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Acompanhe em entrevista com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária um balanço das principais discussões que ocorreram na COP30 na primeira semana do evento. Saiba, ainda, como funciona a Agrizone, área dedicada a discutir soluções e inovações para a sustentabilidade no agronegócio.

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Transcrição
00:00Agora a gente vai conversar com o Bruno Luque, que é diretor técnico da CNA, da Confederação da Agricultura e Pecuária,
00:06que está nessa área dividida aqui com a Embrapa.
00:09Então, antes de tudo, Bruno, obrigada pelo seu tempo aqui, que eu sei que a agenda é apertada durante a COP30.
00:15Queria que você nos explicasse, então, a gente está na Grisoni, que é essa área, que é uma fazenda da Embrapa em si, né?
00:21Quando não tem COP30, é uma fazenda da Embrapa.
00:23Mas como que está essa parceria, então, essa área, que a gente está vendo bastante a presença da CNA, do Senar,
00:30como que se deu essa parceria e o que vocês estão buscando aqui, de fato, nessa área da COP?
00:36É ótimo. Bem, o setor tem uma dificuldade muito grande de comunicação, principalmente mostrar aquilo que ele faz,
00:42a forma que a gente produz, alinhando produção e conservação.
00:47Então, uma das tentativas que a gente tinha de mudar esse cenário,
00:51era justamente quando você tem a oportunidade de trazer líderes internacionais, pessoas de vários países,
00:56poder mostrar a realidade do agro brasileiro.
00:58Então, aqui não tem fake news, não tem nada, é a ciência conduzindo a discussão.
01:03Então, a ideia da Embrapa foi justamente criar uma área exclusiva para o agro,
01:06onde os debates seriam focados em produção sustentável de alimentos,
01:10em transição energética com foco na origem dos produtos sustentáveis do agro,
01:14e mostrar na prática, mostrar em loco, como são esses sistemas produtivos sustentáveis.
01:20Então, a AgriZone surgiu dessa forma e tem uma programação vasta nas duas semanas de COP,
01:26onde painéis de alto nível mostrando com dados científicos toda a estabilidade da produção agropecuária brasileira,
01:32e não só na questão da teoria, na discussão técnica, mas principalmente na prática.
01:37Como é uma fazenda, nós tivemos condições de plantar as culturas que são comuns no Brasil.
01:43Então, nós temos sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, temos o plantio direto,
01:46tem até o trigo aqui na região norte, que é uma região que, teoricamente, não é tradicional na produção.
01:52Temos sistemas florestais, enfim.
01:54Então, deu para mostrar um pouquinho de cada região brasileira,
01:58numa região que tem condições de crescer muito rápido as plantas,
02:00porque você está no clima tropical, e aqui mais do que no calor, o calor é intenso, a chuva é intensa.
02:05Então, a gente consegue traduzir um pouco do Brasil aqui dentro da Embrapa.
02:10Então, além das pessoas entenderem, na teoria, os conceitos, aquilo que o Brasil já faz de longa data de produção sustentável,
02:18ela consegue enxergar isso quando visita as vitrinas tecnológicas.
02:22E como que, ao mesmo tempo, vocês têm trabalhado também para furar a bolha,
02:26e exatamente não ficar falando só do agro para o agro, né?
02:29O pessoal que já está acostumado com o agro brasileiro, que já visita fazendas, outras áreas da Embrapa,
02:35como, de fato, então, convencer ou brilhar os olhos desses executivos internacionais, dessas lideranças?
02:44Tem agendas já pré-marcadas?
02:46Queria entender um pouco como que, de fato, isso pode ser atrativo para quem não conhece o agro
02:50e vai conhecer de uma forma isso, na prática,
02:54e um agro tecnológico que muita gente do planeta Terra ainda não entendeu o que o Brasil é capaz e faz na prática, né?
03:00Bem, são duas estratégias.
03:02Então, a primeira é aqui na Agrizone, onde a gente está recebendo comitivos internacionais,
03:08que vêm via Embrapa, via governo,
03:10algumas que a gente contasse, que nós fizemos com embaixadas.
03:13Além da visita, aqui dentro mesmo, nas vitrines tecnológicas,
03:17a gente está com saída para a fazenda todo dia,
03:19então tem uma inscrição que pode ser feita aqui no estande da CNA,
03:23ou no nosso espaço da Bluezone.
03:25Então, dando preferência, principalmente, para pessoas de outros países,
03:29até mesmo que eles não vão ter uma oportunidade como essa de estar no Brasil
03:32e com esses sistemas produtivos sustentáveis.
03:35Então, todo dia sai um lavando aqui para propriedades no entorno de Belém,
03:39que vão mostrar a produção de açaí, produção de búfalo,
03:42sistemas de produção sustentável de dendê, de óleo de palma,
03:47enfim, tudo aquilo que a região produz de forma sustentável,
03:50a gente está mostrando com viagens curtas.
03:51E a outra ação é na Bluezone, que é a área dos negociadores.
03:56É a área que você tem mais pessoas de outros países
03:58e pessoas qualificadas para discutir a questão do clima.
04:02Então, lá a gente está com uma programação intensa também,
04:04a CNA está com um estande lá,
04:06onde, tanto na parte da manhã como na tarde,
04:08a gente tem feito painéis dos temas que são base da negociação.
04:12Transição justa, adaptação,
04:15o financiamento das mudanças do sistema produtivo.
04:19Então, todos os temas de negociação estão sendo pauta no estande da CNA
04:23com especialistas do Brasil e internacionais.
04:26A Organização Mundial dos Produtores, por exemplo, que é uma parceira nossa,
04:29tem feito palestras, a própria FAO, enfim, o IICA.
04:34Então, a gente tem convidado também pessoas de outros países para estar no nosso estande,
04:38para ser um atrativo,
04:39e ali a gente fazer uma discussão técnica, como eu falei, baseada em ciência,
04:43daquilo que a gente espera que sai de resultado da cópia.
04:45Você já deu um spoiler dessa minha próxima pergunta,
04:47que é exatamente isso, essa interação, então, da CNA, da Embrapa,
04:53mas olhando essa interação internacional.
04:56Então, o IICA, o Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola,
05:00ou até mesmo a FAO, que é o braço da ONU para alimentação e agricultura.
05:06Como que essas agendas estão amarradas de uma forma que realmente saia daqui
05:13com algo implementado, algo prático,
05:16porque se fala muito dessa cópia da implementação
05:19e de também esse papel da iniciativa privada
05:22como um fomentador dessa prática mesmo,
05:26de sair do papel e ganhar mais escala,
05:29ou sair de projetos pilotos para ganhar mais escala.
05:32Como que essas coisas estão se amarrando aqui em Belém?
05:34Bem, as negociações da cópia são negociações complexas, né?
05:38Porque consenso com mais de 200 países,
05:41a gente não tem consenso nem em casa,
05:42imagina ter uma quantidade de países com interesses diferentes.
05:45Mas são desafios.
05:46Agora, eu acho que assim, o que tem sido válido?
05:48Essa interação do setor privado, principalmente na cópia,
05:51a gente tem visto muitas empresas brasileiras e internacionais
05:54com soluções e propostas de tecnologia
05:58que realmente conseguem produzir, independente do agro,
06:01de forma sustentável.
06:02Então, eu acho que essa é uma das coisas que a gente tem mais visto
06:05o setor privado participando.
06:08E é onde as coisas vão acontecer mais rápido.
06:10Se a gente esperar ter uma negociação grande
06:12para discutir grandes temas,
06:14isso vai ser com o tempo, não são coisas rápidas,
06:16como a gente colocou.
06:17São muitos interesses para você ser acomodados.
06:20Mas o próprio setor produtivo discutindo e buscando,
06:22entre eles, formas de otimizar o processo,
06:25de tecnologias mais sustentáveis,
06:27eu acho que isso vai ser um grande avanço.
06:29A gente tem participado de muitas discussões,
06:32tanto levando, como eu falei, esses organismos internacionais
06:34para dentro do nosso evento.
06:36E esse material, ele tem servido para balizar os negociadores.
06:39A gente tem, basicamente, diariamente contato com eles,
06:42passado um pouco das percepções que nós temos,
06:45dos temas que estão avançando,
06:47mas também participando de eventos internacionais.
06:50Eventos em outros estandes, de outros países,
06:53justamente levando a visão brasileira,
06:55a visão do agro-brasileiro,
06:56para outros países, até para que eles possam conhecer um pouco da nossa realidade
07:00e como isso servir de exemplo
07:01do que os outros países podem fazer na produção sustentável de alimentos.
07:05Perfeito.
07:06E a CNA, ela é uma entidade que circula entre várias culturas produtivas
07:12e diferentes perfis de produtor rural também.
07:15Porque, às vezes, existe uma ligação entre CNA
07:19e somente commodities, produções de larga escala.
07:22Mas a CNA é essa entidade que também olha para a agricultura familiar,
07:25para o produtor de médio porte, para diferentes cultivos.
07:29Como que isso é colocado aqui na prática, na COP30?
07:34Porque também se tem falado muito sobre a questão do papel da agricultura familiar
07:38como agentes contra a mudança climática.
07:43Como que os agricultores familiares precisam estar envolvidos nessa discussão?
07:48Porque, muitas vezes, sentem, ainda mais no bolso, são mais frágeis a essas mudanças.
07:54Como que a CNA também tem olhado isso do ponto de vista de resguardar a agricultura familiar brasileira
08:01e mostrar a importância da agricultura familiar brasileira para o mundo?
08:05Bem, as nossas ações, elas são voltadas para o produtor rural.
08:07Então, do pequeno ao médio ao grande,
08:09a gente trabalha logo em escalas diferentes, em níveis diferentes.
08:13O que nós temos como objetivo é deixar o produtor organizado e mais competitivo.
08:17E, se ele tiver competitividade, ele vai seguir produzindo de forma sustentável,
08:20com renda e tranquilidade para a família dele.
08:23E, na agricultura familiar, nos pequenos produtores, nós temos aí o cenar muito forte
08:28entrando com o trabalho de assistência técnica, com as capacitações,
08:32tanto técnicas como gerenciais.
08:34Ou seja, melhorando, vamos dizer assim, a gestão das propriedades rurais,
08:38tornando-a como empresa.
08:39Da mesma forma que, às vezes, uma propriedade maior tem mais facilidade
08:42de buscar ferramentas, orientações de consultoria
08:46para ter um processo empresarial mais robusto.
08:49A gente faz isso através do cenar para os pequenos e médios produtores.
08:53Então, se você analisar o nosso estande,
08:56existem vários materiais descrevendo como é que é esse trabalho.
08:59Existe o trabalho desvoltado à prática sustentável de produção.
09:02Aqui a gente está tendo oficinas do Proamudas,
09:04que é um programa justamente para difundir a produção de mudas,
09:07de espécies nativas e das classificaturas agroflorestais.
09:11Tem todo um trabalho do cenar que está sendo apresentado aqui no estande
09:16para que o produtor se enxergue e busque ali uma ferramenta
09:19que possa ser melhor, adequada para ele.
09:22O que pede a CNA trabalhar as questões de regulamentação
09:25do ambiente organizacional e institucional que atende todos os produtores,
09:29o cenar está diretamente envolvido no pequeno e médio produtor,
09:33mudando a vida dele, porque tem um técnico lá dentro da propriedade
09:37orientando ele na gestão e nas tecnologias
09:39que vão ter maior retorno econômico.
09:42E aí, o que a COP30, de uma forma geral,
09:44pode ajudar o Brasil em avanços como a implementação do Código Florestal,
09:50implementação de rastreabilidade?
09:52O quanto que vocês também estão enxergando dentro da CNA
09:55a COP30 como uma vitrine para que haja um fomento
09:59a uma melhor implementação dessas regras, dessas leis,
10:03de tecnologias como rastreabilidade?
10:05Qual que é a expectativa de vocês nesse sentido também de pós-COP30
10:09as coisas avançarem aqui no Brasil dentro de casa?
10:14Bem, o produtor por si só, ele segue as leis brasileiras
10:17e ele tem o que está determinado em lei e o que ele vai cumprir.
10:21Então, a gente não defende produtores que estão fora da lei
10:23e são uma minoria, como todo setor econômico possui.
10:27Então, a COP tem ajudado, dá à luz uma demanda antiga dos próprios produtores,
10:31que é a análise e validação do CAR.
10:33O produtor rural aderiu ao Código Florestal
10:36a partir do momento que ele fez o cadastro ambiental rural.
10:38Só que esse cadastro precisa ser validado pelo órgão ambiental.
10:41E isso não foi feito.
10:43Nós temos menos de 30% de cadastros com pelo menos alguma análise.
10:47E 6% de cadastros validados.
10:49Então, isso é muito pouco.
10:51E aí o produtor que precisa ter uma adequação ambiental,
10:55que ele tenha algum passivo,
10:56e a lei permite que ele faça um PRA,
10:58que é um programa de regulação ambiental,
10:59mas precisa ter o CAR analisado.
11:02Ele fica travado porque o órgão ambiental ainda não fez a análise do seu CAR.
11:06Então, o produtor quer se recuperar, ele quer ficar em dia,
11:09mas ele precisa que o Estado faça a sua parte.
11:11Então, a gente tem cobrado.
11:13A CNA criou um programa ano passado chamado Retificar.
11:16É justamente para...
11:18Nós estamos pagando consultorias para adequar o CAR do produtor
11:21e já entregar de bandeja para o órgão ambiental só validar.
11:24Porque pode ter algum erro, algum problema,
11:26que vai e volta, demora muito.
11:27Então, o que a gente tem feito é deixar o CAR mais redondo
11:29para facilitar o trabalho do órgão ambiental.
11:33Então, de 5.500 cadastros que nós analisamos esse ano,
11:36apenas 400 foram validados, mesmo a gente fazendo esse trabalho,
11:39para você ver como é que é difícil.
11:41Então, nós tivemos um...
11:43Dentro dos painéis que nós apresentamos na Blue Zone,
11:45na área dos negociadores,
11:46nós tivemos o MGI,
11:48que é o ministério que trabalha hoje,
11:50que está responsável pela questão do CAR.
11:52E lá nós discutimos muito como o governo, como um todo,
11:56pode incentivar que esse CAR avance,
11:59a validação avance mais rápido.
12:01E eles apresentaram uma integração com os órgãos,
12:04com os dados do INCRA,
12:06então, o CGEF,
12:08os dados de referenciamento,
12:10que vão ajudar a gente a ter uma análise mais dinamizada e mais ágil.
12:13Então, essa parceria que a gente anunciou essa semana,
12:16aqui na COP,
12:17a gente espera que no ano que vem,
12:19esse número que eu trouxe agora,
12:20de 30%,
12:21com alguma análise,
12:22com 6% de validação,
12:23seja muito maior no ano que vem.
12:25Então, acho que isso foi um passo importante.
12:28Na raciabilidade,
12:29nós discutimos muito isso com o setor produtivo,
12:32e conseguimos chegar em uma proposta,
12:34onde o produtor,
12:36realmente,
12:37ele propôs aquilo que é factível ser implementado.
12:40Um processo que, primeiro,
12:41precisa ter o sistema pronto,
12:42não adianta eu lançar a raciabilidade
12:44se o sistema do governo não está rodando.
12:45Mas, depois, vai começar com fêmeas
12:47que estão sendo vacinadas de brucellose, tuberculose,
12:50para depois o rebanho total.
12:51E, em 8 anos,
12:52a gente ter o sistema implementado no Brasil
12:53com rebanho de 230 milhões de cabeças.
12:56Seria um prazo ainda até ousado.
12:59Então, nesse momento,
13:00a gente discute com o Ministério da Agricultura
13:01a forma do sistema estar pronto.
13:05Ainda não está 100% adequado.
13:07A gente vem discutindo isso com o Ministério da Agricultura.
13:10Mas, não temos dúvida que vai avançar.
13:12E, avançando,
13:13a gente vai implementar a raciabilidade individual,
13:15que a gente já tem a raciabilidade coletiva no Brasil.
13:17Então, isso eu acho que é um ponto
13:18que vale a pena a gente deixar claro.
13:20Não é que não existe raciabilidade.
13:22Nós temos.
13:23Só que ela, hoje, é feita de forma coletiva.
13:25E o que nós vamos caminhar
13:26é para a individual
13:26de uma forma estruturada
13:29que dê para o produtor
13:29se adequar ao longo do processo.
13:31Bruno Luque, ele é o diretor técnico da CNA.
13:35Já conversou em outros momentos aqui
13:37no Hora H do Agro,
13:38mas hoje, presencialmente,
13:40aqui em Belém,
13:40te agradeço muito essas explicações.
13:43E já te convido a participar aqui
13:46das outras edições,
13:46até para a gente entender
13:47esse pós-COP como que fica,
13:49porque nos próximos dias
13:50tem muita coisa para acontecer também, né?
13:51Será um prazer.
13:52Vamos conversar.
13:53Muito obrigada.
13:54Obrigada.
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