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VARIEDADES: A explosão de conteúdo espetacular que você precisa! 💥💯✨
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Transcrição
00:00O que é o Ribeirão do Tempo?
00:30Foi um grande acerto a decisão de instalarmos lá o nosso empreendimento.
00:35A senhora vai adorar a cidadezinha.
00:38O pai, está ali o meu pai?
00:39Está lá, sai, está na água. Chegou tarde, pelo menos.
00:43O pai, sai daí! Chega de maluquice, você volta pra cá agora!
00:48Não estou aguentando! Está muito forte!
00:52Olha, eu não quero assustar, mas ele não demora pra afundar, não.
01:00Não estou aguentando!
01:29Não estou aguentando!
01:59Não estou aguentando!
02:06Está me afundando!
02:08Fecha, fecha!
02:12Acabou, acabou!
02:15Não estou aguentando!
02:16Não estou aguentando!
02:17Não estou aguentando!
02:18Não estou aguentando!
02:20Ah, brincadeira, rapaz!
02:22É a sua avião!
02:24Ah!
02:25Ah!
02:27Ah!
02:28Ah!
02:29Ah!
02:30Está na hora de dar sorte, hein?
02:32Imagina se o Tito não está no Rio, justo nessa hora.
02:34Tem que ver se ele está bem.
02:35O Tito deve atracar ali adiante.
02:37Vamos até lá, Felomena.
02:39Fica calma.
02:40Agora está tudo bem.
02:42Desce, Isabel.
02:47Vai, desce igual, vai.
02:50É como dizem, meu caro amigo Nicolau.
02:55Deus protege os bebuns.
02:57Não é mais essa aí desse Tito bancando o herói.
02:59Vamos nessa, Nazinha.
03:00Peraí, peraí.
03:02Tem outro circo na cidade.
03:04Tu vai na homenagem ao Flores?
03:08Bora, né?
03:16Vou levar ele lá para cima.
03:19Eu marquei a bobeira.
03:20A correnteza me pegou.
03:22Talvez seja melhor fazer uma respiração artificial nele.
03:25A rapaziada está chegando aí.
03:26Vamos examinar ele direito.
03:27Não, não, não.
03:28Estou bom, estou legal.
03:29Ainda fala que está bem.
03:30Está bem ainda.
03:31Está bem.
03:31Está bêbado, não tem nem um gambá, hein?
03:38É mais seguro dar um reforço no pulmão dele.
03:40Eu acho que vou fazer uma respiração artificial.
03:42Você acha que precisa?
03:42Acho.
03:43O que é isso, meu chapa, está louco?
03:52Eu sou macho, cara.
03:54Pô, eu sou muito macho.
03:55A gente sabe que você é macho.
03:57É só para você respirar melhor.
03:58Você só quer ajudar, tá?
03:58Eu sou macho, cara.
03:59A gente sabe que você é macho.
04:00É, homem comigo ou não?
04:01A sua filha é chegando.
04:02Pai, pai.
04:03Pai, você está bem?
04:04Mãe?
04:05Pai, Tito.
04:06Está tudo bem.
04:06Está tudo bem.
04:07Fica calma.
04:08Obrigada, Tito.
04:09Obrigada.
04:09Está tudo bem.
04:10Calma.
04:10Fica calma.
04:11Está tudo bem.
04:16Muito, muito obrigada, Tito.
04:17O que está acontecendo aqui, Tito?
04:27Cara, foi um acidente.
04:29Querência caiu no Rio.
04:30Obrigada, Tito.
04:31Obrigada mesmo.
04:32Nada, nada.
04:32Que isso.
04:33Está tudo bem agora?
04:34Pai, você está bem?
04:34Está bem.
04:35Pai, você está bem?
04:36Está bem?
04:36Está bem?
04:37Ah, cadê o Romeu?
04:40Estou aqui, Querência.
04:41Filomena, acho melhor levar o seu pai para um médico, né?
04:43Para a gente ficar mais seguro.
04:44Vamos ficar tranquilo.
04:45A gente cuida dele agora.
04:45Tito, você foi um herói.
04:48É isso, besteira.
04:49Só tirei ele da água.
04:50Estava se afogando.
04:50Mas se você não tivesse tirado ele lá, papau.
04:54Bom, se está tudo resolvido, vamos sair daqui?
04:56O pessoal tem uma boa notícia para você.
04:59É?
04:59O que foi?
05:00Ah, me proibiram de falar para deixar eles contarem.
05:02E aí, manda ver, Newton.
05:04O que foi?
05:04Também me proibiram de falar.
05:07História, né?
05:08Vem cá, dá uma força aí.
05:08Dá uma ajuda aí que eu vou lá, tá?
05:09Dá para deixar.
05:10Olha, tem uma roupa seca lá no carro.
05:11Vê se a partir de agora cuida melhor do seu pai, Filomena.
05:17Meu noivo não é salva-vidas de cachaceiro.
05:21Vai deixar, não vai acontecer de novo, né, pai?
05:24Não vai.
05:24O cara meteu a boca na minha, Romeu.
05:29Qual é?
05:30Que negócio é esse agora?
05:31Eu sou macho, cara.
05:32Para tu aprender, boca de bêbado não tem dono.
05:38Bora, bota, bota.
05:39Pronto.
05:40Ganhei a aposta.
05:42Estou bonzinho.
05:46Zerado, zerinho.
05:48Estou pensando aqui na Filomena.
06:09Realmente o pai dela é um traste, né?
06:11É, mas nem por isso ela tem o direito de ficar te agarrando, né, Tito?
06:14Que isso, Karina?
06:15Uma menina super sem graça, parece.
06:17Que diga que não ouvi.
06:24O que eu não faço, né?
06:26Correr o mundo, correr o mundo
06:29Eu vou mais longe, eu vou
06:32Correr o mundo, eu vou
06:36Eu vou mais longe, eu vou
06:40Correr o mundo, correr o mundo
06:44E vou mais longe, eu vou
06:48Correr o mundo
06:50E vou mais longe, eu vou
06:54E aí, gente, morem bonita a comida que tá na hora de sair, hein?
06:57Tudo bem que vocês vão fazer o passeio?
06:58Mochila, tênis, protetor solar, vamos embora, bora, bora.
07:01E aí, tudo bem, Era?
07:01E aí, chafinho?
07:02Me liga, que grande novidade é essa que a Karina não quer me contar, hein?
07:05Ué, se a Karina não te contou, você acha que eu vou te falar?
07:07Vocês estão de sacanagem comigo
07:08Não, não, não sei de nada
07:09Não sei de nada
07:10Não sei de nada
07:10Calma, Tito é muito curioso
07:13Se você me prometer liberar a aeronave, vou pra aí hoje mesmo com o mecânico
07:19Sei
07:20Não, essa parte da grande tem que ser com o Tito
07:23Mas ele deve estar chegando
07:24Pera um pouquinho, só
07:25O Tito acabou de chegar
07:27E nós vamos resolver tudo isso agora
07:29Paraçada
07:30E aí, já tá sabendo?
07:32Sabendo o quê, cara?
07:33Será possível que ninguém te disse que liberaram a pista, meu irmão?
07:37Tá querido, né?
07:39Tá querido? Eu sabia que era isso, eu tava imaginando
07:41Agora isso aqui ficou numa ofensura
07:43Ora, Silvio, esse é jeito de acabar com suspense
07:46Desculpa, amor, mas foi ele mesmo que pediu pra não te contar
07:49Poxa, deixa pra comemorar de boa isso que eu tô falando com o Rio de Janeiro
07:53E aí?
07:53E se a gente pagar aquela dívida antiga e a estadia, podemos ter o avião agora
07:57Por mim tudo bem, meu irmão
07:58A dívida será quitada, vambora, manda ver
08:00É mesmo?
08:00Bora
08:01Meu irmão, tira o bolha do hangar que eu tô indo pra aí
08:04Valeu, valeu
08:05Tá querido?
08:09Vamos ao aeroporto!
08:11Vamos ao aeroporto, pode começar a dobrar seus paraquedas
08:13Deculagens autorizadas
08:15Ah, quer dizer que vocês já contaram pra ele, né?
08:17Tem que deixar o cara sofrer um pouquinho o ar, né?
08:19Isso aqui é amigo da aula
08:20Olha aqui, olha aqui
08:25Vigília, você vai fazer exame de fezes?
08:27É
08:27Convivendo com você, o melhor é se precaver
08:30Ah, Vinos, hein?
08:32A gente pode saber onde é que você vai assim na beca?
08:34Mas não é hoje a tal homenagem pro professor Flores lá na cidade?
08:38Então, achei importante a gente dar as caras
08:40Olha, nós temos que viver numa boa com ele
08:42Tira, querida, eu não sabia que você já tinha chegado
08:46Dona Cloris também tá nos trinques, olha só
08:51Virgílio praticamente me obrigou aí nessa solenidade
08:54Diz que vai ter senador, gente importante
08:57A gente tem que se defender, né?
09:00Vai ser bom pro nosso negócio vocês comparecerem
09:02A Toque dos Extremos agradece
09:03E eu vou ter a oportunidade de conhecer o famoso professor Flores
09:10E, ó, escutar também o discurso do prefeito, hein?
09:14O Arijumento
09:15Ah, sim, famoso Arijumento
09:18Tô curioso
09:18Tô curioso
09:32Obrigado.
10:02Obrigado.
10:32Ei, que festa é isso aí?
10:38Não sei direito, não.
10:40Tem uma parada que vai ter lá no salão municipal.
10:42O que eu faço com vocês?
10:44Pode, ué.
11:02Você mora aqui em verão?
11:11Agora perto daqui.
11:13Vamos?
11:26A prefeitura não poderia deixar esquecido
11:29um dia de tal magnitude no calendário heróico de nossa pátria.
11:35E é por isso, minha gente, meu povo,
11:40é por isso que eu resolvi prestar esta homenagem.
11:43Homenagem esta mais do que justa.
11:46O que está acontecendo, mãe?
11:47Mas você não está vendo?
11:48O discurso já era o juvento.
11:52Flores.
11:55Este homem,
11:57grandioso que já traz no nome,
11:59a beleza da criação divina.
12:02O perfume de uma vida
12:04dedicada aos mais altos valores da humanidade.
12:09Este ser grandioso
12:11se tornou Marte quando a ditadura...
12:16Quando a ditadura...
12:18Se tornou Marte quando a ditadura caiu de pau em cima do nosso povo sofrido.
12:33Quando a ditadura caiu de pau em cima do nosso povo sofrido.
12:37Ele está estropeando o discurso que eu escrevi.
12:44Isso vai ser um desastre.
12:45Quem manda escrever discurso?
12:50Eu ainda me lembro muito bem daquela noite escura.
12:58Noite de trevas que se amontoaram.
13:01Eu quero dizer que se abateram sobre nossa cabeça.
13:04sobre nossa nação abençoada.
13:09Me lembro, sim, professor.
13:12Me lembro como se fosse hoje.
13:15Aqui.
13:16Agora, diante de vocês.
13:18Do olhar esgaziado de vossa excelência.
13:22Sendo levado pelos espirros da ditadura.
13:33Muito bem, Arito Mieta!
13:38Faz caceta, pois queijo, Mieta!
13:43Nunca vi tanta sandice na minha vida.
13:47Disfarça.
13:49Vocês gostam de tirar onda com a minha cara?
13:52Mas eu não vou responder, meu caro amigo.
13:56Não, não vou responder.
13:58Porque eu não vou deixar que essa paixaria pise naquela flor
14:02que nos fita lá em cima do alto da sua inteligência.
14:16Muito bem, Jumengo!
14:18Mostra a travanca pra eles.
14:19Muito bem!
14:22Sim, não.
14:37Mas pode ser que seja de repente a minha frente.
14:41Bem na tua frente.
14:42Tudo muito rente, quente.
14:44Sente o drama.
14:45É tudo ser assim tão envolvente.
14:47Amor, é tudo ser assim tão de repente.
14:50Tente agora.
14:51Olho no olho.
14:52O que aconteceu?
14:58Seu pai é pronta de novo, né?
15:01Pois é.
15:01Vai.
15:02Eu quase morri de vergonha, Marisa.
15:04Não, porque o Tito é muito legal mesmo, viu?
15:06Você não acha que eu tinha morrido.
15:07Eu não sei mais o que fazer com meu pai, não sei.
15:10Que erinço, que erinço.
15:12Ele tem aparecido lá na boate?
15:14Ele já disse que só fala com ele se ele tivesse em cachaça.
15:16Então não tem aparecido muito, né?
15:19Foi lá, já volto.
15:22Obrigada, gente.
15:22Boa noite.
15:23Obrigado.
15:24Aquele pessoal lá do centro tá lá um tempão, sem pedir nada.
15:32A gente acha melhor você conferir.
15:33Vai lá.
15:34Já volto.
15:38Oi, pessoal.
15:39Vão pedir o quê?
15:41Oi, Flamina.
15:42Oi.
15:43É que a gente tá meio sem grana, sabe?
15:45Então eu vou ter que pedir pra vocês irem conversar lá na praça, tá?
15:48Porque senão vai sobrar pra mim.
15:49O que é isso, Flamina?
15:50A gente só tá dando um tempinho aqui.
15:51Ah, imagina.
15:52O que vocês estão perguntando, André?
15:58Flamina, eu acho melhor você não saber, tá?
16:00Oi, né?
16:01Vamos nessa, pessoal.
16:02Tchau, então, pessoal.
16:03Boa noite.
16:08Enfim, ter na cidade como morador e como ativista político uma figura da grandeza do doutor Flores,
16:18para nós é motivo de honra e prestígio.
16:21A homenagem que hoje estamos prestando a este homem, nada mais é do que um agradecimento
16:27por tudo aquilo que ele tem feito por nós, desde os remotos tempos dos governos militares.
16:33É bem verdade que, na ocasião, tínhamos opiniões divergentes.
16:37Liberal é nosso, Liberal é nosso!
16:41Liberal é nosso, liberal é nosso, liberal é nosso, liberal é nosso, liberal é nosso, liberal é nosso, liberal é nosso, um, dois, três, quatro, cinco mil, queremos que esses filhos saem fora do Brasil.
16:58Faça alguma coisa, delegado.
16:59Pare com isso, pare com isso, é falta de respeito. Vai, circula, pra fora.
17:03Pra fora, o quê?
17:04Gambada dos subversivos.
17:05Lugar de estudante é na escola.
17:07E a liberdade de opinião?
17:08Já, já.
17:08Não existe mais?
17:09Cala, bloco, eu já falei.
17:09Sai, sai, sai.
17:10Evelã tá na par fora, delegado.
17:12Evelã, Evelã, Evelã, Evelã, Evelã, Evelã, Evelã, Evelã, Evelã, Evelã.
17:38Todo grande empreendimento sempre sofre oposição.
17:45É inevitável.
17:46Vai ter sempre alguém reclamando.
17:48O que nós temos que fazer, Arvinda,
17:50é convencer o povo da cidade
17:52de que eles só vão lucrar com tudo o que nós vamos fazer aqui.
17:55A senhora não conhece a cabeça dura de certas pessoas,
17:58especialmente esse doutor Flores.
18:00Ah, que Flores o quê?
18:02Vamos pisar no talo dele.
18:04Ribeirão do Tempo merece sair desse atraso de séculos
18:07em que se encontra.
18:10Com licença, dona Arminda.
18:11O jantar está servido.
18:13Ok.
18:14Vamos lá.
18:15Estou morta de fome.
18:18Esta comida está deliciosa, Arminda.
18:22Pode sair, Elza.
18:23Se precisar, eu chamo.
18:25Sim, senhora.
18:25Com licença.
18:27Você conseguiu contratar excelentes cozinheiros.
18:31Obrigada.
18:33Agora posso lhe fazer um pedido?
18:35Eu já sei o que é.
18:37Você quer que eu lhe conte a minha história, a minha vida?
18:40Se eu ficar sem saber, eu não resisto até amanhã.
18:43Dizem que curiosidade mata.
18:45E é verdade.
18:47Mas não se preocupe, eu vou salvar a sua vida.
18:50Você vai ficar sabendo de tudo.
18:51Conte pra ela, Walter.
18:54Eu, madame.
18:55Por que não?
18:56Você sabe de tudo.
18:58Bom, eu não sou um bom contador de histórias,
18:59mas posso ir direto ao ponto.
19:01Quando o madame deixou o Ribeirão do Tempo,
19:05ela se perdeu de um filho jovem.
19:08Não precisa atenuar a minha história, Walter.
19:10Eu não me perdi de filho nenhum.
19:13Eu o abandonei, pura e simplesmente.
19:16A senhora tem um filho?
19:18Se ainda estiver vivo, eu tenho.
19:21E deve estar com 55 anos.
19:24Mas durante esse tempo todo...
19:26Eu nunca mais soube nada dele.
19:29Há um tempo atrás,
19:29madame me pediu que tentasse encontrar um vestígio dessa pessoa.
19:33E Walter chegou à conclusão de que,
19:35se ele ainda vive,
19:36ele provavelmente está em Ribeirão do Tempo.
19:39E quem é?
19:40Não sabemos.
19:41Mas eu estou firmemente disposta a descobrir.
19:44Este é o motivo da minha viagem.
19:47Eu não teria voltado a esse fim de mundo
19:49se fosse por um motivo qualquer menor.
19:55Se eu vá mais vinho, Walter, por favor.
20:05O passado me dá vontade de encher a cara.
20:11Não se costuma dizer mais isso aqui, não?
20:14Sim.
20:14Eu não tenho vontade de encher a cara.
20:44Libera o Deus é nosso!
20:47Libera o Deus é nosso!
20:51Libera o Deus é nosso!
20:57Não se corrigo, mas balado.
21:00Moleque desgraçados.
21:30Senta o pau neles!
21:32Senta o pau neles!
22:00Senta o pau neles!
22:02Senta o pau neles!
22:06Senta o pau neles!
22:20Lá fora, os jovens com suas palavras de ordem.
22:44Aqui dentro, a ordem procurando suas palavras.
22:48Não é curioso?
22:51Estamos aqui hoje relembrando fatos ocorridos há 40 anos,
22:56nos famosos anos 60,
22:59quando a humanidade vislumbrou
23:01como a luz de um farol no meio de um mar tempestuoso
23:06vislumbrou, eu digo,
23:11a possibilidade de um mundo diferente,
23:14um mundo novo,
23:15um mundo de justiça,
23:18um mundo de igualdade.
23:21Muitos afirmam por aí que a chama
23:23que manteve viva aquela luz ardente
23:27se apagou para sempre.
23:30Mas eu lhes digo
23:31que os ideais dos anos 60
23:33não se perderam,
23:35porque o espírito revolucionário
23:38continua vivo
23:39e há de enromper novamente
23:42como um furacão,
23:45um furacão purificador.
23:47continuam o mesmo papaca de sempre.
24:01O assunto do dia na nossa cidade
24:10é a chegada de um grande empreendimento imobiliário.
24:16falam de resorts,
24:19hotéis,
24:20parques temáticos,
24:23parques temáticos,
24:25senador Aregul.
24:27Quem sabe nos levarão
24:28como personagens nesse parque temático.
24:32eu, quem sabe,
24:35vou virar um pato,
24:37velho,
24:38resmungão.
24:40E o senhor, senador,
24:42um cachorro bonzinho,
24:44de orelhas grandes,
24:46apalermado,
24:48e vão nos botar, senador,
24:50dançando na rua do comércio
24:51para atrair os turistas.
24:53O nosso mundo vai desaparecer.
24:57Viveremos um outro tempo.
25:00Um tempo
25:01falso
25:03e sorridente.
25:09Isso se permitirmos
25:11a armadilha
25:12que esse empreendimento
25:14representa para a nossa cidade.
25:17E digo mais,
25:19se cairmos na arapuca mundial
25:22que se prepara contra nós.
25:26Não se iludam, meus amigos.
25:28O Brasil continua o mesmo.
25:32Os mesmos corruptos de sempre.
25:35A mesma política de Brasília.
25:38Mas eu lhes digo,
25:39eles que se acaupelem.
25:42Porque um novo tempo virá.
25:45Um tempo em que os justos
25:47cobrarão da história
25:49o lugar que lhes é devido.
25:52Se inscreva,
25:52não se iludem.
25:54Bagou.
25:54Galo.
25:55Se inscreva,
25:56Se inscreva,
25:58se inscreva,
25:58se inscreva,
25:58e surgery.
25:58Não se inscreve,
25:59se inscreva,
25:59se inscreva,
25:59se inscreva,
26:02eㅠㅠ
26:04e...
26:06e...
26:07as spam,
26:07Bravo!
26:09Bravo!
26:11Bravo!
26:13Bravo!
26:41Muito bem.
26:42O que é?
26:44Eu não fiz nada de errado.
26:45Me jogou um ovo. Olha como é que eu estou.
26:49E aí? Eu sou menor.
26:50Menor também. Vai, cara.
26:53Essa que pode fazer o que quiser.
26:54Leve o garoto à delegacia.
26:56Carmen, avisa o meu pai, Carmen.
26:57Avisa o meu pai, Carmen.
26:58Avisa o meu pai, Carmen.
27:00Avisa o meu pai, Carmen.
27:07Prenderam o cara, hein?
27:08É, galera, acho melhor a gente se mandar daqui, viu?
27:11Mas e pra onde?
27:12Pra casa, velho. Pra onde ia ser?
27:14Eu moro muito longe.
27:16Posso dormir na casa de vocês?
27:28Doutor, eu gostaria de lhe pedir desculpas
27:30pela confusão, quer dizer,
27:32pela baixaria que aconteceu bem na hora do meu discurso.
27:34É que esses moleques
27:36adoram tirar uma onda com a minha cara.
27:39Não dê tanta importância a essas brincadeiras
27:41do seu prefeito.
27:42É uma prova de popularidade.
27:44Isso é verdade.
27:45Coisas da política.
27:47O problema é que
27:48bem na hora do meu improviso,
27:50bom, eu perdi a cabeça.
27:54Eu gostei muito do seu discurso, doutor Flores.
27:56O senhor continua um idealista, como sempre.
27:59Embora eu não tenha entendido muito bem
28:01o que o senhor quis dizer,
28:02eu confesso que me senti um pouco mais segura,
28:04sabendo que alguém tão inteligente, tão culto,
28:07ainda mantém a esperança.
28:09É reconfortante, não acha?
28:11Tem toda razão, meu amor.
28:13Acreditar no futuro da política alimenta a alma.
28:17Agora, doutor Flores, o senhor me perdoe,
28:19mas eu não posso concordar com nenhuma palavra
28:22sobre o que o senhor disse a respeito
28:24do nosso empreendimento.
28:25Como engenheiro-chefe da obra?
28:28Eu estranharia se concordasse.
28:30Chefe?
28:31Não, chefe não.
28:32Apenas engenheiro.
28:34Mas eu adoraria que o senhor visitasse o nosso escritório
28:37para conhecer um pouco melhor o nosso empreendimento.
28:40Eu e a doutora Arminda teríamos enorme prazer
28:42em mostrar detalhadamente o nosso projeto.
28:45Doutor Flores,
28:46esses desastres que o senhor tanto teme,
28:49eles não vão acontecer.
28:50Eu lhe garanto.
28:51Ah, vai ser difícil me convencer.
28:53Gente da minha idade tem a cabeça dura como uma pedra.
28:57Não é mesmo, Diasse?
28:58Conta pra ele.
28:59A cada dia é pior.
29:00Quando empaca, é pior que jumento.
29:03Quer dizer, não era bem isso que eu queria dizer.
29:05Disculpa.
29:06Tudo bem, dona Diasse.
29:07Na verdade, eu não ligo muito pra esse apelido.
29:10Eu não gosto é do esculacho.
29:13O prefeito está acima disso tudo, Diasse.
29:16Ele é um sábio, Diasse.
29:17Ainda não cumprimentei o ilustre homenageado.
29:27Meus parabéns, amigo.
29:28Obrigado, senador.
29:30Discurso vibrante, hein?
29:32Viajamos uns 40 anos no tempo.
29:35Cheguei a ficar arrepiado.
29:38Carçom, por favor.
29:40Um brinde.
29:41Aos grandes ideais.
29:51Lincoln, compreenderam, André?
29:53Como é que é?
29:54Ele pediu pra te avisar.
29:55O que aconteceu, Carmen?
29:57A juricaba prendeu meu filho.
29:59Tchau.
30:11Eu não posso acreditar que a justiça brasileira seja tão estúpida
30:23a ponto de querer prejudicar um investimento como o nosso.
30:26Eleonora, não se iluda.
30:28Eu estou há algum tempo no país
30:30e tenho visto decisões judiciais de estar recendo.
30:34Você viu a ação que o tal Flores imóvel...
30:38Almenda, você está me ouvindo?
30:41Hein?
30:42Desculpe, eu perdi o que a senhora disse.
30:44Você está inteiramente distraída.
30:47Conte, conte, conte pra gente o que está pensando.
30:50Você estava tão absurda que nem tocou na sua sobremesa.
30:53Eu percebi.
30:54Eu não consigo deixar de pensar nas revelações dessa noite.
31:00Meu Deus, a senhora tem um filho.
31:01Eu sou humana, Almenda.
31:03E humanos costumam fazer essas besteiras uma vez na vida, pelo menos.
31:07A senhora faz uma pálida ideia da revolução que isso vai causar.
31:11Não só na nossa empresa, mas principalmente aqui, em Ribeirão do Tempo.
31:16Eu entendo a sua preocupação, Almenda.
31:19Afinal de contas, não é apenas um filho.
31:21É também um herdeiro.
31:23Eu pensei muito nas consequências.
31:26Eu fiquei me perguntando se não seria mais prudente deixar como está
31:29o que ficou 50 anos em encoberto.
31:32Fiquei com muito medo de acabar causando algum malefício.
31:37Me perguntei muito.
31:39Será que tenho esse direito?
31:41Mas é claro que a senhora tem todo o direito de reencontrar o seu filho.
31:44Eu não quero reencontrar filho nenhum, Almenda.
31:48Eu só quero dar a ele a oportunidade de saber quem de fato é.
31:53E de pôr a mão naquilo que é dele.
31:56Eu fico me perguntando, quem pode ser um homem na faixa dos seus 50 anos,
32:04um orador de Ribeirão do Tempo?
32:06Assim, de momento, eu já me lembro de vários.
32:09Mas qual deles será?
32:12Professor Flores, eu queria apresentar a Flores.
32:15Desde que ela chegou à cidade, que ela tem vontade de conhecer o senhor.
32:19Muito prazer, minha senhora.
32:21Gostei muito, muito do seu discurso.
32:24Um grande orador. Tanta emoção, tanta ideologia. Gostei muito.
32:29Foi apenas um desabafo.
32:31É, dona... Escapou seu nome.
32:34Cloris.
32:34Cloris.
32:35Sim, ela é a mãe do Tito.
32:37O nosso atleta radical.
32:39Sim, eu sei quem é.
32:40Aquele que desce o rio naquelas canoas.
32:42Exatamente.
32:43Proprietário da pousada.
32:45É, exatamente.
32:46Vocês também estão metidos aí com esse resort?
32:48Não, não. Absolutamente.
32:49Tito é radicalmente contra esse negócio.
32:51Aliás, tudo com ele é radical.
32:53Radicalmente contra, não é?
32:55Meu filho só se interessa por esportes.
32:58Aliás, essa pousada é só pra hospedar esses malucos.
33:01O que é isso?
33:01Ah, não me olhe assim, Virgílio.
33:03Eu sei que é a profissão do meu filho, mas eu confesso que ainda não me acostumei.
33:08Pode ser.
33:08Pois não.
33:10Eu já tô indo pra casa. Tô um pouco cansada.
33:13Não se zanga comigo?
33:14Claro que não.
33:15Eu vou demorar mesmo.
33:18Ainda tem muita gente pra cumprimentar.
33:20A Ellen vai me acompanhar daí em casa.
33:22Ah, que ótimo.
33:24Ótimo.
33:32Pois não, fica à vontade.
33:38Peraí, peraí.
33:39Tá uma delícia esse salgadinho aqui.
33:41Peraí, moço.
33:42Não, não, não.
33:42Não, não.
33:43Não, não.
33:43Não, não.
33:44Não, não.
33:44Não, não.
33:45Então o que será que fez, hein?
33:47Pai, a tal de Ilza, lá dessa uva.
33:49Muito boa.
33:50Fizinha a benção desbraçada, hein?
33:52Como é que ela conseguiu essa boquinha aqui na prefeitura, hein?
33:56Muito boa.
33:57Eita.
33:58Chegou o que faltava.
34:00Ah, e aí, pessoal.
34:03Pensavam que iam comer e beber tudo sozinho, não é?
34:07Nós já soubemos, assim, o que você andou aprontando lá no Rio, viu?
34:10Tua filha deixou tu vir, foi?
34:11A Filomena tem que arranjar um marido pra largar do meu pé.
34:18Ah, salta, meu filho.
34:20Pega mais umas batidas pra gente.
34:22Traz um rachacinho pra mim, que eu quero brindar aguardentemente com o meu amigo.
34:28É, o senhor já bebeu demais hoje, viu, animal?
34:30Pode parando.
34:32Animal.
34:33Bebi o quê, chacha?
34:35Que linguajão é esse?
34:37Meta-se com a sua vida.
34:39Eu vi um papo aí que tu tá tirando onda de detetive particular, é verdade?
34:46Contrato os meus serviços pra saber, ué.
34:47É, muita cara de pau, hein, gente?
34:51Detetive joca.
34:52Eu fiz o curso, rapaz.
34:53É bizcoço, ué!
34:55Não é conversa fiada, não.
34:57Eu já resolvi até um caso.
34:59Que caso, mané?
35:00Pô, você não soube?
35:00Ele pegou a mulher de um tal de Denis, botando, ó, chifre nele, não é?
35:07É.
35:08Virou defensor dos cornos da cidade, é?
35:11É.
35:12Eu vou-me embora, viu, boa gente?
35:14Eu tenho mais o que fazer.
35:15É, vai mesmo, é?
35:17Ó, ô, detetive joca.
35:19Se me pegar com uma mulher de um corno qualquer, te quebra o focinho, hein?
35:30É, vamos chegar também, mas eu vou dar um papo no coro ali.
35:32Não, tá bom.
35:33A posição da prefeitura sempre foi a favor da obra.
35:42Viu, senador?
35:42A favor da obra.
35:44E depois, nessa cidade, ninguém pode me acusar de ser uma Maria que vai com as outras.
35:49Senhor, peraí, com essa pressão do doutor Flores, até quando o senhor vai resistir?
35:54Doutora Beatriz, eu dei a licença, me está dada.
35:58Eu respeito muito o doutor Flores.
36:00Foi por isso, inclusive, que eu fiz esta homenagem aqui pra ele.
36:04E tem mais uma coisa.
36:06A mim, ninguém me leva pelo nariz, sabe?
36:09A mim, ninguém me leva pelo nariz.
36:11Quem diz?
36:12O que é isso?
36:21O que é isso?
36:31O que é isso?
36:33O que é isso?
37:03aqui, por favor, Nicolau. Hoje você
37:05ultrapassou todos os limites. Vai embora.
37:08É brincadeirinha, senador.
37:09Que brincadeirinha? Vai embora daqui.
37:12Depois a gente conversa.
37:13Meu filho, vai embora. Faz o que o seu pai lhe pediu. Pelo amor de Deus,
37:15vai embora. Vai embora, Nicolau.
37:28Eu não entendo.
37:30O Milton ainda gosta
37:31de fazer esses discursos provocadores.
37:35São convicções
37:36arraigadas, Gilson.
37:38E vou dizer pra você,
37:40felizmente a gente tem alguém como Flores
37:42que bota a boca no trombone
37:44e não tem medo.
37:47Você viu a cara do senador quando ele fez
37:49aquela brincadeira? Oh, Deus, ele não tem
37:52mais idade pra isso.
37:53Eu pensei que ele já tivesse parado com essas
37:56atitudes. Eu achava que ele tinha
37:57sossegado. Eu, né?
37:59Ai, você viu essa praça?
38:08Parece até um campo de guerra.
38:13Você soube que prenderam o filho do Lincoln?
38:15Lincoln do jornal?
38:16Ele mesmo.
38:17Tá vendo?
38:19Vão dizer que foi meu marido
38:20quem citou essa meninada.
38:21Eu não gosto disso.
38:23Eu preferia nunca mais ver esse tipo de coisa.
38:26Não se preocupe, não.
38:28Não vai acontecer nada.
38:29O Lincoln, inclusive, já foi até pra delegacia
38:31soltar o menino.
38:33É o que nós vamos ver, né?
38:34Ele e o delegado há 30 anos não se bicam.
38:36E você sabe muito bem disso.
38:38Ah, isso é verdade.
38:39Vai ser tão fácil.
38:41Fica tranquilo, tranquilo, porque eles não podem fazer nada contra você.
38:46A ditadura nesse país acabou há mais de 20 anos.
38:50O senhor que eu preciso se acalmar, pai.
38:51O que eu sei lidar com essa gente?
38:53Escuta aqui, dona Marta, o delegado, ele vem ou não vem?
38:55Porque eu tenho mais o que fazer.
38:56Seu Lincoln não complica mais do que já está?
38:59Eu conheço a peça.
39:00Ele vai se aproveitar o máximo desse incidente.
39:02Seu Lincoln, por favor, pega leve.
39:04Bom que já esteja aqui.
39:07Eu ia mesmo mandar chamá-lo, como é a minha obrigação, pela lei.
39:11Adiantei o seu serviço.
39:12Agora me faz da gentileza.
39:13Solta os meninos.
39:14Soltar aqueles arruaceiros de jeito nenhum.
39:17Eles vão ter que pagar pelo que fizeram.
39:19Principalmente aquele lá que se disse seu filho.
39:20É meu filho.
39:22É menor.
39:23Portanto, ele não pode ficar enfiado nessa delegacia infecta.
39:27O ser menor não significa que está liberado para promover badela.
39:32Mas nesse país existe liberdade de opinião.
39:34Ou liberdade de manifestação?
39:36Ou você vai querer revogá-las?
39:38Opinião?
39:39Olha o que ele me fez.
39:44Mas o que é isso?
39:45O seu filhinho me tacou um mofo na cara.
39:49Ouça, eu estou vendo uma mancha.
39:50Porque eu lavei o rosto, já.
39:52Ouça, eu queria que eu ficasse imundo só para o seu ver.
39:55Vou comunicar ao juiz o ato de infração.
39:58E pelo menos, esse seu filhinho aí deverá ser internado para cumprir a medida sócio-educativa.
40:05Tudo perfeitamente dentro da lei.
40:08O meu filho não vai ficar enfiado nesses chiqueiros que vocês chamam de estabelecimentos correcionais.
40:15Mas não vai ficar nunca!
40:18Infelizmente, eu tenho que cumprir a lei.
40:20Você não vai fazer com o meu filho o que fez comigo há 30 anos atrás, Ajuricaba.
40:29Como agora, naquela ocasião, eu estava apenas cumprindo com a minha obrigação.
40:33Nada pessoal.
40:33Doutor, seu Lincoln, por favor, eu acho que a gente pode resolver isso numa boa.
40:40Eu cumpro a lei.
40:41Ajuricaba, o seu problema é comigo.
40:46Seu Lincoln, se o senhor não se exaltar, fica mais fácil.
40:52Delegado, como o senhor sabe, aqui em Ribeirão do Tempo não existe delegacia de proteção à infância.
40:57O juiz só chega na cidade daqui a três dias.
41:00Nós não podemos ficar com esses meninos aqui, doutor.
41:03Nós vamos botá-los aonde?
41:05Na carceragem, com os vagabundos.
41:08E o senhor vai assumir essa responsabilidade?
41:23Eu não abertei os meninos dizendo que ninguém levava ele pelo nariz.
41:26Eu não estou entendendo.
41:28Ele pegou o nariz do cruz, assim, ai, está machucado.
41:31Ah, safado, rapaz, ele deve estar querendo te matar.
41:37O Nicolau, toma cuidado, Nicolau.
41:39O cara é prefeito da cidade, por favor.
41:40Eu sou prefeito, eu sou senador, e daí?
41:42Então você é suplente de senador, calma lá, né?
41:45Ô, Narizinho, o que ele vai fazer comigo?
41:47Quer dizer, pode me expulsar do bar.
41:49É porque o bar é dele, né?
41:50Ô, Filomena, dois chupinhos, né?
41:54Quer matar a gente de sede, não?
41:56Não vai, já vai.
41:57Ah, tá de bronca, quase é.
41:58Tá de bronca, não.
42:00Ah, aqui, vocês vão ser os primeiros.
42:02Ah, não derrama, não.
42:05Vem cá, que horas o teu patrão vai chegar, hein?
42:09Ó, foi pra solenidade, deve estar chegando já.
42:11A gente salta mais ou menos entre 12 e 15 mil pés de altitude.
42:25Ah, é?
42:26E isso equivale a quantos metros?
42:28A uns 4 quilômetros do chão.
42:31Caraca, acredito, será que eu tenho coragem?
42:33Ah, cerveja chegando que nem apinhãozinho.
42:36Pô, até que enfim, Filomena, o que aconteceu?
42:37Ai, tá lá muito cheio, a serpentina deu problema, desculpa.
42:40Gente, mas qual é a do aviãozinho, hein?
42:43Ah, pois é, o governo finalmente autorizou nossa pista de aviação.
42:47Tava explicando aqui pra Karina como é que funciona, enfim, como é que são os saltos de paraquedos.
42:51Vai ter paraquedismo, meu irmão.
42:53Ah, vamos abrir um centro de paraquedos, você não sabia disso?
42:55Não.
42:55Se Deus quiser, já já vai tá bombando.
42:57Você vai saltar, Karina?
42:59Ainda não sei.
43:01Você pode saltar também, Filomena.
43:03É sério, não custa caro, não.
43:05Não, Deus me livre.
43:06Eu tenho medo de subir em banco, imagina se eu vou saltar de um avião, eu, hein, nem morro.
43:10Quem sabe quem, quem sabe quem, sabe quem...
43:21Muito obrigado.
43:23Muito obrigado.
43:24Muito obrigado.
43:27Eu acho que se eu sair de fininho, ninguém vai reparar, né?
43:31Nós também estamos de saída, professor.
43:34Se não se incomodar, nós o acompanhamos.
43:36Mas é claro que não.
43:38Será uma honra.
43:39Vamos.
43:43Pabuma, caramba.
43:49Grande professor Flores.
43:53Ah, mil perdões.
43:55Perdi o seu discurso.
43:56Cheguei tarde, mas já soube que, ó, mandou salame neles.
44:00Doutor Flores, orgulho da nossa cidade.
44:07Grande Ribeirão Tempense.
44:09Muito obrigado.
44:11Eu estou muito feliz porque vocês vieram, hein?
44:12Com licença.
44:13Com licença, mas eu preciso dar um beijo no professor.
44:17Professor.
44:19Ah, obrigado, licenciada.
44:21Olha, minha gente, vamos dar uma folga para o professor, que ele está muito cansado.
44:25Posso falar, posso falar?
44:27Que é isso, doutor?
44:28Que negócio foi aquele?
44:30O filho do senador puxou o prefeito pelo lugar aí.
44:34Mó desrespeito.
44:36E, ó, esses aqui, ó, tudo lindo.
44:39Bom, eu acho que o filho do senador bebeu demais, como algumas pessoas por aqui, né?
44:43Mas, professor, o Arijumento não podia ter ficado quieto.
44:47Ah, só a camada de ignorante.
44:49Não está vendo que o professor quer ir embora, não?
44:51Com licença.
44:51Esse é macho, professor.
44:53Olha, professor, ó, conta com a gente.
44:57Obrigado, com licença.
44:59Obrigado.
45:00Obrigado.
45:00Tchau.
45:01Dá licença, por favor.
45:02Até logo, hein?
45:06Grande professor, glória de Ribeirão do Tempo.
45:13Senhor, um beijo na tua filha.
45:17Olha, aqui, ó, o cachaceiro tem toda a razão.
45:19O prefeito não devia aguentar toda aquela brincadeira.
45:22Brincadeira?
45:24Gente, aquilo foi um insulto.
45:26Uma humilhação.
45:27Nunca viu nada igual.
45:29É verdade, um insulto.
45:31Dado, se fosse outro, teria partido a cara do Nicolau.
45:34A meu ver, o prefeito não fez nada por duas razões.
45:37A primeira, porque o filho do senador é mais forte que ele.
45:40E a segunda, como todos sabem, o prefeito deve a sua carreira política ao senador.
45:45É verdade.
45:46Gente, então o rapaz se aproveita disso para espesenhar o homem?
45:51Foi uma cena estapafúrdia.
45:54Mas fascinante, sob certo aspecto.
45:57Fascinante?
45:59Credo.
46:00Aquele Nicolau é um completo desvairado.
46:02Ele vive aprontando por aí.
46:03Não sei se vocês sabem, mas ele é suplente do pai no Senado.
46:07O doido é suplente do senador?
46:09O que significa que se o pai se ausentar, ele assume a cadeira no Senado?
46:15Isso é comum no Brasil.
46:17Meu Deus, imagina as leis.
46:20Mas hoje foi um dia muito feliz.
46:24Eu vou passar no bar antes de voltar para casa, porque aí é cedo.
46:26Você me acompanha?
46:28Sim, claro.
46:29Claro, a gente acompanha, por favor.
46:33Cuidado aqui.
46:38Mãe!
46:39Tô aqui, filho.
46:40Fecha a porta, mãe.
46:41Eu tô com um amigo aqui.
46:42Pai, quando for assim, avisa, né?
46:48Ih, cara, a coroa ficou na bronca.
46:50Ih, não liga não.
46:51Tudo bem.
46:52Aí, você tá com fome?
46:57Tem sopado.
46:58Pega os pratos fazendo do armário.
47:02Será que ela deixa, cara?
47:03Claro que cuida pra nós três aí.
47:05Nem eu não sei hoje.
47:10Cara, como é que tua mãe deixa você ficar fora assim o dia inteiro?
47:13E a noite também?
47:14Ah, cara, minha mãe trabalha muito.
47:16Nem tem tempo pra cuidar de mim.
47:17Mas por que você saiu da sua cidade e veio pra cá hoje?
47:20Ah, cara, eu quis variar um pouco.
47:22Mas ficou tarde pra voltar.
47:22Senta pra comer, cara.
47:36Parece bicho.
47:36Tô acostumado.
47:42Bora ver o que que tá passando na TV aí.
47:45Boa noite.
47:47Oi, filho.
47:50Vai, cara.
47:51Me apresenta pra sua amiguinha.
47:52Esse aí é o Tião.
47:53Prazer, Tião.
47:55Bem-vindo.
47:58Nossa, filho, isso demorou muito.
47:59Eu fiquei preocupada.
48:00Vocês não estavam nessa confusão da praça, não, né?
48:02Gente, eu só tava olhando de longe.
48:04Ai, Carlinhos, tinha que ter voltado pra casa, isso sim.
48:09Tinha o teu amiguinho de classe lá no colégio?
48:12Não, ele nem mora aqui em Ribeirão.
48:14Nossa, não mora em Ribeirão?
48:15Mora aonde?
48:17Em Cabreira.
48:18Cabreira?
48:20Cabreira é longe, hein?
48:23Teus pais sabem que você tá aqui?
48:26Sabe.
48:27Não se preocupa não, tia.
48:28Tá tudo em cima.
48:29Ele pediu pra dormir aqui hoje, mãe.
48:31Aqui foi muito tarde pra ele voltar pra casa.
48:33Olha, se não dá pra ficar, tudo bem.
48:34Eu vazo.
48:35Não, deixa eu só ver se eu entendi direito.
48:37Você veio sozinho pra Ribeirão e agora não tem onde dormir?
48:40Foi vacilo, tia, mas olha.
48:42Se não dá pra ficar, tudo bem.
48:44Eu me viro por aí.
48:45Você vira por aí, como?
48:46Vai dormir na rua, é?
48:47Tá doido?
48:53Posso ir ao banheiro?
48:55Claro, por favor.
48:56Eu me viro por aí.
49:27Não dá mais pra tapar o sol com a peneira, Beatriz.
49:30Ficou lá ou tá louco?
49:32Érico, não fala assim do nosso filho.
49:35Eu não gosto.
49:35Não, o que você quer que eu diga?
49:37Que ele é pirado, zureta, demente?
49:39Demente não.
49:39Não, meu Deus do céu, que horror, demente.
49:42Meu filho não é demente.
49:43Meu filho não é demente.
49:46Ele pode ser abusado.
49:48Ele pode ser debochado.
49:49Eu admito até que ele seja irresponsável, mas não diga que ele é demente.
49:53Ele poderia ser qualificado como irresponsável há 20 anos atrás.
49:57Mas agora não dá mais.
49:59Puxar o prefeito pelo nariz na frente de toda a cidade?
50:02Que ridículo.
50:03Por mais que o Ari Jumento seja um idiota, não dá pra desculpar.
50:07O Léo é um menino problemático, Érico.
50:09Sempre foi.
50:10Que menino?
50:11Homem feito.
50:12E nós vamos ter que tomar uma providência qualquer.
50:14Isso não pode ficar assim.
50:15Ele precisa da sua ajuda, Érico.
50:17Não do seu castigo.
50:19Que castigo?
50:19Quem é que falou em castigo?
50:20Ele já passou da idade.
50:22Tô pensando em tratamento.
50:24Meu Deus do céu.
50:25Érico, você tá querendo botar meu filho no manicômio?
50:28Não, não.
50:29Nunca, nunca.
50:30Tira isso da sua cabeça.
50:32Beatriz, eu falei em tratamento.
50:33Ele é doente.
50:35Quem é doente precisa de tratamento, de acompanhamento médico, de remédio, de choque elétrico.
50:41Sei lá, eu não sou médico.
50:42Alguma solução há de existir.
50:44Eu não posso acreditar.
50:45Você fala em choque elétrico com essa naturalidade.
50:50Érico, você se transformou num monstro.
50:53Não é à toa que o doutor Flores diz que o poder te corrompeu até a alma.
50:58Era só que me faltava.
51:00Você apelando pro doutor Flores.
51:05Um mau caráter.
51:07Um palhaço politicamente correto.
51:09Um sanguessuga da mulher.
51:12Um doido.
51:13Ele sim poderia ser pai do Nicolau.
51:16Faria sentido.
51:17Dois alucinados, cada um do seu jeito.
51:20Fala assim, não fala assim, Érico.
51:22Você não tem que ter ódio do Nicolau.
51:25Você tem que fazer alguma coisa pra ajudar esse menino.
51:27Mais do que eu ajudei, eu transformei no meu suplente no Senado.
51:34Ah, isso sim é que foi uma grande loucura.
51:37Talvez eu seja o mais doido de todos.
51:40Ah, meu Deus.
51:41Foi a melhor coisa que você fez na sua vida, Érico.
51:44Nicolau ficou tão orgulhoso.
51:46Ele veio correndo pra mim, falando...
51:47Mamãe, mamãe, o papai tem confiança em mim.
51:51Ai, Érico.
51:53Nicolau melhorou tanto depois disso.
51:56Se melhorar é puxar o prefeito pelas ventas, imagine quando piorar.
52:00Obrigada por ter vindo até aqui.
52:05Imagina, não precisa agradecer.
52:08É sempre um prazer conversar com você, Dirce.
52:12Você não quer mesmo entrar um pouquinho?
52:14Ah, eu adoraria.
52:16Mas olha, tenho mil assuntos pra resolver ainda hoje.
52:19E eu sei que você tá cansada também, né?
52:21É, tudo bem.
52:22Se você encontrar o Lincoln do jornal, diga que nós estamos solidários com ele.
52:27Aquele Júlio Cabra não tinha nada que prender o menino.
52:30Pode ficar tranquila que eu vou dar o recado, Dirce.
52:33Boa noite.
52:34Vai com Deus.
52:37Fica com Deus.
52:38Obrigada.
52:50Tchau.
52:52Tchau.
53:22Tem alguém aí?
53:44Quem tá aí?
53:55Quem tá aí?
54:14Será que o Milton deixou o computador ligado?
54:35Comando invisível.
54:38Que diabo é isso?
54:39O que é que tá acontecendo?
54:58Coisa gostosa na tela se dá
55:01Que simpatia tem
55:02E coisa louca também
55:03Antipatia tal
55:04Eu entro pela novela que empatia tem
55:07Saio na vida real
55:09É fantasia tal
55:10Vejo na tela você
55:11Da que cardia dá
55:12Dizendo a cena final
55:14A vida como ela é
55:15Eu quero ver
55:16Bato o pé
55:16Pra botar moral
55:18Trambique politiqueiro
55:20Telecomunicar
55:21A coisa fica pior
55:23Telecomunicó
55:24Mas o que vai dar o nó?
55:26Telecomunicó
55:27É nosso amor virapó
55:28Telecomunicó
55:29Pois somos dois em um só
55:31Telecomunicó
55:32Até a terra virar
55:34Teleco
55:35Nosso xadó
55:35initiative
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