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  • há 1 semana
Tais Reis Oliveira analisa condenação de Bolsonaro e voto histórico de Fux

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Transcrição
00:00Acho que, embora o dia de ontem tenha causado bastante tensão
00:05e surpreendido muita gente,
00:07esperava-se já que o ministro Luiz Fux fosse abrir divergência
00:10com o restante da segunda turma,
00:15mas não que ele tomasse tanto tempo, tantas longas horas
00:20para fazer um voto com tantos detalhes
00:22e que terminasse, se é possível resumir,
00:26uma defesa tão extensa e tão repleta de detalhes como a dele,
00:30que terminasse acusando atores menores dessa trama golpista
00:35como responsáveis por um golpe de Estado
00:37que, na interpretação deles, não tinha um líder definido.
00:42Exato, não tinha um beneficiário, claro.
00:45Então, embora esse momento do Luiz Fux tenha surpreendido a sociedade,
00:51tenha surpreendido os jornalistas, tenha surpreendido inclusive os ministros,
00:54deu para notar por conta da reação deles,
00:56o resultado do julgamento em si não surpreende,
01:01é um momento histórico, é um sinal de maturidade democrática,
01:05mas esse era um resultado bastante esperado
01:08e a divergência tão aberta, tão exposta do Luiz Fux,
01:11terminou, na verdade, por unir ainda mais,
01:15aglutinar ainda mais os ministros em torno de uma tese
01:17que não deu um colher de chá ao Bolsonaro
01:20e nem a esses aliados que compunham o chamado núcleo duro da trama golpista.
01:23Certo, a gente sabe que o Brasil não é para iniciantes, né, Thaís?
01:28Você, como editor executivo da Carta Capital,
01:31que acompanha de perto toda a movimentação em Brasília,
01:34os bastidores políticos e tudo,
01:36você acredita que essas 13 horas de voto do ministro Luiz Fux
01:41tinha como objetivo também gerar, vamos dizer assim,
01:44possíveis pistas ou abrir possíveis caminhos
01:48para que pudesse ser questionada essa decisão do Supremo Tribunal Federal
01:53em algum recurso mais à frente, não?
01:57Certamente, Cazé.
01:58Como eu disse, a decisão do Fux altera o placar do julgamento,
02:03mas não tinha o poder de alterar o resultado, né?
02:05Bolsonaro, esperava-se, já terminaria condenado.
02:09Mas o fato dele ter aberto essa divergência tão fulcral
02:13abre-se em caminho para que no futuro,
02:15a partir de um recurso chamado Embargos Infringentes,
02:18não só o Bolsonaro e seus aliados
02:20possam questionar a legitimidade do processo,
02:23né,
02:25e arrastar um pouco mais a finalização total
02:28desse julgamento,
02:29como em passados alguns anos,
02:32a gente tem aí a aposentadoria de alguns ministros à frente,
02:35a gente tem eleições de 2026,
02:38caso o placar, né, dentro do Supremo,
02:42essa composição mude,
02:44pode ser sim que o resultado desse julgamento
02:47venha a ser questionado,
02:48a depender da configuração da que a Corte vai assumir
02:50nos próximos anos.
02:51Então, essa divergência do Fux,
02:53no curto prazo,
02:55oferece uma espécie de tábua de salvação política
02:58para o bolsonarismo, não jurídica, né,
03:01foram horas de votos que geraram
03:02muitos cortes para os apoiadores do Bolsonaro
03:05nas redes sociais
03:06e muitos motivos para que se possa disputar o mérito
03:09do resultado desse julgamento.
03:11E mais adiante, podem sim, né,
03:14a depender de como o curso da história correr,
03:17fazer com que esse resultado
03:18passe por algum tipo de revisão.
03:20De alguma maneira,
03:21e o Fux fez essa menção
03:22ao longo da leitura do seu voto, né,
03:25ele comparou o 8 de janeiro
03:26com o junho de 2013,
03:28ele se referiu também
03:31a um julgamento do Mensalão,
03:32que foi o primeiro grande julgamento
03:35que ele participou como ministro.
03:38Pode haver, sim,
03:40se referiu a Lava Jato,
03:42pode haver um,
03:43a depender da mudança de clima,
03:45pode ser muito possível, sim,
03:46que esse voto abra brecha
03:50para uma contestação mais ampla.
03:52No futuro, sim.
03:53Não, não, não, não, não.
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