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A China está projetada para ultrapassar os EUA como maior economia mundial em 2025, com um PIB estimado em US$ 19,5 trilhões. Além disso, o país alcançou a erradicação da pobreza extrema, retirando cerca de 800 milhões de pessoas dessa condição.

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Transcrição
00:00Olha, vamos começar já dando uma debulhada nos números da China,
00:03porque a gente está falando aqui de um gigante da economia internacional,
00:07com previsão, inclusive, de se tornar o número um na economia do planeta daqui a alguns anos.
00:13A gente vai chegar lá, já vamos falar um pouquinho melhor sobre isso,
00:16mas vamos dar uma olhada então nos números para entender exatamente do que é que nós estamos falando.
00:21China é um país de 1,4 bilhão de habitantes,
00:24o segundo maior PIB do mundo, 18,7 trilhões de dólares,
00:30atrás apenas dos Estados Unidos,
00:32PIB per capita de 13.300 dólares,
00:35um desemprego de quase 4.000%, 4,6,
00:38e uma inflação, um índice de preços ao consumidor de 0,2% ao ano.
00:44Quem nos dera está nesse patamar.
00:46Mas quando a gente fala de PIB, que aí é o dado mais interessante para a gente trazer,
00:49é importante a gente ver a curva de crescimento da China ao longo dos últimos anos.
00:54Esse é o outro gráfico que a gente tem para trazer aqui.
00:57Esses números em trilhões de dólares.
01:00Chega aqui mais ou menos em 2000, em 2001, melhor dizendo,
01:04como a gente falava, quando a China entra na OMC, Organização Mundial do Comércio,
01:09e aí o PIB chinês dispara.
01:11Chega nessa margem dos 18 trilhões que a gente vinha falado.
01:15A expectativa de ali entre 2040 aproximadamente,
01:21tem se falado muito disso para ultrapassar os Estados Unidos,
01:24que hoje estão na margem dos 27, 28 trilhões de dólares no PIB.
01:28Professor, a primeira pergunta que eu queria te fazer, já antes de a gente chamar o Luca,
01:32é a seguinte, qual foi o diferencial aqui para a China?
01:35O que fez a China sair desse patamar aqui, de no começo do século,
01:39estar abaixo dos 2 trilhões de dólares no PIB e passar para 18 trilhões em 2020?
01:46Não há dúvida, Fabrício, que em 2001, quando a China entra na Organização Mundial de Comércio,
01:52nós observamos uma mudança muito importante.
01:55Os chineses sofriam muita retaliação internacional com relação ao preço,
01:59com relação às práticas de mercado.
02:01Sempre se dizia que os chineses estavam praticando dumping.
02:04E o que a gente observou é que, a partir de 2001,
02:06as regras se transformaram no sentido de que, ao ser considerado uma economia de mercado,
02:12os chineses puderam competir de uma maneira muito clara dentro desse cenário internacional.
02:17Então, esta foi a mudança fundamental.
02:20E, obviamente, que vem tudo, e aqui é importante ressaltar,
02:23o ano de 1978, quando os chineses começam o processo de reforma e abertura com Deng Xiaoping.
02:29E aí eles adotam um pragmatismo, uma volta ao capitalismo histórico chinês
02:36e fazem com que o país consiga dar um grande salto nesse processo todo.
02:41Então, vamos marcar duas datas.
02:431978, Deng Xiaoping, pragmatismo, reforma e abertura,
02:48e 2001, quando a China entra na Organização Mundial de Comércio.
02:52Agora, uma pergunta que muita gente se faz.
02:54Esse modelo chinês, ele é aplicável em outros países?
02:58Poderia ter algo parecido aqui no Brasil para fazer o país alavancar,
03:02mudar de patamar no cenário internacional?
03:05Essa é uma pergunta que sempre me fazem.
03:07E eu diria que, na questão política, não.
03:10Porque os chineses mesmo dizem que o seu modelo funciona na China,
03:14na sua organização de Estado, em razão da sua história.
03:17Agora, na questão econômica, existe uma distinção aqui importante, Fabrício.
03:22Porque quando a gente olha, por exemplo, para o nosso modelo econômico,
03:25a gente sempre tem aquela história de buy low, sell high.
03:28Ou seja, compre barato e venda muito caro para você ter uma grande lucratividade.
03:31E se nós olharmos para o capitalismo chinês,
03:34ou o socialismo com características chinesas,
03:37ela tem um trinômio, que é preço baixo,
03:40margem reduzida, longo prazo e escala.
03:45Então, você precisaria passar por uma mudança no nosso modelo econômico,
03:51na nossa maneira de ver o capitalismo,
03:53em que nós passamos a entender que o ganho tem de ser com escala,
03:58com longo prazo, mas com margem menor.
04:01E não necessariamente aquela ideia de você ganhar todo o dinheiro
04:04numa única venda que você faz.
04:06Então, precisa mudar essa estrutura no pensamento que a gente tem.
04:10É um processo que não é simples, né?
04:12Não se resolve de um dia para o outro.
04:14É algo que precisa de um planejamento muito extenso, não?
04:17No caso aqui, 5 mil anos de história.
04:20A gente chega lá, mais cedo ou mais tarde, a gente chega lá.
04:23Deixa eu chamar o Luca Bassani, que está com a gente direto de Xendu,
04:26lá na China.
04:27Ele vai participar aqui com a gente.
04:29O Luca está acompanhando tudo também de perto.
04:32Foi para a China tem mais ou menos duas semanas, né, Luca?
04:35Mas ele é morador de Munique, na Alemanha.
04:37E aí eu queria saber, Luca,
04:38como é que os europeus também têm visto esse crescimento chinês?
04:41E quais foram as suas impressões?
04:43Você que, inclusive, já foi para a China algumas vezes, né?
04:45Quando é que foi a última?
04:46Se você puder nos lembrar, por favor.
04:50Olá para você, Fabrício, querido professor Marcos Vinícius.
04:54Realmente tem sido uma experiência de contraste.
04:57Afinal, a última vez que eu estive na China continental,
05:00eu estive também em Hong Kong, Macau, mais recentemente,
05:03mas faz oito anos que não vinha a China continental
05:06e a mudança na infraestrutura, ela é impressionante.
05:10O país está muito mais tecnológico, muito mais conectado.
05:13Os trens-bala que ligam as principais cidades na costa leste do país
05:19são dos mais modernos e não deixam a desejar
05:22para nenhum dos outros grandes países asiáticos mais modernos
05:26que chegaram ao desenvolvimento econômico antes da China.
05:29Então tem sido uma outra China que tem o desbravado
05:33e sempre muitas construções.
05:35A população toda utiliza o telefone
05:38para fazer as mais diversas formas de pagamento.
05:41Então é uma sociedade praticamente sem cartões de crédito,
05:43sem telefone, sem dinheiro vivo, perdão.
05:46É só com o telefone.
05:48Realmente é fantástico esse aspecto.
05:52E o que muito chama a atenção é ver que os chineses
05:57também subiram no seu patamar de poder de compra.
06:00A última vez que eu estive aqui foi em 2017.
06:04Era uma sociedade talvez menos refinada, digamos assim,
06:08naquilo que comprava e naquilo que vendia.
06:09Hoje as lojas, os estabelecimentos também já seguem um certo padrão
06:14parecido bastante com os grandes países da Europa,
06:17com os próprios Estados Unidos.
06:19E aí eu respondo a sua pergunta em relação a como os europeus veem isso.
06:22Neste novo mundo de Donald Trump, com tarifas muito altas
06:27e com essa falta de credibilidade muitas vezes entre aliados históricos,
06:31entre os dois lados do Atlântico,
06:33há sim uma vertente dentro da Europa
06:35que fala para os europeus olharem para o Oriente.
06:39Lembrando as antigas rotas comerciais, a Rota da Seda,
06:44que partia desde aqui da China até chegar à Europa.
06:47Quem sabe isso possa ser uma nova alternativa
06:50para reacender a economia europeia
06:53e achar nos chineses também parceiros econômicos
06:56dos mais relevantes para superar crises
06:59e até mesmo estabelecer alternativas,
07:02já que os Estados Unidos se mostram parceiros complexos,
07:06parceiros bastante complicados neste momento
07:11em que as tarifas sobem e descem ao meu prazer do presidente norte-americano.
07:15Com certeza.
07:16O Luca trouxe várias coisas interessantes aqui para a gente tratar também.
07:19Eu vou fazer uma pergunta para o professor Marcos Vinícius,
07:21que é o seguinte, professor,
07:23a China se tornou um parceiro incontornável hoje no cenário internacional.
07:28Não tem como imaginar um país que queira crescer,
07:31que queira se expandir economicamente,
07:33em qualquer papel que seja,
07:35sem negociar, sem tratar com a China, não?
07:38É interessante, Fabrício, de você pensar que,
07:42desde 2001, praticamente,
07:44quando a gente teve entrada na China no EMC,
07:46eles conseguiram um feito inédito.
07:48Eles se tornaram aí o principal parceiro econômico número um
07:53de mais de 140 países e territórios ao redor do mundo.
07:58Então, não importa onde você olhe para o mundo,
08:00você sempre vê a presença chinesa como um grande comprador,
08:05como um grande investidor.
08:07E muitas vezes, neste processo,
08:10os países que recebem este tipo de investimento
08:14necessitam, justamente, da China para construir a sua infraestrutura,
08:19para refazer muitos dos problemas históricos que tinham.
08:22A gente observa isso muito intensamente em África,
08:25particularmente, onde os chineses têm ali uma presença muito importante
08:29na construção de infraestrutura.
08:31Porque é baseado ali numa história, né?
08:33Os chineses sempre dizem um ditado,
08:36construa estrada e fique rico.
08:38Ou seja, a base do desenvolvimento, do crescimento,
08:41é justamente comercializar e ter infraestrutura.
08:46E os chineses entendem que não há melhor investimento num país
08:49do que o comércio.
08:50O Luca destacou uma coisa muito interessante sobre o consumo na China.
08:54Ele falou que quando ele esteve em 2017,
08:56o consumo era um, agora é outro.
08:58A gente tem visto, professor, uma tentativa do governo chinês
09:01de diversificar a sua base econômica, né?
09:04Aumentar o consumo interno para poder reduzir a dependência de exportações.
09:10Isso tem funcionado?
09:11Como é que tem sido esse processo?
09:13O Luca está como testemunha nesse momento.
09:15Mas eu queria saber da sua avaliação
09:18se esse é o caminho mais óbvio para o futuro econômico da China.
09:22Em 2018, o governo chinês começou um processo histórico
09:27de mudança de modelo.
09:29Eles reproduziram, a partir de 78,
09:32aquele modelo japonês de exportar e crescer economicamente
09:36a partir da exportação.
09:38Mas, em 2018, já notando que esta política dos Estados Unidos
09:43não é uma política só de Trump,
09:45não é uma política da administração,
09:48esta política de contenção à China
09:49não é uma política só de Donald Trump.
09:51Também foi aplicada com Biden,
09:53começa com Obama e um pouco antes até com Bill Clinton.
09:56Mas o que a gente nota é que é uma política de governo,
09:58não é uma política do Estado americano à contenção da China.
10:01Então, eles entenderam que este modelo,
10:03baseado na exportação,
10:05deveria passar por alterações profundas.
10:08E, nesse processo, eles deveriam olhar muito mais intensamente
10:11para a sua população.
10:15E, veja só, os chineses, eu me lembro disso,
10:17primeiro dia de aula, um aluno meu falou assim,
10:19professor, o senhor já se deu conta
10:21se cada chinês lhe der um yuan,
10:23o senhor fica bilionário?
10:24Então, é muito clara essa questão do capitalismo presente
10:28e de você basear este modelo no consumo doméstico.
10:33E há uma notícia boa para nós também, viu, Fabrício?
10:36O governo chinês tem a meta de chegar a 20, 25 mil dólares de PIB per capita.
10:43Você mostrou que estava em quase 14 mil.
10:45Isso em 2049.
10:47Isso, para o mundo, representa um consumidor chinês cada vez mais ábido,
10:51mais consumista e, mais importante,
10:55isso também beneficia todos aqueles países
10:57que têm uma parceria importante com a China.
10:59Então, vamos lá.
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