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LOBO EM PELE DE CORDEIRO - O MÉDICO P3DÓFILO - T01EP02 - ID
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TVTranscrição
00:00Kimberley era uma cientista brilhante.
00:04Entra no seu corpo e atravessa o seu corpo.
00:08Uma alma que buscava se interessava pela cura do corpo das pessoas.
00:13Ela queria construir uma vida e uma profissão baseadas em ajudar a curar as pessoas naturalmente.
00:21Kimberley queria poder, mas a maneira como ela buscava isso não era saudável.
00:25Quando lidamos com alguém que muda constantemente o nome de suas empresas e muda o próprio nome,
00:31estamos lidando com alguém que opera fora da lei.
00:34O desejo dela por poder e controle levou ela ao extremo.
00:39Vou fazer o que for preciso para sobreviver.
00:48Quando o poder seduz.
00:52Quando o poder corrompe.
00:55Ele transforma as pessoas em quem mais confiamos.
01:01Em monstros.
01:04Lobo em pele de cordeiro.
01:07Abuso de poder.
01:15San Diego, Califórnia.
01:1722 de dezembro de 1999
01:25Vou te contar um pouco sobre mim.
01:32Eu sofri muito quando era criança.
01:35Levei a vida inteira para me livrar dessa raiva.
01:38Eu sou uma pessoa forte.
01:40Preciso ser forte para sobreviver.
01:42Eu preciso que você me diga objetivamente o que você quer que seja feito.
01:47Tá bem.
01:48Você pode falar aqui no meu ouvido.
01:52Eu só sei que tem três pessoas querendo me pegar e é uma competição de sobrevivência.
01:58Eu sou forte o suficiente para te dizer que eu vou fazer o que for preciso para sobreviver.
02:02Cinco anos antes.
02:13San Diego, Califórnia.
02:17Naquela época e ainda hoje, a Califórnia é o ninho da medicina alternativa.
02:23A maioria das pessoas com algum problema médico está em busca da medicina alternativa.
02:29Em busca de soluções e de cura.
02:30Quando conheci Kim Bailey, tivemos afinidade.
02:34Eu achei ela incrível.
02:37Ela tinha um problema de saúde em que ela sentia muito frio.
02:39O corpo dela ficava muito frio durante a noite.
02:42E a maioria das pessoas que sofrem de um problema de saúde como o dela
02:45quer ajudar as pessoas que sofrem do mesmo problema.
02:49Ela tinha empatia por elas.
02:51Então, ela queria ajudar as outras pessoas.
02:54Kim Bailey me impressionou desde o início com seu desejo de explorar e avançar no trabalho com tecnologias alternativas.
03:04Enquanto a Kim Bailey embarcava nessa jornada de cura natural,
03:08ela encontrou um equipamento médico que era conhecido como caixa preta.
03:14Ele ajudava o corpo a se curar.
03:18Era só segurar os cilindros de aço, sintonizar a frequência necessária para aquele tipo de doença específica e aquilo curava qualquer enfermidade.
03:29Quando a Kim Bailey se deparou com essa teoria de cura,
03:35ela acreditou nela e ela disse a si mesma que construiria o próprio equipamento e ainda melhor.
03:42Kim Bailey pretendia vender milhões de equipamentos.
03:46Primeiro, como um protesto contra a medicina tradicional.
03:51E segundo, para ganhar muito dinheiro.
03:54Aqui atrás, aperte o botão de controle.
03:57Ela fez comerciais com ela mesma, usando a caixa preta.
04:02Entra no seu corpo e atravessa o seu corpo.
04:06Kim Bailey era uma cientista brilhante.
04:08Eu estava muito confiante de que estava trabalhando com uma pessoa muito confiável
04:14e também muito inteligente e investigativa, interessada na cura do corpo das pessoas.
04:21Kimberly Bailey estava na casa dos 50 anos.
04:24Ela estava glamourosa.
04:25Ela era pioneira na medicina alternativa.
04:28Ela estava rompendo o teto de vidro da medicina dominada pelos homens.
04:34Ela estava determinada a levar seu negócio a novos patamares.
04:39Em meados dos anos 90, a ambição de Kimberly se tornou realidade.
04:45Ela ganhava 100 mil dólares por mês.
04:48Ela conseguiu ficar milionária.
04:50E ela tinha muito dinheiro.
04:53Ela comandava um império.
04:56E com tudo isso, ela também tinha muito poder.
05:02Kimberly Bailey era dona de uma fazenda em Fallbrook, Califórnia.
05:07Era uma fazenda de abacates de 13 hectares.
05:10Ela tinha todos os seus computadores lá.
05:12Seu escritório era lá.
05:14Era um lugar agradável.
05:15Os negócios eram divulgados por correio e pelo boca a boca.
05:20Como as vendas eram predominantemente feitas pelo correio,
05:24isso permitiu que ela mantivesse sua privacidade e a fazenda se tornou o santuário dela.
05:30Kimberly se tornou uma boa amiga.
05:32Uma amiga de confiança.
05:35Mas, quando se tratava de sua vida privada, eu não sabia quase nada sobre ela.
05:41Ela ficava quieta sobre isso.
05:45Alguém que não falava sobre sua história.
05:51E não falava sobre sua infância.
05:54Isso não era muito comum.
05:56Havia alguma coisa em sua história que ela não queria falar.
05:59Kimberley exigia controle total do local de trabalho.
06:11Controle total dos funcionários.
06:13Controle total de tudo.
06:16Um amigo meu foi trabalhar para ela.
06:22Kimberley era uma viciada em trabalho.
06:25Do pior jeito.
06:25E achava que todos deveriam trabalhar como ela.
06:28Depois de seis meses, ele virou um homem completamente diferente.
06:32Ele estava irritado.
06:34Ele estava esgotado.
06:36E foi embora decepcionado.
06:39Fiquei chocado.
06:42Nunca tinha visto esse lado da Kimberley antes.
06:46O que a motivava?
06:47Eu esperava que ela quisesse ajudar as pessoas.
06:49Mas a maneira como ela buscava isso não era nem um pouco saudável.
06:54Quando comecei a trabalhar com a Kimberley, as coisas estavam ótimas.
07:04Ela estava me ajudando muito a me tornar um bom distribuidor.
07:08Então, com o passar do tempo, vendi um equipamento para um senhor muito simpático.
07:14E cerca de três semanas depois, ele conseguiu um preço bem reduzido com a Kimberley Bailey.
07:19Porque ela era fabricante e podia vender mais barato que todo mundo.
07:25Recebi um telefonema furioso desse senhor, perguntando por que eu havia cobrado mais pelo equipamento,
07:32sendo que a dona da empresa estava vendendo por 300 dólares a menos.
07:36Ele ficou chateado, claro, mas eu fiquei bravo por não conseguir fechar a venda.
07:44Passei horas com esse homem, explicando tudo.
07:46E ela resolveu passar por cima de mim e roubar meus clientes.
07:52Eu fiquei muito bravo por ela ser desonesta comigo.
07:56Essa foi a gota d'água para mim.
08:03Eu deixei uma mensagem para ela no telefone e nunca recebi uma resposta.
08:10Kimberley Bailey estava no auge do seu negócio de sucesso.
08:29Como ela conseguiu ser bem-sucedida do zero,
08:32ela estava muito determinada a continuar com o que ela construiu.
08:36Ela começou a demonstrar crueldade.
08:40E também paranoia.
08:44Ela suspeitava que os funcionários estavam roubando ela.
08:52Não tinha muita confiança ali.
08:56Foi por isso que ela contratou Richard Post.
08:59Pelo menos ele coletaria as informações e descobriria quem estava fazendo o quê.
09:06Meu pai era investigador particular.
09:08Ele era muito bom no que fazia.
09:12Ele sempre era elogiado por aqueles que trabalhavam com ele.
09:18Quando a Kimberley conheceu meu pai e contratou ele,
09:21a primeira ordem de serviço foi descobrir quem estava roubando ela.
09:25As suspeitas de roubo de Kimberley foram se tornando cada vez maiores e maiores com o tempo.
09:32Não sou psicólogo, mas aquela paranoia a consumia constantemente.
09:40Eu acho que isso levou meu pai a ser contratado para poder cuidar de algumas partes do negócio dela.
09:47Aquilo começou a se infiltrar demais na vida pessoal do meu pai.
09:56A Kimberley ligava praticamente todos os dias tentando descobrir atualizações sobre as coisas.
10:05As descobertas eram meio inconclusivas.
10:06Aos 16 anos eu morava com meu pai, éramos só nós dois.
10:12As vezes ela vinha até a nossa casa, sentava e jantava.
10:23Na cabeça da Kimberley, eu acho que ela pensava que ela tinha algum controle sobre as pessoas que ela contratava.
10:30Se ela estava pagando, então ela achava que deveria ter o tempo que ela quisesse.
10:35Ela não se importava com o sentimento dos outros, ela não se importava com o tempo dos outros,
10:40com a dedicação deles à família ou com qualquer outra coisa que acontecesse na vida deles, além do trabalho.
10:48Nada podia estar entre meu pai e a Kimberley. Ela queria ele só para ela.
10:5521 de agosto de 1998
11:00Eu recebi uma ligação em casa. Era do escritório do meu pai.
11:13Meu pai tinha ido para o México com a Kimberley.
11:17Eles não conseguiam falar com ele.
11:20Nós tentamos ligar para a Kimberley, mas não conseguimos.
11:25É claro que eu estava preocupado.
11:27O que estava acontecendo? Onde meu pai estava?
11:30Eu fui até o escritório dele para ouvir uma mensagem de áudio
11:39que havia sido deixada pelo meu pai na caixa postal
11:42às 11 horas da noite anterior.
11:48Oi, aqui é o Richard.
11:51Não se preocupem.
11:52Eu estou bem.
11:54Eu estou no México.
11:55Mas eu volto em alguns dias.
12:01Sem dúvida, a voz era do meu pai.
12:04Mas o jeito que ele estava falando não era...
12:07O jeito que meu pai costumava falar...
12:11Eu acho que meu pai estava tentando deixar pistas...
12:14Ahm...
12:16De que as coisas não estavam bem.
12:18No dia seguinte, conseguimos entrar em contato com o Kimberley Bailey.
12:32Ela sugeriu que a gente se encontrasse pessoalmente.
12:36John Kruger participou dessa conversa.
12:38Ele trabalhava com meu pai.
12:39Ela apareceu.
12:47O cabelo dela estava pintado.
12:49Aquela não era a cor natural.
12:53Durante o tempo em que eu conhecia a Kimberley,
12:56ela nunca tinha pintado o cabelo.
12:58Aquilo era muito estranho.
13:00Na conversa com a Kimberley, ela...
13:02Disse que eles se perderam um do outro no México.
13:05Como se ele fosse um molho de chaves que ela havia perdido.
13:11Aquele encontro não ajudou em nada a saciar nenhuma das minhas preocupações ou perguntas.
13:21Só aumentou ainda mais a minha crença de que eu sabia que ela tinha alguma coisa a ver com aquilo.
13:27Cinco dias depois, 30 de agosto de 1998.
13:37Nós decidimos registrar o desaparecimento dele na delegacia de polícia de San Diego.
13:42Eles disseram que devido à natureza do trabalho do meu pai,
13:45seria muito normal que ele desaparecesse ou estivesse numa tocaia
13:49onde ele não quisesse que seu paradeiro fosse descoberto.
13:52Naquele momento, a gente não tinha
13:58nenhuma resposta ou hipótese do que tinha acontecido com meu pai.
14:04Como ele tinha desaparecido, se ele estava vivo ou morto.
14:07No meu coração, eu queria acreditar que ele ainda estava com a gente.
14:11Mas...
14:15Droga.
14:34Quatro meses depois.
14:37Dezembro de 1998.
14:38Ficamos sabendo que um advogado de San Diego
14:42tinha informações sobre o sequestro e assassinato de um cidadão americano no México.
14:49Porém, o cliente dele não divulgaria informações sobre a pessoa ou localização
14:53até que ele ou ela recebesse um acordo de imunidade.
14:58Não houve negociação e não houve nenhuma oferta de acordo de imunidade.
15:03Tínhamos que descobrir se havia algum registro dessa pessoa desaparecer em outro lugar.
15:07O próximo passo seria ir até a delegacia de polícia de San Diego e ver o que eles tinham nos arquivos.
15:14Sentamos e analisamos os nomes.
15:17Procurando por qualquer coisa que se conectasse às informações que a gente tinha,
15:20uma pessoa desaparecida que tinha conexões com o México,
15:23a lista se reduziu rapidamente a um nome.
15:27Richard Post.
15:28Uma das pessoas que a gente estava mais interessado em conversar
15:35era o sócio do Richard, John Kruger.
15:39Kruger parecia muito desconfortável com o FBI em sua porta.
15:44Ele disse aos agentes que precisava falar com seu advogado antes de falar com eles.
15:51Ele disse como um número, entregou o telefone aos agentes
15:54e eles não conseguiram acreditar com quem estavam falando.
15:56Era exatamente o mesmo advogado que nos abordou com o acordo de imunidade.
16:02Aquilo era grave.
16:06Era o que a gente sabia.
16:08Richard Post era a pessoa desaparecida.
16:11Sabíamos também que John Kruger era a pessoa que tinha informações
16:15sobre o motivo do desaparecimento e o que aconteceu com ele.
16:18O John se recusou a falar mais com os agentes
16:20e nós nos perguntamos o que ele estava escondendo,
16:25o que ele sabia.
16:27Departamento de Justiça.
16:28Conseguimos um mandado de busca no celular dele.
16:32Era importante descobrir com quem ele estava falando
16:34dos dias que antecederam o desaparecimento do poste
16:37e logo depois também.
16:39Também um nome apareceu várias vezes.
16:41Kimberly Bailey era chefe do Richard Post.
16:55Por que ela e o John Kruger estavam se falando tanto assim
17:02após o desaparecimento do Richard Post?
17:05O próximo passo da investigação era descobrir mais sobre a Kimberly Bailey.
17:15Acontece que não éramos os únicos interessados nela.
17:19A Comissão Federal de Comércio tinha uma investigação
17:22em andamento sobre ela administrar uma empresa fraudulenta,
17:25vendendo caixas pretas que, segundo ela, curariam tudo,
17:30desde câncer até AIDS.
17:31A forma como a Kimberly conseguiu comercializar com sucesso
17:35aquelas caixinhas pretas milagrosas foi
17:38através dos depoimentos de pessoas que as compraram,
17:42usaram e juraram
17:43que elas tinham a capacidade de aliviar a dor.
17:50É contra a lei vender equipamentos para cura
17:54quando não há nenhuma base médica para essas alegações.
17:59Isso se chama fraude.
18:00Barra de Pesquisa
18:02Bailey administrava o mesmo negócio
18:05sob vários nomes.
18:06Biosolutions, Astropulse e Infatzo.
18:10Não é uma prática normal para a maioria das pessoas
18:13em empresas legítimas.
18:14Carteira de Motorista
18:15Também descobrimos que ela trabalhava
18:17sob vários outros pseudônimos.
18:20Janet Fleming,
18:23King Davis.
18:24Ter três nomes diferentes
18:28não é normal para a maioria das pessoas.
18:31Alguém só faz isso quando está fugindo de alguma coisa.
18:34Então a gente sabia
18:35que lidávamos com alguém que não tinha escrúpulos
18:37e tirava dinheiro das pessoas
18:39no momento mais difícil de suas vidas.
18:41E a nossa pergunta era
18:43essa pessoa também é capaz de cometer assassinato?
18:46Em 1997,
18:56Kimberly Bailey contratou Richard Post
18:58porque acreditava que
18:59os seus funcionários estavam tentando roubá-la.
19:03Pelo jeito, quando você administra um negócio
19:05que aplica golpes,
19:06você começa a sentir que todos estão tentando
19:08te enganar também.
19:10Nós queríamos obter mais informações
19:12sobre ela sem assustá-la.
19:13Então o próximo passo foi monitorar ela
19:16em sua residência.
19:19A Kimberly gostava de receber visitas
19:22das pessoas em seu enorme rancho.
19:25Ela costumava convidar as pessoas
19:27e elas geralmente compartilhavam
19:29o mesmo interesse em cura holística
19:31e teorias da medicina alternativa.
19:35No final do verão de 1999,
19:38eu me mudei para o rancho da Kimberly Bailey
19:40com a minha esposa Svetlana.
19:43Eu gostava dela,
19:45claro que eu gostava dela.
19:46Ela se interessava pelo mesmo que eu,
19:48saúde alternativa,
19:49e eu gosto disso,
19:50jardinagem orgânica,
19:51espécies raras de plantas.
19:54Ela estava me mostrando o rancho
19:55e ela me disse o seguinte,
19:57as folhas daquela árvore
19:58são carregadas de vitamina C
20:00e elas são ótimas para fazer um chá.
20:02É muito saudável.
20:03E tem essa e essa planta.
20:05As frutinhas dessa aqui
20:06são 100% venenosas.
20:09Pegue as frutinhas e coloque no congelador
20:10só por precaução.
20:11E por aí vai.
20:13Ela nem se abalou ao falar
20:14das frutinhas venenosas.
20:16Eu fiquei pensando,
20:17nossa, ela acabou de dizer isso.
20:20Pensando melhor agora,
20:21não era uma situação de preocupação para ela.
20:24Na verdade, era uma realidade
20:25que um dia ela poderia
20:27e provavelmente usaria aquelas frutinhas.
20:29Um dia, eu e a Lana estávamos saindo do rancho.
20:39E o FBI apareceu de trás dos arbustos,
20:43mostrando os extintivos
20:44e dizendo,
20:46Kim Bailey, Kim Bailey,
20:47é que a Lana,
20:48com seu cabelo loiro e corpo magro,
20:51se parecia com a Kim Bailey.
20:53A Kim Bailey estava no Texas.
20:55Então, a gente se olhou
20:57com os olhos arregalados
20:58e falamos,
21:00não, não é a Kim Bailey.
21:01Eles estavam investigando
21:02o caso do Rick Post
21:03e gostariam de falar com a gente.
21:07Bruce disse aos agentes
21:09que Kimberly Bailey era paranoica.
21:11Ela achava que satélites
21:13espionavam ela,
21:14raramente falava ao telefone.
21:16Tinha medo que pegassem ela.
21:19Isso foi um sinal para os agentes.
21:21Kimberly Bailey tinha muito medo
21:25de ser punida pelo Departamento de Saúde,
21:27de ser presa ou encontrada.
21:29Eles confiscaram todas as suas máquinas.
21:31Poderiam levá-la a julgamento
21:33e prendê-la por vender
21:34equipamentos médicos não aprovados.
21:37Então, para não ser notada
21:38e escapar de uma retaliação
21:40do Departamento de Saúde
21:41e da Receita Federal,
21:43ela sempre mudava o nome de sua máquina,
21:45renomeava tudo
21:46e tinha vários nomes
21:47pelos quais era conhecida,
21:48como Janet Fleming
21:49e outras variações.
21:55Bruce então nos apresentou
21:56sua esposa,
21:58Svetlana Ogorotnikova,
22:00e ficamos surpresos.
22:05Aquele era um nome
22:07que qualquer agente
22:08que estivesse ingressado no FBI
22:10desde o final da década de 80
22:12saberia de cor.
22:14É uma aula na academia.
22:16Ela fez parte do primeiro
22:19caso do FBI
22:20que envolveu o processo
22:22contra um agente do FBI
22:24por espionagem.
22:27Ela se envolveu
22:28com o agente do FBI,
22:30seduziu ele
22:31e fez ele passar
22:33informações confidenciais
22:35com a intenção de entregá-las
22:38aos seus agentes soviéticos.
22:39Nossa reação foi
22:41você só pode estar brincando comigo.
22:44Svetlana não deveria estar
22:45nos Estados Unidos.
22:47Ela havia sido deportada
22:48depois de cumprir pena
22:50no caso de espionagem.
22:53A Svetlana disse
22:54que se falasse com eles,
22:57eles teriam que dar
22:58a palavra de honra
22:59que não iam prendê-la
23:00por violação da condicional
23:01porque ela não deveria estar ali,
23:03ela deveria estar no México.
23:04E eles responderam
23:05que não estavam nem aí
23:06com a condicional dela.
23:07estavam investigando
23:09um caso de assassinato,
23:10não se importavam nem um pouco
23:11e deram a palavra
23:12de que não iam prendê-la
23:13por violação da condicional.
23:15Desde o primeiro momento,
23:17Svetlana concordou
23:18em cooperar totalmente
23:19com a gente.
23:21A gente não podia acreditar
23:22no que ela estava
23:23prestes a nos contar.
23:24Parece que Kimberly
23:25se sentiu muito à vontade
23:27para contar tudo
23:28para Svetlana.
23:29Kimberly havia confidenciado
23:31que pagou 60 mil dólares
23:33para que seu ex-namorado
23:34fosse sequestrado,
23:36torturado e assassinado.
23:37Esse ex-namorado
23:41era ninguém menos
23:42que Richard Post.
23:47Com o tempo,
23:49eles desenvolveram
23:50um relacionamento.
23:52Infelizmente.
23:55A Kimberly era uma mulher
23:57que amava o controle.
23:58Observamos isso
23:59em seus negócios.
24:00Faz todo sentido
24:01que ela também quisesse
24:03ser a pessoa no comando
24:04quando se tratava
24:05de relacionamentos.
24:06O relacionamento
24:08não me pareceu
24:09durar muito tempo.
24:11Eu diria
24:12dois meses,
24:13no máximo.
24:15Ele estava cada vez
24:16mais fora do alcance dela.
24:18Ela não era apenas
24:19uma amante desprezada.
24:20Ela queria vingança.
24:25Foi interessante
24:26que a Kimberly
24:27se sentisse à vontade
24:29o suficiente
24:29com Svetlana
24:30para contar que
24:32ela havia
24:33assassinado alguém.
24:34só que provavelmente
24:36havia um motivo
24:38encoberto
24:39para tudo isso.
24:42Talvez
24:43a Kimberly Bailey
24:44quisesse ser como ela
24:46ou quisesse viver
24:47aquele tipo
24:48de vida emocionante.
24:50Ela estava pensando
24:51que a Svetlana
24:51não iria denunciá-la
24:53por nada,
24:53que ela tinha
24:54cumprido sua pena,
24:55tinha feito coisas ruins,
24:57então, com certeza,
24:58ela não iria
24:59dedurar
25:00sua amiga Kimberly.
25:01encontrar Svetlana
25:03e ela estar disposta
25:04a cooperar com a gente
25:05foi uma boa notícia
25:07e uma má notícia.
25:10O problema é
25:11que ela tinha
25:13um histórico
25:13de espionagem.
25:14Isso torna
25:15quase impossível
25:16que qualquer coisa
25:18que ela dissesse
25:19fosse usado
25:19como prova.
25:22Ter uma confissão
25:24de uma espiã russa
25:26não era o bastante.
25:27Tínhamos que ouvir
25:28da fonte.
25:29Svetlana e Bruce
25:31ligaram para Kimberly
25:33e disseram
25:34que ela precisava
25:35retornar
25:35o mais rápido possível.
25:37Um negócio
25:37estava em andamento
25:38e ela precisava
25:39estar presente
25:39imediatamente.
25:42A história era
25:43que ela tinha
25:44uma venda
25:44de 400 mil dólares
25:46e que havia um comprador.
25:48Essa foi a história
25:48para fazer ela voltar.
25:50A armadilha
25:50estava armada,
25:51mas a Kimberly
25:52passou uma década
25:53construindo aquele império
25:55e ela não ia perdê-lo
25:57sem lutar.
25:59autorização
26:02para pouso
26:02solicitado.
26:07A gente não havia
26:08três semanas,
26:10talvez quatro.
26:12A gente foi
26:13buscar ela
26:14e ela já estava
26:16desconfiada da gente.
26:18O carro
26:18que colocaram
26:19a Kimberly
26:19estava com
26:20monitoramento de som.
26:21Um carro
26:22do FBI
26:22estava atrás.
26:23O que a polícia
26:30precisava
26:31era ouvir
26:33a Kimberly
26:33dizer,
26:34confessar,
26:35admitir
26:36que mandou
26:37sequestrar
26:38e assassinar
26:39Richard Post.
26:41O que aconteceu?
26:44Não sei,
26:45eu...
26:45eu nem me lembro.
26:48A gente estava
26:49no carro
26:49e ela não estava
26:50disposta
26:51a contar a história.
26:52ela estava
26:54de boca
26:55fechada.
26:56Quero falar
26:57sobre o envolvimento
26:58do John
26:58com você
26:58e como ele
26:59armou tudo isso.
27:03John Kruger
27:03trabalhava
27:04para o Rick.
27:06Ele tinha
27:07planejado
27:07continuar
27:08o que o Post
27:09estava fazendo.
27:10Ele planejava
27:10assumir
27:11o lugar dele.
27:12pouco a pouco
27:13a Kimberly
27:14começou
27:14a se abrir.
27:17O que descobrimos
27:18foi que
27:19John Kruger
27:19sussurrou
27:20no ouvido
27:21dela
27:21que Rick Post
27:23estava roubando
27:24ela.
27:24Rick Post
27:25estava enganando
27:26ela.
27:27Rick Post
27:27não ia se casar
27:28com ela.
27:29Rick Post
27:30ia se casar
27:30com outra mulher.
27:33Essa traição
27:34só contribuiu
27:35para a questão
27:36de perder
27:36o controle
27:37da própria vida
27:38e de tudo
27:39que ela construiu.
27:40isso a levou
27:42ao limite.
27:44Gravação real.
27:46Ele quem te apresentou
27:47ao...
27:47Qual era o nome dele?
27:48Humberto?
27:50Isso.
27:51O John me apresentou
27:52a ele.
27:57Em meados
27:58de agosto
27:58de 1998
28:00Kruger
28:00apresentou Bailey
28:01a um mexicano
28:03chamado
28:04Humberto Iribe.
28:06Eles chegaram
28:07a um acordo
28:08em que
28:08Iribe
28:09sequestraram
28:10Richard Post
28:11por 40 mil dólares.
28:13Ela tratava
28:14aquilo
28:14como uma transação
28:15comercial.
28:17Como vender
28:18uma de suas caixas.
28:20O plano
28:21foi traçado
28:21entre os três
28:22conspiradores
28:23para trair
28:24Richard ao México
28:25para uma suposta
28:26viagem de negócios.
28:28Gravação real.
28:29Tudo bem?
28:30Vocês vêm
28:31até o México?
28:32Tijuana.
28:35Fomos à farmácia.
28:37Dois garotos
28:37chegaram correndo.
28:38Quando me
28:41dei conta
28:42ele estava
28:43na van
28:43e eles
28:44estavam
28:44indo embora.
28:45Não existe
28:45final feliz
28:46para esse cenário.
28:47Não termina
28:48bem nunca.
28:56Richard foi levado
28:58para um local
28:58que não foi divulgado.
29:01Ele foi
29:01amarrado
29:02a uma cadeira
29:02com fita adesiva.
29:04naquela noite
29:07Kimberly
29:08Krueger
29:09e Libby
29:10bolaram
29:11um plano
29:11para explicar
29:13o desaparecimento
29:15do Richard.
29:16Eles inventaram
29:17o que ele tinha
29:19que dizer.
29:20E ele deveria
29:21dizer aquelas palavras
29:22em uma mensagem
29:23de correio de voz.
29:24Oi,
29:25aqui é o Richard.
29:26Oi,
29:26eu estou no México
29:27em viagem de negócios.
29:28Não se preocupem comigo.
29:29Está tudo bem.
29:30E ele teve
29:32que dizer isso
29:32de novo
29:33e de novo
29:34e de novo
29:35até que os sequestradores
29:36achassem
29:37que estava natural.
29:40Kimberly
29:40deu detalhes
29:41gráficos
29:42à Svetlana
29:43sobre
29:44como o Richard
29:45foi torturado.
29:47O Humberto
29:47deu um tapa na cara
29:48e eu pensei
29:49que a cabeça dele
29:50fosse cair.
29:52Ele pegou
29:53um alicate
29:54e arrancou
29:57as unhas dele.
30:00Ele gritou
30:01quando ele fez isso?
30:04Sim.
30:07Kimberly
30:07reassumiu
30:08o controle.
30:09Ela é quem
30:10estava no comando.
30:12Rick
30:12não tinha mais
30:13nada a dizer
30:14sobre aquilo.
30:17Ele disse
30:18que dormiu
30:19com outras mulheres,
30:20mas negou
30:21ter me roubado.
30:24Meu pai
30:24jamais
30:25roubaria um centavo.
30:27Ele jamais
30:27teria roubado dinheiro.
30:30ele foi
30:36espancado
30:36repetidamente,
30:38questionado
30:38o tempo todo,
30:39mas a versão dele
30:40nunca mudou.
30:41No quinto dia,
30:42Iribe chegou
30:42para
30:43a Bailey
30:44e disse
30:44que eles tinham
30:45um problema.
30:49Humberto
30:49disse que ele
30:50já tinha visto
30:50nossos rostos.
30:52A gente
30:52tinha que matar ele.
30:55E eu disse
30:56para ele fazer
30:57o que tinha
30:57que fazer.
30:58O que tinha que fazer?
31:00claramente,
31:11ela se identificou
31:12como a principal
31:13conspiradora.
31:15Ela foi
31:16responsável
31:16por aquela
31:17operação
31:17e estava
31:18no comando.
31:20Gravação real
31:21Eles estão
31:22pegando
31:22demais
31:23no meu pé.
31:24Qualquer coisa
31:24pode dar uma pista
31:25e eu posso
31:26ir para a cadeia.
31:28Agora,
31:29estou percebendo
31:30que por ter
31:30feito isso,
31:31todas as coisas
31:32que eu construí
31:33ao longo
31:33da minha vida
31:34estão perdidas.
31:36Eu sei
31:36que se precisasse
31:37matar mais
31:38três pessoas,
31:39eu faria isso.
31:40Faria isso
31:41contra meus
31:41próprios inimigos.
31:42é uma coisa
31:44muito,
31:45muito difícil
31:45de fazer.
31:49Kimberly
31:49disse a Svetlana
31:50que tinha medo
31:51que houvesse pessoas
31:52que pudessem
31:53se voltar
31:53contra ela
31:54e ela queria
31:54que elas fossem
31:55eliminadas.
31:56Então,
31:56novamente,
31:57ela perguntou
31:58a Svetlana
31:58se ela conhecia
31:59alguém
32:00da época
32:01como espiã
32:01que pudesse
32:02ajudar com isso.
32:04Gravação real
32:05Eu posso ligar
32:07para ele agora
32:07e ver se ele
32:08pode vir te conhecer.
32:10Preciso perguntar
32:12a ele
32:12se tem alguma
32:13maneira
32:13de fazer parecer
32:14que foi um acidente.
32:21A paranoia
32:22dela estava
32:23aumentando
32:23e a única
32:24resposta
32:24parecia ser
32:26mais sangue.
32:27Ela já provou
32:28que é perfeitamente
32:29capaz
32:30de mandar matar
32:31alguém.
32:32Então,
32:33se nenhuma
32:33atitude fosse tomada,
32:35muitas
32:35outras pessoas
32:36poderiam se machucar.
32:40Naquele ponto
32:41da investigação,
32:42tínhamos uma
32:42confissão completa
32:43gravada de
32:44Kimberly Bailey.
32:46No entanto,
32:47não tínhamos um corpo.
32:48Para garantir
32:49que a gente
32:49tivesse uma
32:50acusação bem sucedida,
32:52a gente precisava
32:53ter certeza
32:53que tínhamos
32:54todas as evidências
32:55possíveis
32:55para a investigação
32:56continuar.
32:59Acho que
32:59a única coisa boa
33:01foi que o FBI
33:02me disse
33:02que estava
33:03investigando
33:05o paradeiro
33:05do meu pai.
33:06Finalmente,
33:07íamos conseguir
33:07algumas respostas.
33:14Durante todo
33:15o seu relacionamento
33:16com a Svetlana,
33:17Kimberly
33:17a pressionou
33:18o tempo todo
33:19para
33:20que ela
33:21encontrasse
33:22alguém que
33:23matasse as pessoas
33:24que ela queria
33:25eliminar.
33:26E usando isso,
33:28o FBI
33:29decidiu
33:29que daria a ela
33:30o assassino
33:31que ela estava
33:31pedindo.
33:37Eu nunca tinha
33:38feito muito trabalho
33:39infiltrado antes.
33:41O caso dependia
33:42de que eu não
33:42errasse em nada.
33:44Decidimos
33:45armar a operação
33:46em um hotel
33:47em San Diego.
33:47o quarto
33:55estava preparado
33:56com pelo menos
33:57uma câmera
33:58e dois
33:59ou três
34:00microfones.
34:01Isso além
34:02dos microfones
34:03que eu estava
34:03usando.
34:12O objetivo
34:13era conseguir
34:13algum dinheiro
34:14adiantado
34:16para mostrar
34:17que havia
34:19uma intenção
34:20real
34:21da parte dela
34:22de matar
34:23essas pessoas.
34:25Aquilo poderia
34:25decidir o caso.
34:27Antes da reunião
34:28eu estava
34:29um pouco apreensivo.
34:30Eu não sabia
34:31como ela era.
34:32Não sabia
34:33como ia se desenrolar.
34:39Vídeo real
34:40do FBI.
34:42Como vai?
34:43Muito bem.
34:44Obrigada.
34:46A gente
34:49só conversou.
34:51Eu estava
34:52tentando fazer
34:53ela se sentir
34:54à vontade
34:54relaxada.
34:56Se eu assumir
34:58esse contrato
34:58eu vou até o fim.
35:00Não vai voltar
35:01para você
35:02e nem para mim.
35:05Você é uma pessoa
35:05sensível, sabia?
35:07Eu vou te contar
35:08um pouco sobre mim.
35:10Quando eu era criança
35:11eu passei por...
35:12bom...
35:13vamos dizer
35:14que o meu...
35:15eu sofri muito
35:16quando era criança.
35:18Levei a vida
35:19inteira
35:19para me livrar
35:20dessa raiva.
35:23Eu sou uma pessoa
35:24forte.
35:25Precisei ser forte
35:26para sobreviver.
35:27Ela tinha
35:28um olhar
35:29de maluca,
35:30sabe?
35:31Como
35:31uma antiga
35:32namorada
35:34que você não
35:35quer ver de novo.
35:37Eu preciso
35:38que você me diga
35:38objetivamente
35:39o que quer
35:40que seja feito.
35:41Tá bem.
35:42Você pode falar
35:43aqui no meu ouvido.
35:45Vídeo real
35:46do FBI.
35:49Não acreditei
35:49no que estava ouvindo.
35:54Eu só sei
35:55que tem três pessoas
35:57querendo me pegar
35:58e é uma competição
35:59de sobrevivência.
36:00Eu sou forte
36:01o suficiente
36:02para te dizer
36:02que eu vou fazer
36:03o que for preciso
36:04para sobreviver.
36:05Eu mereço viver.
36:08Eles não.
36:09alguém está
36:11tentando me matar.
36:14Ela achava
36:15que estava
36:16em perigo,
36:17que as pessoas
36:18estavam tentando
36:19matá-la.
36:20Quem são
36:20essas pessoas
36:21de fato?
36:23John Kruger
36:24tem um advogado
36:26Mário Belmonte
36:27e a terceira pessoa
36:29é o Gabino
36:29Palifox.
36:31Ela listou
36:31três pessoas
36:32que queria matar.
36:33John Kruger,
36:35um advogado mexicano
36:36e seu jardineiro.
36:38Vídeo real
36:38do FBI.
36:39Aos olhos dela,
36:41era matar ao morrer.
36:43Uma questão
36:43de evolução,
36:44sobrevivência
36:45do melhor.
36:46E na opinião dela,
36:47era ela
36:48quem merecia vencer.
36:49Era ela
36:50quem merecia
36:51viver.
36:55Dinheiro
36:55não parecia
36:56ser um grande problema.
36:58Ela me deu
36:59dez mil
37:00e depois
37:01me pagaria
37:01dez mil
37:02para cada pessoa
37:04morta.
37:04quando o trabalho
37:06estivesse feito.
37:09Ótimo,
37:10fechamos o acordo.
37:12A gente
37:12podia seguir
37:13em frente,
37:14contanto que
37:15eu não perdesse
37:16a cabeça
37:16no caminho
37:17para o saguão
37:18e entregasse
37:19ela aos outros caras.
37:20Tudo bem.
37:21ela deu dinheiro
37:24para que
37:25um assassinato
37:26acontecesse.
37:28Isso deixa
37:28claro
37:28a intenção
37:30dela.
37:31Não precisávamos
37:32de um corpo,
37:33não precisávamos
37:33de ninguém
37:34machucado
37:34naquele momento.
37:36Ela cometeu
37:36um crime.
37:39Sem dúvida.
37:39era hora
37:41de seguir
37:42em frente,
37:43prendê-la
37:43e encerrar
37:44este caso
37:45de uma vez.
37:48Departamento
37:48Federal
37:49de Investigação
37:50Naquele ponto,
37:51tínhamos um caso
37:52concreto que nos
37:53permitiria obter
37:54mandato de prisão
37:55para três pessoas.
37:56Kimberly Bailey,
37:58John Kruger
37:58e Humberto
38:00Inib.
38:03Naquele momento,
38:04Kimberly Bailey
38:05desapareceu.
38:07O problema
38:08era que
38:08ela havia
38:09estabelecido
38:09um padrão
38:10de comportamento
38:11que a levaria
38:12a eliminar
38:12violentamente
38:13qualquer pessoa
38:14que cruzasse
38:14seu caminho.
38:15Precisávamos
38:16encontrá-la
38:17e tinha
38:17que ser rápido.
38:19Em 4 de abril
38:20de 2000,
38:21John Kruger
38:21foi detido
38:22perto da fronteira
38:23com o México.
38:24Ele estava
38:24tentando trocar
38:25as placas
38:26do seu carro,
38:26deixando claro
38:27que esperava escapar
38:28sem que ninguém
38:29o encontrasse.
38:35O John Kruger
38:36admitiu
38:37ter sussurrado
38:38no ouvido
38:39de Kimberly Bailey
38:40que Richard Post
38:41havia sido
38:42infiel
38:43e roubado
38:44o dinheiro dela.
38:45John Kruger
38:46se sentia
38:47desvalorizado
38:49e desejava
38:50ter mais dinheiro,
38:51mais poder,
38:52mais status.
38:54Ele queria
38:54o que o Richard Post
38:56tinha.
38:58Deu certo
38:58para ele,
38:59porque depois
38:59que Richard
39:00desapareceu,
39:02Kruger
39:02pegou o emprego dele.
39:03isso foi
39:08muito baixo.
39:11Eu estou
39:12ouvindo isso
39:13pela primeira vez.
39:15É.
39:20Após um acordo
39:21judicial,
39:22John Kruger
39:22foi condenado
39:23a 12 anos
39:23de prisão.
39:27Informações
39:27do detento.
39:28Humberto
39:29Iribe
39:29foi preso
39:30na casa da mãe
39:31levando lixo
39:32para fora.
39:35Humberto Iribe
39:36se declarou
39:36culpado
39:37de conspiração
39:38e tentativa
39:38de sequestro
39:39e foi condenado
39:39a 25 anos
39:40de prisão.
39:42Abril de 2000
39:4318 meses
39:47após o sequestro
39:48de Richard Post
39:49Kimberly Bailey
39:51foi encontrada
39:52em um aeroporto
39:52mexicano
39:53com uma identidade
39:55canadense falsa.
39:57Os mexicanos
39:58detiveram ela
40:00e depois
40:00a extraditaram
40:01para os Estados Unidos
40:03quando
40:04ela voltou
40:05sob custódia
40:06em San Diego.
40:09Acho que
40:09todo mundo
40:10suspirou
40:10de alívio.
40:13Este império
40:14que a Kimberly Bailey
40:15construiu,
40:17a empresa holística,
40:18o lindo rancho,
40:19o controle
40:20sobre tudo,
40:21agora tudo
40:21estava desmoronando
40:23em volta dela.
40:23A defesa
40:27de Kimberly Bailey
40:28disse
40:28que Richard Post
40:31ainda estava
40:31vivo
40:32no México
40:33e vivendo
40:33com o dinheiro
40:34que roubou dela.
40:36Eu achei
40:36essa história
40:37uma merda.
40:39Vai contra
40:40as próprias palavras
40:41dela.
40:41E eu falei
40:42para ele
40:43fazer o que
40:43tivesse que fazer.
40:45Ela falou
40:45tudo para
40:46Svetlana
40:48e isso foi
40:49gravado em fita
40:50que ela mandou
40:51matar Richard Post.
40:52Acho que
40:55isso mostra
40:55o lado cruel
40:56dela.
40:59Isso
40:59retrata
41:00uma pessoa
41:01mais sombria
41:02que estava
41:03escondida
41:03sob a superfície,
41:05mas estava
41:05lá o tempo
41:06todo.
41:09Todo esse
41:09impacto,
41:10toda essa
41:11preocupação,
41:13todas essas
41:13lágrimas,
41:15todas as noites
41:15sem dormir
41:16vieram de uma
41:17pessoa que
41:18ansiava
41:18pelo poder
41:19e
41:20achava
41:22que era
41:22Deus.
41:22Kimberly
41:24Bailey
41:24foi considerada
41:25culpada
41:26de sequestro,
41:27conspiração
41:27para sequestro
41:28e envolvimento
41:29em um esquema
41:30de assassinato
41:31de aluguel.
41:32Ela foi
41:32condenada
41:33à prisão
41:33perpétua.
41:36Não havia
41:36evidências
41:37de que
41:37John Kruger,
41:38Mario Belmonte,
41:38Gabino Palifox
41:39ou qualquer outra
41:40pessoa estivesse
41:40conspirando para
41:41matar Kimberly
41:42Bailey.
41:42Suas afirmações
41:43a esse respeito
41:44foram consideradas
41:44falsas.
41:47Enquanto
41:48cumpria sua pena
41:49após a condenação,
41:50Kimberly Bailey
41:50teve câncer.
41:52em um último
41:54ato de confronto
41:55ou ilusão,
41:56ela
41:56recusou qualquer
41:59tipo de tratamento
42:00convencional
42:00para a doença
42:01e em vez disso
42:02exigiu e pôde usar
42:04uma de suas próprias
42:05caixas pretas.
42:06Ela morreu
42:07e a caixa
42:09dela não funcionou.
42:12Se existe
42:13justiça,
42:14talvez tenha sido
42:14uma prova.
42:16Muitas vezes,
42:17quando as pessoas
42:18ficam muito ricas,
42:19pensam que as leis
42:20da sociedade
42:20não se aplicam
42:21a elas.
42:22Ela era
42:22uma dessas pessoas.
42:24Kimberly Bailey
42:25é um caso clássico
42:27de abuso
42:27de poder.
42:29Ela era
42:29dona de uma
42:30empresa,
42:31ela
42:31contratava
42:33pessoas
42:34para ajudá-la
42:35e ela achava
42:35que essas pessoas
42:37deviam a vida
42:37a ela
42:38e que tinha
42:39poder sobre elas.
42:40É lamentável.
42:42Rick Post
42:42foi morto
42:43porque ela achava
42:44que tinha
42:44o direito
42:45de fazer isso.
42:47O corpo
42:48de Richard Post
42:49nunca foi encontrado.
42:52É importante
42:53para mim
42:53e seria importante
42:55para o meu pai
42:56ser lembrado
42:56como alguém
42:58que tinha
42:58um grande coração,
42:59alguém que sempre
43:00lutou pelo bem
43:01dos outros.
43:02ele era o tipo
43:03de pessoa
43:04que correria
43:04em direção
43:05ao perigo
43:05para ajudar
43:06um estranho.
43:08Então,
43:09mesmo que ele
43:10tenha partido,
43:13eu ainda sinto
43:13a presença
43:14de boa parte
43:15do espírito
43:16do meu pai
43:16que eu tento
43:18manter vivo
43:19na minha vida
43:21e na dos outros.
43:23E para mim
43:24isso é muito importante.
43:26Acho que isso
43:26faria ele sorrir.
43:32Versão brasileira
43:33The Kitchen Brasil
43:35The Kitchen Brasil
43:37The Kitchen Brasil
43:37The Kitchen Brasil
43:38Amém.
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