O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, pode estar irritado com a indicação de Jorge Messias ao STF e estaria trabalhando nos bastidores para minar a aprovação no Senado. João Belucci e Laura Porto analisam a resistência, o racha político e o alto custo que o governo Lula terá para negociar os 41 votos necessários. Reportagem: Rany Veloso
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00:00O presidente do Congresso Davi Alcolumbre estaria irritado com aquela indicação do Jorge Messias que foi feita ontem pelo presidente Lula para o Supremo Tribunal Federal.
00:09A Rani Veloso vai trazer esses bastidores direto da capital federal. É isso Rani, boa tarde, bem-vinda.
00:17Pois é, o presidente do Congresso Davi Alcolumbre, de acordo com fontes, está, abre aspas, irritadíssimo com a indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal.
00:28Desde o anúncio feito pelo presidente Lula nesta quinta-feira de feriado nacional, Davi Alcolumbre não se manifestou oficialmente sobre o tema.
00:38Apenas disse que vai colocar em votação na próxima semana no Senado um projeto de lei que implica em mais despesas para o governo.
00:47Davi Alcolumbre, de acordo com fontes da base da oposição no Congresso Nacional, teria inclusive ligado para nomes importantes neste campo político para trabalhar contra a indicação de Jorge Messias.
01:03E inclusive assumiu para alguns parlamentares que iria votar contra a indicação.
01:09Lembramos que o favorito de Davi Alcolumbre é o senador Rodrigo Pacheco, o ex-presidente do Congresso Nacional, com quem Lula se reuniu na noite da última segunda-feira para comunicar a sua decisão de indicar Jorge Messias.
01:25Davi Alcolumbre também já havia se reunido com o presidente da República e levou um mapa de votação falando sobre a resistência da aprovação de Jorge Messias.
01:36Lembramos também que recentemente, com dificuldade, o procurador-geral da República, Paulo Gonê, conseguiu a aprovação no plenário do Senado Federal após Sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário com 45 votos.
01:52Apenas 4 a mais que o necessário de 41 votos dos 81 senadores.
01:59É também a quantidade de votos que Jorge Messias necessita se aprovado em Sabatina na Comissão de Constituição e Justiça.
02:09Na última indicação de Lula ao Supremo Tribunal Federal, que foi aprovada, que foi a do ministro Flávio Dino em 2023, Dino foi aprovado com apenas 47 votos.
02:21Na época, também, o nome de Jorge Messias já era cotado para ser indicado, mas ele ficou para uma próxima leva.
02:30Lula contrariou, inclusive, uma parte da sociedade que esperava a indicação de uma mulher ou uma negra, justificando a diversidade racial na Suprema Corte.
02:42De Brasília, Rani Veloso.
02:44Bom, então vamos analisar com os comentaristas também essa fala aí do Alcolumbre, que, claro, esperava-se que ele fosse indicado, ele estava com a expectativa.
02:56João Bellucci, o governo agora vai ter que ter uma habilidade ali no Senado, vai ter que negociar, porque, como a Rani falou, o Flávio Dino também passou apertado ali.
03:07O Messias precisa de 41 votos. Então, o governo vai fazer uma articulação? Você acredita que passa no Senado mesmo assim?
03:16Eu acredito que passe no Senado, mas com muita dificuldade, assim como foi a recondução do PGR, o Paulo Bonet, porque tem que ter um grande desgaste.
03:24E, infelizmente, há uma naturalização, uma normalização de, por exemplo, o Rodrigo Pacheco, que seria, em tese, um candidato mais alinhado ao Alcolumbre, presidente do Senado,
03:34o que é uma coisa muito ruim para as nossas instituições, uma instituição se intrometendo na outra, conforme as notícias.
03:40Então, me parece que é mais uma questão retórica do Davi Alcolumbre, no sentido de vender politicamente mais caro a vaga, a aprovação do Jorge Messias, atual AGU, que foi indicado para o Supremo.
03:54Certamente, haverá um grande acordo ali de cargos, de indicações, indicações de diretorias estatais, tudo leva a crer que será nessa linha.
04:03E, ao ventilar, pelo menos conforme notícias da imprensa, ou não ouvir da boca do próprio Davi Alcolumbre, que não haveria aprovação, de que será muito difícil,
04:10porque ele tinha um outro candidato, isso aumenta o custo para o governo, que também não vê grandes dificuldades do governo em fazer essa manobra ali no Senado,
04:18de liberar emendas, enfim, toda a forma que a política do nosso presidencialismo de coalizão acaba comportando.
04:24Não me parece o perfil do Davi Alcolumbre comprar essa briga com o Lula no momento, mas sim vender politicamente mais cara a aprovação.
04:31Agora, Laura, a gente percebe também que tudo em Brasília se move em relação a essas negociações.
04:38A gente de fora aqui acha lamentável, em algumas situações assim, realmente o governo ter que se submeter, a oposição ficar pressionando,
04:46ah, se você me der 10 vagas, 10 cargos, eu deixo passar. Como é que você enxerga isso?
04:51Olha, o que eu posso dizer é que eu não acho que o Davi Alcolumbre fez um papel tão errado.
04:57Ele, como presidente do Congresso Nacional, e tendo alguém tão bem cotado como o senador Rodrigo Pacheco, que estava,
05:05e é muito difícil hoje nós alegarmos que o senador Rodrigo Pacheco não era um aliado do Lula,
05:11e era um aliado do Davi Alcolumbre.
05:13O ex-presidente Rodrigo Pacheco sempre foi extremamente aliado às pautas do presidente,
05:20tanto é que dizem que ele hoje se sente tão traído.
05:23E ele viu ali uma oportunidade de incentivar que um senador fosse para uma cadeira do Supremo Federal.
05:32Então, ele lutou para que um senador ocupasse essa vaga.
05:36Mas, a partir do momento que foi definido que quem vai ocupar essa cadeira é o Messias,
05:43isso não pode mais estar em pauta.
05:45Então, essas negociações têm que seguir,
05:48mas eu imagino que ele vá, sim, enfrentar uma certa resistência na sabatina, na CCJ.
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