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A invasão de javalis em lavouras tem gerado prejuízo a produtores rurais de todo o Brasil. O controle populacional dos animais é fundamental para a redução de perdas no campo. Esse é o tema do primeiro seminário paulista sobre javali realizado hoje, na sede da Secretaria de Agricultura do Estado. A repórter Renata Afonso traz os detalhes.
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00:00A invasão de javalis em lavouras tem gerado prejuízos aos produtores rurais de todo o Brasil.
00:07Controle populacional dos javalis é fundamental para a redução de perdas no campo.
00:13E esse é o tema do primeiro Seminário Paulista sobre Javali, que acontece hoje,
00:17na sede da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo,
00:20onde nós temos lá a Renata Afonso, que está ao lado de um monstro,
00:26que é esse javali aqui. Olha só, esse javali aí.
00:30Bom, Renata, bom dia. O que é que o pessoal está discutindo?
00:32Sai de perto desse javali aí. Esse bicho é agressivo, Renata.
00:35O que o pessoal está discutindo? Eu sou a favor de bala no javali.
00:39Isso aqui não é programa policial, não, mas eu sou a favor de bala no javali,
00:42porque precisa de controle.
00:44O javali, quando vem o bando inteiro, eles passam numa lavoura de milho,
00:49arrebenta tudo. Não é nem arrebenta, é arrebenta.
00:52Arrebenta tudo.
00:53Aí, quando não, quando está na época daquela espiguinha assim,
00:58que já está gostosinha de comer, ele vem e dá uma dentada na canelinha do milho.
01:04Estou dando um exemplo do milho aqui, hein?
01:05Na canelinha do milho, bem lá embaixo, aí o pé pimba, o pé pende.
01:09Aí ele vai lá, come uma espiga de milho.
01:11Aí depois ele vai lá no outro pé, pimba na canelinha do milho e o pé tomba.
01:15O javali chega a dar 30% até de prejuízo em lavouras de milho.
01:21Quando passa em cima de uma lavoura de amendoim, então, ou de feijão, ou de soja,
01:27é um Deus nos acuda.
01:28Esse bicho precisa de controle.
01:29Tem gente que acha que não.
01:31Não, coitadinho do javali.
01:34Leva o javali para casa, para almoçar na sua casa, para dormir na cama ao lado.
01:39O javali é tão bonitinho, tão bonzinho.
01:43Bom dia, Renata Afonso.
01:45Estou brincando aqui, meu assunto é sério.
01:48Bom dia, Tavinho.
01:52Sim, parece tão bonitinho aqui na foto, mas é bem perigoso.
01:55Estou ao lado do Arthur.
01:56O Arthur Felice, ele é chefe do Departamento de Sanidade e Animal,
01:59e ele me falou, falou de bonitinho, não tem nada, ele é bem perigoso.
02:02O primeiro seminário começou por volta das 8h30 da manhã,
02:06já falou sobre a origem, também já falou como é feito o controle populacional em todo o mundo.
02:11E é importante também fazer aqui em São Paulo,
02:13porque, segundo aqui um palestrante disse, o javali já está presente em 450 municípios do estado de São Paulo.
02:19E como você bem disse, ele adora milho, adora também cana-de-açúcar e pinhão.
02:24Arthur, boa tarde.
02:24Bom dia, aliás.
02:25Obrigada pela participação.
02:27É isso.
02:27O javali encontrou em São Paulo as condições ideais para se procriar, né?
02:31Bom dia, Renata.
02:32Realmente, ele encontrou as condições ideais.
02:35São Paulo é um estado que tem muita preservação de meio ambiente,
02:38muita preservação de áreas de preservação ambiental, as APPs, né?
02:43As reservas legais nas propriedades rurais,
02:45que oferecem ali o abrigo, as condições de umidade que o javali precisa
02:50para o controle da sua temperatura, sua termorregulação.
02:53oferecem muito alimento, né?
02:55Então, realmente, além da grande diversidade na exploração da agricultura
03:02que o estado de São Paulo tem, as áreas de irrigação e as várias culturas produzidas aqui,
03:08com certeza deram boas condições para que ele se estabelecesse, crescesse
03:13e que, então, precisasse de um controle populacional adequado para evitar esses prejuízos.
03:19A biodiversidade e também a produção agrícola do estado de São Paulo.
03:24E o javali também gosta de pinhão, né?
03:26Principalmente que a gente tem ali no Vale do Paraíba, né?
03:29Sim, o javali gosta de várias frutas e sementes nativas, né?
03:34Então, dependendo da época do ano, ele vai aproveitar os recursos que a floresta oferece.
03:41Ali na região da Serra da Mantiqueira, a gente tem as araucárias, né?
03:45E as araucárias oferecem o pinhão, que é um alimento de alta capacidade energética
03:51e que o javali adora e consome muito.
03:54Nas áreas de montanha, ele também encontra refúgios, né?
04:00Nas montanhas, subindo as montanhas, nas áreas, nas grotas.
04:05Então, ali é um ambiente onde ele encontrou uma boa condição para se estabelecer.
04:11Olha aí, vou pedir para o Paulo entrar na sala.
04:12A gente não entrou por causa ali do barulho, para não atrapalhar, mas eles estão agora na fase das perguntas.
04:17Teve um palestrante agora que encerrou a participação.
04:20Ele está na fase das perguntas.
04:21Eu continuo aqui com o Arthur.
04:22A gente estava falando, destrói lavouras, traz o prejuízo econômico,
04:26mas tem o risco da saúde também, que o palestrante falou, né?
04:29Sim, o javali, ele tem uma implicação na questão da saúde.
04:34Senta risco na disseminação.
04:35Que tem implicações aí na questão da uma só saúde, da saúde pública.
04:48Por exemplo, a toxoplasmose, a cisticercose, a brucellose, a tuberculose, a possibilidade da raiva também, né?
04:58E além de doenças de importância econômica.
05:02As doenças de importância econômica são aquelas que não são zoonoses, mas representam prejuízo para o agronegócio.
05:09Sobretudo aí a peste suína clássica, a peste suína africana, a febre aftosa,
05:15todas as doenças que nós não temos no estado de São Paulo,
05:18que são doenças não relatadas, são exóticas, né?
05:26Ou erradicadas, no caso da febre aftosa, mas que ele representa um risco de introdução e disseminação.
05:32Portanto, o estado precisa monitorar a questão sanitária para evitar esses riscos,
05:39gerenciar esses riscos e, numa possibilidade de introdução de uma doença dessa,
05:45tomar as medidas de defesa sanitária animal para evitar a disseminação
05:49e conter, na forma mais rápida possível, a disseminação dessas enfermidades.
05:55A forma de controle, o decreto de junho de 2025, decreto, já varia uma praga nociva.
06:01E a única forma de controle populacional é o abate?
06:04Exatamente. O controle populacional é feito pelo abate.
06:08Existem situações de predação, sobretudo de felinos, né?
06:12No caso aí de onças pardas, onças pintadas, existe a possibilidade delas realmente abaterem
06:19e consumirem os animais jovens, javalis jovens.
06:23Mas o javali adulto só no controle populacional mesmo,
06:26através da perseguição, captura e abate desses animais.
06:31Ou através do controle feito através de armadilhas,
06:34onde se objetiva capturar vários animais numa mesma oportunidade
06:42e o abate de vários animais de uma forma mais efetiva de controle.
06:47E a Secretaria montou um grupo de trabalho para esse controle populacional,
06:50mas a coordenação é da Secretaria.
06:52Então, o produtor, ele não pode, por livre e espontânea vontade, fazer esse controle?
06:57Ou tem que, como é que funciona esse processo?
06:58Não, veja, olha, o Estado, ele gerencia o problema, ele coordena o problema.
07:03Quem executa na prática são os controladores de fauna, né?
07:08No caso aí, os manejadores ou caçadores,
07:11que fazem esse controle de forma voluntária para os produtores,
07:15ou através de empresas, de serviços ambientais que fazem o controle desses animais.
07:21Alguns produtores também são caçadores, são caques e fazem lá o controle.
07:27O Estado, ele gerencia, ele coordena, ele articula as ações,
07:32então, mais nessa fase macro aí da gestão do problema do javali.
07:37Mas a parte prática mesmo, quem faz, quem controla o javali,
07:42são os caçadores e os produtores rurais.
07:45Tavinho, viu só que é interessante como é importante esse seminário, né?
07:48Para levar a informação, mostrar o que precisa ser feito para esse controle populacional.
07:52Porque, como o Arthur disse, não é só um controle para evitar os prejuízos econômicos, né?
07:57Tem prejuízo da saúde, que aí pega toda a população também.
08:01Ô, Renata, mas é aquilo que eu disse mesmo.
08:03Eu fiz um preâmbulo bom aí, uma abertura boa,
08:05porque fica todo mundo aí com dó do javali, o javalizinho.
08:09Eu falei, leva para dormir em casa, pô.
08:11Leva para almoçar em casa, se você está com dó do javali.
08:13Esse bicho aí é perigoso, esse bicho é surtado.
08:16Javali é surtado, javali ataca as pessoas.
08:19Uma mordida de javali arranca um pedaço da sua perna, arranca a sua mão,
08:23entre outras coisas.
08:24Eu tenho uma curiosidade, como é que esse bicho se expandiu tanto?
08:28O seu entrevistado aí, o Arthur, ele falou que ele encontrou condições muito propícias e tal.
08:34Mas como é que é o início dessa proliferação muito rápida e descontrolada do javali?
08:40Está faltando esse ponto aí que deve ter sido tratado no seminário.
08:44Pergunta para ele, por favor.
08:45Sim, foi no início, foi nos anos 1960, eles trouxeram, o javali veio para o Brasil,
08:54porque é uma espécie exótica, ou seja, não existe aqui no Brasil, não existia no Brasil.
08:58Então ele foi introduzido no Brasil nos anos 1960 por uma questão comercial.
09:03E no Brasil nos anos 1990, o javali, aliás, no São Paulo foram nos anos 1990?
09:08Em São Paulo, na década de 90, ali, foi onde existiu a possibilidade e um fomento
09:16para que fosse criado de forma comercial, para abate e consumo, como uma carne nobre.
09:25Então foi um nicho de mercado que foi explorado em determinado momento.
09:31Esses animais, por algum motivo, acabaram escapando e colonizando aí algumas regiões do Estado.
09:37Isso foi um comércio que não deu certo.
09:40No fim, esses animais acabaram soltos na natureza, acabaram se procriando.
09:45É, eu não vou dizer que os animais foram soltos na natureza de uma forma intencional.
09:50Eu acredito que eles foram escapando, foram fugindo, né, desses criatórios e foram, então, se estabelecendo.
09:57Agora, o que é importante é que a Secretaria de Agricultura, agora, a Defesa Agropecuária, sobretudo,
10:03ela tenta fazer esse mapeamento, né, através de notificação de produtores e até entrevistas
10:11que a gente realiza nas atividades de campo, né, dos nossos técnicos que vão para o campo,
10:17fazer as atividades de vigilância.
10:20E aí a gente vem mapeando a ocorrência do javali no Estado.
10:23Além disso, a gente também faz as capacitações sanitárias, a gente trabalha o problema da saúde, né,
10:29dos riscos sanitários que o javali oferece, junto com os caçadores.
10:34Já fizemos mais de 30 eventos, já trabalhamos com mais de 2.700 caçadores,
10:39ensinando essas questões de como consumir essa carne, né,
10:44como é que tem que ser congelada, tem que ser bem cozida,
10:49e também orientando eles a tomarem amostras de sangue, soro sanguíneo,
10:55para vigilância de doenças.
10:56Já teve um catálogo ali, um folder com QR Code, para o produtor informar se ele viu ou não o javali,
11:01porque aí vocês conseguem fazer esse mapeamento.
11:03Isso, realmente isso é muito importante.
11:05A Secretaria de Agricultura, ela precisa ter dados reais,
11:10precisa ter a ocorrência do javali para delinear e orientar as políticas públicas.
11:15Mas além de encontrar o javali vivo, o que é muito importante para nós
11:19é a notificação do javali que morre e é encontrado morto ou doente ou agonizante, né,
11:26porque é o risco das doenças.
11:28Então, a Defesa Agropecuária, ela tem, ela se equipou e se preparou
11:33para atender notificações de javalis doentes ou mortos,
11:37para fazer necrópsia, colheita de materiais e pesquisar as doenças,
11:41que são importantes, precisam ser gerenciadas pelo Estado
11:46e evitando riscos aí de introdução e disseminação dessas enfermidades.
11:51Tirou a dúvida, Tavinho?
11:52Tirei. Agora eu me lembrei.
11:54Inclusive, além de utilizar o javali na culinária como uma carne exótica,
12:00foi feito também um trabalho de junção aí com o suíno,
12:03criando o tal do javaporco, se eu não me engano.
12:06Agora eu me lembrei, o tal do javaporco.
12:08E aí, esse é o problema de se introduzir espécies exóticas no país
12:16sem um controle, né?
12:18Aí o bicho foge, o bicho encontra o habitat natural do jeito que o diabo gosta,
12:23que ele gosta, e ele se prolifera de uma forma descontrolada.
12:27E aí fica essa questão polêmica.
12:29Abate ou não abate o javali?
12:30Põe o pessoal do cá que gosta de dar tiro, põe para caçar javali,
12:34porque tem que ter controle populacional.
12:35Eu me lembro de um outro caso, que é aquele caramujinho africano,
12:39que trouxeram para cá porque...
12:42Ah, vamos criar porque ele pode ser servido na culinária que nem o escargô.
12:47Aí trouxeram esses caramujinhos e não dava para ser consumido, não,
12:51porque ele tinha uma série de doenças e outras coisas.
12:53As pessoas que estavam criando largaram e abandonaram esses caramujinhos.
13:00Aqui na praia, onde eu tenho caso, no litoral norte de São Paulo, isso virou uma praga,
13:04uma praga, porque tinham pessoas que criavam e abandonaram, largaram,
13:08ele encontrou o ambiente propício, virou uma praga.
13:11No interior de São Paulo também tem muito.
13:13Então, gente, na hora de trazer uma espécie exótica,
13:16não importa se é do reino animal ou vegetal,
13:20tem que trazer com cuidado e com orientação da defesa sanitária,
13:24Ministério da Agricultura e tudo mais,
13:26porque senão pode virar um problema que nem o javali aí, né, Renata?
13:33Exatamente. O javaporco, o Arthur falou sobre isso também.
13:36O javaporco, essa mistura também foi responsável por essa disseminação, né?
13:39Por causa da procriação rápida.
13:41Exatamente. O javaporco nada mais é do que a cruz entre o javali e o porco doméstico.
13:47Então, o javali, ele tem essa característica da rusticidade, da força, da resistência das doenças.
13:53Ele tem lá um dianteiro mais robusto, mais forte, preparado para a sobrevivência.
14:02Ele é selecionado pela natureza.
14:04Já o porco doméstico, ele é um animal mais longo, um animal com mais capacidade reprodutiva,
14:10ele tem mais prolificidade.
14:13E aí, essa cruza aumentou a capacidade reprodutiva das fêmeas, né, com linhadas maiores,
14:19uma maior capacidade de amamentação desses filhotes.
14:24E com isso, o javali, o javaporco, ele acabou ocupando esse espaço, né,
14:30um animal híbrido, que também é fértil, e que tá aí amplamente disseminado,
14:36com tamanho maior do que o javali original,
14:39e uma rusticidade intermediária e uma alta capacidade reprodutiva, tá vendo?
14:43Tavinho, o outro palestrante, o Felipe, ele disse que uma fêmea,
14:48ela pode procrear até oito animais, oito filhotes.
14:51Então, você imagina a rapidez disso no...
14:53E como não tem um predador natural, tem a onça, como o Arthur disse,
14:57mas pega os filhotes, então isso vai se procreando e vai virando um rolo compressor, né?
15:03A onça pega quando o filhote, o pequenininho,
15:07porque quando o bicho tá grande e adulto, o javali, a onça sai correndo.
15:13É que nem os gatos lá de casa, quando vê umas ratazanas saindo do bueiro da rua,
15:17umas ratazanas desse tamanho, o gato nem se atreve a ir caçar.
15:21A onça com o javali grande, ela sai correndo.
15:24Muito legal. Traz um folder desse pra mim, que eu vou fazer um material pra Band News FM,
15:28pro nosso WhatsApp Terra Viva, que eu faço materiais semanalmente,
15:33vou fazer sobre isso, porque é um assunto importantíssimo.
15:36E você sabe que eu gosto de fazer as minhas comparações, né?
15:39O coitado do porco não tem nada a ver com isso.
15:42O porco é um alimento muito bom, é uma carne maravilhosa,
15:45mas o sujeito que resolveu fazer a cruza do javali com o porco,
15:49e deu, gerou esse problema aí,
15:50esse é o verdadeiro espírito de porco, entendeu?
15:55Largou o problema aí, ó.
15:56Esse é o verdadeiro espírito de porco.
15:59Coitado do porco que não tem nada a ver com isso,
16:01como diz o meu amigo Chico Graziano,
16:03nessas comparações que a gente faz com produtos gerados pelo agronegócio.
16:07Mas o cara que largou esse problema aí, ele é o espírito de porco.
16:11Tá bom, Renata?
16:12Obrigado aí pelas informações.
16:14Dá um abraço no Arthur aí, na turma toda da Secretaria.
16:16Tá bom?
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