Tether avança nos EUA: ex-chefe da Casa Branca entra na estratégia de stablecoins

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A Tether contratou Bo Hines, ex-chefe do Conselho de Criptomoedas da Casa Branca, como conselheiro estratégico nos Estados Unidos. O que isso significa para o mercado de stablecoins e como impacta a concorrência com a USDC?

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00:00Bo Heinz, que é ex-chefe do Conselho de Criptomoedas da Casa Branca, é o novo conselheiro da Tether

00:13em estratégia nos Estados Unidos. Para falar sobre isso, eu recebo aqui essa dupla incrível,

00:18a dupla titular do Cripto Brasil, que é Rita Vu e Rodrigo Batista. Rita, primeiramente,

00:24boa tarde para você, seja muito bem-vinda. Boa tarde, Marcelo, para o Rodrigo e para todos

00:28que nos acompanham. Rodrigo, boa tarde para você também.

00:32Boa tarde, Marcelo, Rita, e para você que está nos assistindo.

00:37Rita, para começar, o que os planos da Tether para os Estados Unidos podem representar para o mercado das stablecoins?

00:44Bom, Marcelo, acho que a primeira coisa é que a gente está vendo aí uma estratégia bastante agressiva.

00:50Isso porque o Heinz saiu da Casa Branca há menos de duas semanas e já virou esse conselheiro,

00:55o que mostra que a Tether está com planos bastante robustos para o mercado dos Estados Unidos.

01:02E isso, de fato, acontece principalmente por conta do que a gente já tem falado aqui e tem visto com as aprovações

01:09de regulamentações, mais especificamente a Genius Act, que tem um framework regulatório muito importante,

01:17específico para a stablecoins, o que facilita a entrada da Tether para esse mercado doméstico.

01:22Os Estados Unidos não eram o grande mercado da Tether, a gente sabe que ela é maior no resto do mundo.

01:28Nos Estados Unidos a gente tem uma outra stablecoin que acaba dominando, que é a USDC, da Circle.

01:35Então, essa entrada agora da Tether no mercado dos Estados Unidos mostra tanto em relação à estratégia deles,

01:44de essa entrada bastante agressiva, como também, obviamente, para o mercado de stablecoin nos Estados Unidos,

01:49que antes não tinha concorrência praticamente, vamos dizer assim, a USDC dominava, apesar da Tether ser maior que ela no resto do mundo.

01:58A gente está falando aí de 66% de dominância da USDT no mundo contra 24% da USDC.

02:07E, de fato, isso mostra realmente que eles querem entrar de uma maneira muito forte e muito diferente da forma como eles atuam no resto do mundo.

02:15Porque no resto do mundo é basicamente utilizada por pessoas.

02:21No caso dessa entrada nos Estados Unidos, o foco é totalmente institucional.

02:26Tanto é que o CEO já explicou que eles já estão planejando um novo produto de stablecoins focado no mercado institucional dos Estados Unidos.

02:35Então, isso traz realmente muitas mudanças, principalmente quando a gente olha para o cenário americano,

02:41que era realmente dominado por uma única stablecoin.

02:45Então, isso com certeza vai abrir muito espaço para a gente ver o que vai acontecer e conversar sobre isso.

02:52Exato. Agora, Rodrigo, enquanto isso, aqui no Brasil, um levantamento recente apontou que o mercado de stablecoins atreladas ao real,

03:00esse mercado atingiu a marca de 135 milhões de reais em capitalização.

03:03Eu queria que você destrinchasse para a gente o que esses números indicam.

03:10Marcelo, esse foi um relatório criado por uma empresa de investimentos chamada Iporanga,

03:17com apoio da Fundação Solana, de um banco chamado Stack Bank e da Conduit, que é uma empresa de infraestrutura para stablecoins.

03:26E para quem ainda está se familiarizando com esses termos, stablecoin basicamente é uma moeda digital,

03:36uma criptomoeda que está ali em um blockchain em termos de tecnologia, mas que o valor não varia, ele fica atrelado a uma moeda.

03:44A gente falou aqui de stablecoin de dólar, quer dizer que uma moeda vale um dólar sem variação.

03:49A gente agora falando de stablecoin de dólar, é a mesma coisa.

03:53Então, o Brasil já tem, segundo esse relatório, cinco projetos de stablecoin de dólar relevantes,

03:59que no ano passado movimentaram um volume de 5 bilhões de reais,

04:05ou seja, a gente está falando ali de quase de 1 bilhão de dólares já movimentado.

04:09Ainda é pouco com relação às stablecoins de dólar, mas já é um mercado que está ganhando relevância.

04:15Já existem 71 mil clientes mapeados por esse relatório usando stablecoins ali no dia a dia.

04:24Essa tecnologia está ganhando espaço ali, mesmo com o Brasil tendo o PIX e tendo um sistema bancário eficiente,

04:31porque em alguns casos as stablecoins trazem ali eficiência para as transações financeiras.

04:38Elas são uma forma de integrar blockchain, a tecnologia das criptomoedas ao sistema financeiro tradicional aqui no Brasil.

04:48Então, transações 24 por 7, sem limitação de horário bancário, por exemplo,

04:53e elas trazem ali um dinheiro programável.

04:55Então, mesmo tendo menos casos de uso do que uma stablecoin de dólar,

05:01que é uma moeda que o mundo inteiro quer,

05:03as stablecoins brasileiras já estão ganhando bastante tração, Marcelo.

05:07O principal desafio delas é que elas ainda, apesar desses números,

05:11elas são pequenas proporcionalmente ao tamanho do mercado brasileiro,

05:15à demanda do mercado.

05:17Então, a liquidez é um problema.

05:20O modelo de negócio de stablecoins que nos Estados Unidos funciona bem,

05:23que é pegar, captar dólar no mercado,

05:25e a empresa que emite essas stablecoins ganha juros

05:28sobre esse dinheiro que está ali parado,

05:33porque foi emitido a stablecoin com aquele dinheiro.

05:37Esse modelo de negócios aqui no Brasil não funciona tão bem,

05:39porque as pessoas não querem deixar muitos reais parados ali.

05:43Então, a demanda para deixar reais parados é menor,

05:46mas a gente já está aí com um projeto interessante.

05:51Esse relatório da Iporanga fala também que eles veem que a gente deve ter ali

05:56no médio prazo, longo prazo, poucos projetos vencedores,

06:00igual a gente estava falando aqui, no caso de dólar,

06:03a gente tem dois grandes projetos que são a Tether e a Circle,

06:07com suas respectivas stablecoins.

06:10Aqui no Brasil deve acontecer a mesma coisa.

06:13E aí, há um tempo atrás, teve um outro relatório da Coinbase,

06:17falando também do mercado de stablecoins,

06:20e eles falam que o Brasil já é,

06:22apesar de ainda ser um mercado pequeno, como a gente falou aqui,

06:26já é o terceiro maior mercado de stablecoins do mundo,

06:29já é a terceira maior moeda dentro de blockchain do mundo.

06:32Então, a primeira é o dólar disparado,

06:34a segunda é o euro, a terceira é o real.

06:37Então, a gente vê que o Brasil está adotando bastante

06:39essa tecnologia de criptoativos e blockchain,

06:42inclusive no mercado tradicional,

06:44ou quando a gente está movimentando reais, Marcelo e Rita.

06:48É, realmente, Rodrigo.

06:49Agora, Rita, eu queria que você destacasse para a gente

06:51o que tem na edição de amanhã do Cripto Brasil.

06:54Pois é, Marcelo, amanhã, 10 da noite, Cripto Brasil.

06:57A gente vai trazer mais na cobertura do que teve no blockchain Rio,

07:02inclusive uma entrevista que eu fiz com Thales Freitas,

07:04que é CEO da Cripto.com, então está imperdível.

07:07É isso, amanhã, às 10 da noite, correto?

07:09Exatamente.

07:10Obrigado pela participação de vocês dois.

07:12Boa tarde, Rita. Boa tarde, Rodrigo.

07:14Boa tarde, até a próxima.

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