Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O podcast Direito Simples Assim discutiu o tema “Abuso Infantil” com a delegada e deputada estadual Sheila Aparecida Pedrosa de Mello.

Em conversa franca, ela explicou o que caracteriza o abuso, os tipos mais comuns e as leis que garantem proteção integral às crianças e adolescentes.

Acesse o site:

uai.com.br
em.com.br

SE INSCREVA EM NOSSO CANAL NO YOUTUBE!

Siga o Portal UAI nas redes sociais:
instagram.com/estadodeminas
twitter.com/portalUai
twitter.com/em_com

#DireitoSimplesAssim #AbusoInfantil #SheilaMello #ProteçãoInfantil #PodcastJurídico

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Olá, estamos de volta com mais um Direito Simples Assim.
00:04Eu assumindo aqui a posição da Rosane, né?
00:07Tô aqui com a minha colega Morgano, Vinícius,
00:10e estamos aqui hoje pra tratar de um assunto muito necessário,
00:14que é a questão do abuso infantil.
00:17E pra conversar com a gente aqui hoje sobre esse tema,
00:20a gente tem a delegada Sheila Aparecida Pedrosa de Mello.
00:25Ela tá licenciada, né, pra exercer o cargo de deputada estadual aqui em Minas Gerais.
00:31Ela é bacharel em Direito, pós-graduada em Educação Sexual, Emocional,
00:37Prevenção ao Abuso Sexual, Ciências Penais e em Direito Público,
00:43e Mestre em Psicologia pela Universidade da Flórida, nos Estados Unidos.
00:49Sheila, muito obrigada por ter aceitado esse convite,
00:52por estar participando aqui do Direito Simples Assim.
00:55Eu que agradeço, agradeço a toda a equipe, a você, Tamara, o Vinícius, a Morgana.
01:01Pra mim é um privilégio, né, uma responsabilidade muito grande estar aqui
01:05nessa instituição tão honrada, que presta um serviço de boa informação,
01:10de qualidade pra população.
01:11Então, pra mim é uma honra estar aqui e falando desse tema que é tão necessário, né?
01:15Sim, a gente já teve o privilégio de te acompanhar nas redes, né, nas redes sociais.
01:20E a gente precisa falar nisso, né?
01:23Então, quanto mais informação a gente tiver, melhor.
01:26E aí, partindo disso, eu queria que você contasse pra gente aqui,
01:30pros nossos ouvintes, né, o que que é o abuso infantil?
01:34O que que caracteriza o abuso infantil?
01:36Então, muitas vezes, quando a gente ouve essa expressão,
01:39ah, o abuso infantil, a gente remete logo pra questão do abuso sexual.
01:43né, mas o abuso, quando a gente usa essa expressão abuso,
01:47tecnicamente falando, né, ele pode se referir tanto ao abuso psicológico,
01:52porque tem, infelizmente, muitas crianças, adolescentes e até jovens,
01:57vivem dentro de um ambiente familiar aonde eles são, vamos dizer assim,
02:03perseguidos, humilhados e, muitas vezes, até torturados psicologicamente.
02:09Que abusar não é só tocar, né, mas é você manipular, é você ofender,
02:16é você humilhar o tempo inteiro.
02:18Então, esse desgaste, esse transtorno psicológico mesmo,
02:23que muitas famílias realizam nas crianças, também é abuso.
02:27E é crime.
02:28E nós temos o abuso sexual propriamente dito, né,
02:32que é quando uma outra pessoa, independente da idade,
02:35toca nas partes íntimas de uma criança ou de um adolescente.
02:38Eu não gosto de usar essa expressão, contra a vontade dela,
02:42porque a criança até, e o adolescente menor de 14 anos não tem vontade,
02:48não pode consentir.
02:49Então, quando alguém toca, é sempre vítima de abuso.
02:53Então, esse é o abuso, mas nós temos aí a diferenciação com os maus-tratos,
02:58que é diferente do abuso, que aí já entra para a parte da agressão física.
03:02E também a questão, vamos dizer assim, da não só agressão física,
03:11mas a irresponsabilidade também das famílias, o abandono, o descaso.
03:17A gente tem visto aí, até rodando nos feeds das redes sociais,
03:22a imprensa noticiando casos de crianças que são muito maltratadas
03:26a ponto de perderem a própria vida, agredidas, maltratadas,
03:30e outras, então, deixadas abandonadas, com aquelas imagens horríveis, né,
03:35de sem alimento, sujeira, inseto, sem o mínimo de dignidade.
03:41Então, assim, são situações diversas, mas todas elas causam um sofrimento enorme
03:47e atrapalha demais o desenvolvimento do psico-social.
03:50Inclusive, pasmem, mas podendo gerar aí uma questão, talvez, até de auto-extermínio.
03:55Com certeza.
03:56Que tem também acontecido muito.
03:59Então, você parar para pensar que uma criança aí de seis, sete, oito, nove anos
04:05praticando o auto-extermínio é uma coisa muito grave.
04:07É muito grave, muito.
04:09A gente não consegue nem imaginar uma coisa dessa, né,
04:12a pessoa chegar assim a um ponto de desespero e ter um local onde pedir ajuda, né,
04:17muito grande.
04:18E quais leis, hoje, né, no nosso sistema, no nosso ordenamento jurídico,
04:24protege a criança e o adolescente?
04:26Então, a começar pela nossa Constituição Federal, né, lá no artigo 226,
04:30que fala que a criança tem que ser tratada com absoluta prioridade.
04:35A única vez que a Constituição Federal utiliza essa expressão,
04:39absoluta prioridade é quando se refere à criança.
04:43Então, todas as demais leis que nós temos, elas são baseadas nessa ordem constitucional,
04:50né, de tratar a criança com absoluta prioridade.
04:52Aí, nós temos leis importantes, como o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente,
04:57que agora completou 35 anos de existência, é bem mais jovem, né, que é a própria Constituição.
05:03Mas é um modelo muito interessante, que, inclusive, gera aí questões para outros países, né,
05:09que usam o nosso Estatuto como modelo para gerar, né, essas legislações.
05:14Ele é tecnicamente muito bem escrito, traz ali uma proteção realmente integral.
05:20O que falta são as aplicações efetivas das políticas públicas que constam, né.
05:27Mas é um caso à parte, mas a lei, tecnicamente, ela é boa.
05:32E nós temos também as leis penais, né, que, na grande maioria dos casos,
05:37existe ali um aumento de pena, uma qualificadora, né, quando a vítima é criança ou adolescente.
05:45E temos ali os casos do estupro, né, de vulnerável, que é qualquer contato sexual com menor de 14 anos.
05:52Temos o próprio estupro contra vulnerável mesmo, que a pena pode chegar a 20 anos de prisão.
05:58E temos diversas outras leis, assim, que, de alguma maneira, de alguma forma,
06:02como, por exemplo, a produção, o compartilhamento de pornografia infantil,
06:06que isso aí também é algo em sério.
06:08Aproveitando esse gancho aí, então, no abuso infantil, quais crimes que a gente tem ali no abuso infantil?
06:14Porque você falou do estupro, né, que abarca. Quais outros?
06:17É, eu acho que quando existe a questão do abuso sexual, né, o abuso sexual em si,
06:25qualquer coisa vai ser abuso sexual infantil, porque a criança não pode consentir.
06:30Então, o que você fizer de cunho sexual com uma criança ou com um adolescente menor de 14 anos
06:34vai ser o estupro de vulnerável. E não tem essa.
06:38Ah, consentiu. Ah, já se relacionou com outra pessoa.
06:41Não interessa. Não importa.
06:44É crime de estupro e atupor.
06:45A vulnerabilidade aí é presumida, né?
06:47É presumida. E se já se relacionou anteriormente, é mais vulnerável ainda.
06:51Porque o adolescente menor de 14 anos não está pronto, nem biologicamente, nem psicologicamente,
06:57para cá, com as consequências de um ato sexual. Não está.
07:01Isso gera aí grandes desgastes para o resto da vida.
07:04Sim.
07:04E quais são as punições para quem comete esse ato?
07:07Então, varia muito, né, porque tem muitas nuances dentro da lei,
07:11mas pode chegar a 20 anos de prisão.
07:14A pena alta.
07:15A pena alta, né?
07:18Pode chegar a 20 anos.
07:18Mas se for colocar na balança também, né?
07:20A pena que aquela criança vai sofrer para o resto da vida, eu não vejo que é alta, não.
07:25Pois é, né?
07:26Se a gente for colocar isso na balança, eu não vejo.
07:29Como podemos identificar que uma criança ou um adolescente está sofrendo algum tipo de abuso?
07:34Então, sempre deixa sinais. Não adianta.
07:37Porque, gente, abuso é abuso.
07:39E a criança nasceu para ser amada, protegida, porque ela precisa, depende, são dependentes de nós, adultos.
07:49Então, quando em algum momento vira essa chave, ela deixa de ser protegida, cuidada, para ser abusada,
07:58ela vai sentir.
08:01Isso é do subconsciente mesmo.
08:06Ela vai sentir, é do instinto, é da natureza da criança.
08:09Ela vai se abalar e ela vai deixar algum tipo de sinal.
08:13Nem sempre conta.
08:14Aliás, na maioria dos casos, a criança não conta, porque não foi preparada para isso.
08:19Ela nem sabe se tem que avisar.
08:22Ela nem sabe o que está acontecendo, sabe que é alguma coisa diferente.
08:25Muitas vezes não sabe, então ela não vai contar.
08:28Muitas vezes ela é ameaçada pelo próprio abusador.
08:31A importância dos pais nesse sentido de orientar, né?
08:34E talvez o que seja mais triste é que muitos desses abusadores estão no próprio âmbito familiar.
08:42Fala um pouquinho disso aí para a gente, Sheila.
08:44Dos casos que nós temos registrados hoje nas unidades policiais,
08:49a grande maioria, assim, uma grande maioria mesmo, aconteceu no ambiente familiar.
08:54E a grande maioria dos abusadores são pessoas que deveriam proteger,
08:59que fazem parte ali do ciclo de proteção daquela criança.
09:04E, assim, é até doloroso falar nisso, né?
09:08Mas, nos nossos registros, a grande maioria são pais biológicos.
09:15Muita gente aponta logo o padrasto ou outra pessoa desconhecida,
09:18mas do que nós temos registrado, talvez, talvez.
09:21Porque, como acontece ali naquele ambiente, descobre-se com mais facilidade.
09:28Talvez seja por isso.
09:30Não que aconteça mais ali.
09:31Estou falando do que nós temos, que é subnotificação gigante também, né?
09:34É muito grande.
09:36O que eu conheço de gente que sofreu abuso a vida inteira,
09:40ou alguma vez na vida, ou em algum momento,
09:43mas que nunca contou para ninguém, assim, é um número enorme de pessoas.
09:46Porque a carga de culpa que coloca-se em cima de uma vítima de abuso é enorme.
09:53Preconceito, culpa, sabe?
09:55É enorme.
09:56Sempre as pessoas aceitam.
09:57Uai, mas por quê?
09:58Será que ela nos colocou em situação de risco?
10:01Será que ela nos colocou em situação de...
10:02Será que não provocou?
10:03Será? Mas por quê?
10:04A mobilização da vítima, né?
10:06Querem, querem, assim, justificar o erro do abusador de todo jeito.
10:10E a própria família também costuma acobertar muito.
10:13Infelizmente, eu vi muitos casos de famílias que...
10:15É vergonha que a família sente para encobertar.
10:18É, não quer ter problema, né?
10:19O povo não quer sair da sua zona de conforto.
10:21Imagina o transtorno, né?
10:23Entre aspas.
10:24Dentro de uma família onde a mulher trabalha,
10:28ou tem uma vida, o marido tem uma vida e tal.
10:31Aí, do nada, o papai colocou a mão aqui e tal.
10:37Como assim, né?
10:40É o meu marido?
10:40Como assim é seu pai?
10:42E aí, vou ter que me separar?
10:44E para falar isso, ele vai para a cadeia?
10:46Mas ele é pai do outro também, nunca fez isso?
10:48Do outro, será que fez?
10:50Sabe?
10:50Aí fica aquela pessoa que não quer acreditar.
10:52Primeiro, já tem a recusa em acreditar.
10:54É isso que eu ia falar.
10:55Já pergunta para a criança.
10:56Você tem certeza?
10:57Tem certeza.
10:58Você sabe as consequências que isso vai gerar para a nossa família?
11:01Nós podemos, cara, até sem comida.
11:04É isso, gente.
11:05É engraçado.
11:06É, porque geralmente o genitor é que mantém, né?
11:09É.
11:09Na maioria das vezes.
11:10Tem certeza.
11:11Aí a criança já vai recuar.
11:13E a vergonha também.
11:15E quanto mais alta a classe social, ainda piora ainda, né?
11:20Porque, ai, que vergonha, né?
11:22Como é que vai fazer isso?
11:24Ô, Sheila, uma pergunta que me ocorre, que é o seguinte,
11:28que é a questão da internet.
11:29Como é que a internet entra nessa questão do abuso infantil?
11:33É, isso é uma crescente, né?
11:35Hoje, porque há pouco mais de 10 anos aí que as nossas crianças,
11:39adolescentes, estão tendo a acessar smartphones.
11:42E o smartphone acompanha a criança no bolso para onde ela vai, né?
11:46E muitas vezes os pais, muitas vezes por falta de conhecimento,
11:50às vezes por falta de tempo, acham que é mais fácil,
11:53acham que não tem perigo, desconhecem o que existe ali dentro, né?
11:56Deixa lá um telefone, substitui até um...
11:59Até mais fácil, né?
12:00É, substitui um cuidador, substitui...
12:02E utiliza o telefone como rede de apoio.
12:06Minha rede de apoio.
12:07Joga lá um tablet, um iPad na mão da criança conectada à internet,
12:11ou do adolescente, e deixa lá.
12:13Só que os aliciadores viram essa facilidade.
12:16É muito fácil, muito, até porque o adolescente e a criança,
12:20eles são pessoas que ainda não viveram.
12:22Então, não tem, assim, a malícia das coisas.
12:26Ele vai cair ali na enganação.
12:29Eles enganam até adultos, não vão enganar a criança.
12:31Ele tem todo ali um passo a passo, que a gente chama de internet grooming,
12:35que vai desde...
12:35Eles começam avaliando a situação de vulnerabilidade daquela criança,
12:40qual que é o grau de vulnerabilidade dela.
12:42Se tem pais vigiando, quanto tempo ela fica sozinha.
12:46Eles vão avaliando essa situação e depois...
12:49Que é algo extremamente planejado, né?
12:51Planejado.
12:52E eles pesquisam tudo.
12:53Quem são os amigos, quem curte, quem segue, quem conversa,
12:58aonde frequenta, quem que é amigo e tal.
13:01Começa a manter os mesmos comportamentos, né?
13:04Como se fosse um amigo também.
13:07E vai ganhando a confiança.
13:08Começa a substituir o lugar da família.
13:10Isso é muito comum a gente ver conversas assim.
13:13Desde que ele...
13:14Ah, eu gosto muito de você, quero jogar com você hoje,
13:18mas você já fez seu dever?
13:19Você já almoçou?
13:21Como você está se sentindo?
13:22Aquela sua dorzinha de garganta já passou?
13:24Sua mãe te levou no médico?
13:25Não?
13:26Nossa, mas que absurdo.
13:27Meu Deus, se eu tivesse aí, eu teria levado.
13:29Ah, meu Deus.
13:31Aí você começa a manipular.
13:33E a criança começa a se apegar naquela pessoa.
13:37E confiar.
13:38Depois que criou a confiança, aí já era.
13:41O grooming, esse tipo de abusador, ele quer mesmo satisfazer a sua lascivia.
13:48Os seus desejos, os seus instintos sexuais.
13:50Quando ele consegue um nude, aí passa a ameaçar, querendo mais tipo de conteúdo assim.
13:56E até ameaçar a própria família, para não divulgar aquelas imagens, para não vender.
14:01É diferente da sextorção.
14:04Que, por exemplo, pega lá um adolescente, ou até pessoas adultas, o aliciador, e eles já começam com essa questão da intimidade, do namoro virtual.
14:20E depois que consegue esse material, normalmente um material pornográfico, ou de pornografia infantil, se for menor de 18 anos,
14:28ele quer mais material, mas é para ganhar dinheiro.
14:33Ou ele começa a pedir dinheiro para a pessoa.
14:35Se você não me pagar tanto, se você não me der isso, não me der aquilo, eu vou divulgar.
14:39Vou divulgar no grupo de WhatsApp tal, vou divulgar em tal rede, vou colocar no site de pornografia, vou fazer tudo.
14:45Agora, se você me der mais conteúdo, eu não vou divulgar.
14:49Eu só vou vender.
14:49Nossa, a pessoa deve ficar apavorada.
14:50Muito, muito, muito apavorada.
14:54Eu já atendi mulheres adultas, homens adultos que passam.
14:57Homens, então, porque acham que estão namorando com meninas, muitas vezes.
15:01Ah, estou bem.
15:03Estou aqui, namorando virtualmente uma menina 17, 16.
15:07Aí eles começam.
15:08Ah, então, você recebeu uma imagem pornográfica de um adolescente?
15:13Você vai para a cadeia, vai registrar ocorrência, não me dá tanto?
15:16Cai, mulher cai.
15:18E criança e adolescente também.
15:19E esses aí da sexo-torsão é por dinheiro mesmo.
15:23A grande maioria nem é pedófilo, que tem desejo, instinto, de abusar por abusar, para se satisfazer, não.
15:30É covarde também.
15:32Todos são covardes, mas esse aí é para ganhar dinheiro em cima desse tipo de conteúdo.
15:37Aí a gente está de sexo-torsão, esse crime.
15:40E o outro é o internet grooming, que é o aliciamento das crianças.
15:42A gente tem visto, eu pelo menos quando assisti, aquela série adolescente da Netflix,
15:49não tem como a gente não assistir aquilo e talvez não ficar impactado, né?
15:53Não tem.
15:54Eu acho que muitos pais, acho que a partir do momento que viram aquilo, começaram a se atentar.
16:00O que o meu filho está fazendo na internet?
16:01E uma coisa que já está rolando há muito tempo.
16:03Há muito tempo, né?
16:05Eles pincelaram os principais pontinhos e jogaram na série.
16:10Mas é aquilo ali para mais profundo.
16:13Gente, eu faço muita palestra em escola.
16:16É palestra, é um bate-papo que eu faço com eles.
16:19Com adolescentes.
16:20Adolescentes.
16:21Crianças pequenas é outra abordagem.
16:22A gente vai mais para o lúdico, dança, canta, fala sobre proteção, rede de apoio.
16:26Agora, eu nunca tinha visto, e há 17 anos eu faço isso, e eu nunca tinha visto, com toda certeza,
16:37eu nunca tinha ouvido falar e nem visto um caso de automutilação de alunos que estivessem se automutilando.
16:46Eu acho isso muito grave.
16:48Sabe, você imagina a pessoa ter coragem de cortar o próprio corpo.
16:50Está em um estado de desespero muito grande.
16:53E hoje não tem uma escola que a gente vai, que não tenha crianças e adolescentes que estão automutilando.
16:58E os educadores estão desesperados, que não sabem o que fazer.
17:03Muita gente.
17:04Muita.
17:05Eles ficam em um nível de desespero, aí eles começam a buscar ajuda.
17:10Normalmente, ao invés de buscar um adulto de confiança para se abrir, não conseguem.
17:15Eles confiam em pessoas da internet, ainda assim.
17:17Sabe, tem medo, parece, da família, ou não tem diálogo.
17:21Eu acho que falta é o diálogo.
17:23Vai lá buscar ajuda com...
17:25A gente acaba enfiando em mais buraco ainda.
17:27Aí vai para esses grupos, esses aplicativos com auto-criptografia,
17:31onde eles são falsamente acolhidos por comunidades.
17:36Aí eles conseguem convencer esses adolescentes que, se ele cortar o próprio corpo,
17:40a dor física vai diminuir a dor psicológica que ele está passando.
17:44Esse tipo de coisa aí.
17:45Inclusive, muitos fazem isso ao vivo, em lives, para satisfazer a crueldade de quem paga para assistir.
17:52De quem paga, tem gente que paga.
17:54Muita gente, muito dinheiro.
17:56Até nesse sentido, quais são as principais redes desses predadores?
18:00Quais redes que eles usam?
18:02Então, a gente tinha noção, até pouco tempo atrás,
18:05que isso tudo acontece na Deep Web, na Dark Web, que é aquela internet mais difícil.
18:10Não.
18:11Acontece também.
18:12Lá tem os maiores sites de pedofilia do mundo.
18:15Lá tem também aliciamento.
18:17Mas lá as crianças e adolescentes não estão lá.
18:19Eles não conseguem entrar.
18:20São nas redes comuns, nas redes, que a gente acessa todas as principais.
18:24Instagram, TikTok, Kawaii.
18:27Kawaii, tem o próprio Facebook, menos.
18:32Porque adolescente gosta muito, criança e tal.
18:34Tem gente que fala que é coisa de velho.
18:36É, tem gente que fala que é coisa de trapaçada.
18:36É, tem gente que fala que é coisa de trapaçada.
18:38Então, mas Kawaii.
18:40E em aplicativos mesmo, do Telegram, Discord, Anjos, esses aplicativos aí.
18:46E em jogos também?
18:47Jogos, jogos que, esses jogos online, onde tem chat aberto de conversa.
18:52E a grande maioria tem, acho que quase todos.
18:54Os principais, Minecraft, Free Fire, Roblox, Fortnite.
18:58Aí tu tem chat de conversa.
18:59Eu tenho um filho de 7 anos, ele sempre quer jogar, ele tá sempre monitorado, mas...
19:04A gente tava conversando isso aqui antes, né?
19:07A gente fala, nossa, você deixa ele jogar?
19:09Porque, assim, uma criança de 7 anos, ela não sabe ali qual que é o risco.
19:13O que acontece? Eu cortei a possibilidade dele conversar.
19:15É, isso é importante.
19:16Ele só joga o jogo sem possibilidade de conversa.
19:18Aí ele tá em perigo, né?
19:19Ele joga, vai lá, faz um negocinho.
19:20Ah, mas ele não pode adicionar ninguém, não pode receber uma...
19:25E também o horário, a quantidade de tela é controlada.
19:27Mas, assim, eu sei que todos, a gente que é pai, né?
19:31Existe o que é ideal e o que a gente consegue fazer.
19:34Que é o seguinte, é impossível no mundo de hoje zero tela.
19:37Mas, um pouco controlado, eu acho que não faz mal a ninguém tudo, né?
19:42O veneno e o remédio é a dose, né?
19:45Até porque não existe zero tela, né?
19:47Você chega na escola hoje, escola pública, né?
19:49Graças a Deus que tá evoluindo, assim.
19:52Eu fui até em uma escola pública, fiquei encantada, né?
19:54Em São Iônio e Bom Zé.
19:55Lousas interativas.
19:57Aqueles painéis interativos, que o professor vai lá e tudo, e conecta na internet, pesquisa no YouTube.
20:06Tem que ser, porque tem muita coisa boa.
20:08Tem muita ferramenta.
20:09Tem muita ferramenta.
20:10Senão a gente, a internet, senão a gente demoniza, né?
20:14Porque, assim, ela, ao mesmo tempo que você consegue coisas fantásticas com a internet,
20:19ela também é aquela coisa, né?
20:20É dos dois lados.
20:21Mas aí é que tá.
20:22Pra isso, a gente tem que ter pais, né?
20:25Responsáveis pra poder estar fiscalizando ali.
20:27E hoje, com a correria do dia a dia, a gente vê que, né?
20:32Talvez a gente fale, é culpa, não é?
20:36Acaba sendo vítima aí da sociedade, de um todo, igual a Sheila falou, entrega ali o tablet.
20:41Fala assim, fica aí, pra eu ter um tiquinho de sossego aqui, pra eu fazer alguma coisa.
20:45Então, a gente tem que pontuar muito nesse sentido.
20:47Pai e mãe, hoje, tem que ter muito cuidado.
20:49Antigamente, as coisas eram mais simples.
20:51Hoje, muito consumismo também, né?
20:53Como é que os pais podem?
20:55Então...
20:55Como é que, por exemplo, assim, qual que é os...
20:58Eu sei que tem especialista, Sheila, nisso.
21:01Dá uma ajuda pros pais.
21:03Dá uma luz, pelo amor de Deus.
21:04Porque não há luz.
21:05Quais são, né?
21:06Quais os cuidados que os pais têm que ter, que você acha que são fundamentais, sinais da criança,
21:12ou comportamentos, ou o que não acessar?
21:16A primeira coisa é a presença real.
21:18Não é a presença.
21:19Você tá ali e não tá prestando atenção na criança.
21:21É a presença real.
21:22É criar um tipo de cumplicidade com os filhos.
21:25Eu não falo amizade.
21:27Porque a amizade é horizontal, né?
21:29O amigo, ele concorda com tudo que a gente faz, que a gente fala.
21:33Normalmente, não discorda quando é confusão.
21:36O pai, se não concorda, ele tem que falar que não concorda e explicar por quê.
21:41Então, não é assim, uma amizade, bem, tecnicamente, uma amizade, não.
21:44Mas ter mais diálogo.
21:45Mais diálogo e criar ali um vínculo de confiança.
21:50A palavra é essa.
21:50Pra quê?
21:51Se um dia acontecer alguma coisa ruim com ele,
21:53Primeira pessoa que ele vai pedir,
21:55Mãe, igual antigamente, né?
21:57Qualquer coisa, ele vai, Mãe, mãe.
21:58Então, a primeira coisa.
21:59Mãe, pai, avô, avó, sei lá, quem cuida, né?
22:02Primeira coisa que ele vai querer é correr pro braço da pessoa que cuida dele.
22:07E não correr dessa pessoa e buscar uma pessoa que ele nunca viu.
22:10Que é o que tem acontecendo.
22:11Então, é presença real.
22:13É o diálogo verdadeiro.
22:14É se interessar pelas coisas que o filho faz.
22:17Pega o celular dele.
22:18Olha quais aplicativos que tem lá.
22:20Ah, tem essa aplicativa que se chama Zange.
22:22O que é isso?
22:23Entra no Google.
22:24O que é Zange?
22:25Vai te falar imediatamente o que é.
22:29Procurar saber, se interar.
22:31Não precisa ser ele, expert.
22:32Não, procura saber.
22:34Não, vamos limitar.
22:35Vamos limitar o tempo de tela.
22:37Vamos limitar...
22:39Vamos colocar aqui um aplicativo parental.
22:41Por exemplo, Family Link, que é gratuito.
22:44A gente instala.
22:45À noite, eu coloco o celular pra hibernar, ok?
22:47É 21 horas a hora que você dorme?
22:4921 horas, 22 horas?
22:51O seu celular também vai dormir.
22:53Você vai acordar na hora de despertar pra ir pra escola.
22:55Ou na hora que você tiver que levantar.
22:57Sabe?
22:57Porque à noite é um perigo.
22:59Tem menino que passa a noite inteira acordado no celular.
23:03A noite inteira.
23:05E depois vai pra escola moído.
23:06Depois vem com diagnóstico de TDAH, de TOD, não sei o quê.
23:10Entendeu?
23:10Taca remédio no menino.
23:12Porque é óbvio que ele não vai render.
23:13É óbvio que ele vai dormir na escola.
23:14Óbvio que ele não se interessa.
23:15Você tá no celular, entrando nessas lives de madrugada, pornografias no banheiro.
23:21Pra que levar o celular pro banheiro?
23:22Estraga o celular.
23:24Né?
23:24O primeiro argumento.
23:25Além de estragar a umidade, além disso, ainda tem...
23:28O que ele vai fazer com esse celular lá?
23:30Pra quê?
23:31Coloca limites claros, regras mesmo, pra ser cumprida.
23:34A gente tá aí pra isso.
23:36Pra colocar regras.
23:37É, e quanto mais, né, a idade for avançando ali, explicar por que que tá colocando os limites, né?
23:43Tem que explicar, gente.
23:44Hoje em dia tem que falar sobre tudo.
23:45Falar, ai, qual que é a idade pra falar sobre educação sexual com criança e adolescente?
23:50Não tem idade, não.
23:51Você vai sentindo, sabe por quê?
23:52Se você não falar, alguém vai falar.
23:55Aí que tá o perigo, né?
23:57É.
23:58Tem que falar, gente.
23:59Vocês imaginem, tem uma pesquisa que diz que a média de idade de pessoas, crianças,
24:06adolescentes, estão acessando pornografia na internet, é de 8 a 10 anos de idade.
24:10Tem noção do negócio desse?
24:128 anos é uma criança.
24:13Uma criança que nunca nem beijou, assim, nem sabe, assistiu uma pornografia?
24:18O que que vai... qual vai ser a formação psicológica dela?
24:20Ou seja, a primeira experiência, vamos dizer, entre asas, a primeira experiência sexual
24:25dela é com a pornografia, o que a pornografia não é, Elidade.
24:30Vamos dizer assim, eu não me acho, assim, talvez tão velhinha não, mas muda muito do
24:34que a gente, por exemplo, era quando criança, né?
24:37Não, e essa questão, um dado interessante que essa questão de pornografia hoje, ela tá
24:43trazendo problemas para os adultos.
24:44Muito.
24:45Pra muitos homens, inclusive, que são consumidores e que acreditam que o sexo é aquilo.
24:50É aquilo, né?
24:51Aquela, aquele desempenho, aquela, né, aquelas acrobacias, aqueles negócios todos, imagina
24:56que por um ser adulto, uma pessoa que já, às vezes, tem 30 e tantos anos, ele condicionou
25:02aquele mundo, acha que aquilo é, né?
25:04E, geralmente, na pornografia, às vezes, é um pouco mais violento, então ele acha que
25:08o sexo tem que ser violento, aí, disso aí, pra uma agressão, é um pulo, né?
25:11Agora, imagina uma criança de 8, 9 anos, que nem esse discernimento...
25:15Esse filho entende.
25:16Exatamente.
25:16Não sabe o que que é.
25:17É o primeiro contato, né?
25:19No filme, naquela parte do adolescente lá, muito interessante, foi essa parte, do ódio
25:23às mulheres, já viu?
25:24Isso é ensinado, vamos odiar as mulheres, né?
25:28Ele tem aquela...
25:29Ele não soube lidar com a rejeição, né?
25:31Sem contar com as comparações do corpo, né?
25:35Exatamente.
25:35Depois, para o adolescente, para a criança, isso é uma morte, né?
25:38É, que está em formação, depois não consegue se relacionar pessoalmente com uma pessoa
25:42de forma saudável, violência contra a mulher, né?
25:45Exatamente.
25:46E aí, a gente tem a questão também do cyberbullying, né?
25:48Também.
25:49Nossa, é...
25:49Que é o que mais tem hoje, né?
25:51Com a criança.
25:52Demais.
25:52E, gente, deve ter aumentado o número do cyberbullying, porque o que eu...
25:57Como eu tenho sido solicitada para falar nas escolas sobre bullying, cyberbullying,
26:01mas é muito, é demais.
26:03Antes eram mais outras coisas.
26:04Agora está, assim, muito bullying, cyberbullying, porque tem gerado, assim, consequências
26:07muito desastrosas para as crianças, para os adolescentes, porque isso viaja longe
26:12e não volta mais.
26:13Eles, uma brincadeira, vai lá, viraliza, acaba...
26:16Ah, não tem...
26:17Depois que pulverizou, não tem o que fazer.
26:19É, não tem o que fazer.
26:20E, sem contar a falta de limite, no sentido de que, esses dias atrás, eu soube, em uma
26:27escola, até escola particular, escola boa, é que dois alunos,
26:31dois alunos, veja bem, conseguiram entrar nas redes sociais das amigas da sala de aula,
26:38no Instagram, no TikTok, baixaram fotos delas.
26:41E, dali, através de um aplicativo de inteligência artificial, eles fizeram deep nudes.
26:47Fizeram ali fotos delas sem roupa, fizeram vídeos, inclusive, criaram vídeos.
26:51E eles estavam, sabe, fazendo o que com isso?
26:54Vendendo esse conteúdo para os alunos de outras turmas.
26:59E o pior de tudo isso, uma das meninas vítimas era irmã de um dos adolescentes ali,
27:07que criou da própria irmã.
27:09Aliás, o conteúdo dela era o que tinha maior volume, que ele tinha acesso a mais fotos e tal.
27:15Olha o que é isso, gente.
27:17Onde a gente vai parar com isso?
27:19Cadê o respeito?
27:21O que faz dois meninos acharem que tem o direito de expor desse jeito as colegas que eles convivem por horas e horas,
27:30todos os dias, entra ano, sai ano, ele ter coragem de fazer uma coisa dessas.
27:35Fazer com uma irmã.
27:36Uma própria irmã.
27:37Com a própria irmã.
27:38Gente, isso é...
27:39Imagina a situação dessa família, né?
27:42Não, não dá para imaginar.
27:43É, vai ter um respondendo por crime, a outra traumatizada.
27:47Traumatizada, e os dois convivendo, né?
27:50Gente, que situação, meu Deus.
27:52Se bem que a gente não está muito longe, né?
27:54Porque há pouco tempo foi noticiado que dentro do banheiro de uma escola,
27:58uma adolescente, né, foi agredida ao ponto dela vir a óbito.
28:02Foi, foi.
28:0311 anos.
28:04Exatamente.
28:04Criança.
28:05Exatamente.
28:06Por recusar um garoto.
28:08Ela foi espancada.
28:10Foi o caso mais...
28:12Eu acho que foi a pessoa mais jovem que eu vi perder a vida por feminicídio.
28:16É feminicídio.
28:17Não, e aí a gente for pensar assim, gente, o que está acontecendo, né?
28:22Com as crianças, com os adolescentes, com os pais?
28:25Que educação que está sendo ensinada para os filhos?
28:29Embora também, tem hora que a gente também nem possa culpar os pais,
28:32porque eles tentam fazer o melhor que podem, né?
28:35Eu acho também.
28:36Eu não gosto de ficar demonizando os pais, não,
28:38porque a gente sabe o tanto que é difícil, né?
28:39Eu tenho quatro filhos.
28:41Tenho um de 18, três de 16, dois enteados, um de 14,
28:44e uma que vai fazer 10.
28:46Meu Deus, eu.
28:47Gente de tudo.
28:48Eu sei como que é difícil.
28:50Não, é fácil.
28:51A gente não pode ficar julgando.
28:53Tem que orientar.
28:54É orientar, e eu acho que, assim, os pais estão precisando do conhecimento.
28:56É, essa é a pergunta que eu te falei.
28:57Eu te ia dizer, tendo a desconfiança, né?
29:00Tendo a desconfiança da existência do abuso,
29:03como os pais responsáveis devem fazer?
29:06Então, precisa conversar, né?
29:08Está desconfiado?
29:09Precisa conversar.
29:10Precisa perguntar mesmo.
29:14Mas sem, assim, tem muitos pais que gostam de sugestionar.
29:17Às vezes, você está desconfiado de alguma coisa, você fala,
29:19vem cá, fala para mim aqui, aconteceu isso, isso, isso.
29:22Aí, muitas vezes, você vai falar que sim, ou que não, de uma vez.
29:26Você vai falar, o que está acontecendo, alguma coisa diferente com você?
29:29Pode confiar em mim.
29:30Eu sou sua mãe, sou seu pai, sou sua tia, sua avó, sua professora.
29:34Pode confiar em mim.
29:36Eu não vou fazer nada que possa te prejudicar, ainda mais.
29:38Eu vou te ajudar.
29:39Eu estou aqui para te ajudar.
29:40Vamos resolver isso junto.
29:42Essa palavra é mágica.
29:43Essa frase é mágica para criança e adolescente.
29:45Vamos resolver isso juntos?
29:48Sabe?
29:48Sabe que pode contar, né?
29:50Pode contar.
29:51Então, é perguntar, é ver que está diferente, mudou.
29:54Tem gente que fala, são vários sinais.
29:56Ah, voltou a urinar na cama, voltou isso também.
30:00Os desenhos estão diferentes e tal.
30:01Mas quem conhece de verdade o filho, se ele mudar um tiquinho, você vai saber que ele mudou.
30:08Se ele mudar o olhar, você sabe que ele mudou.
30:11Então, assim, mudou, tem alguma coisa acontecendo.
30:13Que não seja uma coisa tão trágica, mas se ele pegar o hábito de confidenciar com você coisas mais simples do dia a dia dele, uma briguinha com uma namoradinha, uma rejeição, ele vai contar para você as coisas mais graves se vier a acontecer.
30:27Ou até nem vão acontecer, porque já começa esse canal de diálogo, né?
30:31Eu achei uma curiosidade.
30:34Quando os pais colocam uma criança aí de três anos para dançar uma musiquinha no TikTok, com falas de pedofilia, de tudo, isso também é abuso?
30:44É abuso.
30:46Eu acho que é abuso.
30:47É porque tem música, gente, que é pornografia do começo ao fim.
30:50Com certeza.
30:51É a exposição da criança ou do adolescente a conteúdos pornográficos.
30:56Eu acho que isso enquadra perfeitamente no crime de pornografia infantil.
31:02Tem no Estatuto da Criança e do Adolescente.
31:05Sabe?
31:05Eu, no meu entendimento, sim.
31:08Se eu tivesse que fazer um auto de prisão em flagrante, eu faria tranquilamente um auto de prisão em flagrante.
31:13E, inclusive, passou da hora do Congresso aprovar um crime até próprio para isso, com penas até mais altas.
31:19Porque é uma loucura.
31:21Esses dias eu fui pesquisar isso no TikTok, por exemplo.
31:25Eu achei uma menininha que não tinha dois anos de idade fazendo uma dança absurdamente sexualizada.
31:33É o que a gente chama aí da questão da adultização.
31:36Da adultização.
31:37A criança não está aí para isso.
31:39A criança está para ser criança.
31:41É para ser pura.
31:42Não é brincar, para ser feliz.
31:44Não é para isso, não, gente.
31:46Você deixa para os adultos, porque a nossa vida já não é fácil.
31:49Não é.
31:50E quais são os canais que a gente pode fazer denúncia, Sheila?
31:53Então, nós temos vários canais.
31:55O principal, que a gente sempre indica, é o Disque 100.
31:59É um número para você denunciar graves violações a direitos humanos.
32:04E o abuso, a violência, os maus-tratos, tudo que possa prejudicar a vida de uma criança e de um adolescente, é uma grave violação dos direitos humanos.
32:16Então, a gente pode, tranquilamente, 24 horas por dia, sempre tem alguém do outro lado para conversar, para ouvir, para anotar, e cai na caixa virtual do delegado de polícia que responde pela região.
32:25Eu mesma, quando na ativa, já estou em muitos casos que vieram o Disque 100.
32:30Nós temos também aqui em Linas o 181, que é o Disque Denúncia Unificado.
32:36Ele chega a denunciar ao mesmo tempo.
32:38É para a Polícia Civil ou para a Polícia Militar.
32:39Se eu não me engano, agora, até para o Ministério Público, que unificou também o sistema.
32:45Então, esse 181, você pode denunciar a qualquer tipo de crime, principalmente esse.
32:50Nós temos também um aplicativo, que é do Ministério de Direitos Humanos, que é um bom aplicativo também.
32:58E nós temos qualquer unidade policial, qualquer uma pode denunciar.
33:02Não precisa ser especializada.
33:04Ah, e uma coisa muito, muito, muito importante.
33:07Depois da aprovação da lei Henrique Borel, que trouxe ali a obrigação de algumas pessoas denunciarem,
33:16se suspeitarem da situação.
33:18Ou seja, muita gente tem medo.
33:20Fala, ah, gente, primeiro que o Disque 100 pode ser anônimo, mas se você quer denunciar,
33:25não precisa nem ser anônimo, porque você não precisa provar nada.
33:27Quem tem que investigar e provar é a polícia.
33:29Você suspeitou, você tem o direito de denunciar, de falar.
33:33Você tem o dever também.
33:35Tem o dever.
33:36É porque, afinal de contas, nós estamos falando de uma criança, né?
33:38Não dá problema nenhum.
33:40Pode, depois, a lei Henrique Borel fala isso.
33:43Inclusive, é crime se ficar comprovado que você suspeitou, que você sabia e não denunciou.
33:50Então, Sheila, se aquela criança está fazendo terapia e aquele terapeuta desconfiou, ele tem obrigação legal.
33:57Todo profissional da área da saúde, todo profissional da área da educação e todo familiar daquela criança tem essa obrigação.
34:04Inclusive, se for esse tipo de profissional e familiar e não denunciar, a pena pode ser triplicada.
34:11Gente, que beleza.
34:12Isso a gente tem que reforçar, né?
34:14Porque, muitas vezes, aquele profissional não faz a denúncia com medo.
34:18Com medo.
34:18E aí, aquela criança fica...
34:20Não tem sigilo profissional para isso, porque é muito grave.
34:23Não tem.
34:25Inclusive, eu acho assim, tem...
34:27Quando a criança ou o adolescente vem contar as coisas para a gente, a primeira coisa que eles perguntam é
34:31Você vai guardar segredo se eu te contar?
34:34Aí eu tenho que falar a verdade.
34:36Depende.
34:37Eu não vou contar nada para ninguém para te expor.
34:40Mas, se eu precisar falar, é para te ajudar.
34:43E como é que fica a questão do Conselho Tutelar e do Ministério Público?
34:47O Conselho Tutelar é um órgão da comunidade e a intenção é essa, que sejam pessoas eleitas ali que já têm vínculo de confiança, já conhecem aquela criança normalmente, já viu.
35:00E a função dele é acolher.
35:03Acolher, ver se ele tem mais informações ali, diz que me diz, que da vizinhança, o que está acontecendo e tal.
35:10É acolher e orientar também.
35:13Agora, o Ministério Público não.
35:15O Ministério Público é um órgão que precisa agir.
35:18Então, ele é um órgão de fiscalização para esses casos, principalmente, fiscaliza mesmo as escolas, as instituições de crianças e tal.
35:26Fiscaliza a atuação da polícia e, inclusive, do Conselho Tutelar.
35:31E ele pode também propor ali a punição para os responsáveis e agir mesmo, investigar e agir.
35:38É a função do Ministério Público denunciar para o judiciário e isso tudo, recorrer, essas coisas todas.
35:47Então, já é um órgão mais contundente.
35:49E, Sheila, você falou aí que tem aí agora os que são responsáveis por denunciar essa coisa toda.
35:59Mas como que, se eu tiver ali a notícia, eu perceber que a criança, além de denunciar, como que eu faço para ajudar essa criança?
36:08Porque, igual você falou, tem o abuso físico, tem o abuso psicológico.
36:11Tem hora que o abuso psicológico é muito pior, causa muito mais estrago do que o abuso físico.
36:18Então, como que eu posso ajudar essa criança ou adolescente?
36:22Então, eu acho que essa questão do acolhimento é fundamental, sabe?
36:26Principalmente o primeiro acolhimento, ele faz a diferença entre a permanência no sofrimento e a superação daquilo tudo.
36:34Então, é você acolher com respeito, com carinho, sem assustar a criança, sem fazer aquela cara de susto, de medo, sem apavorar.
36:46É aquele acolhimento mesmo, carinhoso, e denunciar.
36:51As pessoas não podem suspeitar e só acolher a criança e não denunciar.
36:55Ficar com medo, não falar, principalmente para o Conselho Tutelar.
37:00Tem que denunciar.
37:01Eu acho que isso aí é um dever de todos nós, cidadãos.
37:03E aí, a Constituição fala, né?
37:05Porque o bem-estar da criança, ele deve ser zelado por todos, né?
37:08Por todos. A prioridade é absoluta, absoluta, acima de qualquer coisa.
37:11E existe algum meio de prevenir?
37:14Eu vi aí que você falou que dá palestras nas escolas.
37:19Como é que a gente pode tentar prevenir?
37:20Então, a primeira coisa é ensinar a criança sobre o próprio corpo.
37:27Quais são as partes corretas do corpo.
37:29Desde cedo, ter respeito pela criança.
37:32Eu costumo falar isso.
37:33Até no momento de você trocar uma fralda da criança, procura ir para um local reservado,
37:37para aquela criança, desde neném, entender que é uma parte íntima e que tem que ficar reservada.
37:43Que não pode ser exposta, igual a gente vê aí.
37:46Não aceite que familiares, ou até a própria família, fique fazendo brincadeiras com o órgão genital da criança,
37:52colocando a mão.
37:53Eu já vi muitas vezes.
37:55Falando, olha, é o tamanho, olha isso, olha.
37:58Isso não é legal.
38:02Antigamente usava isso muito, mas a gente já percebeu que isso não é um comportamento bacana.
38:06Então, é respeitar.
38:07Olha, eu estou tocando aqui, meu filho, mas é para te cuidar, é para limpar.
38:11Só eu posso fazer isso.
38:13Outra pessoa não pode.
38:14Porque aqui, essa parte é uma parte íntima.
38:17E essa aqui, se for a menina, é a sua vagina, esse aqui é o seu ânus, seu bumbum, seu seio, seu amama.
38:22Não pode tocar ninguém.
38:24Se alguém tocar, você me conta.
38:27Desde pequena.
38:27A sua parte íntima é diferente da do menino.
38:31A dele é diferente, sabia?
38:33É assim, assado.
38:35Mas ninguém pode tocar.
38:36E você também não pode tocar na dos outros.
38:38Não pode.
38:39Isso aqui é um lugar de respeito.
38:42Tudo tem sua hora.
38:43É ensinar essas coisas durante um banho, durante uma troca de fralda.
38:47Engraçado, parece básico, mas nem sempre é.
38:51Quando eu era criança, eu não sabia.
38:53Eu não sabia nada disso.
38:55Nada, nada disso.
38:55A educação mudou muito.
38:57Exatamente.
38:58Hoje, os pais vejam muito novinhos.
39:00As crianças, bebês, ainda você já tem que ter esse cuidado.
39:03Que na nossa época não tinha tanta informação.
39:07Apresentar para essa criança qual é a rede de apoio dela.
39:09Se alguém fizer isso, você pode contar para mim.
39:12Se eu não tiver, pode ser a professora, pode ser o fulano, pode ser o cigano.
39:16Essas pessoas você pode confiar.
39:18Mas, se você contar e a pessoa não acreditar, você pode procurar outra pessoa.
39:22Você não pode desistir.
39:24Sabe?
39:24Porque alguém vai te ajudar.
39:26Então, é esse tipo de coisa, assim, com muita naturalidade.
39:30E, conforme vai passando a idade, você vai aprofundando.
39:32Porque eles vão saber de tudo.
39:34Hoje em dia, chega 4, 5 anos na escola e já quer saber como que nasce criança, como é que faz as crianças.
39:39Se você não ensinar, ele vai pesquisar no Google e vai ver.
39:43Pronto.
39:43É.
39:43Porque hoje, essas crianças sabem muito mais mexer num telefone do que a gente.
39:47Com certeza.
39:48Então, rapidamente, eles vão descobrir.
39:50E vai ser da forma certa.
39:51É.
39:51O papo tá bom, gente.
39:55Meu Deus, se a gente pudesse.
39:57Ah, é.
39:57Antes, tem uma dúvida aqui.
40:00Da plateia.
40:01É, da plateia.
40:03A questão de dar banho na criança.
40:08Quem pode dar banho?
40:09Como é que funciona?
40:10Porque somos advogadas, né?
40:13E já chegou casos de...
40:14Tomar banho junto.
40:15É, de um pai tomar banho junto e a mãe já tinha divorciado e a mãe acabou fazendo uma denúncia.
40:20Como é que fica essa questão?
40:22Então...
40:22Até que idade pode?
40:23Até que idade não pode?
40:25Tem que ver qual que é o hábito da família.
40:28Tem família que naturaliza muito isso.
40:30Isso.
40:30E a gente também não pode intrometer demais dentro das casas das pessoas.
40:34Tem família que acha isso natural.
40:36Mas desde que, por exemplo, se uma criança for tomar banho junto com o pai, ela vai ver
40:41ali o órgão genital dele, ela vai ter curiosidade de colocar a mão.
40:44Então, tem limites, né?
40:45Você vai falar, olha, não vai colocar a mão.
40:48Nem que for pequeno, né?
40:49Não é legal.
40:51E também vai chegando em determinado momento que a própria criança não quer mais.
40:57Porque ela começa a entender o que é pudor, o que é vergonha.
41:00Ela mesma não quer mais.
41:02Nesse momento, o pai tem que ter consciência de que não é legal.
41:06Ela não quer mais.
41:07Ela...
41:08Ah, não, vou tomar sozinha.
41:09Aí fica insistindo, aí já é esquisito.
41:12Sabe?
41:12Já tem que, ó...
41:13Acender um alerta.
41:14Eu já vi coisas assim acontecendo.
41:18E, sei lá...
41:20Eu, pessoalmente, não acho legal.
41:22Mas como a gente não pode intrometer, mas dependendo de certa idade também, gente...
41:26Não é bom ter consciência.
41:28É hora de parar.
41:28A criança já tem...
41:31Criar independência, né?
41:32Acho que toda criança tem que criar independência.
41:34E é importante a criança aprender o conceito de pudor.
41:37É importante isso, gente.
41:39Porque talvez a família não esteja fazendo nada errado, mas ela não pode ser uma pessoa
41:43que vai se expor facilmente para qualquer outra pessoa.
41:46A Rosane, gente, ela está participando, mas ela está, entendeu?
41:55Ela está aqui na plateia, ela está que pergunta.
41:58Uma outra coisa que a gente tem visto na nossa advocacia, que a gente tem recebido muito
42:03no escritório, é pessoas, por exemplo, fazendo o mau uso da Lei Maria da Penha, ou mesmo
42:10essa questão de abuso, para poder separar, afastar o genitor da criança, ou a genitora
42:19da criança.
42:20Então, isso tem acontecido, muitas vezes, como forma de vingança.
42:24Como que procede nesse caso?
42:26Como que a gente, né?
42:27Pode acontecer.
42:28Inclusive, foi até nesse contexto que foi criada a Lei de Alienação Parental, e hoje
42:32ela é muito contestada.
42:34Sim.
42:34Mas a lei não é ruim.
42:36O que é ruim são as pessoas, que fazem o mau uso da lei.
42:41A própria Lei Maria da Penha é uma das três melhores do mundo, considerada.
42:44Mas não são ruins as pessoas.
42:45E são necessárias, afinal de contas.
42:47São necessárias demais.
42:49E as pessoas é que são ruins.
42:51E isso aí, gente, eu acho que cabe às autoridades saber identificar e detectar.
42:56E não tem que aceitar mesmo, não.
42:58Eu fiz um bate-papo desses aqui, em Belo Horizonte, recentemente, na escola estadual.
43:05E depois eu fiquei, assim, muito, sabe, constrangida.
43:08No final, não constrangida, mas eu sempre fico triste, né?
43:11No final, um menininho, de até o quê?
43:14Uns 12 anos, levantou a mão.
43:16Não tinha a ver com o tema que eu estava falando.
43:17Ele falou assim, eu preciso de ajuda.
43:20Mas, de forma...
43:20O Igor, você estava, né?
43:22Eu preciso de ajuda, mas de forma muito contundente.
43:24Ele falou, o negócio é o seguinte, meus pais se separaram.
43:27E eu não tenho nada a ver com isso.
43:28Eu achei, assim, impressionante.
43:31É, a pessoa é dele.
43:32Eu não te ponciaram de mim.
43:34Eu não tenho nada a ver com isso.
43:36Aí, a minha mãe tem uma outra pessoa.
43:37Eu gosto dele, ok.
43:39Mas, eles me querem só para eles.
43:41Tipo, quando eu vou lá na casa do meu pai, eles ficam inventando coisas.
43:44Que meu pai fez isso, fez aquilo, falou isso, falou aquilo.
43:48Ficam arrumando compromisso para que eu não vá.
43:49Eu também quero ir para a casa do meu pai.
43:52Eu quero ir.
43:52Gente, que percepção interessante.
43:54O meu pai está processando a minha mãe por alienação parental.
43:58E eu não quero que a minha mãe seja processada.
44:01O que eu faço?
44:02Gente, olha, vê se isso é coisa para estar na cabeça de um menininho.
44:06Que tem que estar estudando.
44:08Isso é triste.
44:09Ele gritou, ajuda.
44:10Ele falou, me ajuda.
44:11E muitos pais ficam deixando os filhos no meio disso.
44:15Falam na frente de todo mundo.
44:17Não está nem aí.
44:18E eu acho que esses pais, eles precisam ser responsabilizados.
44:22Por isso, estão falando sim.
44:23Fazendo sim.
44:24Tanto de um lado quanto do outro.
44:25Não tem santo, não.
44:26E também, em relação à Lei Maria da Benha,
44:28eu já vi bastante casos de mulheres que utilizam-se da lei.
44:32Que é uma lei boa.
44:33Tem que ter.
44:34Não precisa ser modificada.
44:36As pessoas precisam melhorar o caráter.
44:38Resolve seus problemas emocionais.
44:40Vai no psiquiatra.
44:41Procura um psicólogo.
44:42Vai se tratar.
44:42Arruma outro relacionamento.
44:44Agora, querer prejudicar os outros,
44:46utilizando-se de uma lei importante,
44:47que é para ajudar.
44:49Uma lei extremamente necessária.
44:50Extremamente necessária.
44:51Adorei a sua fala.
44:52E eu já vi muitos casos assim.
44:54E também de falsa denúncia de abuso.
44:56Nunca me esqueço de um inquérito,
44:58porque eu atuei pessoalmente,
45:00onde uma mulher jovem se relacionou com um senhor
45:03até bem abastado, mas com mais idade.
45:07E depois ela estudou, fez faculdade,
45:09veio trabalhar aqui na cidade de Belo Horizonte,
45:11muito bem empregada, com a ajuda dele, inclusive.
45:15E depois, logo separou dele.
45:17E não queria ter o transtorno de levar a criança
45:21de três anos de idade para o pai ver.
45:23E não queria que ele ficasse buscando e tal.
45:25Aí, resumindo, resumindo.
45:29Depois de centenas de laudos periciais e psicólogos,
45:32e a menina toda hora lá,
45:34e aquela tortura com essa criança.
45:36É isso que eu ia falar.
45:37É uma exposição.
45:39Chegou-se à conclusão de que a própria mãe manipulou
45:42psicologicamente a criança
45:45para falar coisas em relação ao pai,
45:48para resolver o problema pessoal dela.
45:50Para mim, isso não é mãe.
45:51Vai me desculpar.
45:52Entendeu?
45:53E ela foi indiciada por denunciação caluniosa,
45:57falta de comunicação de crime,
45:59e tudo quanto há.
46:00E tem que responder.
46:00É uma situação igual, complicada.
46:03Porque esse de 12, ele teve o discernimento
46:05de entender o que estava acontecendo.
46:08Mas, muitas vezes, as crianças não têm.
46:11E aí, acaba indo na onda,
46:13sendo literalmente manipulado.
46:16E aí, é onde a gente vê o problema.
46:17Movendo o judiciário,
46:18movendo toda uma estrutura,
46:20delegacia, ministério público, advogados,
46:24tudo de forma desnecessária.
46:26E descredibilizando as leis
46:27que estão aí para proteger.
46:29E, no fim das contas,
46:29quem sai prejudicada é a criança.
46:31É a criança.
46:32Sempre.
46:34Adorei.
46:34Não, gente.
46:35O papo hoje foi assim.
46:37Foi muito bom.
46:38Apesar de ser um assunto muito triste,
46:40um assunto muito pesado,
46:42tanto que a gente começa a gravação,
46:43a energia da gente vai diminuindo.
46:45Vai murchando, murchando.
46:47Mas foi muito esclarecedor.
46:49Eu falo que o podcast,
46:50o nosso podcast,
46:51eu sou a primeira pessoa que aprende.
46:53Eu sempre aprendo demais.
46:54Eu adoro podcast por isso.
46:55Sempre aprendo.
46:56É, aprendo demais.
46:57É muito bacana.
46:58E a importância disso, né, gente?
47:00Levar isso para as pessoas.
47:03Quanto mais pessoas souberem disso aqui,
47:06menos vítimas de abuso infantil a gente vai ter.
47:09Então, olha a importância.
47:11Sheila, eu queria dar a palavra para você.
47:14Se você tiver que deixar uma mensagem aqui
47:16para as pessoas,
47:17para aqueles que estão lá do outro lado,
47:19nos ouvindo,
47:20qual seria?
47:21Gente, vamos proteger as nossas crianças e adolescentes.
47:26Quem já está sofrendo muitas vezes ali,
47:28não precisa de mais dor.
47:29Não precisa.
47:30Então, vamos resolver os nossos problemas de adultos como adultos,
47:35preservar as crianças e os adolescentes,
47:38preservar a inocência deles,
47:40a idade deles.
47:41E, principalmente,
47:42se propôs a ser mãe,
47:43se propôs a ter paz,
47:44se propôs a colocar um ser humano no mundo,
47:47assuma a responsabilidade.
47:49Cuida de verdade.
47:50Presença real.
47:51Olho no olho.
47:52Conversa.
47:53Cuida.
47:54Sabe?
47:54Não deixa jogar com qualquer pessoa,
47:57sem informação,
47:59e sim,
47:59porque você se propôs,
48:02então,
48:02vamos acolher,
48:04vamos cuidar.
48:05Se não quer cuidar,
48:06não maltrate.
48:07Entregue uma pessoa que queira,
48:08sabe?
48:09Mas maltratar é muita curiosidade.
48:11Acho que isso aí é maltratar uma criança e um adolescente
48:14é o ato mais desumano que existe.
48:16Oxe, Sheila,
48:17se você também quiser deixar as suas redes
48:19para o pessoal seguir,
48:20porque também tem muita informação de qualidade,
48:23por favor.
48:24Eu uso as minhas redes praticamente
48:26para levar a conscientização,
48:28a orientação.
48:29É arroba a delegada Sheila.
48:31Todas elas.
48:32Tem TikTok,
48:33no Facebook,
48:34no Instagram.
48:36É isso.
48:38É arroba a delegada Sheila
48:39e a gente está lá
48:40para qualquer tipo de sugestão também
48:42e para continuar orientando.
48:44Sheila,
48:45eu queria muito te agradecer.
48:47Espero a gente poder deixar as portas abertas
48:49aqui para os novos temas.
48:52E vocês também,
48:53aí de casa,
48:54né, gente?
48:54Seguir o Direito Simples Assim
48:56no Instagram,
48:57no Direito Simples Assim,
48:58a DV,
48:59na coluna do jornal,
49:00inclusive o texto dessa semana é meu.
49:03Estou esperando todo mundo lá
49:04sobre a questão aí
49:06da operação no Rio de Janeiro.
49:07Então,
49:08vamos lá ler,
49:09curtir,
49:10compartilhar.
49:11E também tem o nosso podcast aqui,
49:13né?
49:14No EM Digital,
49:15na questão do Portal UI
49:17no YouTube.
49:17Então,
49:18eu convido todos vocês
49:19a participarem.
49:20E aí,
49:21ficamos por aqui.
49:23Tchau.
49:24Tchau.
49:25Tchau.
49:26Tchau.
49:27Tchau.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado