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FÚRIA ASSASSINA - O ATIRADOR SILENCIOSO ID-1080P
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00:00Em 5 de abril de 1982, a polícia de Ohio isolou uma cena de crime próxima de uma afastada lagoa,
00:12onde um pescador de 44 anos jazia morto vítima de um ataque a tiros.
00:18Ele estava pescando na orla quando alguém veio e atirou nele com um fuzil de alta potência.
00:22Imediatamente, uma força-tarefa alertou o público e começou a procurar um assassino que perseguia praticantes de esportes ao ar livre.
00:32Houve medo. Acho que houve um medo imenso.
00:36Sabíamos que a pessoa estava por aí, que as pessoas corriam o perigo e...
00:41Atenção, cuidado. Não caça sozinho. Nunca fique sozinho quando for caçar ou pescar.
00:47Cuidado com as cercanias, porque há alguém à espreita.
00:51Mirando você.
00:56Além da polícia, muita gente acompanhou esse caso muito de perto, em filme, no papel e em vídeo.
01:03Foram as primeiras testemunhas do público que, através de seus olhos, capturou os capítulos mais sombrios do crime.
01:21O Raio
01:31O Raio
01:31O Raio, o estado dos castanheiros localizado no meio oeste americano.
01:48Embora com numerosas cidades grandes, Columbus, Cleveland, Cincinnati, o estado também tem extensas áreas rurais, em especial a leste, em direção aos montes Apalaches.
01:59Com numerosos parques e florestas, a região é muito procurada para caça e pesca.
02:06As regiões do sudoeste de Ohio são regiões realmente muito bonitas, muito rurais, onde as pessoas são muito acolhedoras, os habitantes locais.
02:16Há muitas fazendas e florestas, áreas ideais para caça e pesca.
02:22Em 1989, um homem que gostava de caçar e se exercitar na região era um caminhoneiro chamado Don Welling.
02:32Don Welling tinha 35 anos, ele morava sozinho, era bastante atlético, gostava de esportes e ele malhava e andava e corria.
02:46Éramos muito amigos, tomávamos cerveja juntos e nos víamos sempre, caçávamos juntos, nós fazíamos o que amigos fazem.
02:57Ele vinha de vez em quando para ver como iam todos e adorava as crianças, ele era ótimo com as crianças e tudo.
03:08Ele nunca teve filhos, então os sobrinhos e sobrinhas eram como o dele.
03:12Quer dizer, ele brincava com as crianças nos feriados e se ainda estivesse aqui, estaria jogando softball com a minha neta.
03:19Em 1º de abril de 1989, Don se levantou e saiu para uma rotineira caminhada de sábado por uma calma estrada vicinal.
03:32Ele saiu de casa, era de manhã cedo e andou até a estradinha, era uma coisa relativamente comum, ele costumava andar ali.
03:39A certa altura, a caminhada de Don virou tragédia.
03:50Momentos depois, um motorista se deparou com um corpo inerte na estrada.
03:54Uma ambulância foi despachada, assim como policiais das autoridades locais.
04:00Inicialmente, imaginaram que ele pudesse ter sido atropelado.
04:04Mas as autoridades logo perceberam que não se tratava de algo acidental.
04:09Uma análise melhor indicou que Don Welling tinha sido morto por um tiro no peito.
04:18Cheguei em casa do trabalho, vi todo mundo ali, eu perguntei o que tinha acontecido.
04:22E minha mulher disse que ele tinha levado um tiro.
04:26Ele só tinha 35 anos quando foi morto.
04:28Tinha a vida inteira pela frente.
04:31E ter a vida assim interrompida foi uma grande tragédia.
04:37Enquanto a notícia do ataque se espalhava, os detetives e peritos forenses examinaram a cena do crime.
04:45Procurávamos qualquer tipo de evidência.
04:47Marcas de pneus, talvez um cartucho de bala vazio, algo que alguém deixou cair.
04:52Qualquer coisa que tivesse sido deixada ali por um suspeito.
04:56Isso nós procurávamos.
05:00Pouco se encontrou na cena.
05:02Mas a autópsia revelou restos de uma bala de fuzil calibre 30.
05:07A única evidência que tínhamos realmente era a bala que tinha matado Don Welling.
05:12Não havia outra evidência na cena do crime.
05:15Perplexa, a polícia também não conseguiu entender o motivo para esse crime.
05:22Nós fizemos um cuidadoso estudo do passado da vítima para tentar determinar com quem ele tinha contato,
05:28quem eram seus amigos, se ele tinha algum inimigo, para tentar estabelecer uma pista.
05:33Mas não chegou a acontecer.
05:35E a investigação logo chegou a um impasse.
05:42Já tínhamos uma pessoa que tinha sido morta.
05:45Ninguém entendia por que alguém podia matar essa pessoa.
05:52Nessa altura, não havia pista.
05:55E não havia razão alguma para atirarem e matarem Don Welling.
06:00Em 10 de novembro de 1990, mais de um ano e meio após o assassinato não resolvido de Don Welling,
06:11em outro condado do leste de Ohio,
06:13Jamie Paxton, de 21 anos, planejou passar o dia caçando cervos com arco e flecha.
06:19Jamie era um jovem que gostava do ar livre, gostava de caçar e pescar.
06:25Ele morava com os pais, tinha uma namorada e trabalhava em uma fábrica local.
06:34Jamie tinha saído de seu carro numa área muito remota e deixou o arco e flecha no carro.
06:45Um veículo desconhecido parou na estrada pouco além.
06:50Segundos depois, ouviram-se tiros e Jamie foi ao chão.
06:55Alertada por um habitante que achou o corpo de Jamie, a polícia local correu para a cena.
07:07Quando chegamos, o carro estava lá.
07:10O carro estava parado ao lado da estrada e havia uma pequena inclinação em direção ao campo
07:17e o corpo dele estava lá.
07:19Não havia testemunhas, não havia nenhuma evidência deixada na cena,
07:25nenhum cartucho de bala.
07:27A única coisa ali era o carro dele, onde ainda estava a carteira com dinheiro dentro,
07:34o arco dele e seu corpo estava a mais ou menos 10 metros do veículo.
07:39Não achamos ninguém que, vamos dizer, não gostasse daquele rapaz.
07:48Ele era um jovem tipicamente americano.
07:52Quando há um crime, costuma haver um motivo, uma mulher ciumenta, um marido ciumento.
07:58Mas no caso da morte de Jamie, nada disso apareceu.
08:03Foi um crime, assim, do nada.
08:06A polícia não achou nenhuma evidência na cena do crime, nem um suspeito potencial.
08:16Mas a autópsia de Jamie Paxton revelou os restos de uma bala calibre 30,
08:20como a bala encontrada no caso de Don Welling.
08:24Mas como outro crime tinha acontecido em outro condado e mais de um ano e meio antes,
08:29as similaridades entre os crimes não foram notadas.
08:32Mas um caso mais recente tomou um rumo dramático.
08:40À procura de respostas, a mãe de Jamie Paxton empreendeu sua própria cruzada
08:44para contatar o assassino do filho através do jornal local.
08:49A senhora Paxton se envolveu muito, como outras mães por seus filhos,
08:55principalmente porque não havia resposta sobre o porquê do crime.
08:58Ela apelou para o assassino através de cartas ao editor do jornal local do condado de Belmont,
09:05onde perguntava ao criminoso porquê.
09:09E depois de perguntar muitas vezes,
09:12ela recebeu uma resposta de alguém que se identificou como sendo o assassino do filho.
09:18Uma carta foi recebida pelo editor do jornal.
09:24Estava endereçada ao jornal e basicamente dizia que
09:28eu sou a pessoa que matou o Jamie Paxton
09:31e acho que você deve saber exatamente o que aconteceu.
09:35E a pessoa deu a versão dela do que viu.
09:38Que viu o Jamie no campo e que ouviu uma voz interna dizendo para ele matar.
09:43Então ele parou o carro, pegou o fuzil e matou o Jamie.
09:49O autor da carta disse que já tinha feito isso antes
09:52e se gabou de que seus crimes não deixavam vestígios.
09:56Ele indicou na carta que a culpa não era do xerife nem da força policial,
10:00mas que jamais iam solucionar o caso,
10:03porque ele não deixou evidências, não havia testemunhas
10:06e que ele jamais seria apanhado.
10:09E aquela era a última vez que iriam ouvir falar dele.
10:13Detalhes da carta convenceram a polícia de que não era uma fraude.
10:17Ela foi ou escrita pelo assassino
10:19ou por alguém com íntimo conhecimento do crime.
10:22O exame forense da carta não revelou impressões digitais,
10:26mas a polícia reparou algumas passagens
10:28que poderiam ajudar a levar ao criminoso.
10:31O autor disse que visitou uma placa em homenagem ao morto
10:35e que foi ao seu túmulo.
10:37Na véspera do primeiro aniversário da morte de Jamie Paxton,
10:40alguém sugeriu que ele poderia ir ao túmulo novamente.
10:43Sentimos que ele poderia voltar, se não ao túmulo,
10:50ao local do homicídio, um ano depois.
10:54Montamos uma vigilância, o FBI veio com suas equipes de vigilância,
11:01seus peritos.
11:03Eles foram ao cemitério, instalaram equipamentos de escuta na lápide com câmeras
11:12e se instalaram do outro lado da rua em uma residência.
11:18Não havia muita atividade no túmulo, não era o tipo do cemitério onde muita gente ia.
11:27Então, eu acho que estavam meio desprevenidos
11:30quando alguém apareceu no local do túmulo.
11:34Pode-se ver na gravação alguém chegando, dando uma olhada no túmulo.
11:39Uma espécie de examinada e logo indo embora.
11:42E quando as pessoas perceberam que alguém tinha passado e olhado para o túmulo,
11:49saíram correndo da casa atrás da pessoa.
11:52Mas não conseguiram ver ninguém.
11:55A pessoa tinha desaparecido.
11:57A tocaia não deu em nada.
12:04E o assassino logo atacaria novamente,
12:07desencadeando uma das maiores caçadas humanas do estado de Ohio.
12:12Em novembro de 1991,
12:15os detetives de Ohio investigavam o brutal assassinato de Jamie Paxton,
12:19de 21 anos, morto a tiros no campo por um misterioso atirador.
12:22Apesar do ataque ter sido quase idêntico ao da morte de Don Welling em outro condado,
12:29os dois crimes ainda não tinham sido ligados.
12:35Em 14 de março de 1992,
12:38no condado de Cochockton, leste de Ohio,
12:41Claude Hawkins, de 48 anos,
12:43se levantou com planos de passar o dia fazendo seu passatempo favorito.
12:50Claude Hawkins tinha vários filhos.
12:52Era casado.
12:53Era muito trabalhador,
12:55empregado de uma siderúrgica.
12:58Tudo indicava que não tinha nenhum inimigo,
13:00que cuidava da própria vida,
13:01ia trabalhar todos os dias.
13:03Uma das poucas coisas que gostava de fazer sozinho era pescar.
13:07Então ele pegou seu equipamento e foi para a cena.
13:10Foi até a barragem de Willis Creek
13:12e parou o carro.
13:16Não muito longe de onde ele se colocou,
13:18na beirada, perto do rio.
13:22Ele pescava nas águas de vários desses córregos e riachos da área
13:29e começou a pescar na barragem de Willis Creek.
13:32Quando alguém atrás dele e mais para cima,
13:39atirou nele pelas costas.
13:44Mais tarde, nesse dia,
13:46a polícia investigou a cena e não achou evidência alguma,
13:49além do corpo.
13:51E a vítima, Claude Hawkins, foi levada para a autópsia.
13:55Com o raio-x, tentaram localizar traços da bala fatal.
13:59Quando a bala entrou no corpo,
14:04pedaços da bala se espalharam
14:06ao passar pelo corpo.
14:09E quase sempre com um fuzil,
14:11comparado com um revólver,
14:13você vê uma coisa chamada
14:14tempestade, de neve.
14:17É a fragmentação de pedaços da bala
14:19enquanto ela passa pelo corpo
14:21em alta velocidade,
14:22como uma bala de fuzil.
14:24E, neste caso, de fato,
14:27havia muitos fragmentos de bala.
14:29E esses mesmos fragmentos de bala no corpo
14:31indicavam que o tiro era de fuzil.
14:37Esperando que os testes balísticos
14:39identificassem a arma do crime,
14:41a polícia do condado expandiu sua investigação.
14:44Bloqueamos a estrada,
14:45falamos absolutamente com todo mundo
14:47por três dias,
14:47para cima e para baixo da estrada
14:49onde ele foi morto,
14:50através de pistas, testemunhas.
14:52gastamos semanas examinando
14:54o passado de Claude Hawkins.
14:56Entrevistamos os filhos dele,
14:58a ex-esposa, os colegas,
14:59os amigos, os parentes.
15:01O fato de alguém seguir Claude Hawkins
15:04em uma pequena estrada rural,
15:05atirar nele pelas costas,
15:07se virar e ir embora,
15:08levantava naturalmente a questão
15:10de por que Claude morreu.
15:13E, como não achamos uma razão
15:15para ele estar morto,
15:17tínhamos outro homicida
15:19à solta por aí.
15:20De repente, somando dois mais dois,
15:23eu disse, espera aí.
15:27À procura de explicações,
15:29Dan Shryock se lembrou do crime
15:30de Don Welling de 1989.
15:33Sem saber detalhes do caso,
15:35ele nem sabia se tinha sido resolvido.
15:39Peguei o telefone e chamei um detetive
15:41do condado de Tuscarawas,
15:43que já era xerife,
15:44Walt Wilson,
15:45e disse,
15:45Walt,
15:46tivemos um homicídio aqui.
15:49Um homem foi morto
15:50com tiros no tórax
15:51sem razão aparente
15:53e em atividade ao ar livre
15:54e estava pescando.
15:56Estava em antigo solo de mineração
15:58a céu aberto
15:59e muito isolado.
16:01Alguma dessas características
16:03bate com Don Welling
16:04e ele disse que todas.
16:06Perguntei se ele achava
16:07que havia chance
16:08de os dois crimes terem ligação
16:10e ele disse,
16:11não sei.
16:14Shryock mandou uma mensagem
16:16à polícia de vários condados
16:18do leste de Ohio
16:18e regiões fronteiriças
16:20à procura de outros casos
16:21e assim ficou sabendo
16:23da morte de Jamie Paxton.
16:28Embora os testes balísticos
16:29revelassem que a vítima mais recente,
16:31Claude Hawkins,
16:32foi morta com um fuzil sueco
16:34Mauser de 6,5 por 55 milímetros
16:36e não com um calibre .30,
16:38como nos outros casos,
16:40as semelhanças entre todos
16:41os ataques era total.
16:45Outro incidente com tiros
16:46no condado de Muskingham
16:48também foi novamente reexaminado.
16:51No fim de 1990,
16:53Kevin Lorin, 30 anos,
16:55foi achado morto
16:56depois de se afastar
16:57de seu grupo de caça.
16:58Inicialmente,
16:59o condado de Muskingham
17:00considerou aquilo
17:01como um tiro acidental
17:03dado por outro caçador
17:05e ignorado.
17:07Eu conheci os detetives
17:08de lá pessoalmente e disse
17:09acho que esse caso
17:11é similar.
17:14E de repente,
17:15a polícia se deu conta
17:17de que nada menos
17:18do que quatro crimes
17:19acontecidos no leste de Ohio
17:21podiam ser obra
17:22de um só homem.
17:24Decidimos montar
17:25uma força-tarefa
17:26formada por um
17:28investigador de cada condado
17:29onde houve um crime,
17:31mais o FBI.
17:32E formamos essa força-tarefa
17:34com o objetivo
17:36de investigar
17:37os casos
17:38como se estivessem
17:39ligados.
17:40Mas antes de fazer
17:41qualquer progresso,
17:43no entanto,
17:43outro ataque aconteceu.
17:45Gary Bradley,
17:46de 44 anos,
17:47foi morto
17:47enquanto pescava
17:48sozinho
17:49em uma área isolada.
17:51Nós tivemos
17:53a sensação imediata
17:54de que era
17:55nosso homem de novo.
17:57A autópsia
17:58apareceu
17:59confirmar a suspeita.
18:00Gary Bradley
18:01também foi morto
18:02por um fuzil sueco
18:03Mauser
18:03de 6,5 por 55 milímetros,
18:06o mesmo tipo
18:07de arma usado
18:08para matar
18:08Claude Hawkins.
18:10Agora estávamos
18:11trabalhando
18:12em cinco homicídios.
18:13Não tínhamos pistas.
18:15Em absoluto,
18:16nenhum suspeito.
18:18A força-tarefa
18:19pediu ajuda
18:20da unidade
18:21de ciência comportamental
18:22do FBI.
18:23Comparando os traços
18:24de assassinos
18:25seriais pelo mundo,
18:26essa unidade
18:27se especializou
18:28em criar perfis
18:28criminosos,
18:29perfis que possam
18:30ajudar a polícia
18:31a identificar
18:32possíveis suspeitos.
18:35O perfil
18:37que recebemos
18:37do FBI
18:38dizia que
18:39devíamos procurar
18:40uma pessoa
18:41provavelmente
18:42de meia idade,
18:44homem branco,
18:45extremamente inteligente,
18:46basicamente
18:47o solitário,
18:48com fascinação
18:49por armas de fogo
18:51e que gostava
18:52de matar
18:53não só humanos,
18:54mas cães
18:55e gatos.
18:57Quando a necessidade
18:58de matar
18:59fosse maior
19:00do que
19:00esses animais,
19:02ele procurava
19:03humanos.
19:06Com esse perfil,
19:08a polícia notou
19:08que uma recente
19:09onda de tiros dados
19:10em gado
19:11no leste de Ohio
19:12também poderia ser
19:13obra do mesmo homem.
19:15Ademais,
19:16como todos os crimes,
19:17exceto um,
19:18ocorreram em um sábado,
19:19a polícia achou
19:20que o suspeito
19:21devia ter um emprego
19:22durante a semana.
19:22nós também pensamos
19:26que esse indivíduo
19:27deveria morar
19:28na região,
19:30que devia estar
19:30familiarizado
19:31com esses condados,
19:33que sabia ir e vir,
19:34que sabia
19:35por onde andava,
19:36então achamos
19:37que provavelmente
19:38ou ele morava
19:40na área
19:40ou frequentava
19:41muito a área.
19:43Em agosto
19:44de 1992,
19:46tanto para alertar
19:47os residentes
19:47quanto para conseguir
19:48sua cooperação,
19:49a Força-Tarefa
19:50decidiu ir a público.
19:53Fizemos uma coletiva
19:54de imprensa
19:54com os investigadores
19:55presentes
19:56e dissemos
19:57que estávamos
19:58investigando os crimes
19:59que parecia ter
20:00uma ligação entre eles
20:01que poderia ser
20:01um assassino em série
20:02e que algumas
20:03das informações
20:04que procurávamos
20:06eram consequentes
20:07do perfil dele.
20:09E demos o número
20:10da central
20:10e encorajamos as pessoas
20:11a chamarem a Força-Tarefa
20:13a ligar para os investigadores,
20:15mesmo o do FBI.
20:17Após essas notícias,
20:18uma onda de medo
20:19se espalhou
20:20pela região.
20:22Foi chocante.
20:23Quer dizer,
20:24somos uma comunidade
20:25pequena aqui
20:26e muita gente
20:27caça e pesca,
20:28mas as pessoas
20:28ficaram
20:29com medo
20:31de seguir
20:31seu dia a dia.
20:35Centenas de dicas
20:36logo chegaram
20:37ao QG
20:37da Força-Tarefa,
20:39mas a polícia
20:39sentiu que era
20:40uma questão de tempo
20:41até o perigoso
20:41homem atacar de novo.
20:43Agosto de 1992.
20:49Em Ohio,
20:50uma Força-Tarefa
20:51composta de policiais locais
20:52e do FBI
20:53procurava um assassino
20:54em série
20:55que atirava nas vítimas
20:56em isoladas áreas rurais.
20:58Com cinco pessoas
21:00já mortas
21:01e o perfil
21:01do assassino
21:02circulando,
21:03a polícia local
21:03vivia em alerta.
21:04Houve medo.
21:10Acho que houve
21:10um medo enorme.
21:12Sem falar
21:12que a mídia
21:13da área
21:14fazia boletins
21:15regulares
21:16e constantes.
21:18Atenção,
21:18cuidado,
21:20não caça sozinho,
21:21nunca fique sozinho
21:22quando for caçar
21:22ou pescar.
21:23Cuidado com as cercanias
21:25porque
21:25há alguém
21:26à espreita
21:27mirando você
21:28para atirar em você.
21:31Mas o público
21:32encaminhou
21:32uma enxurrada
21:33de chamadas
21:34pela linha
21:34exclusiva
21:35da Força-Tarefa.
21:39Recebemos
21:39o chamado
21:40de dois bombeiros
21:41de Columbus
21:42que disseram
21:43que estavam
21:44caçando marmotas
21:45e estávamos
21:46sentados
21:47encostados
21:48em um grande
21:49fardo de feno.
21:50Quando me virei
21:51vi uma caminhonete
21:52vermelha
21:53que descia a estrada
21:54parou
21:54e um cara
21:55apontou para nós.
21:56Pulamos para trás
21:57do monte de feno
21:59para nos esconder
22:00e a caminhonete
22:02foi embora.
22:04Mesmo sem
22:04identificar
22:05a caminhonete
22:06nem o motorista
22:07a polícia
22:07achou que poderia
22:08ser o matador.
22:10Ao mesmo tempo
22:11muita gente
22:12que chamou
22:12pela linha
22:13exclusiva
22:14deu o nome
22:14de potenciais
22:15suspeitos
22:16achando que
22:16se encaixavam
22:17no perfil
22:18divulgado.
22:22Porque os casos
22:23estavam relacionados.
22:25Nós imaginamos
22:26que caso
22:27um suspeito
22:27não estivesse
22:28disponível
22:29para cometer
22:30um homicídio
22:31qualquer um
22:31deles
22:32podíamos excluir
22:33esse suspeito
22:34dos outros casos
22:35também.
22:36Ele trabalhava
22:36de dia
22:37tinha emprego
22:37e se trabalhasse
22:38normalmente
22:39já que os crimes
22:40aconteceram de dia
22:41ele estaria disponível
22:42e muita gente
22:43não estava disponível
22:44então foi fácil
22:45descartar.
22:46Trabalhamos
22:46todos os dias
22:47e longas horas
22:48foram tempos
22:49extremamente tensos
22:51mas era só
22:52pensarmos
22:53nas famílias
22:54que tinham perdido
22:55entes queridos
22:56e voltava
22:57a ficar mais fácil
22:58retomar
22:59fazer nosso trabalho.
23:01No espaço
23:02de apenas uma semana
23:03a polícia
23:04investigou
23:04mais de 100
23:05pessoas
23:06de interesse.
23:07Uma após a outra
23:09todos foram
23:09eliminadas
23:10ou inocentadas.
23:11Eu me lembro
23:12de ligar regularmente
23:14para saber
23:14do progresso.
23:16Houve
23:16muitos
23:18muitos
23:18dados
23:19infundados
23:20pistas falsas.
23:23Mas em 26
23:24de agosto
23:25de 1992
23:26houve um fato
23:27determinante.
23:28Walt Wilson
23:29um dos membros
23:30chave da força
23:31tarefa
23:31se encontrou
23:32com Richard Fry
23:33um homem
23:34que tinha
23:34telefonado
23:35e disse
23:35que poderia
23:35saber
23:36quem realmente
23:37estava por trás
23:38da onda
23:38de crimes.
23:40Ele tinha
23:40um forte
23:41pressentimento
23:42de que seu amigo
23:43poderia ser o
23:44responsável.
23:45Ele não tinha
23:46provas a essa
23:47altura mas sentiu
23:48que deveria falar
23:49com as autoridades.
23:52Segundo
23:52Richard Fry
23:53o amigo em questão
23:54era Thomas Dillon
23:55de 42 anos
23:56de idade.
23:59Concurso superior
24:00e reconhecido
24:01por sua inteligência
24:02Dillon
24:03trabalhava como técnico
24:04hidráulico
24:05para a cidade
24:05de Kenton.
24:07Apesar de ser
24:08considerado por alguns
24:09como um lobo
24:10solitário
24:10em muitos aspectos
24:11era um cidadão
24:12comum.
24:16Thomas Dillon
24:17era basicamente
24:18um homem de família
24:19tinha esposa
24:21um filho
24:22morava em um
24:23belo bairro
24:24provavelmente
24:25seria a última
24:26pessoa que você
24:27pensaria ser
24:29um assassino
24:30em série.
24:31Mas o que Dillon
24:32fazia nas horas
24:33de folga
24:34se encaixava
24:35no perfil
24:35do assassino.
24:37Desde a infância
24:38ele mostrou
24:39muito gosto
24:40por matar
24:40e mesmo
24:41torturar animais.
24:42era louco
24:46por armas
24:46adorava
24:47suas armas.
24:48Thomas Dillon
24:49sempre ia
24:50a áreas isoladas
24:51e matava
24:52qualquer tipo
24:53de animal
24:54que visse
24:55atirava em
24:55qualquer coisa
24:56cães,
24:57gatos,
24:57cervos,
24:58marmotas
24:59qualquer coisa
24:59que ele achasse
25:00simplesmente
25:01matava.
25:05Segundo
25:06Richard Frye
25:07Thomas Dillon
25:07podia ser o criminoso
25:08por trás da onda
25:09de animais mortos
25:10naquela área
25:11nos meses
25:11anteriores.
25:16Talvez o mais
25:17perturbador
25:18fosse a citação
25:19recente
25:19de Thomas Dillon
25:20contando sua
25:21fascinação
25:22por assassinos
25:22em série.
25:23Ele falou
25:24que leu
25:25livros
25:26em especial
25:26sobre assassinos
25:27em série,
25:28mencionou que
25:29tinha tempo livre
25:30e andava
25:31por áreas isoladas.
25:32Um fator
25:33chave
25:34que realmente
25:35levantou
25:36a suspeita
25:36de Richard Frye
25:38foi que
25:39Thomas Dillon
25:40perguntou
25:41especificamente
25:42você acha
25:43que já
25:43matei
25:43alguém?
25:44E basicamente
25:45começou a
25:46fazer piada
25:46disso.
25:47Acho que
25:48a essa altura
25:49Richard Frye
25:50sentiu
25:50mais do que
25:51nunca
25:51que
25:51Thomas Dillon
25:53poderia ser
25:54o responsável
25:54pelos crimes.
25:56Após
25:57falar com
25:57Richard Frye,
25:58Walt Wilson
25:59não olhou mais
26:00de perto
26:00para o novo
26:01suspeito.
26:02Apesar de
26:03Thomas Dillon
26:03nunca ter sido
26:04preso por
26:04atirar em
26:05animais,
26:06ele tinha um
26:06processo federal
26:07por posse de
26:08arma não
26:08declarada
26:09e de silenciador.
26:12Essa acusação
26:13normalmente
26:14o proibia
26:15de portar
26:15armas.
26:17E mais
26:17importante ainda
26:18era seu
26:18paradeiro
26:19nos dias
26:19dos cinco
26:20crimes.
26:20A primeira
26:22coisa que
26:23fiz foi
26:24contatar
26:24o supervisor
26:25do
26:27departamento
26:28de águas
26:29de Canton.
26:30Falei com
26:30ele e
26:31requeri uma
26:32cópia do
26:32histórico
26:33de férias
26:33de Dillon.
26:35E quando
26:35parei para
26:36examinar o
26:37histórico,
26:37vi que ele
26:38trabalhava de
26:38segunda a
26:39sexta.
26:40Restava
26:40sábado e
26:41domingo.
26:41E a maioria
26:42dos crimes
26:42foi em
26:43fins de
26:44semana.
26:45Mas ao
26:46contrário de
26:47outros
26:47eventuais
26:47suspeitos
26:48analisados
26:49pela
26:49força-tarefa,
26:50Thomas Dillon
26:50também
26:51estava de
26:51folga
26:52no dia
26:52em que
26:52Kevin
26:53Lauren
26:53foi morto,
26:54uma
26:54quarta-feira.
26:55Tom Dillon
26:56tirou o
26:57dia de
26:57folga
26:57exatamente
26:58nessa
26:58data.
27:00O
27:00carro dele
27:01também
27:01batia com
27:02o reportado
27:03no incidente
27:03que envolveu
27:04os dois
27:04caçadores
27:05de
27:05marmotas.
27:08Eu
27:09tirei
27:10fotos de
27:10Dillon
27:10entrando no
27:12carro dele
27:12quando ia e
27:13vinha do
27:13trabalho.
27:14Uma
27:14caminhonete
27:15vermelha e
27:16depois fomos
27:17informados
27:18de uma
27:19caminhonete
27:19vermelha no
27:20nosso
27:20condado
27:21onde houve
27:21o problema.
27:23Conseguimos
27:24justificar
27:24todas as
27:26pistas
27:26que apareceram
27:28para nós,
27:30mas
27:30quando
27:31a pista
27:32apareceu
27:33de
27:34Tom Dillon,
27:36em vez
27:36dos dados
27:37o inocentarem,
27:39eles foram
27:39confirmando cada
27:40vez mais
27:41as suspeitas.
27:43Ele se tornou
27:44o foco
27:44de nossa
27:45investigação.
27:45uma
27:48vigilância
27:48cerrada
27:49de
27:49Thomas
27:50Dillon
27:50levantou
27:50ainda
27:51mais
27:51suspeitas,
27:52especialmente
27:52quando a
27:53Força-Tarefa
27:54testemunhou
27:54suas tendências
27:55violentas.
27:59Setembro
27:59de
28:001992,
28:01em
28:02Ohio,
28:02uma Força-Tarefa
28:03procurava um assassino
28:04em série que matou
28:05cinco homens em áreas
28:06rurais
28:07isoladas.
28:07O principal
28:09suspeito
28:10do caso
28:10era Thomas
28:11Dillon,
28:11de 42
28:12anos,
28:13um fanático
28:13por armas,
28:14conhecido por sua
28:15paixão de
28:15atirar em
28:16animais.
28:18Apesar de a
28:18polícia não ter
28:19provas cabais
28:20para detê-lo,
28:21ele se encaixava
28:21no perfil
28:22do assassino
28:23e estava de folga
28:24nos dias
28:24de cada crime.
28:28Eles
28:28realmente se
28:29convenceram
28:30de que
28:31ele era um
28:32suspeito muito
28:32forte e se
28:33concentraram
28:34nele.
28:35Mas não
28:36havia evidência
28:37real,
28:37tínhamos de
28:38entender
28:38que ninguém
28:39tinha visto
28:40qualquer
28:40daquelas
28:41mortes.
28:42Não havia
28:42testemunha
28:43para dizer
28:44se era um
28:44homem branco
28:45de tal
28:45altura ou
28:46tal peso
28:46em um
28:47carro
28:47vermelho,
28:48ninguém
28:48viu nada.
28:49Não havia
28:50cartuchos
28:50de balas,
28:51nem digitais,
28:53nada.
28:57Procurando
28:57esclarecer
28:58o caso,
28:59a Força-Tarefa
29:00começou a seguir
29:00Dillon em suas
29:01horas de folga,
29:02a maioria das
29:03quais ele
29:04passava tomando
29:05cerveja,
29:05circulando por
29:06estradas
29:07secundárias do
29:07leste de
29:08Ohio.
29:09Para não ser
29:09detectada,
29:10a polícia
29:10utilizou um
29:11avião e
29:12carros civis.
29:16Queríamos ver o que ele
29:18fazia regularmente,
29:19onde ele ia,
29:20se voltaria a alguma
29:21das cenas de crime,
29:23se visitaria o túmulo
29:24de alguma das
29:25vítimas,
29:27se parecia que poderia
29:28estar seguindo sua
29:29próxima vítima.
29:30durante nossa
29:35vigilância,
29:37tínhamos uma
29:37grande preocupação
29:38de que
29:39Thomas Dillon
29:40pudesse
29:41tentar matar
29:42mais alguém
29:43enquanto estivéssemos
29:44observando.
29:47Numa dessas
29:48ocasiões,
29:49uma pessoa
29:50corria,
29:50uma mulher
29:51corria,
29:52e Dillon
29:53passou por ela
29:54em baixa
29:54velocidade.
29:56O avião
29:57nos chamou e
29:57avisou que uma
29:58mulher se exercitava
30:00na estrada
30:00e que ele
30:01diminuiu a marcha.
30:02Ficamos realmente
30:03em pânico
30:04por não saber
30:05o que poderia haver.
30:07Mas do avião
30:08disseram que tudo bem,
30:09que ele tinha passado
30:10pela mulher,
30:10pensamos que só
30:11tinha sido um susto.
30:16Bom,
30:17por nosso desgosto,
30:18Dillon entrou
30:20à direita
30:20na esquina seguinte.
30:21Gritaram do avião
30:22que ele tinha
30:22entrado à direita
30:23de novo.
30:24Pensamos que ele
30:25estivesse cercando
30:26a pessoa.
30:27quando gritaram
30:29do avião
30:29que ele entrou
30:29à direita
30:30de novo
30:30pela terceira
30:31vez,
30:31ficou óbvio.
30:32Deveríamos
30:32entrar ali?
30:33O que
30:34devíamos fazer?
30:37Sei que
30:38Dane e eu
30:38ficamos
30:39apavorados.
30:40E de repente
30:41disseram do avião
30:42que a corredora
30:43tinha saído
30:43da estrada.
30:46Achamos que
30:46teríamos de intervir
30:47para evitar
30:48que ele matasse
30:49a mulher.
30:55No começo
30:56de novembro
30:57a Força
30:58Tarefa
30:58seguiu
30:58Dillon
30:59a uma
30:59exposição
31:00de armas
31:00em Cleveland
31:01onde ele
31:02comprou
31:02uma pistola
31:03semiautomática
31:04calibre 25
31:05em clara
31:06violação
31:06de seu processo
31:07federal
31:07por porte
31:08de arma
31:09não registrada.
31:11Nos dias
31:11seguintes
31:12na área
31:12rural
31:13de Ohio
31:13seu fetiche
31:14por tiros
31:15e por vandalismo
31:16ficaria claro.
31:19Para um homem
31:20de 42 anos
31:21ele parecia
31:22um delinquente
31:22juvenil.
31:23atirava
31:24em placas
31:24de trânsito
31:25em relógios
31:26elétricos
31:26agindo
31:27como um
31:27solitário
31:28em surto
31:29de crime.
31:32A Força
31:33Tarefa
31:34poderia
31:34prendê-lo
31:35por sua
31:35recente
31:36compra
31:36de armas
31:37mas isso
31:37poria
31:38a investigação
31:38em risco.
31:42Nós queríamos
31:43uma chance
31:43melhor
31:43de consolidar
31:45o caso
31:45contra ele.
31:46Se não o acusássemos
31:47na hora certa
31:48seria uma prisão
31:49inútil
31:49porque continuaríamos
31:51sem poder
31:51resolver o caso
31:52e ele seria
31:53solto
31:53e em seis meses
31:54estaria na rua
31:55fazendo a mesma coisa.
31:58Em 10 de novembro
32:00de 1992
32:01no segundo
32:02aniversário
32:03da morte
32:03de Jamie Paxton
32:04a Força Tarefa
32:05procurava
32:06novas evidências
32:07do caso.
32:08Em carta anônima
32:09mandada a um jornal
32:10um ano antes
32:11o assassino
32:12de Jamie Paxton
32:12disse ter visitado
32:13a cena do crime
32:14e o cemitério local
32:15perto do condado
32:17de Belmont.
32:17De fato
32:20uma misteriosa figura
32:21foi avistada
32:22no cemitério
32:22no dia do aniversário
32:24da morte
32:24de Jamie
32:24um ano antes.
32:27Se Thomas Dillon
32:27fosse o matador
32:28uma visita
32:29a esses locais
32:30confirmaria
32:30sua culpa.
32:33Naquele dia mesmo
32:34ele não chegou
32:35nem perto
32:36do condado
32:37de Belmont.
32:37Ele saiu da casa
32:38e começou a recolher
32:40folhas secas
32:41naquele dia
32:41e foi uma decepção
32:44por um tempo.
32:47No dia seguinte
32:49no entanto
32:49Dillon
32:50foi de carro
32:51até o condado
32:51de Belmont
32:52onde foi
32:53até uma grande
32:53banca de revistas
32:54para comprar
32:55um exemplar
32:56do jornal
32:57publicado
32:57no dia
32:58do aniversário
32:59da morte
32:59de Paxton.
33:01De forma
33:02curiosa
33:03a polícia
33:04ficou sabendo
33:05que o interesse
33:05de Dillon
33:06por jornais
33:07acontecia sempre
33:07por volta
33:08das datas
33:09dos crimes.
33:11Nós descobrimos
33:12que ele mostrou
33:13o interesse
33:14por alguns
33:16dos homicídios
33:18e chegou
33:19a fazer
33:19uma assinatura
33:20dos jornais
33:21locais
33:21para acompanhar
33:23o andamento
33:23das investigações.
33:25Essa foi
33:26mais uma coisa
33:26muito positiva
33:27que desenvolvemos
33:28e que indicou
33:29que estávamos
33:30atrás da pessoa
33:31certa.
33:32Quanto mais
33:32o seguíamos
33:33mais achávamos
33:34que era ele.
33:36Mas apesar
33:37de suas convicções
33:38os detetives
33:39ainda tinham
33:40poucas evidências
33:41cabais
33:41ligando Dillon
33:42aos crimes.
33:43no fim de novembro
33:44ele foi seguido
33:45até outra exposição
33:46de armas
33:47onde comprou
33:48um fuzil calibre
33:4822
33:49novamente em violação
33:51de sua restrição
33:52federal
33:52de porte
33:53de arma de fogo.
33:55Tínhamos reuniões
33:56diárias
33:57para ver
33:57como andávamos
33:59quanto tempo
33:59mais arriscaríamos
34:00que Dillon
34:01discutisse com alguém
34:02por estar bêbado
34:04ou matasse mais alguém
34:05o que mais
34:06ganharíamos esperando
34:08agora que a estação
34:09de caça
34:09ao servo
34:10ia abrir.
34:11O que queria dizer
34:12que haveria muito
34:13mais gente
34:14muito mais alvos
34:15nas florestas
34:17chegamos ao ponto
34:18em que o que esperávamos
34:20ganhar era menor
34:21do que o risco
34:22envolvido.
34:26Então chegamos
34:28à decisão
34:28de que íamos
34:30prendê-lo
34:30com base
34:31na violação
34:32da sentença
34:34federal
34:35mas que
34:35continuaríamos
34:36a trabalhar
34:37nas evidências
34:38que tínhamos
34:39dos homicídios.
34:40o melhor
34:40era obter
34:41uma série
34:42de mandados
34:42e ver
34:43o que apareceria.
34:47Em 27 de novembro
34:49a força-tarefa
34:50entrou em ação
34:51e prendeu Dillon
34:52enquanto ele saía
34:53de uma loja
34:53de conveniência.
34:56Com o suspeito
34:58detido
34:58os mandados
34:59foram executados
35:00e a casa
35:01o escritório
35:01e o carro
35:02de Dillon
35:02foram cuidadosamente
35:04examinados.
35:04A força-tarefa
35:07estava procurando
35:07por armas
35:08recortes de jornal
35:10cartas
35:12qualquer coisa
35:13que
35:14ligasse o homem
35:16a um dos homicídios.
35:19Primeiramente
35:20a polícia
35:20esperava encontrar
35:21as duas armas
35:22usadas nos crimes
35:23uma delas
35:24o raro fuzil
35:25Mauser sueco.
35:27Achamos
35:27muitas evidências
35:29como mapas
35:30do sudeste
35:31de Ohio
35:31achamos
35:32vários artigos
35:33sobre caça
35:34achamos
35:35suprimentos de caça
35:36arco e flecha
35:37esse tipo de coisa
35:39mas não achamos
35:40ligação direta
35:41com qualquer
35:42dos homicídios.
35:43Talvez um diário
35:44algo em que ele
35:45registrasse
35:46alguma indicação
35:47recortes dos homicídios
35:48que guardasse
35:49em um
35:50um
35:51caderno
35:52qualquer coisa assim
35:53mas essas coisas
35:54podiam até existir
35:56mas não apareceram.
35:59Ao mesmo tempo
36:00Dillon foi confrontado
36:01a fotografias
36:02das cenas dos crimes
36:03na tentativa
36:04de fazê-lo
36:05admitir
36:05as mortes.
36:06Quando começamos
36:07a interrogá-lo
36:08sinceramente
36:09eu acho
36:10que ele
36:11pensava
36:12nas vítimas
36:13e se sentia
36:15muito envolvido
36:16com elas
36:16então
36:17precisava
36:18sair dessa limpo
36:19nós
36:20o levamos
36:21a um ponto
36:21em que
36:22você via
36:23que ele
36:23estava quase falando
36:25mas
36:25de repente
36:26ele se recompunha
36:27e basicamente
36:29dizia
36:29que não
36:30havia
36:30propósito
36:31em confessar
36:32àquela altura
36:33então
36:34dizia
36:35que não
36:36falaria
36:36mais nada
36:37a força
36:39tarefa
36:39faria um
36:39esforço
36:40final
36:40para obter
36:41evidências
36:41cabais
36:42da ligação
36:43de Dillon
36:43com os crimes
36:44se falhasse
36:45um assassino
36:46em série
36:46logo estaria
36:47livre
36:48para atacar
36:49novamente
36:49em dezembro
36:53de 1992
36:54em Ohio
36:55a força
36:56tarefa
36:56deteve
36:57Thomas Dillon
36:57de 42 anos
36:58apesar de ainda
37:00procurar
37:01evidências físicas
37:02de sua ligação
37:02com os crimes
37:03ela estava
37:04convencida
37:05de que ele
37:05era o atirador
37:06que matou
37:07cinco caçadores
37:08e pescadores
37:09eu me lembro
37:12da coletiva
37:13de imprensa
37:14convocada
37:14pela força
37:15tarefa
37:16no dia em que
37:16anunciou
37:17que prendeu
37:17Dillon
37:18penso que foi
37:19um alívio
37:20alguém ter sido
37:20preso
37:21acho que houve
37:22muita surpresa
37:24acho que foi
37:25um grande choque
37:26ficamos felizes
37:29por finalmente
37:30terem apanhado o cara
37:31eu acho que
37:32todo mundo
37:32estava muito
37:34tenso
37:34ninguém estava
37:35contente
37:36com uma pessoa
37:36daquela
37:37solta por aí
37:38eu suponho
37:40que muita gente
37:40pensou
37:41que uma coisa
37:42dessas
37:42não podia acontecer
37:43em uma comunidade
37:44pequena
37:44foi um alívio
37:45para todo mundo
37:46ele ter sido
37:46capturado
37:47ao mesmo tempo
37:50em que divulgava
37:51detalhes
37:51sobre seu suspeito
37:52a força
37:53tarefa
37:53listou as armas
37:54que estavam
37:55procurando
37:55inclusive
37:56os dois
37:57fuzis Mauser
37:57usados
37:58em dois crimes
37:59eu sei que
38:00convocaram
38:00toda e qualquer
38:01pessoa
38:02que conhecesse
38:03Thomas Lee Dillon
38:04e pediram
38:06que se apresentassem
38:08que qualquer pista
38:09seria muito
38:10analisada
38:10eu sei que
38:13tentaram
38:13conectar
38:14as evidências
38:15em 4 de dezembro
38:18os investigadores
38:19obtiveram
38:20uma pista
38:20importante
38:21um comerciante
38:22de armas
38:23viu a foto
38:23de Dillon
38:24no jornal
38:24e se lembrou
38:25de ter tratado
38:26com ele
38:26analisando
38:28seus registros
38:29ele viu
38:29que em 5 de abril
38:30o mesmo dia
38:31da morte
38:32de Gary Bradley
38:33Thomas Dillon
38:34vendeu a ele
38:34um fuzil Mauser
38:35idêntico ao fuzil
38:36chave
38:37da investigação
38:38mais tarde
38:40nesse dia
38:41os membros
38:42da força tarefa
38:43se reuniram
38:43com o comerciante
38:44para examinar
38:45a evidência
38:45e o homem
38:48que comprou
38:48a arma
38:49disse
38:49bom
38:50não foi
38:50só a arma
38:51que comprei
38:52mas também
38:53os pentes
38:54de recarga
38:55e toda a munição
38:56que veio junto
38:57várias caixas
38:58delas
38:59e ele
39:01trouxe o recibo
39:02que tinha
39:03a assinatura
39:04de Dillon
39:05a data
39:05da compra
39:06da arma
39:07local
39:07essa era
39:09realmente
39:10uma evidência
39:10fantástica
39:11então
39:16muita gente
39:17da força tarefa
39:18se convenceu
39:19de que era o cara
39:20certo
39:20mas isso
39:21de nada
39:21servia
39:22para um tribunal
39:23eram necessários
39:24fatos reais
39:25e eles não apareceram
39:27porque ninguém
39:27tinha visto nada
39:28até
39:29aparecer o fuzil
39:31os testes
39:37balísticos
39:38confirmaram
39:38que o Mauser
39:39vendido
39:40ao comerciante
39:40de armas
39:41foi realmente
39:42o mesmo
39:42fuzil
39:43usado
39:43para matar
39:44Gary Bradley
39:44sabíamos que
39:49podíamos ligar
39:51definitivamente
39:53Tom Dillon
39:53a essa arma
39:55e que aquela arma
39:56tinha sido usada
39:57para matar Bradley
39:58então
39:59agora
40:00agora
40:00podíamos apresentar
40:01o caso
40:02em janeiro
40:04de 1993
40:06Thomas Dillon
40:07foi indiciado
40:08por duplo
40:08homicídio
40:09doloso
40:09envolvendo
40:10as vítimas
40:11Gary Bradley
40:11e Claude Hawkins
40:13eu me lembro
40:15eu me lembro
40:15de que
40:15o ato
40:17de fazê-lo
40:17atravessar
40:18a rua
40:19da cadeia
40:20para ir
40:21ao tribunal
40:22acabava
40:23sempre atraindo
40:24muita gente
40:25havia muita gente
40:27uma multidão
40:28e francamente
40:29Dillon
40:29parecia gostar
40:31daquilo
40:31acho que ele
40:33estava
40:34interessado
40:35na atenção
40:36que recebia
40:37parecia vibrar
40:38com a atenção
40:40a atenção
40:41da mídia
40:42ele era
40:42alguém
40:44de aparência
40:45mediana
40:46que ninguém
40:47olharia de novo
40:48se passasse
40:49na rua
40:49que cara
40:51tem um assassino
40:52Thomas Lee
40:53Dillon
40:53é um assassino
40:54mas não se nota
40:55na aparência
40:56como a força
40:59tarefa
40:59só tinha
41:00evidências
41:00concretas
41:01ligando Dillon
41:01aos dois crimes
41:02cometidos
41:03com o fuzil
41:04Mauser
41:04ela decidiu
41:05que
41:05para dar
41:06uma conclusão
41:07às famílias
41:07ofereceria
41:08ao acusado
41:09um incentivo
41:10para confessar
41:11a única maneira
41:13de Dillon
41:14confessar
41:14os outros
41:15três crimes
41:15para evitar
41:16a pena
41:16de morte
41:17era
41:17fazer um acordo
41:19ele se confessava
41:21culpado
41:21dos cinco crimes
41:22cooperava
41:23falava
41:23etc
41:24etc
41:24e em troca
41:26pegaria
41:27perpétua
41:27sem condicional
41:28conversamos
41:30com as cinco
41:31famílias
41:32e dissemos
41:33exatamente
41:34o que queríamos
41:35fazer
41:35todos
41:37disseram
41:38que
41:38se obtivéssemos
41:40cinco
41:40condenações
41:41de prisão
41:41perpétua
41:42de modo
41:42que essa
41:42pessoa
41:43jamais
41:43saísse
41:44ficariam
41:45satisfeitas
41:45com evidências
41:47cabais
41:48contra ele
41:48e face
41:49a opção
41:50de escolher
41:50entre pena
41:51de morte
41:51e prisão
41:52perpétua
41:52Thomas Dillon
41:53finalmente
41:54concordou
41:54em falar
41:55à polícia
41:55em 2 de julho
41:57de 1993
41:58ele se sentou
42:00e forneceu
42:00uma longa
42:01confissão
42:01filmada
42:02não mostrou
42:03remorso
42:04algum
42:04enquanto dava
42:05à polícia
42:05os detalhes
42:06de cada crime
42:07e não deu
42:08informações
42:08sobre o porquê
42:09exceto
42:10que às vezes
42:11ele ouviu
42:12uma voz
42:12na cabeça
42:13impelindo-o
42:14a matar
42:14todos ficamos
42:16surpresos
42:19tristes
42:19não sei qual
42:20a palavra
42:21com a falta
42:23de qualquer
42:23tipo de compaixão
42:25em Thomas Dillon
42:27quer dizer
42:27ele poderia
42:28estar falando
42:29de um objeto
42:30qualquer
42:31você podia
42:32mostrar a ele
42:33fotografias horríveis
42:35de virar o estômago
42:36dessas que ficam
42:37marcadas
42:37na cabeça
42:38semanas ou meses
42:39talvez anos
42:40para ele
42:41era como se estivesse
42:42estudando uma borboleta
42:44sei lá
42:45um Picasso
42:46ou coisa assim
42:47ele mostrava
42:48uma frieza
42:49realmente impossível
42:50de entender
42:51acho que ele
42:52se orgulhou
42:53do que fez
42:54teve orgulho
42:54do que fez
42:55é assim que a cabeça
42:57dele funciona
42:59eu me lembro
43:01de certas questões
43:02e de como ele respondeu
43:03que não se importava
43:05se fosse um homem
43:06ou mulher
43:07só queria matar
43:07e
43:09era a ideia dele
43:11ele só
43:12ele
43:12ele não se importava
43:13genuinamente
43:14não se arrependia
43:16alguém
43:16se dirigiu
43:17a ele
43:18você não
43:19mataria
43:19uma mulher
43:20mataria
43:21e a resposta
43:21foi mas é claro
43:22se fosse
43:23quem escolhi
43:24pronto
43:25em 11 de julho
43:28de 1993
43:29Thomas Dillon
43:30entrou em um tribunal
43:31lotado
43:31para ouvir
43:32sua sentença
43:33alguns familiares
43:34de vítimas
43:35puderam ver
43:35o assassino
43:36em série
43:37pela primeira vez
43:38disseram
43:39quando entramos
43:39no tribunal
43:40que não poderíamos
43:41falar com ele
43:41só podíamos ouvir
43:43ele não dirigiu
43:45um olhar
43:45sequer
43:46para as famílias
43:47não se desculpou
43:48por nada
43:49ele ficou ali
43:50costas retas
43:52ombros para trás
43:53e o queixo alto
43:54quer dizer
43:56foi como
43:56se ele pensasse
43:59que estava recebendo
44:00algum tipo
44:00de prêmio
44:01sua sentença
44:03foi de no mínimo
44:04165 anos
44:06de prisão
44:06sem possibilidade
44:08de apelo
44:09ou condicional
44:10até ter cumprido
44:11165 anos
44:13então
44:14foi
44:16era o que
44:17tínhamos negociado
44:18antes
44:18e foi o que
44:19ele recebeu
44:20hoje
44:24Thomas Dillon
44:25está atrás
44:25das grades
44:26em uma prisão
44:27de segurança máxima
44:28em Ohio
44:28apesar da sentença
44:31dele garantir
44:31que ele nunca mais
44:32ameace ninguém
44:33ela pouco ajuda
44:35a reparar
44:35o mal que fez
44:36a questão
44:38por que
44:40pareceu ser
44:41a mais importante
44:42as famílias
44:44não entendem
44:45por que
44:46um de seus
44:47membros
44:47inocentes
44:48caçando
44:50no campo
44:51se tornou
44:53de repente
44:53alvo
44:55desse maluco
44:56sabe como é
44:57eu queria
44:58que estivessem aqui
44:59mas nada
45:00vai trazê-los de volta
45:01as famílias
45:02não podiam
45:04e ainda não podem
45:04entender
45:05nem se conformar
45:06com o fato
45:06desse homem
45:07matar sem razão
45:08acho que
45:09ficaram reconhecidas
45:10pelo que a polícia
45:11fez por elas
45:12por levar o criminoso
45:14à justiça
45:15mas é muito
45:16difícil entender
45:17por que alguém
45:18mata sem motivo
45:19trabalho nisso
45:22há 45 anos
45:23e agora
45:24me dei conta
45:25de que
45:26nem todos
45:27os condenados
45:28pela justiça criminal
45:29são necessariamente
45:30maus
45:31poucos são
45:32fundamentalmente
45:33genuinamente
45:34malignos
45:35este é um
45:36que é
45:39o que é
45:40o que é
45:41que é
45:42o que é
45:43o que é
45:44Legenda Adriana Zanotto
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