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Diogo Cortiz, professor da PUC-SP e especialista em tecnologia, analisou a estratégia da Apple com testes em Taiwan para o iPhone dobrável, os desafios de inovação no mercado de smartphones e os impactos da disputa global dos semicondutores.

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Transcrição
00:00A Apple avalia criar uma linha de testes em Taiwan para um iPhone dobrável.
00:05Sobre essa estratégia, o lançamento de novos modelos do smartphone e também outras novidades do universo tecnológico,
00:11a gente conversa agora com o Diogo Cortis, que é professor da PUC São Paulo e especialista em tecnologia.
00:17Bom dia, professor. Seja bem-vindo ao Real Time.
00:20Bom dia, Marcelo. Prazer estar aqui de novo com vocês.
00:23Bom, primeiro eu queria explorar essa escolha por Taiwan, mesmo com a pressão americana para produzir mais no país.
00:28Também queria falar sobre essa aposta da Apple em modelos dobráveis.
00:32Essa é a nova onda, Diogo?
00:34Essa é uma aposta que todo mundo vem ventilando já há bastante tempo.
00:39Então, se especula, a Apple já tentou, já fez alguns protótipos de chegar num smartphone dobrável,
00:46mas sentia que ainda não era o momento, que não tinha chegado na qualidade que gostaria,
00:51que é o padrão, que eles chamam de padrão Apple.
00:53E agora, o que se especula é que a Apple está, sim, decidida a lançar um iPhone dobrado já no próximo ano.
01:02Inclusive, isso vem de informações a partir de fornecedores.
01:07Então, acho que é legal a gente entender que a Apple, apesar dela fazer o design,
01:11ela depende de uma cadeia gigantesca de fornecedores.
01:14Então, pra lançar um novo produto, ela tem que combinar com a sua cadeia.
01:18Então, essas informações vêm a partir de fornecedores de que, sim, agora a Apple está disposta a propor um produto
01:25que possa ser, de fato, um novo marco.
01:28A gente teve, recentemente, o lançamento do iPhone Air, que é mais fininho,
01:33que, de fato, ele só é mais fininho.
01:35Então, ele não trouxe, assim, uma grande novidade.
01:38Até o mercado reagiu, assim, de forma meio ambígua em relação a isso.
01:41Não empolgou muito.
01:42Então, talvez agora a aposta da Apple seja de finalmente lançar o que a gente esperava do iPhone dobrado.
01:49O que tem para ser aprimorado num telefone dobrável?
01:53As poucas vezes que eu peguei um na mão, eu senti, por exemplo, que aquela parte ali que encaixa uma tela na outra,
02:01ela não fica perfeitamente reta ali, né?
02:03Dá a impressão ainda que está dobrado, né?
02:04Exato.
02:05Então, eu acho que o principal desafio, do ponto de vista do hardware, da parte física,
02:12é o desenvolvimento da tela.
02:13Então, a Apple precisa trabalhar com diferentes fornecedores
02:17para conseguir desenvolver uma tela que seja dobrável,
02:21tenha um encaixe muito bem desenhado, com bom design,
02:25que também seja resistente.
02:26Então, um dos desafios que tem com essas telas dobráveis é a durabilidade.
02:32Então, às vezes, o fato de dobrar muito pode trincar ou pode trazer alguma avaria.
02:38Então, tem um desafio técnico, principalmente na tela, mesmo como você bem pontuou.
02:43Agora, faz tempo que os smartphones não estão apresentando, assim, nenhuma disrupção significativa, né?
02:48Geralmente, vem uma câmera um pouco melhor aí, um design diferente.
02:51Você acha que está faltando criatividade nessa indústria?
02:54Eu acho que o smartphone está chegando no limite mesmo do design do que ele pode oferecer.
03:00como proposta de smartphone, ele funciona muito bem.
03:05Então, você tem uma usabilidade boa, você tem as baterias que estão ficando cada vez mais duráveis.
03:11Então, ele está passando por um processo de inovação incremental.
03:16Só que o smartphone, ele acaba sendo isso mesmo, né?
03:18Um smartphone, a gente não consegue pensar uma interação muito além disso.
03:23Talvez as grandes inovações vão vir nesse momento pós-smartphone,
03:27que são novas formas de interação.
03:29Talvez um sinal que a gente tenha do futuro
03:32foi o que aconteceu com o lançamento do óculos inteligente da Meta,
03:36que tem um projetor direto na lente, é uma lente normal mesmo.
03:40Então, quem está olhando para a pessoa não vê que tem uma tela ali,
03:43mas a pessoa tem uma telinha, ela consegue projetar notificações,
03:47informações em relação ao mundo, é integrado com inteligência artificial.
03:50Então, talvez o que a gente espere de um smartphone, na verdade, não vai ser para o smartphone,
03:55vai ser de um dispositivo pós-smartphone e ninguém sabe exatamente qual é.
04:00Então, o óculos pode ser um caminho, mas existem outros dispositivos que podem vir.
04:05Então, a Apple trazer o iPhone dobrado é só uma estratégia de trazer um produto novo
04:12para tentar impulsionar, e a Apple coloca isso, né?
04:15Como impulsionar toda a sua linha de produtos.
04:17Muitas vezes também a disrupção não vem com um produto novo,
04:20ela vem com a otimização de algo que já existe.
04:22Até cito como exemplo, lá nos anos 2000, antes do lançamento do iPhone,
04:26havia alguns telefones que eram touchscreen.
04:29E eu comprei na época um telefone chamado Samsung Toco, com dois Cs.
04:34E esse Toco, cara, me deu nos nervos, porque assim, se apertava, não ia, sabe?
04:37Você tinha que ficar apertando várias vezes o mesmo número para conseguir o que você queria.
04:41Aí eu lembro que quando lançou o iPhone, eu até pensei,
04:44ah, não, eu não gosto desse negócio de touchscreen, não.
04:46Isso daí deixa a gente com raiva.
04:47E, claro, a Apple otimizou, né?
04:49Fez uma coisa que realmente funcionava.
04:51Então, eu fico pensando, né?
04:52Se também não é o caso, por exemplo, de fazer, como você disse aí,
04:55óculos que realmente funcionem, que sejam muito melhores, né?
04:59Que permitam que a gente interaja apenas com os óculos,
05:03ou então outro tipo de equipamento vestível, de repente, né?
05:06Tem muito caminho por aí.
05:07Sim, tem muito caminho.
05:09E acho que o smartphone, ele está cumprindo o seu papel,
05:13mas acho que as próximas inovações vão vir muito de tecnologias vestíveis, com certeza.
05:18Agora, o que você fala sobre essa parceria entre NVIDIA e entre Intel também, né?
05:235 bilhões de dólares aí de investimentos.
05:25Eram antes rivais e agora vão ser parceiras.
05:28Como é que fica esse acordo aí de frenemies?
05:35O setor de semicondutores, ele está bastante revolto, assim, de agitado.
05:42Então, são muitos movimentos que estão acontecendo, principalmente nos Estados Unidos.
05:45A gente teve, recentemente, o próprio governo americano comprando 10% da Intel.
05:50A Intel, que sempre foi a líder de semicondutor,
05:53mas não conseguiu se desenvolver tão bem para os chips que são mais necessários hoje
06:00ou que são os mais bem avaliados ou mais importantes para o futuro da Inteligência Artificial,
06:05que são essas GPUs.
06:06Então, essas possíveis parcerias sempre são bons para fortalecer o mercado dos Estados Unidos.
06:13Pensando que agora que você tem um concorrente, assim, que está vindo muito forte, que é a China.
06:19Então, é até curioso que, nessa semana, também teve um movimento específico da China,
06:25porque, nessa disputa pela Inteligência Artificial, a gente demanda chips.
06:31E hoje a NVIDIA é a líder e o governo dos Estados Unidos tinha colocado alguns controles de exportação
06:37para evitar a exportação dos chips mais avançados para a China
06:40para tentar atrasar o desenvolvimento da Inteligência Artificial.
06:43Depois, isso foi revisto e passou a ser possível a exportação de alguns chips
06:49um pouco menos avançados para a China.
06:52Só que, de uma forma bastante curiosa, nessa semana,
06:56a administração do ciberespaço, que é como se fosse um órgão regulador
06:59de tecnologia e internet na China,
07:02ela, de certa forma, proibiu as empresas chinesas de comprar produtos da NVIDIA.
07:07Então, principalmente alguns semicondutores,
07:10porque, agora, a China já acha que ela tem uma capacidade de produção de chips
07:17para suprir a necessidade doméstica.
07:21Não necessariamente, isso que é importante trazer um ponto,
07:24não necessariamente competir com os chips mais avançados dos Estados Unidos,
07:27mas competir, principalmente, com os chips que os Estados Unidos tinham autorizado
07:31para trazer, para ser exportados para a China.
07:34E, com isso, a China quer forçar, sim, o desenvolvimento,
07:38tanto da indústria de litografia, que são essas máquinas que fazem os chips,
07:42quanto também dos semicondutores, que é a manufatura dos chips em si.
07:46Então, tudo isso traz uma disputa aí que está todo mundo atento em relação a isso
07:49e buscando, de forma estratégica, mesmo impulsionar o desenvolvimento.
07:54Diego Cortes, muito obrigado por mais uma participação aqui no Real Time.
07:58Bom dia para você.
08:00Obrigado, Marcelo.
08:00Obrigado.
08:01Obrigado.
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