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Diversão
Transcrição
00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30A CIDADE NO BRASIL
01:00A CIDADE NO BRASIL
01:04A CIDADE NO BRASIL
01:06A CIDADE NO BRASIL
01:08É, eu só queria falar umas coisinhas sobre nossa família, aliás, você já conhece tanto quanto eu.
01:15Eu já vi de tudo nessa família, assim como vocês já viram, safadeza, pilantragem, desfalque, tudo, até estamos acostumados.
01:23Agora, tem uma coisa que eu não tinha visto até então.
01:28Homicídio.
01:30Não, estou falando sério.
01:31Um assassinato.
01:34Como isso aconteceu?
01:36Me acompanhem.
01:37Olha só.
01:48Sou obrigado a me desfazer das coisas pessoais para pagar a dívida dos outros.
01:54Tenho até...
01:55Tem...
01:56O que é isso aqui?
02:14Cassandra?
02:15Cassandra, você quer me explicar o que é isto aqui para o bazar?
02:18É um sutiã.
02:20Faz tanto tempo que você não vê um que não se lembrava mais, né, Vavá?
02:24Não, não é isso.
02:26Engraçada.
02:26É que não é meu.
02:28Isso aqui é alguma gata e esqueceu no meu quarto.
02:31Gata, Vavá.
02:32No seu quarto não entra nem barata.
02:36Pô, você está falando, falando do que é que você trouxe para o nosso bazar.
02:38Deixa eu ver o que você trouxe.
02:40Ó, ó, olha aqui.
02:41Esse é possível.
02:42Sabonete feito de restos de sabonete.
02:45Uma escova de dente.
02:47E usada, Cassandra, pelo amor de Deus.
02:49O que é isso, Cassandra?
02:50Não, não, não.
02:51Agora também foi demais.
02:52Uma pantufa.
02:53Uma velha.
02:55Cassandra, você não tem vergonha?
02:56Ah, tenha dó.
03:14O que é isso?
03:15Hemorragia?
03:19Cassandra nunca teve vergonha.
03:21Aliás, teve um dia, mas vendeu.
03:25O que é isso?
03:26É franchise do lixão da prefeitura?
03:29O que é que esses cacarecos estão fazendo aqui no meio da sala?
03:31O que é que esse cacareco está fazendo, seu caco?
03:33Esse cacareco que você está vendo aí, são coisas nossas, pessoais, para o nosso bazar,
03:40para arrecadar fundos, para pagar suas dívidas, tá?
03:43Olha aqui, olha.
03:45Meus princípios rezam que dívida não se paga.
03:48Dívida a gente rola e enrola.
03:50Eu não pago dívida nenhuma.
03:52Não me ponha no meio dessa história.
03:53Como não me ponha no meio dessa história?
03:56A gente fez essa dívida para pagar a operação da sua unha encravada?
04:00Aliás, não entendo como é que uma operação de unha encravada pode custar tão caro.
04:08Está um espetáculo a fenda, né?
04:11Ela está muito alavante hoje, né?
04:14É um ventinho que vem, um ventinho que vai e o cabeção lá duro.
04:20Parar.
04:21O que é isso?
04:22Eu vou lhe contar.
04:23Fique sabendo que a minha unha, o transplante de unha encravada que eu tive, foi um espetáculo
04:30muito bem sucedido.
04:31E custou caro porque eu fui obrigado a trazer cinco elefantes vivos caçados à mão na província
04:37do Subracuzão.
04:40Subracuzão.
04:41É uma...
04:43No norte da Somália, esquina da costa do Marfim, na quina de Gana.
04:49Os elefantes foram trazidos, os Marfins retirados e um técnico dinamarquês escolheu qual matiz
04:55casava bem com esta...
04:57Hoje, mamãe...
04:58Por isso caiu caro, tá bom?
05:01Deixa eu ver o que ela está dando para o bazar, que ela é assim.
05:04Ué, você vai dar este vestido?
05:07Mas é o seu melhor vestido, Cassandra.
05:09Você disse que eu não ficava bem com ele?
05:10É meu melhor vestido ou eu não fico bem com ele?
05:13Os dois.
05:16Olha aqui, eu só quero saber o seguinte.
05:18Nós estamos dando nossas coisinhas que, para nós, têm um extremo valor sentimental.
05:26Ah, Vavá, que valor sentimental tem para você esse revólver velho, por exemplo?
05:32Hã?
05:32Abateu muita gata por aí com ele?
05:34Cassandra, você enlouqueceu?
05:35Você esqueceu que eu tinha Vavatu, sabe quantos jacarés eu matei com esse revólver?
05:42Ah, dá uma vergonha.
05:43No Pantanal você matava jacaré a grito.
05:45Ah, é?
05:46Você pode ver, pode ver aí as caixas de bala.
05:49Aqui.
05:50Traga aqui, vou te mostrar só essa aqui, ó.
05:52Só essa caixa de bala.
05:53Está vendo?
05:53Você está pela metade.
05:55Pela metade, sabe o que eu fiz?
05:57Eu me deparei com um jacaré de mais de quatro metros de comprimento.
06:00Eu dei tanto tiro naquele jacaré, mas tanto tiro, que ele parecia um queijo furado, um
06:05queijo suíço.
06:06E se tivessem feito uma bolsa com o couro daquele jacaré, as moedinhas cairiam pelo
06:11chão, tá?
06:12Ah, que horror.
06:14Eu tentei conversar com o jacaré.
06:15O jacaré põe é grosseiro.
06:17Caco, ele tentou me comer?
06:18Cruzes!
06:19O jacaré quis te comer?
06:24O jacaré estava perigo, Cassandra.
06:27Olha aí, essa outra caixa de bala aqui.
06:29Mas essas são balas de festim.
06:31Balas que só servem para fazer barulho.
06:33Eu usei no teatro.
06:35Sim, porque eu interpretei o suicídio de Getúlio Vargas no cartete.
06:39Isto eu queria ver.
06:41Aliás, você parece muito com aquela atriz que ganhou o Oscar de coadjuvante, a Dame
06:44Judy Dent.
06:46Acho que eu estou mais chegado no James Cobb.
06:49É, um pouco.
06:50Enfim, eu queria...
06:52Eu queria ver...
06:57Era você trocar essas balas, usar as falsas no jacaré e as liberdades na tua cena de suicídio.
07:02Que farô, filho!
07:03Gente!
07:03Gente!
07:08Ela agora é uma doméstica que faz cachonagem.
07:19Olha aqui.
07:21Eu cansei de pagar mico nesse bazar da portaria.
07:24Quem é que vai querer comprar um ventilador sem hérice, uma cadeira sem encosto e uma
07:29porção de garfo com os dentes cariatos?
07:31Pobre, pobre compra.
07:35Pode botar lá que pobre, pobre adora comprar alguma coisa.
07:40Eles adoram adquirir qualquer, qualquer buginganga.
07:44Pode botar lá que os pobres compram tudo.
07:46Olha aqui, Neide Aparecida.
07:48Se você não tem talento para a vendedora, use pelo menos para cooperar os seus dotes culinários.
07:55Faz um bolo salgadinho aí e vamos comer, né?
07:58Vamos comer desavisados como se fosse comida.
08:02A sua gororoba.
08:03Muito obrigado.
08:10Muito obrigado.
08:12Muito obrigado, senhor.
08:14Muito obrigado.
08:15Obrigado.
08:17Muito obrigado, São Paulo.
08:19Muito obrigado, São Paulo.
08:20Muito obrigado a você que está em casa, você que está no trabalho.
08:23O Globo e você, 99, um ano de muitas graças, de muita saúde.
08:26Olha você onde quer que você esteja.
08:27O meu abraço fraternal.
08:27Alô, Vale do Enquanto do Baú, meu abraço, gente
08:30É isso aí, eu falei bem
08:32Então, eu trouxe também minhas contribuições lá do meu bazar
08:37É, tem calcinha do Ceará, de renda, olha
08:39Aqui é, tem a calcinha
08:41Lucineide
08:42Anitta
08:44Fabrícia
08:48Vavá
08:51Olha aqui, Ribamar, tem calcinha minha aqui no meio
08:57Deixa isso aqui, seu ladrão, tarado
08:59Olha aqui, ó
09:00O Código Penal Brasileiro diz que roubo de calcinha de doméstico é crime hediondo, hein?
09:06Tá, tá, tô
09:08Bom, Tio Vavá, está aqui a minha contribuição sindical para o seu bazar
09:25Magda, você enlouqueceu
09:29Eu não vou permitir que você doe o seu filho
09:33O que é isso de pirona baratinha?
09:35Imagine, não
09:37Tá aqui, olha, minhas contribuições
09:39Fraldas usadas do caquinho
09:42Não, elas são excelentes para crianças com prisão de ventre
09:47Olha, mami, já vem com a caquinha incluída
09:49Magda
09:51Magda, bota essa fralda na lata do lixo
09:55Desde quando lata do lixo usa a fralda?
09:57Também tem essa boneca aqui, olha, que graça de mim
10:05Ah, bonequinha
10:09Oh, que louco
10:13Ela, ela tá esperando bebê, ó
10:17Não é bebê, ela é gordinha assim
10:19Porque quando eu era criança, eu botava umas coisinhas dentro dela, era o meu tesourinho
10:24Eu lembro uma vez que eu roubei um peixinho do aquário e botei aqui, ó
10:28Olha aqui
10:30Oh, Cleo
10:32Ah, mamãe
10:34O que é que você anda comendo?
10:35O Cleo tá com um hálito horrível, hein?
10:37Magda!
10:38Esse peixe tá podre, sua doida!
10:43É, devia ter dado pro meu porco
10:45Ripavara, eu não sabia que você criava porco
10:47Ah, eu crio sim
10:49Ele tem tudo de porco
10:51Sabe por que é que o porco anda com a cabeça baixa?
10:54Com vergonha que a mãe quer porca
10:55É, é
10:56Eu sou um estudioso sobre porco
10:58É não, rapaz, é meu rato que eu crio
11:00Que eu peguei na garagem
11:01Rato gordo
11:02Doutor de leite
11:03E dou rapadura pra ele
11:04Rato gordo
11:05E vai ter meu aniversário
11:06Eu vou matar e vou assar e dar uns pedacinhos pra você, estudinho
11:08Ai, credo
11:10Ai, olha, tem mais uma coisa aqui, ó
11:12Ah!
11:13Ah!
11:14Aqui!
11:17O diamante da família que estava desaparecido
11:21Filhinho!
11:22Papai voltou!
11:23Não, não, não
11:25Dá isso aqui, dá isso aqui, dá isso aqui
11:28Tira as patas
11:30Tira as patas e as marrecas de cima
11:32O diamante é meu e ninguém tasca
11:34Magda, esse diamante era da minha mãe
11:38Tava anos sumido
11:40Você roubou o diamante da vovó
11:43Viu?
11:44Eu não roubei diamante nenhum, a vovó
11:46Me deu porque eu era a única que levava conhaque escondido pra ela, tá?
11:50Mamãe tomava conhaque?
11:54Gente, eu pensando que ela cambalhava porque estava com um labirintite
12:00Pinguça véia, pinguça, pinguça
12:03É mentira, é mentira
12:05Imagina se isso aqui é ter mãe
12:07Está escrito nos livros sagrados
12:09Capítulo 12 do livro 15 do salmo 14 da centrífuga 16
12:14O nascimento de Cassandra
12:15Ao sétimo dia do mês de maio
12:17O céu avermelhou-se, o cheiro de enxofre cobriu a terra
12:21Fendeu uma fenda maior que a fenda da Califórnia
12:24Um cabeção surgiu
12:25Já com o laquei tudo
12:28Era ela, o capeta
12:32De vermelho também
12:34Lá de retro
12:36Vamos vender esse diamante imediatamente
12:38E dividir o dinheiro irmã-mente
12:4090% pra mim e 10% pra você
12:42Vendeu uma ova, isso aqui é a minha pedra da sorte da infância
12:46Ela me ajudava a afastar meu professor de piano
12:49Ela afastava o bicho babão
12:51E a mula sem caceta
12:55Ai meu filho
12:58O que é isso Magda?
12:59Que mula é essa Magda?
13:02Magda, Magda, minha querida
13:04Olha, no fundo, no fundo eles têm um pouco de razão
13:06Meu anjo
13:08Entenda, essa pedrinha se for vendida
13:11Vai ajudar muito a nossa família
13:13Nós estamos na pior, minha querida
13:15Nós estamos comendo feijão com bicho
13:18Pra ter carne na comida
13:19Dá pedra pro Vavá
13:20Dá pedra pro Vavá
13:21Dá pedra pro Vavá
13:22Dá, Magda
13:23
13:24Que a mami compra um tijolo pra você
13:26Não dá nem isso
13:27Com licença
13:28Esta pedra tem um valor débil mental pra mim
13:31Magda, Magda
13:32Magda
13:33Traga o diamante de volta
13:34Faça alguma coisa, Cascacu
13:36Voa, voa atrás dela
13:37Corre
13:38Ribavá
13:39A Magda não pode sair daqui com essa pedra
13:41Eu vou segurar a porta do fundo
13:43Sim senhor
13:44Você cuida da porta da frente como um cão policial
13:46E não vai fazer pipi no pé do sofá
13:48Ei Vavá
13:49Vem cá Vavá
13:50Sim digue
13:51Vavá
13:52Onde você vai com esse bolo
13:53Ele tá parecendo o Itamar sem topete
13:55Ah Vavá
13:56Que parropilha
13:59É Itamar
14:00Rápido
14:01Rápido
14:03Vamos pegar uma faca
14:05E fazer uma cesariana nesta boneca
14:07Vai, vai com ele
14:08Ah
14:11Passe
14:12Passe
14:13Passe
14:19Aqui Ribavá
14:20Se você me morder
14:21Eu vou chamar carrocinha viu
14:23Eu quero é o bolo aí
14:24Não meu filho
14:25Ficha no caixa tá
14:26Ei Ribavá
14:28Quer bolo?
14:29É
14:30Meu irmão quer dar uma fatia de bolo pra ele
14:31
14:32Eu pago
14:33Ah então tá
14:34Isso
14:35Dona Magda gostosona
14:36Eu quero ver se Ribamar é capaz de comer tudo de uma bocada só.
14:49Eu?
14:50A bestada.
14:52Eu como isso aí, rapaz.
14:55Uma vez, minha filha.
14:56Lá no Ceará eu comi foi um pouco de espinho, ó.
14:59Vem aqui.
15:00Opa!
15:01De uma vez só?
15:03É de uma chibatada só, rapaz.
15:05Olha o helicóptero!
15:10Foi!
15:11Engoliu!
15:35Maldito!
15:37Fui!
15:39Fui!
15:41Onde é que você botou o diamante, sua débil mental?
15:55Seu caco, vem cá ajudar, seu caco.
15:57O Imbamar foi comer um bolo, faltou luz no elevador na hora de descer.
16:01Tá engasgado entre o sétimo e o oitavo andar.
16:04Bate nas costas dele, de preferência com o cacetete.
16:07Onde é que ele fez o bolo, mas eu que coloquei o recheio.
16:13Recheio?
16:14Ele comeu a pedra!
16:16Mas, Enoque, você não fez o teste do macaco mandril, criatura?
16:20Tem que ver se passa!
16:22Vou tirar, vou tirar.
16:26Tira! Cospe fora!
16:32Cospe fora!
16:33Peraí, ribabá! Me dá aqui a pedra!
16:36É meu, é meu, é meu!
16:38Calma, gente, a culpa...
16:39Para, caco, dê, corre lá!
16:42Eu tô louco, eu tô louco!
16:44Ô, Neide, ajuda, eles vão...
16:46Eles vão explodir o ribabá que não fosse uma pedra.
16:50Meu Deus, Deus, ele vai dar de uma mista!
16:52Ué, um aplauso!
17:11Mais!
17:12Muito mais!
17:14Mais!
17:14Estou só.
17:22Vou fazer um...
17:24Monólogo.
17:27A fralda.
17:30Eu sou pequenininho
17:31Do tamanho de um botão.
17:35Trago a mamadeira no bolso
17:37E na fralda um caga...
17:39Calabouca, cacatinho!
17:42Hum...
17:43Hum...
17:44Calma, garrafa!
17:53Sopra na garrafa!
17:54Sopra na garrafa!
17:55Ai, ai, ai!
17:56Calma, Lúcia!
17:57Ai, gente, eu não vou aguentar do pato!
18:01Calma!
18:01Esse menino vai nascer!
18:03Calma!
18:04Olha, gente, pare, pare, escutem!
18:06Olha, a barriga quando tá redondinha assim,
18:08Dizem que é menino.
18:11Ai, eu não vou aguentar.
18:12E bem, olha, eu fiz uma simpatia ótima pra isso.
18:16Você vai conseguir tirar essa pedra aí de dentro.
18:18É muito bom, eu uso pra desentupir a pia da cozinha.
18:21Ai, eu tô sentindo que essa garrafa vai nascer,
18:23Olha o colostro!
18:25Ai!
18:26Seu Caco, isso aqui não vai fazer mal pra ele, não.
18:28Ele come até a vida moída, esse menino.
18:31Eu não tô preocupado com ele, tô preocupado com o meu diamante,
18:34Essa porcaria, essa beberragem,
18:35Pode embaçar a jaça da minha pedra.
18:37Ai, não passar pela minha jaçã.
18:40Tu gosta de comer pedra, né?
18:42Vou catar umas pedras lá na rua pra você.
18:43Ai, mas tá horrível.
18:44Vai abrir, vai te botar isso pra fora.
18:46Ai, ai, minha prega rainha.
18:47Ai, ai, ai, ai, ai, ai.
18:49Ai, escrado!
18:51Isso é gajo de mostarda, misericórdia!
18:55Ah, Ribamar, meu querido, eu vou cuidar de você, viu?
19:01Você é uma pessoa muito preciosa.
19:04Você chegou, Dora.
19:05Ah, significa muito pra mim, viu?
19:08Olha aqui, Ribamar.
19:09Você também quer me rasgar, Cassandra.
19:13Não acredite nela, não, hein?
19:14Ela não tá interessada em você, tá interessada no teu corpo.
19:17Ela não sabe ver a riqueza interior que há num ser humano.
19:20É que vocês dois tirem as mãos cheias de dedos de cima da minha pedra, entendeu, seus marceneiros?
19:26É mercenário, Magda.
19:29Ofende, mas ofende direito.
19:31Magda, minha querida, entenda, esse diamante vai dar a você uma nova família,
19:36mas uma família com dinheiro no bolso.
19:39Meu amor, você não pode achar que a pedra vale mais que uma família.
19:43Claro que vale mais que uma família.
19:46Imagine se eu for vender você lá embaixo, vou conseguir cinco milhões? Nunca.
19:49Escuta aqui, senhor Caco, a questão é que eu não vou vender o diamante.
19:54Ele é uma mãe pra mim, ele mora no meu coração.
19:58É, mas por enquanto tá morando no estômago do Ribamar.
20:01Nós temos que desalojá-la de lá.
20:03Não parem de falar as neiras.
20:08Ai, que dor no corpo.
20:13Ninguém vai tocar nessa criança.
20:16Eu acho que a bolsa d'água está rompendo.
20:18Ai, Ribamar, eu acho que você enlouqueceu, Ribamar.
20:21Eu acho que essa pedra acertou a tua cabeça, meu Deus do céu.
20:25Cassandra, nós vamos levar o Ribamar pro hospital pra poder extrair esse diamante.
20:31Acabou.
20:32Nem pensar.
20:33Nós não vamos gastar o nosso dinheiro levando o Ribamar pra operar no hospital.
20:38Vamos levá-lo pro açougue.
20:39Mas isso nunca.
20:40Vocês já cortaram a minha boneca velha, minha boneca nova.
20:44Ninguém vai cortar.
20:46E aí, meu Deus do céu?
20:47É isso mesmo.
20:49É isso mesmo.
20:50Eu sou uma mulher moderna.
20:52Mãe, foi criada pra gerar vidas.
20:54Tá legal, meu amor.
20:55Eu vou ter meu filho de cócoras.
20:58O que foi?
21:03O que foi?
21:04Eu pisei no meu saco.
21:08Ribamar, eu vou lhe ajudar no papo com os de cócoras.
21:11Afinal de contas, eu me formei na Universidade de Leibussetier.
21:18Eu sei fazer.
21:20Eu farei o seu parto.
21:22Desalmados, olha o estado que essa criatura está.
21:24Ele está descontrolado.
21:31Temos que ajudar esse infeliz.
21:33Sabe o que é?
21:34É porque a gente se dá o mato com a família, sabe, gente?
21:39E num momento desse que a gente precisa de uma conta da família,
21:43eu estou tendo um filho, cara.
21:47Droga.
21:48Vavá, já na farmácia comprar um calmante pra ele.
21:50Um calmante.
21:51Cassandra, mexe o cabeção e vá pra cozinha fazer um chá.
21:54Magda, vá buscar um travesseiro.
21:56Tudo bem, eu vou, mas toma conta da minha Barbie, tá?
22:00Vem, vem, vem.
22:00Eu vou cuidar de você.
22:01Olha o suprimento.
22:03Olha aí, olha aí, olha aí.
22:04Não faça corpo mole não que eu te largo.
22:06Vem, vamos lá.
22:08Eu vou ter uma...
22:09Olha o suprimento.
22:11Vem, tá aí.
22:12Fecha o olhinho.
22:13Que caco vai cuidar de você.
22:15Ai, você me arrepia todo falando assim.
22:19Com o anel na...
22:20Não!
22:21Socorro!
22:25Socorro!
22:26O gato, o que é isso?
22:28Você tá maluco?
22:29Você tá pensando, o que é isso?
22:31Eu quero diamante!
22:32Não, senhor!
22:32Eu quero diamante!
22:34Nem enlouqueceu!
22:37O que é isso, pô?
22:39Ora!
22:41Eu quero...
22:43Você tá pensando que o...
22:46Que o Ribamar, o que que é?
22:48Uma picanha pra você sair fatiando?
22:50Fatiar, tudo bem.
22:51Mas ele tá querendo pegar a pedra só pra ele.
22:55Olha aqui, eu não aguento mais vocês.
22:57Vocês não me dão privacidade nessa casa.
22:59Eu não posso nem matar uma pessoa embaixo.
23:00E eu vou sair daqui dessa casa, tá legal?
23:02Que eu não vou tomar anestesia, não, tá?
23:05E com faca.
23:06Eu vou tomar essa pedra e durar eu no hospital.
23:09Ai, ai.
23:10Ribinha, vem cá que eu quero uma mãozinha sua.
23:17Vai pra lá, Freddy Krueger do Puxadinho.
23:20Seu Caco, segura o Ribamarca.
23:22Eu quero fazer um truque que eu vi o Mr. M fazendo um fantástico maravilhoso.
23:26Mr. M?
23:26É, ele serrou cinco barangas, juntou os melhores pedaços e fez uma Vera Fischer.
23:32É, Mr. M, você só faz...
23:35Ai, ai.
23:40Não é bater nele, não.
23:41Ô, rapaz, o que é que é?
23:44O que é que é, né?
23:44Tudo bem, Caco?
23:46Ai, Nossa Senhora.
23:48Ô, seu ingrato.
23:50Você é tratado como um ser humano e quer fugir com o nosso patrimônio.
23:53Não, ele é que tá me dando...
23:54Bota, bota, bota, bota, bota.
23:55Bota, bota, bota, bota.
23:56Bota, bota, bota, bota.
23:58Bota, bota, bota, bota, bota.
23:58Bota, bota, bota, bota, bota, bota, bota.
23:59Bota, bota, bota, bota, bota, bota, bota, bota, bota, bota, bota.
24:00Saqueio, eu nunca mais coloco nada nessas bonecas que andam, viu?
24:03A gente precisa ficar de olho nelas o tempo inteiro.
24:05Falta milagre, me falta milagre.
24:06O que é isso?
24:07O que é isso?
24:07É apagão.
24:08É apagão.
24:08É apagão.
24:09É apagão.
24:09É apagão.
24:10Eu esqueci de pagar a conta.
24:12Eles já cortaram a luz.
24:13Cadê a lanterna?
24:14Eu não tô interessado em lanterna.
24:15Quero achar o Ribamar.
24:16O que é o Ribamar?
24:17Ele tá com duas cabeças?
24:18Tira a mão do meu espírito.
24:20Ué, então isso aqui que eu peguei não é a barba.
24:23Meu Deus do céu, achei a pedra.
24:25Tira a mão do meu cabelo, Ribamar.
24:27Tira a mão do meu cabelo, Ribamar.
24:32Ué, por que vocês estão abraçados?
24:34Foi gol de quem?
24:36Gente, pelo amor de Deus.
24:46Cadê o Ribamar?
24:49Sumiu.
24:51Sumiu.
24:51Sumiu?
24:52Ribamar sumiu.
24:53Sumiu.
24:54Vavá.
24:55Vavá.
24:56Corre e avisa a polícia.
24:57Tem um diamante a solta embrulhado num cearense.
25:11Seu delegado, posso falar?
25:13Ele não é grande.
25:15É que ele brilha no escuro.
25:17Não, eu tô falando da pedra, não tô falando do Ribamar.
25:20Se bem que o Ribamar também brilha no escuro quando não toma banho.
25:23Mas isso não...
25:25Não, não, seu delegado.
25:26Eu não bebi.
25:27Eu apenas...
25:28Alô?
25:29Desligou na minha cara.
25:31No meu quarto o diamante não está.
25:32Procurei tudo.
25:33E Deus sabe que eu sou capaz de farejar um diamante até dentro de um container de bacalhau.
25:37No meu quarto também não está.
25:39Ninguém roubou nada lá.
25:42Gente, eu olhei embaixo de todas as camas de todas as empregadas do prédio.
25:46Também não está.
25:47É, na, na, na...
25:48Oi?
25:53Na cozinha também não está.
25:54Eu descasquei todas as cebolas, ele não está dentro.
25:57E, inclusive, agora eu estou indo botar o travesseiro pra dormir.
26:02Lá, lá, lá.
26:04Eu sei que essa era uma porta, mas abre, que eu quero ver o que está acontecendo lá dentro.
26:07Esse barulho é ilusão de ótica, né?
26:10Gente, olha só.
26:12Ele estava tudo amarrado dentro da máquina de lavar.
26:15Muito estranho isso.
26:17Hoje não é sábado pra ele tomar banho.
26:20Sei lá o que aconteceu comigo.
26:22Onde estou?
26:24Eu não sei, eu estava dentro da máquina.
26:26Aí, de repente, começou a rolar um clima.
26:28Eu me senti no meio das calcinhas.
26:30Comecei a ver Cassandra na minha frente.
26:32Eu disse, é aqui mesmo.
26:33Aí ligaram a máquina, começou um barco, o lejo lá dentro.
26:35Não sei o que foi que aconteceu, mas, minha filha, veio uma ducha de água fria, cortou meu barato.
26:39Você está mentindo, Ribamar, você está mentindo.
26:42Você estava roubando as calcinhas da Neide, coitado.
26:44Deve estar usando sutiã em cima e embaixo.
26:46Ribamar, você pode me explicar uma coisa?
26:48Como é que você foi parar dentro da máquina de lavar todo amarrado?
26:52Eu estava lá dentro da máquina, aí, de repente, não sei o que foi que aconteceu,
26:55eu já estava no clima, deram uma porretada na minha cabeça, não vi mais nada, desmaiei.
26:59Tem alguém tentando roubar esse diamante?
27:04Não.
27:04Quer dizer, contando com o caco, tem dois.
27:07Dois.
27:08Dois lados.
27:08Você está me saindo uma bela de uma cômica, viu, Cassandra?
27:14Eu não duvido nada que você tenha acertado o Ribamar com esse teu cabeção duro.
27:19Ribamar, sente-se que você vai traumatizar meu diamante.
27:22Tá vendo o que está falando aí, né, Dora?
27:24O que nós vamos fazer agora?
27:31Magda, me dá o travesseiro.
27:33Não, não precisa.
27:34Me dá esse travesseiro.
27:34Eu carrego ele.
27:35Estou sentindo um cheiro de porrente escondido no travesseiro.
27:42Impressão, impressão.
27:44Meu Deus do céu.
27:46O que é isso?
27:47Ou a guerra de travesseiro nessa casa está muito violenta, ou a Magda deu com as porrentes
27:53na cabeça do Ribamar.
27:54Só falta agora, se eu falar que fui eu que apaguei a luz, que amarrei o Ribamar, carreguei
28:00ele pra dentro da máquina de lavar e tô com putz dor nas costas porque ele é pesado
28:04pra caramba.
28:05Eu vou, eu vou, eu vou, mas olha, se vocês tocarem nele, eu não sei o que eu faço,
28:21entendeu, Ribamar?
28:21Se eles te espremeram e você grita, mamãe, mamãe!
28:27Vamos deixar ele bem confortável, vamos amarrar ele bem, amarrar ele.
28:30Não é certo o que estão fazendo comigo, não.
28:32Deixa eu falar.
28:32Ô, Neide, ô, Neide, você vai me ajudar, você vai me ajudar, vamos levar ele pro meu quarto.
28:37Não, deixa eu falar, ele tá certo, não, tá um bagunço, Neide.
28:41Ele só não enfia uma britadeira na barriga dele, que é pra não rachar a pedra.
28:45Ah, vou botar uma cozinheira nele, ó.
28:46Calma, calma, vai, não anda assim, você vai ter cuidado pra não cair a pedra.
28:51Cassandra, tive uma ideia maravilhosa.
29:05Eu vou dar um tiro em Ribamar.
29:08Você ficou louco?
29:09E onde é que nós vamos esconder o corpo?
29:11Não vai ter corpo nenhum.
29:13Eu vou trocar, botar as balas de festim.
29:16Ribamar, quando vira uma arma apontada pra ele, vai ter um pavor tamanho
29:20que vai se borrar todo e vai devolver a nossa pedra.
29:25Assim não vale, caco.
29:28Às vezes você vai fazer tudo isso sozinho.
29:29Deixa eu também dar um tirinho no Ribamar, deixa.
29:32Não, calma, vai ter tiro pra todo mundo.
29:34Agora vamos lá dentro buscar nosso futuro defunto.
29:37Oro Magda, a senhora tem um arsenal aí dentro desse travesseiro?
29:57A senhora comprou ele de quem, hein?
29:58Do Saddam Hussein?
29:59Não, não, Neide, não é nada disso que você tá pensando.
30:03Caco e Mami vão matar o Ribamar.
30:05Mas não se preocupe, eu vou trocar essas balas por outras.
30:10Eu vou usar balas de festinha.
30:16Aqui.
30:17Vamos embora, Neide.
30:18Vamos, não, mas vamos ficar aqui.
30:19A senhora acha que eu vou perder a oportunidade de ver se é o Caco e a dona Cassandra pagando papel de bobo?
30:24Nada disso.
30:24Vamos ficar aqui, vamos se esconder aqui dentro da sala.
30:26Aqui, Neide.
30:27Ah, ótimo.
30:28Vamos.
30:28Muito bom.
30:34Tudo bem, vocês querem ficar cuidando dele?
30:37Eu não tenho nada que ver com isso.
30:38Agora ele está apertado, quer fazer xixi.
30:41Qual dos dois é que vai ajudá-lo?
30:43Aqui, você manter esse homem em cárcere privado é um crime inafiançável, viu?
30:47Senta aí.
30:48Não, fica aqui.
30:49Senta aí, que eu tô mandando.
30:51Eu ia sentar aqui, era assim.
30:53Senta não, onde é marcação, não é ali?
30:54É, aqui.
30:55Eu ia ficar aqui.
30:58E ainda botou a minha cueca, não me trocou a minha cueca dentro da macrinha de lavado.
31:03Deixou com a cueca molhada lá.
31:04Olha, você é mal.
31:05Que maldade, babá.
31:08Como você é cruel.
31:10Cruel.
31:11Você precisa relaxar.
31:13Abre os braços assim.
31:16Fica assim, hein?
31:17Descansa.
31:18Descansa.
31:19Porque você engoliu o diamante e agora vai engolir chumbo.
31:22Não, não faço não, rapaz.
31:24Isso é brincadeira.
31:24Isso é de brincadeira, né?
31:26Não vai fazer isso não, seu cara.
31:28Oh, rapaz.
31:29Oh.
31:30Não faz domingo não.
31:31Bá, bá, bá, bá, bá, bá, bá.
31:34Não me imagina, rapaz.
31:36Isso.
31:37Eu não posso morrer sem realizar o sonho meu.
31:39E qual é o teu sonho?
31:40É botar um pá de chifre no senhor.
31:42O que é uma bala de fronte a uma pedra?
31:49Nada.
31:57Eu quero falar.
32:02Fale.
32:03Vavá.
32:05Você parece o Itamar.
32:12Caco, você enlouqueceu, Caco.
32:19Você matou o Ribamar.
32:22Vem comigo, caçaquinhos.
32:29Mas soube alguma coisa de errado?
32:32Eu coloquei balas de festinha no revólver.
32:34É mentira, Caco Antibes.
32:36Eu coloquei balas de festinha no revólver.
32:38Magda, você colocou bala de verdade no revólver?
32:44Caco, você enlouqueceu.
32:46Você matou o Ribamar.
32:48Oh, coitadinho do Ribinha.
32:50A essa altura já está disputando vaga de porteiro com São Pedro.
32:55Oh, meu Deus, eu quero ir com ele.
32:58Virada com ele, Iante.
33:00Eu amava esse homem, Iante.
33:03Virada com ele.
33:07Rápido.
33:08Chamei um médico.
33:10Ibabá morreu, mas o diamante está respirando.
33:24É impressionante.
33:26Vejam.
33:27Depois de morto, transformou-se num hipopótamo.
33:31Gordo.
33:32Eu trouxe as revistas de mulher pelada dele.
33:37Eu acho que ele gostaria de ser enterrado com elas.
33:41Minha contribuição para a despedida de Ribamar é essa pequena máquina fotográfica.
33:48Porque a coisa que pobre mais gosta na vida é de máquina fotográfica.
33:52Eu nunca entendi porquê.
33:56Quando você menos espera, eles tiram uma máquina de algum lugar.
34:00E fotografam tudo.
34:02É um bando de pobre num piquenique.
34:04É um pobre na frente da mesinha de bolo de aniversário.
34:08E quando vê a artista, então, que glomera?
34:11Ah, deixa eu tirar uma.
34:12Deixa.
34:13Ah, tá com problema no freste.
34:17Eu tenho horror, pobre.
34:19Ah, vai a máquina se inverte.
34:21Olha, eu quero deixar claro que eu não tive a intenção de matar Ribamar.
34:25De maneira alguma.
34:26A culpa foi de Magda.
34:28Que de tanto trocar as bolas, acabou trocando as balas.
34:30É, mas quem forneceu o CEP e o endereço para a bala foi você, Caco Timice.
34:35Gente, gente, não adianta chorar sobre a farinha derramada.
34:39Ribamar está morto.
34:40Eu acho que agora a gente tem que levar ele para o cemitério
34:42e enterrar ele com pedra e tudo para acabar com essa confusão.
34:46Para o cemitério?
34:47Sim.
34:47De modo algum.
34:48Não.
34:49De modo algum.
34:50Por quê, Caco?
34:52Eu tenho um trauma de cemitério.
34:53Ai, meu Deus, eu vou sentar.
34:55Por favor, sente-se porque é longo.
34:59Contá-lo aí.
35:01Era menino ainda.
35:02Muito lourinho.
35:05Eu era uma belezinha.
35:09Um dia, estávamos sem dinheiro.
35:13Mamãe não quis me levar ao parque.
35:16Comprou um algodão doce e me levou ao cemitério.
35:20Fomos visitar o túmulo de Tia Elise.
35:24Teve um panariz.
35:26Deu-lhe uma pipoca no joanete, coitada.
35:29Não resistiu.
35:31Estávamos lá, vendo os fogos faltos.
35:37Vendo os fogos fatos que brilhavam na escuridão.
35:41Porque já tinha caído a noite.
35:45Quando subitamente avistei ao longe algo que parecia uma alma penada.
35:49Aproximei-me pé ante pé.
35:52E qual não foi minha surpresa ao ver uma moça bonita, com um vestido simples, a bainha desbeiçada de um lado, um toco de giz na mão e um contra-cheque na outra.
36:07Como uma possessa, ela escrevia pelas lápides.
36:11Por favor, salvem a professorinha.
36:15Voltou.
36:16Voltou.
36:17Voltou.
36:17Voltou.
36:17Voltou.
36:18Voltou.
36:23Ribamar não irá para o cemitério.
36:26Não permite loei.
36:27Não?
36:27Não.
36:28Ele vai ser enterrado no meu quarto com muito conforto.
36:31Ah, me engana, Caco, me engana.
36:36Você quer espremer o ribamar como pasta de dente para arrancar a pedra dele.
36:42Eu acho que ele deve ser cremado.
36:45Que isso, Cassandra?
36:46Você enlouqueceu.
36:47Como cremado?
36:49Nós estamos sem dinheiro.
36:50Cremação está pela hora da morte.
36:52A gente pode cremar o incinerador do prédio, olha.
36:56No meio da cinza aparece o diamante.
36:59Depois que estrear, a gente vende.
37:01Hum, nada disso.
37:02Ninguém vai fazer churrasco de ninguém.
37:04A pedra é minha.
37:05Eu vou depositar o corpo do ribamar no banco.
37:08Vai.
37:08Vai.
37:09Mas vai depositar vazio, porque eu vou tirar esta pedra agora.
37:14Oh!
37:20Lega!
37:21Lega!
37:23Oh!
37:24Lega!
37:25Lega!
37:26Chega!
37:26Você está vivo?
37:27Que brincadeira é essa?
37:28Sim.
37:29Cheguei.
37:31Chega, Cazira.
37:32Cornelius, aqui.
37:33Cheguei.
37:34Para a vingança aquilo no aroxo, Lourão.
37:37Mas como assim?
37:38Você não é o defunto que o capo estava esfaqueando aquele que levou um tiro?
37:42Você disse brincadeira, Cassandra?
37:44Disse.
37:45Brincadeira de criança?
37:47Como é bom, como é bom.
37:49Paz, amor e esperança.
37:51Como é bom, como é bom.
37:53Para!
38:01Sim.
38:03Eu, quando acordei, estava dentro de um saco.
38:07Retirei meu corpo, sim, e enchi de travesseiros.
38:10E agora vai para dentro dele um defunto de verdade.
38:13Venha para cá.
38:13Vou cometer um caquicídio.
38:15Venha.
38:15Que é isso?
38:16Que é isso, que é isso?
38:16Que mamá?
38:17Baixa essa arma.
38:18Olha, a cota de homicídios dessa família já chegou ao final, pelo amor de Deus.
38:23Quero te falar mais alguma coisa.
38:24Quando você atirou em mim, eu estava desmaiado, mas o tiro pegou na medalhinha da loura do tchan.
38:31Coitada da loura, furaram o tchan dela.
38:33E agora eu vou furar o louro, esse tchan desse lourinho aqui.
38:37Primeiro, você vai ter que tentar atingir ao ex-bailarino de jazz mais rápido do oeste.
38:43Você não sabe o que está falando com o Mira Certa.
38:50Pois, se és bailarino, então começa a dançar.
38:52Toma!
38:55Toma esse outro!
38:58E mais esse!
38:59Eu não sei o...
39:12Eu não sei o que aconteceu, mas é que parece que deu um problema na arma.
39:16Vocês estão acompanhando até aqui.
39:30É todo mundo brigando, um dando tiro no outro, o outro no um.
39:35Quer dizer, esta família acabou chegando no inferno.
39:39Acabou não.
39:41Chegou no inferno, porque a coisa ainda não acabou.
39:44Vamos só ver como é que vai continuar isso aqui.
39:46Você não pode morrer, Caco, por favor, não.
39:55Caco, fala comigo!
39:57Para de não falar se ele está morto!
39:59Caco!
40:00Caco, fala comigo, Caco!
40:03Se você estiver me ouvindo, estrebucha duas vezes.
40:07Gente, nós temos que ser fortes, realistas.
40:12Caco se foi!
40:14Que ótimo!
40:15Um a menos para ficar com o dinheiro!
40:18Ribamar, você matou o seu Caco!
40:20Sua cadeia na certa!
40:22Vão te enfiar numa quentinha e te mandar ficar um diru!
40:24Não, menina, ele está morrendo aos pouquinhos aí, ó.
40:27Sai, sai quando morrer, com um ano ele tira a férias de defunto.
40:30É.
40:31Escuta aqui, Ribamar.
40:32O que você fez, ninguém faz, entendeu?
40:35Escuta aqui.
40:36Você matou o Caco, você não há tempo?
40:37Ele de um alfaiate tirar medida para fazer o caixão!
40:41Você me deixou viúva!
40:46Você me deixou viúva e eu não tenho nenhum terminho pretinho decente para ir a esse enterro!
40:51Você deixou meu filho órfão, você deixou Caquinho órfão, ele não tem um estepe de pai!
40:55Você está pensando o quê?
40:57Que eu tenho sangue de batata?
40:58Se isso não for uma tentadura, ele cuspiu a pedra!
41:02Meu Deus, a pedra!
41:05Neide, pega que eu tenho nojo!
41:15Caco!
41:17Vocês viram ele se mexendo?
41:19Que maravilha, Caco!
41:22Você está vivo!
41:24Ribamar, quer dizer que as balas não eram de verdade?
41:26Não, é tudo paraguaia, rapaz.
41:28Chega, me dá com essa pedra!
41:31Não, não, não, não, chega!
41:33Esta família já foi ao limite.
41:35Olha, Magda, você vai me desculpar, mas por pouco não temos dois homicídios aqui nesta casa.
41:40Eu vou levar esta pedra agora, vou vender esse diamante, pagar as dívidas desta família e vou dizer mais.
41:48Ainda vai sobrar uma pequena fortuna para cada um.
41:51Tudo bem.
41:52Eu me conformo com isso, eu acho que ela mesmo deve morar no mar.
41:55Um novo porta-joias com quatro quartos, varanda, né?
41:59Que possa brilhar num anel de um dedo gordo, grande e peludo.
42:03Será feito!
42:05Ainda bem que Magda resolveu vender o diamante.
42:09Agora, passaremos a brigar por dinheiro que é muito mais animado.
42:14A bananinha do Nenê?
42:31Opa, opa, opa!
42:33Aquela aí, Nenê, mamãe já vai dar.
42:36Opa, Nenê, aqui...
42:38Papo!
42:45Este menino, este menino me lembra o Chucky, o brinquedo assassino.
42:50Eu não quero uma faca perto dele aqui dentro de casa, hein?
42:53Dona Magda, este menino, com todo respeito, ele é chegado a uma banana igual a senhora, né?
42:57É.
42:57Ele puxou a mãe, porque se ele tivesse puxado o pai, ele não ficava com a banana, não.
43:01Ele pegava e era o anel dela, não é?
43:02Pode falar o que quiser, peituda.
43:04Eu estou preocupado é com outra coisa.
43:06Estou preocupado com o nascimento da minha fortuna.
43:09Eu estava aqui pensando.
43:10Se for em dólar, vai se chamar Washington Washington.
43:14Se for em francos suíços, chamar-se-á Jean-Claude.
43:18Agora, o importante é que chegue com saúde financeira.
43:20Lembre-se do que o Vavá nos prometeu, hein?
43:25Vai ser o dinheiro dividido irmãmente.
43:28Como eu sou a única irmã, eu recebo uma parte maior.
43:31Vocês querem parar de falar em dinheiro?
43:32Por favor, respeitem ao menos a minha dor.
43:35Eu vou processar vocês por pedras e danos.
43:37É, eu que devia processar a senhora por ter guardado um anel dentro dele, tá legal?
43:41Dentro do meu processo de inflamação que eu estou aqui agora, tá certo?
43:44Precisando fazer uma operação porque a senhora guardou um anel dentro do meu cofrinho, tá legal?
43:48É, isso mesmo.
43:49Eu vou comprar um iate, minha filha, eu vou dar a volta ao mundo, vou ver o mundo girar, entendeu?
43:53E eu só saio daqui quando o meu amor passar.
43:55Vai, pode levar minhas calcinhas porque eu vou renovar todo o meu guarda-roupa, sabe?
44:00Nunca mais eu lavo louça na minha vida.
44:04Só pego em vassoura pra matar barata.
44:06Eu só consigo pensar na minha pedra, gente.
44:09Oh, meu Deus, essa altura deve estar sendo adotada pra uma família estrangeira, né?
44:12Tadinha, vai estranhar a comida.
44:16Surpresa!
44:16Ah, Vavá, não precisava embrulhar meu dinheiro pra presente.
44:23É só se for o seu mesmo, porque o meu não cabe nessa caixinha, não.
44:26Vai vir num caminhão de mudança.
44:28Vocês dois estão parecendo, sabe o quê?
44:30Flanelinha de carro forte.
44:32Não é nada disso.
44:33Isto aqui é um presente que eu trouxe pra minha querida sobrinha.
44:37Oh, o neném é pra mamãe, neném é pra mamãe.
44:43Gostou.
44:44Oh, meu Deus, o meu.
44:48Oh, que amor.
44:50Olha isso.
44:51Oh, obrigada.
44:52Olha o que tem aqui.
44:55Essa eu não vou dar pro Ribamar comer, eu mesma fui engolindo.
44:59Não, não, não, não.
45:00Que isso, Magda?
45:01Isso aqui é...
45:02Isso aqui é uma cópia.
45:03É de vidro.
45:04Ela é falsa, que nem o capo.
45:06Mas foi dada de muito coração.
45:11Acabou com o melodrama da sessão da tarde, agora, ó.
45:13Cadê meu dinheiro?
45:14E o meu também aqui, ó.
45:16Cadê meus réus tudinhos?
45:17Hein?
45:18É, meu filho.
45:18Eu fechei a churrascaria agora.
45:20Vai ter um embalo com as empregadas, tá legal?
45:21Vou rolar um pagode.
45:22Vai ficar todo mundo com agogô de fora, ó.
45:24Ribamar, olha.
45:26O teu dinheiro mandou um grande abraço pra você, mas ele teve que saudar as suas dívidas.
45:30Não, porque só no bar da esquina você deve cinco anos de cachaça, torresmo, drink dudu, azeitona.
45:37E depois eu tive que ir lá na banca da esquina do Arochi, pagar oito anos de revista de mulher pelada que você comprou, tá?
45:43Mentira.
45:44Logo agora, logo agora que eu tava pensando que eu ia ficar rico, vou voltar pro miseria de novo?
45:48Ah, vai.
45:49Vai, não vai me pedir emprestado, não.
45:51Porque o máximo que eu consigo pra você são umas moedinhas pra você engolir.
45:55E aliás, as moedinhas é o que vai sobrar pra você também, meu amor.
45:58E você guarde as moedinhas, pega aquelas novas que foram editadas agora, porque vai ser o seu décimo terceiro desse ano, tá?
46:06Muito bem.
46:07As coisas estão caindo em seus devidos lugares.
46:10Pobre continua pobre.
46:11O que se pobre fosse rico, não seria pobre.
46:13É.
46:14Tem lógica.
46:15Genial.
46:15O dinheiro corre para mim, assim como o rio corre para o mar.
46:19Isso.
46:19E assim como o caco vai ter que correr na polícia.
46:22Porque eu paguei tanta fiança sua, você tem tanto processo, parece uma lista telefônica.
46:27Agora, tem uma coisa.
46:29Eu saldei as dívidas de toda esta família.
46:32Não devemos nada pra ninguém, mas continuamos na pindaíba.
46:36Pagou porque quis.
46:38Eu te disse que não pagava dívida nenhuma.
46:40Eu avisei.
46:41Não, mas eu tô com a raiva de você.
46:42Você tem que parar de...
46:43Não, senhoras.
46:45O que é essa palavra de você?
46:47Não, senhoras.
46:47Não, não, não.
46:49Para com isso, mas você olha como fala com o meu marido.
46:51E você cala a boca, ribamado, que você não tem vergonha que ficou devendo?
46:55O que?
46:55Fica tomando revista de cachaça pelada?
46:57Comendo mulher com torresmo, não?
46:59Cala a boca, sua anta.
47:00Isso é um fenômeno do mundo animal.
47:02Uma anta que nasceu do ventre de uma cascacu imperial.
47:06Cascacu imperial é pilantra da sua mãe.
47:08Repete que eu vira tua cara.
47:09Repete que eu vira tua cara.
47:11Repete que eu vira tua cara.
47:11Fala comigo.
47:12Fala, Camilão.
47:13Fala comigo.
47:15Vocês estão vendo.
47:18Esta família só não briga em algo de retrato.
47:22Mas a gente já tá acostumado.
47:24E eu acho até que isso tudo é uma espécie de carinho.
47:29É mesmo, tio Vavá.
47:30Mas, na verdade, nós devemos nos unir mais.
47:33Devemos nos espelhar no exemplo do cachorrinho com a cachorrinha.
47:39Na remela e da pestana, no chiclete e na sola dos sapatos
47:43Gente, vamos nos unir, vamos dar as mães
47:47E juntos gritar
47:48Cala a boca, Magda!
48:09Bom, Magda resolveu aceitar a venda do diamante
48:30Bom, bom
48:33Muito bom
48:35É óbvio
48:39Obrigado pelo dinheiro, que é mais animado
48:42Graças a Deus, Magda
48:42Ah, já sabia
48:43Já lembrei?
48:45Estava improvisando para o texto chegar
48:48Uma técnica usada desde o teatro grego
48:52Eurípides lançou essa técnica, a técnica do bom
48:57Em grego, bônios
49:00Agora falei, mas esqueci o texto também
49:06Graças a Deus, Magda
49:08Bom
49:10Eu não lavo louça nunca mais
49:16Só pego em vassoura para matar
49:19Repete
49:22Que brincadeira é essa?
49:24Mas como assim?
49:26Você não é o defunto que o caco estava...
49:29Chorando...
49:31Botanho
49:31Coitadinha da loura, furaram o tchan dela
49:38E agora eu vou pular, pular
49:40Adola eu vou pular o tchan desse loura aí
49:45Tá super fácil de cortar, tá?
49:56Eu vou pegar um pratinho
49:58Ah, tá legal
49:59Obrigada
50:00E eu ouvindo...
50:02O armário super simpático, alto, morena
50:04E eu ouvindo...
50:07Tá bem fofinho, né?
50:12Aplausos
50:14Aplausos
50:15Aplausos
50:16Aplausos
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