O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou que irá a Washington para "conversar" e tentar um acordo sobre o tarifaço dos Estados Unidos. A iniciativa do ministro ocorre enquanto a aguardada reunião entre os presidentes Lula (PT) e Donald Trump ainda não tem data definida. Reportagem: André Anelli.
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00:00O ministro Fernando Haddad confirmou que vai aos Estados Unidos discutir o tarifácio.
00:05O André Anelli chega de volta aqui no 3 em 1.
00:07O ministro já tem alguma data específica para essa viagem, hein, Anelli?
00:14Ainda não, viu, Kobayashi, mas a expectativa é que essa viagem ocorra no final dessa primeira quinzena de outubro.
00:21Mesmo assim, Fernando Haddad já confirmou, então, que tem um deslocamento, uma viagem para Washington, capital americana,
00:28nos próximos dias, vai participar de compromissos oficiais e, naquela ocasião, inclusive, tem um encontro com ministros das finanças,
00:37que seriam os equivalentes dele, nos países que participam do G20, aquele grupo das maiores potências do planeta,
00:45e também os presidentes de bancos centrais desses países.
00:50Paralelamente a esse conjunto de encontros, então, existe a expectativa de que Fernando Haddad tenha uma reunião bilateral com o Scott Bessent,
01:00que é o secretário do Tesouro Americano.
01:02A gente relembra que já houve diversas tentativas de uma reunião entre os dois, principalmente por videoconferência,
01:09por telefone, para discutir o tarifácio que foi imposto pelos Estados Unidos ao Brasil,
01:15mas, até o momento, essas reuniões ainda não ocorreram.
01:19Então, Fernando Haddad confirma a ida aos Estados Unidos, mas não confirma uma data ainda para esse eventual encontro com o secretário do Tesouro Americano.
01:30Não tem informação ainda de data, mas as tratativas estão sendo feitas.
01:36O ministro Mauro e o vice-presidente estão tendo já algum contato.
01:39Então, então, eu provavelmente vou semana, não na próxima semana, na outra para Washington, né,
01:48porque tem os encontros lá e eu tenho o G20.
01:52Eu devo ir para lá, então também vai ser uma oportunidade de poder conversar.
01:56E as negociações citadas por Haddad nesse trecho da entrevista que a gente ouviu agora há pouco
02:04são justamente referentes, então, à possibilidade de Lula e Trump se encontrarem também no sentido de discutir
02:13a política de troca, então, comercial entre os países,
02:18o tarifácio, mais uma vez imposto pelos Estados Unidos ao Brasil,
02:22e existe essa expectativa cada vez mais crescente desde a semana passada,
02:27quando Donald Trump, num discurso de improviso na Organização das Nações Unidas,
02:32na Assembleia Geral da ONU, fez elogios ao presidente Lula
02:36e isso foi interpretado pelo governo brasileiro como uma porta aberta,
02:40uma possibilidade para o diálogo.
02:42Existe a expectativa de que essa reunião aconteça na Malásia,
02:46onde os representantes dos dois países, tanto Brasil quanto Estados Unidos,
02:52participam como convidados de uma associação dos países do Sudeste Asiático
02:58e as negociações nesse momento são para que a reunião entre os dois presidentes
03:03ocorra paralelamente a esse encontro, mas, por enquanto, ainda não confirmado.
03:09Kobayashi.
03:09Muito obrigado, André Anelli, ao vivo e de Brasília.
03:13Deixa eu chamar o Zé Maria Trindade.
03:14Zé, o que a gente pode esperar desse encontro entre o ministro Fernando Haddad
03:18e com as autoridades lá em Washington, tratando do tarifácio?
03:24Já tem uma grande expectativa, viu?
03:27Eu, ontem e hoje, conversei com alguns integrantes do governo e, inclusive, de oposição.
03:34Então, há uma grande expectativa sobre este encontro.
03:37Isso aí que o ministro falou é verdade.
03:40Quando ele diz há tratativas, na verdade, os bastidores estão pegando fogo,
03:44tanto por parte do Ministério de Relações Exteriores
03:47como do assessor especial para assuntos internacionais,
03:51o ex-chanceler Celso Amorim.
03:54Há conversas, mas, pelo que eu senti, pelo que eu conversei,
03:57há barreiras para chegar no presidente Donald Trump.
04:01Por parte do governo, há uma expectativa, primeiro,
04:03de que isso seja uma conversa inicial online, né?
04:11Para depois o encontro presencial.
04:14E há, inclusive, a disposição de treinar ali o presidente Lula
04:17sobre a possibilidade de perguntas desconcertantes
04:21ou mesmo de posturas do presidente Donald Trump com relação ao Brasil.
04:27Agora, o otimismo está maior por parte do governo
04:30porque existem estratégias de levar ao presidente Donald Trump
04:34situações do Brasil.
04:36Então, é aquele argumento de sempre que será muito explorado politicamente aqui,
04:41segundo eu pude perceber,
04:43que a história do punhal verde e amarelo,
04:46ou seja, levar ao presidente Donald Trump
04:48uma situação que os Estados Unidos conhecem muito bem,
04:51que é a história de atentados.
04:53É dizer, olha, existe um plano para matar o presidente,
04:56o vice-presidente ministro, né?
04:58E levar a ele que o julgamento foi aberto
05:02e que o judiciário aqui foi copiado,
05:06e é verdade, né, dos Estados Unidos.
05:08A grande base da Suprema Corte nossa aqui,
05:12os constituintes foram buscados exatamente na Suprema Corte dos Estados Unidos.
05:17Então, o governo está otimista com essa possibilidade.
05:20Eu, Kobayashi, não acredito, primeiro,
05:24que haja espaço para o presidente Lula
05:27explicar tudo isso para Donald Trump, né?
05:30E, por outro lado, ele tem informações também,
05:33sabe que a história não é bem essa.
05:36Quero te ouvir também, Fábio Piper.
05:38Olha, a gente tem que entender que
05:40o encontro que aconteceu em Nova Iorque não foi tão casual assim.
05:44Isso foi trabalho de costuras, de bastidores dos dois lados,
05:48do Itamaraty e também autoridades americanas
05:53e, principalmente, funcionários aí de política externa dos Estados Unidos
05:58para que houvesse o tal encontro acidental, né,
06:04entre Trump e Lula.
06:06E aí, aquilo significou, sim, uma quebra de gelo.
06:11Então, é óbvio que, hoje, o ambiente é um pouco mais distensionado
06:20do que era 15 dias atrás.
06:22De qualquer forma, como a gente falou aqui antes,
06:26não há ainda nenhuma certeza, nenhuma garantia
06:29de que grandes acordos serão selados,
06:32mas é importante, sim, que os dois conversem.
06:35Agora, é também, assim, muito importante a gente observar
06:42a dificuldade dos Estados Unidos
06:46em lidar com esse grupo de países ligados ao BRICS.
06:53O acordo com a Europa foi relativamente fácil.
06:57Houve quase que uma capitulação europeia
07:00muito criticada por lideranças nacionais em vários países.
07:06O acordo fechado lá entre Trump e Dona Úrsula
07:09recebeu muitas críticas dentro da Europa.
07:14Agora, não tem sido tão fácil assim
07:16para o presidente Trump negociar com o Índia,
07:19com o Brasil, com a China, com a Rússia nem se fala.
07:23Então, é claro que do outro lado, do lado americano,
07:26eles também perceberam isso,
07:27até porque estamos falando de grandes mercados,
07:31de países muito importantes,
07:34seja econômica como militarmente, no caso da Rússia.
07:38Então, é claro que do outro lado também
07:42há muita expectativa para se chegar
07:45a algum denominador comum.
07:47E a chance disso aí gerar bons frutos
07:50aqui para a nossa economia, Bruno Musa?
07:56Estamos com o áudio do Bruno Musa?
07:57Perdão, gente, perdão, foi aqui, perdão.
08:01Então, vamos lá.
08:03Sem dúvida nenhuma, a gente vem batendo muito na tecla, né,
08:05desde que tudo isso começou, a respeito da diplomacia,
08:08da importância disso, da ponderação de risco,
08:11gerenciamento de risco, a gente mencionou muito aqui,
08:14quando começou tudo isso.
08:16Ou seja, você medir, basicamente,
08:18o retorno que você pode ter
08:20pelas suas próprias ações.
08:22Vale a pena? Não vale a pena?
08:24Será que faz sentido colocar a ideologia,
08:27falando aqui, obviamente, diretamente do próprio presidente Lula,
08:31frente às consequências que o Brasil poderia ter, né,
08:35frente aos resultados?
08:37Então, eu acho que o melhor caminho, ele é o diálogo.
08:40Não significa que o Brasil,
08:42por manter relações com os Estados Unidos,
08:43teria que fechar a relação com a China.
08:45Isso foi o que mais me chamou a atenção.
08:48Em nenhum momento a gente foi colocado
08:50numa sinuca de bico entre escolher dois parceiros.
08:53Foi mais, assim, uma fala muito dura,
08:56chamando, inclusive, o presidente Trump de fascista,
08:58que acabou colocando o Brasil nessa situação como um todo.
09:01Então, a gente pode navegar nesses dois mares,
09:04e devemos, porque o Brasil tem mercado para isso.
09:07Então, basicamente, o que faltou foi uma estratégia,
09:10não teve, na minha opinião, nenhuma,
09:12e ela passa pelo diálogo.
09:13Eu acho que talvez isso possa ter resquícios
09:17como um cristal que se quebrou e não volta a juntar.
09:20Mas talvez dá para juntar um pouquinho,
09:22porque permanecer nessa rota de colisão,
09:24como eu sempre falo, pode doer para o povo americano
09:26de alguma forma,
09:27mas as consequências levadas ao extremo,
09:30o Brasil tem muito mais a perder do que os Estados Unidos.
09:32Tem consequências econômicas e tem consequências políticas, né, Gani?
09:36Ah, com certeza, né?
09:37E aí, a importância do Brasil se manter neutro nessa história,
09:41as consequências econômicas, políticas e geopolíticas.
09:46O Brasil tem que defender os interesses dos brasileiros.
09:49Isso significa, pegando uma carona no que o Musa colocou,
09:53e eu concordo absolutamente,
09:55fazer um comércio ativo com os Estados Unidos,
09:58manter os investimentos com os Estados Unidos,
10:01o país que mais coloca dinheiro aqui dentro,
10:04e não fechar a porta de comércio também com a China,
10:07e não recusar investimento com a China.
10:09Só que, para isso, precisa de neutralidade,
10:13precisa de pragmatismo e menos ideologia.
10:17E por que não, não aproveitar essa situação,
10:20Koba, e entender que é uma janela de oportunidade
10:24para abrir mais a nossa economia?
10:26A nossa economia é muito fechada,
10:29mesmo que os Estados Unidos sejam...
10:31O Brasil negocia, por exemplo, um acordo com a Europa.
10:40Quer dizer, eu via...
10:41Mas ainda é muito fechada.
10:43Ainda bem que está negociando, mas é muito fechada.
10:46Claro que é fechada.
10:47E é por isso que negocia.
10:49Agora, mas não foi o Brasil, agora,
10:52quem impôs, por exemplo, sanções.
10:54Não, tudo bem.
10:55Mas que a gente, né, os Estados Unidos colocaram as sanções,
10:59é verdade, mas que a gente pegue essa oportunidade,
11:02Piperno, e comece a reduzir imposto de importação
11:05aqui no Brasil também.
11:06Se os Estados Unidos estão colocando sanção 50%,
11:09problema deles, porque quem vai se prejudicar,
11:12sempre que eu falo isso daí,
11:13quem coloca tarifa é que se prejudica.
11:15Agora, a gente deveria baixar aqui as nossas tarifas protecionistas,
11:20porque isso traz benefícios ao consumidor brasileiro
11:23e também ajuda a desenvolver a indústria nacional.
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