No Direto Ao Ponto, o fundador do MBL, Renan Santos, debate o suposto desgaste dos nomes de Luiz Inácio Lula da Silva (PT - SP) e do ex-presidente Jair Bolsonaro no cenário político brasileiro. Ele comenta que o MBL, através do seu novo partido, "Missão", pretende lançar candidaturas próprias em 2026 e apresentar uma alternativa à polarização que domina o país há anos.
Assista na íntegra: https://youtube.com/live/_BpU0QV3W6o
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00:00Renan, você acha que vocês caem então como partido missão numa espécie, ou não correm risco de cair numa espécie de terceira via, que foi algo que tentou Simone Tebet, acabou não dando muito certo e a gente tem agora Eduardo Leite que tá com esse discurso.
00:13Eu não concordo com o Bolsonaro, não concordo com o Lula, mas também saiu meio apagado até o momento da jogada.
00:19Tido como murista.
00:20Pô, mas é que o Eduardo Leite realmente assim, é um sonífero, né? Eu entendo, o Eduardo Leite que é só, ó, nós estamos buscando...
00:28Você veio com a língua de chicote hoje, hein?
00:30É o que resta pra quando você...
00:32Mas é que eu sinto...
00:33Três minutos e ele bateu em todos os presidenciáveis aqui.
00:36Gelate, flash!
00:37Ó, pra ser justo eu posso ver mérito em todos também.
00:39Tem um lado positivo em todos eles também, tá?
00:41O Eduardo Leite tem os méritos dele na recuperação do Estado do Rio Grande do Sul, estão dados os méritos dele.
00:45Agora, se ele acredita que a condução do Brasil é...
00:49Não, estou sendo...
00:50Não, cara, você tem que oferecer pro Brasil, e essa é real, um sonho palpável.
00:54Qual é a visão do Brasil que o Eduardo Leite oferece?
00:56Nenhum deles é claro sobre isso.
00:57Qual o sonho que eles têm a oferecer?
00:59Que tipo de brasileiro eles querem construir?
01:01Por eles serem dúbios, eles oferecem o que é convencional.
01:04E o brasileiro...
01:05Não é que o brasileiro tá cansado de convencional enquanto marketing.
01:07Nós não temos motivos pra ser brasileiro hoje.
01:09Se você trabalha e produz, você tá cansado, você tá sendo roubado, você tá sendo espoliado,
01:12você tá sendo assaltado literalmente na rua.
01:14Aí você vê um Haddad, agora quer te taxar um negócio, uma quer te taxar no outro.
01:17Isso não é discurso político, isso é a vida concreta dos brasileiros.
01:21Por isso que, assim, eu não sei como é que tá agora em 2025,
01:23mas até 2023, 30 mil jovens brasileiros iam embora do Brasil todos os meses.
01:28É um número muito alto.
01:29A gente tá perdendo capital humano de qualidade.
01:31Como o sonho das pessoas não existe, porque a ideia de Brasil é uma ideia cada vez mais distante,
01:35virou uma bandeira, é a ideia de soberania, um cachorro caramelo,
01:38é um morango do amor.
01:39Não tem mais sentido ser brasileiro.
01:41Se esses caras não oferecem, assim, a brasilidade só fará sentido se seguir este caminho aqui.
01:47Eles não vão fazer sentido.
01:47Eu não vejo sentido nenhum com o diretor Eduardo Roit.
01:49Mesmo ele sendo um bom governador, ele é de fato um bom governador.
01:52Como o Tarcísio é um bom governador,
01:54esses governadores consideram o melhor o caiado, tá?
01:56Mas eles não têm um projeto de Brasil.
01:58E todos tiveram oportunidade de apresentar.
02:00E o que os difere de vocês em termos de
02:02Ah, eu não apoio Lula, nem Bolsonaro, eu tô no caminho aqui do meio.
02:05O que os difere de vocês, então, principalmente, ao ocupar esse caminho do meio?
02:10O lance é que nós não temos um caminho do meio, nós temos o caminho da missão.
02:13Nós temos um caminho que nós apontamos da nossa maneira.
02:15Então, qual o caminho da missão sobre desenvolvimento do Nordeste?
02:18Você vai ver, a gente pode discorrer sobre horas sobre isso.
02:21Qual o caminho da missão para enfrentamento ao crime organizado?
02:23Nós podemos discorrer por horas sobre isso.
02:25Qual o caminho da missão para enfrentar a crise fiscal que vai atingir o Brasil entre 2027 e 2028?
02:29Que todo mundo sabe, o Lula sabe, a equipe do Congresso sabe, os mercados sabem.
02:34Nós temos um caminho.
02:35Nós podemos discutir isso.
02:36E qual o sonho que nós oferecemos?
02:38O sonho é de um Brasil desenvolvido, industrialmente forte,
02:41capaz de concorrer com as novas potências que vão surgir no mundo,
02:43é Indonésia, é Vietnã, é Índia.
02:46Um Brasil que não seja tão inseguro para andar na rua,
02:49na real, que seja pelo menos tão seguro para andar na rua,
02:51é o que eu vou falar.
02:52Quanto Nairobi, no Quênia.
02:54Nairobi é mais seguro do que várias capitais brasileiras.
02:57Um Brasil que seja um lugar que não seja mais humilhado pelo Donald Trump,
03:01ou que precisa ficar pedindo pinico para o Xi Jinping.
03:03Que Brasil é esse?
03:04Como a gente vai construir?
03:05Não é sobre não ser Lula nem Bolsonaro.
03:07A gente não quer construir nossa identidade na negação.
03:09Porque se você construir essa identidade na negação,
03:11você está permanentemente dependendo dos outros.
03:13Nossa cidade tem que ser construída na nossa afirmação.
03:15E a nossa afirmação é de um Brasil muito específico.
03:18Vai lá, Musa.
03:19Bom, vamos lá.
03:20Eu vejo grande parte das pessoas discutindo sobre projetos,
03:24como você tem mencionado agora aqui,
03:27é sempre assim, o tema político é
03:28eu vou fazer, nós vamos fazer.
03:30E não é uma crítica a você, tá?
03:31É uma crítica na política geral.
03:34Na minha visão econômica, obviamente,
03:35na minha visão de mundo,
03:36o Estado, ele é um dos grandes causadores do problema
03:40e das diferenças de classe social.
03:42E parece que a gente sempre quer usar
03:44quem é o causador de tudo isso
03:46como o solucionador dos problemas.
03:48Então nós vamos criar mais isso.
03:49O Estado tem que estar mais presente.
03:51O Estado tem que estar aqui.
03:52Quando a gente vai começar a partir
03:54para entender que o Estado burocratiza,
03:56e talvez a proposta esteja ao contrário,
03:58nós estaremos lá para desburocratizar.
04:00Nós estaremos lá para flexibilizar o mercado de trabalho.
04:02Nós estaremos lá para diminuir drasticamente o imposto,
04:06porque o Estado não precisa estar pisando
04:07na jugular de cada um dos cidadãos diariamente
04:09para espoliar, como você muito bem colocou,
04:12que eu concordo 100% com você.
04:14A gente sai de casa e é roubado todo dia.
04:15Ou é pelo Estado, ou é pela pessoa na rua.
04:18Quando a gente começar a entender
04:19que podemos ter propostas que passam
04:23não pelo que dizem, mas pelo que ninguém diz,
04:25que é desburocratizar esse país
04:26e torná-lo mais leve, mais fácil
04:29para o dia a dia de todos nós.
04:30Eu concordo com você. O MBL, em 11 anos,
04:32ele talvez tenha sido o grupo político
04:34que mais promoveu as ideias liberais no Brasil.
04:36Nós fomos os grandes promotores em debates,
04:38em redes sociais, discussões,
04:39em projetos aprovados,
04:40em relatorias com nossos políticos.
04:42A agenda liberal...
04:42A gente teve relatórios de reforma da Previdência
04:46no município de São Paulo, por exemplo,
04:47tocado por vereador do MBL,
04:49um sujeito que eu não gosto de ficar falando hoje dele,
04:50tem até vergonha de citar esse nome,
04:51esse cara em público, Fernando Hollander,
04:53mas foi vereador nosso por um tempo.
04:55E outras...
04:56A agenda liberal andou conosco.
04:57Nós acreditamos nessa premissa do ser humano livre
05:01como agente que ele próprio vai,
05:03através das suas decisões racionais,
05:05produzir melhorias econômicas para ele,
05:07para a comunidade dele e por extensão no país.
05:09Isso é uma premissa do nosso trabalho.
05:11Nós também acreditamos,
05:12e eu não posso negar,
05:13que, por exemplo,
05:14quando o Estado brasileiro,
05:15em diversos governos,
05:16atuou, por exemplo,
05:17com as frentes pioneiras,
05:18isso vem desde o período da ditadura militar,
05:20com a criação da Embrapa,
05:21e com o crédito que nós temos hoje
05:23para o nosso agro,
05:24que ele criou o agro mais competitivo do mundo.
05:25A gente tem um super agro
05:26e o Estado teve um papel nisso.
05:28As universidades como a Federal,
05:31que tem em Viçosa,
05:32a Exalc,
05:33tiveram um papel
05:33e hoje nós temos um agro
05:34que se paga
05:35e que hoje é o motor,
05:37é o motor da economia brasileira.
05:38A força que integrou
05:40IME,
05:41ITA,
05:42o surgimento da Embraer,
05:43a posterior privatização da Embraer,
05:45criou um polo de tecnologia
05:47sensacional na região do Vale do Paraíba
05:49e que hoje está na fronteira do conhecimento
05:51e concorre com algumas das maiores potências
05:53do mundo nessa área.
05:53Então, o Estado nem sempre é deletério.
05:57O Estado nem sempre é deletério.
05:58Então, a gente consegue encontrar
05:59no próprio Brasil
06:00exemplos em que o Estado
06:01não foi o problema.
06:02Eu entendo que existe uma questão,
06:04dada uma questão cultural brasileira,
06:05que é o patrimonialismo
06:07subjacente às relações nossas,
06:09humanas,
06:09a gente vai cair em Sérgio Buarque,
06:10eu adoro esse assunto,
06:11mas não vou me estender.
06:12Que é privatizar quase sempre
06:14uma solução para proteger as empresas
06:15ou os serviços,
06:17vamos dizer,
06:17dessa privatização indevida
06:19que acontece,
06:20que é quando os agentes políticos
06:21fazem uso dessa instituição
06:24para o seu bel prazer,
06:25que isso é o que acontece
06:25em praticamente todas essas instituições.
06:27Dito isso,
06:28como existem alguns poucos bons exemplos,
06:30a gente tem que olhar,
06:30ver o que funcionou
06:31e eventualmente aplicar novamente.
06:32Um desafio que eu deixo para todo mundo.
06:34Nós temos hoje,
06:34e eu falo muito em desenvolvimento do Nordeste,
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