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A redução anunciada pelo governo Donald Trump nas tarifas sobre produtos brasileiros, como carne, tomate, café e banana, foi recebida com cautela pelo setor produtivo. Embora a ordem executiva reduza a Tarifa Recíproca de 10% criada em 2025, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) destacou que a tarifa adicional de 40% sobre o café brasileiro continua intacta, já que está vinculada a outro instrumento legal. Deysi Cioccari comentou.
Reportagem: Camila Yunes
Comentarista: Deysi Cioccari

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Transcrição
00:00A diminuição de tarifas promovida por Donald Trump foi recebida com cautela no Brasil.
00:05Acompanhe agora na reportagem de Camila Yunis.
00:08A redução da tarifa recíproca não animou alguns setores.
00:12Pelo contrário, alimentou a falta de esperança em um acordo.
00:16O Brasil acumulava taxa de 50% para alguns produtos.
00:20No entanto, a tarifa que foi retirada foram aqueles 10% aplicados para todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos.
00:27Com isso, os outros 40% aplicados ao Brasil foram mantidos para todos os itens.
00:33A redução de 10% foi para produtos como café, carne, laranja, açaí e banana.
00:39No entanto, para o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, Marcos Matos, o cenário ficou pior ainda,
00:46já que os principais concorrentes do Brasil nas exportações de café, como Colômbia e Vietnã, tiveram as tarifas zeradas.
00:53O Brasil fica com uma tarifa de 40% e todos os nossos concorrentes, todos que acessam o mercado de café nos Estados Unidos,
01:01estão isentos, porque ou eles já têm acordo bilateral firmado, como Vietnã, Indonésia,
01:06ou eles já estavam com tarifa base de 10%, como Colômbia, Costa Rica, Etiópia, produtores de cafés arábicas.
01:12Então, veja, nós ficamos numa situação até pior em termos de competitividade.
01:18E é pior porque, a princípio, pode-se resolver o problema da inflação dos Estados Unidos sem o Brasil.
01:26Ele lembra, inclusive, que as taxas foram retiradas da Colômbia, apesar das divergências políticas entre Donald Trump e o presidente colombiano Gustavo Petro.
01:35A avaliação do CCAFED que as portas das negociações foram abertas, mas até agora não houve um resultado concreto.
01:42Para Marcos Matos, o governo federal demorou para começar as tratativas, que foram inicialmente lideradas por entidades privadas.
01:50Ele afirma que agora é preciso lutar contra o tempo e que o Brasil deve olhar para alguns produtos prioritários.
01:57E cada dia que passa, esse distanciamento da competitividade, cada dia que passa, mais irreversível se torna a gente voltar a fazer parte desses bens.
02:08Isso porque o consumidor está se acostumando. O nosso importador de décadas, no caso até de século, ele está com novos parceiros comerciais e se alinhando.
02:17Então, para nós, é um grande, grande prejuízo. A gente tem que correr atrás com o senso de urgência.
02:22Já era difícil esse senso de urgência, agora a gente precisa pedir uma outra postura dos negociadores brasileiros.
02:28De acordo com a CNI, a medida dos Estados Unidos de retirar as tarifas recíprocas de 238 produtos agrícolas se aplica a 80 itens do Brasil.
02:40No ano passado, o Brasil exportou mais de 4 bilhões de dólares desses produtos aos norte-americanos, representando 11% do total.
02:49A Confederação Nacional da Indústria partilha do mesmo entendimento do Secafé e diz que os países que não tiverem essa sobretaxa terão mais vantagens que o Brasil para vender aos americanos.
03:01A Confederação diz que a redução da tarifa expõe a urgência de o Brasil avançar na negociação.
03:07Volto a chamar a Deise Siocari para a gente analisar esse assunto.
03:12Deise, ontem mesmo, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que está liderando as negociações aqui no Brasil,
03:18disse que alguns países conseguiram, principalmente falando do café, uma redução maior nessas taxas.
03:24Então, tem margem para negociação.
03:26Mas Trump falou que não queria mais fazer novos cortes.
03:30O que a gente pode esperar daqui para frente?
03:32Bia, em primeiro lugar, essa não é uma generosidade altruísta do governo Trump.
03:40É muito mais uma concessão estratégica de Washington.
03:44Então, dito isso, a gente tem que, no primeiro momento, entender que essas reduções de tarifas,
03:50elas acabam, sim, beneficiando o Brasil, porque pode explorar outros mercados,
03:55pode abrir campo aqui, melhorar os seus gargalos,
04:00investir em infraestrutura justamente para resolver esses problemas.
04:04Mas a grande pergunta, que até foi mostrada aqui na nossa reportagem,
04:08é se o Brasil está preparado para essas possibilidades que se abrem.
04:13O Brasil, e quando eu digo Brasil, o governo federal está negociando com outros países,
04:18está abrindo o seu mercado, ou está simplesmente reagindo ao que vem de Washington,
04:24meio que tateando no escuro.
04:25Se essa for a resposta, a gente tem um grande problema,
04:28porque o Brasil vai ficar refém de todas as decisões que vierem dos Estados Unidos.
04:33E aí, quando na reportagem mostra ali que os produtores estão preocupados justamente com essa reação
04:39tardia do governo federal, fica muito claro que a gente ainda não está preparado,
04:44não importa o quanto os Estados Unidos reduzam as suas tarifas.
04:48A gente fica tateando no escuro, fica esperando sempre uma reação que venha de lá e nunca toma a dianteira.
04:54É por isso que a gente tem sempre esses problemas de gargalo, de infraestrutura.
04:58O Brasil precisa tomar essa dianteira, precisa começar a abrir os seus mercados
05:02para não ficar sempre dependente dos Estados Unidos e precisa parar de tatear no escuro.
05:08O que a gente tem visto até agora é simplesmente reação.
05:11Desde que o governo Trump assumiu, falou dessa questão do tarifácio,
05:15o que a gente vê por parte do Brasil é sempre uma reação ao que vem de lá
05:18e nunca uma tomada de dianteira.
05:21E aí, se continuar desse jeito, não importa.
05:22Pode até zerar as tarifas.
05:24A gente vai ficar sem saber o que fazer, como tem ficado até agora.
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