fazer um ajuste fiscal do lado do gasto, cortando esses super salários.
01:01Inclusive, quando a gente fala de super salários, muitas vezes nem entra na conta,
01:05provavelmente não entrou na conta do estudo, o tal dos penduricalhos,
01:10que aí eleva ainda mais esses super salários e com agravante.
01:15Os penduricalhos não entram no imposto de renda.
01:18Então, é uma renda líquida.
01:20Então, não é possível um país do tamanho do Brasil ter esse Estado gigantesco
01:27que acaba onerando a sociedade brasileira e prejudicando o crescimento econômico
01:33com a contrapartida de geração de renda e emprego.
01:37É bom ponto essa questão dos penduricalhos, que eu ia até te perguntar isso.
01:40Ou seja, o valor, o montante, acaba sendo maior, né?
01:45E, por outro lado, Gani, imagino que seja muito difícil você tentar, de algum modo,
01:49cortar tudo isso de uma hora para outra.
01:52É um trabalho de formiguinha, porque quem tem o seu privilégio não quer que tenha cortado.
01:56Exatamente.
01:57E aí entram os lobbies dentro do Congresso Nacional, Nonato.
02:02Porque, veja, é claro que deputados, senadores também têm salários muito elevados,
02:07os seus assessores também.
02:09Então, por que eles vão querer cortar na carne?
02:12O mesmo vale para o Poder Executivo, para ministros de Estado e para o Poder Judiciário.
02:19Então, muitas vezes, também, os parlamentares não querem ter problemas com o Poder Judiciário
02:24e acabam compondo, né?
02:26Fazendo aquele jogo de ganha-ganha para eles, super salários para todo mundo.
02:31E quem acaba pagando esta conta, basicamente, é a classe média brasileira.
02:36Então, todo mundo adora falar em ajuste fiscal aqui no Brasil, mas é ajuste fiscal para os outros.
02:42Nunca para mim.
02:44E deixa eu chamar também os nossos comentaristas que estão com a gente nessa edição do Jornal da Manhã.
02:48Primeiramente, Túlio Nassa.
02:50É necessário que haja, de fato, uma revisão desses super salários, Túlio?
02:55Com certeza, Paula.
02:56Se não acontecer isso, haverá um negacionismo fiscal, né?
03:00O Alangani falou muito bem aqui, à luz da ciência.
03:03O governo que não cuida das suas contas públicas é um governo que vai condenar a população a juros altos,
03:10vai condenar a população a inflação alta e, portanto, vai trazer problemas econômicos gravíssimos.
03:16Na história do mundo, é só olhar os países desenvolvidos, eles têm regras rígidas em relação aos seus gastos públicos.
03:24No Japão, por exemplo, não se pode gastar mais num ano do que se gastou no ano anterior.
03:28Noruega, o fundo de petróleo, não se pode usar dinheiro do petróleo para gasto público,
03:34tem que usar para o ajuste fiscal.
03:36Então, por essas e por outras, é preciso, sim, cortar na carne.
03:40Porque se não houver redução de despesa, e aí tem que ir no ponto mais crucial,
03:44que são os super salários, são os que mais oneram realmente o governo federal,
03:48não haverá condições de desenvolvimento de gasto em outras áreas, como saúde, educação, etc.
03:54Beraldo, como é que você vê essa discussão toda?
03:57Passa aí também por uma questão cultural, por uma questão social,
04:02à medida que, como o Túlio citou, você vê lá no Japão, você tem um controle mais rígido.
04:07Os países nórdicos ali também.
04:09Outros países europeus, às vezes a gente vê o primeiro-ministro andando de ônibus,
04:12andando de metrô e por aí vai.
04:14E aqui no Brasil, a gente tem essa cultura de ter toda essa enturragem,
04:18os penduricalhos em torno de alguns cargos, Beraldo.
04:21Pois é, Nonato, sabe que essa semana eu li uma frase que ela faz todo sentido para o Brasil,
04:27dizendo que o Brasil não tem povo, o Brasil tem público.
04:31E o brasileiro, ele assiste a esse palco onde todas as maldades são feitas contra ele.
04:37E nesse caso dos super salários, especialmente do judiciário,
04:41ele guarda ali um aspecto muito perverso,
04:44porque nós temos, de um lado, o judiciário brasileiro, nessa conta multibilionária,
04:51se ocupando de tratar de temas tributários.
04:55E os temas tributários, eles são, em geral, decorrentes de decisões
05:00que não são tomadas, do ponto de vista administrativo, pela Receita Federal.
05:05Então, ela vira uma ação e essa ação vai para o judiciário
05:11e o contribuinte fica anos se defendendo.
05:14E aí, para piorar, quando ele ganha, quando ele demonstra que ele tem razão,
05:18ele não recebe o seu dinheiro.
05:20Ele recebe um precatório.
05:22E os governos vão sempre empurrando o pagamento do precatório.
05:27Então, o brasileiro, ele faz parte de um clube que é muito vasto, muito amplo,
05:33que é o clube dos otários.
05:35A gente trabalha para pagar imposto e sustentar mordomia de uma elite
05:41que mantém essa dinâmica inalterada.
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