Apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter retirado o tarifaço de muitos produtos brasileiros, a Lei Magnitsky continua em vigor contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sua esposa. No entanto, a discussão no Palácio do Planalto é que, em breve, essa medida também deve ser retirada. Reportagem: Igor Damasceno
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00:00Mas tem as sanções impostas de Donald Trump contra as autoridades brasileiras.
00:06Elas saem, elas ficam? Alguma novidade em relação a isso?
00:12Olha, por enquanto a lei Magnix que continua em vigor contra o ministro Alexandre de Moraes da Suprema Corte e a esposa dele.
00:21Mas uma conversa de bastidor aqui no Palácio do Planalto é que esses ruídos que estão sendo superados,
00:27ou seja, essa questão ideológica está sendo deixada para trás e então já estão partindo para discussão mais técnica, mais política, mais para a ordem econômica.
00:37Então a discussão aqui no Palácio do Planalto é que há uma brecha para que as sanções contra Alexandre de Moraes sejam revogadas,
00:46ou seja, que a lei Magnix que deixe de ser aplicada contra o ministro da Suprema Corte brasileira.
00:52E o governo federal deve ajudar nesse sentido.
00:55A gente sabe que a lei Magnix que foi aplicada contra Alexandre de Moraes por causa do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro,
01:04mas também porque ele é acusado de causar censura para plataformas digitais, as chamadas Big Techs, lá nos Estados Unidos.
01:11O acondicionante para essas Big Techs funcionarem aqui no Brasil é que elas se adequem, elas se adequem à legislação brasileira.
01:20Mas para Donald Trump, Moraes na verdade estava impondo censura a essas Big Techs, essas plataformas digitais norte-americanas,
01:29e por isso ele acabou sofrendo essa lei Magnix, que não só ele, mas também a esposa.
01:35Agora o Planalto quer aproveitar esse bom momento do restabelecimento da relação diplomática com os Estados Unidos
01:41e deve ajudar nesse sentido, nessa negociação também.
01:45Então, ainda nessa esteira de negociações com os Estados Unidos, o Brasil vai não só tentar continuar revogando a sobretaxa de 40% para outros produtos que ainda estão sendo taxados,
01:58mas também vai tentar ajudar o ministro Alexandre de Moraes a sair dessa sanção da lei Magnix.
02:04É isso, informações com o Igor Damasceno falando de Brasília.
02:08Obrigada, Igor.
02:09Deixa eu chamar os nossos comentaristas para a gente repercutir também este assunto.
02:13Primeiramente, Roberto Mota, Mota com a gente.
02:16Mota, bom, boas notícias aqui para o Brasil, redução das tarifas, isso que realmente importa aos brasileiros, à população.
02:26E fica a discussão das tarifas, tarifas não, das leis, das sanções impostas aos ministros.
02:33Discussão que fica para outro momento, o Brasil deve aproveitar esse bom clima de redução de tarifa para também resolver essa questão?
02:42Primeiro, a gente precisa analisar o que aconteceu, né, Paula?
02:45Essas tarifas não foram impostas ao Brasil ou à população brasileira.
02:51Essas tarifas, a intenção delas foi punir o governo, o Estado brasileiro, por práticas e políticas que Donald Trump considerava como uma ameaça aos Estados Unidos.
03:05A gente viu uma declaração agora do ministro da Agricultura, dizendo que as tarifas caíram porque os ruídos foram diminuídos.
03:15Que ruídos são esses que foram diminuídos?
03:18As razões que Trump alegou para impor as tarifas só pioraram no Brasil.
03:25A política interna do Brasil, a situação ficou muito pior do que estava quando Donald Trump impôs essas tarifas.
03:33Então, por que as tarifas caíram?
03:35Será que Trump recuou por causa da situação econômica interna dos Estados Unidos?
03:41Por causa da inflação?
03:42Será que Trump recuou porque ele mudou a sua posição ideológica?
03:49Será que o governo brasileiro convenceu Trump de que os processos judiciais contra Bolsonaro e outras figuras da oposição são processos justos e constitucionais?
04:00Se essa última hipótese for verdade, as sanções magníticas deverão cair em breve.
04:08Um fato curioso que talvez ajude a gente a entender a situação é que a queda das tarifas foi anunciada primeiro por Donald Trump e depois comentada pelo governo brasileiro.
04:22Talvez, só talvez, exista algum fator que a gente desconheça nessa história, como por exemplo, algum trabalho de lobby feito por lobistas profissionais.
04:35Desde esse ocário, queria te ouvir também nessa questão, à medida em que a gente tem ainda essas sanções a autoridades.
04:42E falou-se muito também, na época das sanções, do problema relacionado às big techs, do tratamento que o Brasil daria às big techs.
04:50Isso aí pode funcionar também como uma moeda de troca para limitar um pouco essas sanções às autoridades?
04:55Nonato, não acredito que funcione como uma moeda de troca porque o Brasil não amadureceu esse debate.
05:03E aí a gente pode pegar esses dois assuntos e fazer uma mesma análise.
05:07Por exemplo, me causa um espanto quando eu vejo o ministro da Agricultura falando que o problema foi má comunicação, que foram fofocas e intrigas.
05:17Talvez não tenha percebido o quanto isso enfraquece a credibilidade do ministério, porque não existe aí, como não existe no debate das big techs, nenhuma autocrítica.
05:28Em relação à agricultura no Brasil, a gente tem uma diplomacia passiva.
05:34A gente espera a reação do outro, a gente espera a reação dos Estados Unidos, em vez de empurrar a agenda brasileira com um pouco ou um mínimo de credibilidade.
05:44E a mesma coisa em relação ao assunto das big techs.
05:48Eu não vejo nenhuma discussão de como a gente pode fortalecer o agro.
05:52Agora tá bom, diminuíram em 40% as tarifas dos Estados Unidos.
05:55Qual é a reação do Ministério da Agricultura agora?
05:58Como que a gente vai fortalecer as nossas cadeias produtivas?
06:01Como que a gente vai solucionar o problema dos gargalos aqui no Brasil?
06:04A questão sanitária que uma vez ou outra ela sempre aparece nesses debates internacionais em relação ao Brasil.
06:10Então fica tudo muito superficial.
06:12Ah, tá bom, as fofocas e as intrigas acabaram.
06:15E aí tá tudo resolvido?
06:16Não tá.
06:17A gente tá de novo nessa diplomacia passiva, esperando a reação dos Estados Unidos, esperando como que os outros mercados vão reagir.
06:24É a mesma coisa em relação às big techs.
06:26Então eu não acredito que esse assunto vá servir como uma moeda de troca,
06:31porque o Brasil não apresentou até agora maturidade.
06:34nem em relação ao agronegócio, que é a grande menina dos olhos do Brasil,
06:39e nem em relação ao debate das big techs.
06:41De novo, a gente vai esperar primeiro os Estados Unidos agirem,
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