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O presidente Donald Trump fez novas críticas ao Brasil, classificando o país como um “parceiro comercial horrível”. O presidente americano também voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “grande amigo”.
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NotíciasTranscrição
00:00O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que o Brasil é um parceiro comercial horrível.
00:07O republicano também voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro e a nossa produção separou justamente o trecho da declaração do presidente americano em que ele trata desses dois pontos. Vamos acompanhar.
00:19O Brasil tem sido um péssimo parceiro comercial em termos de tarifas. Como você sabe, eles nos cobram tarifas enormes, muito, muito maiores do que nós cobramos.
00:32E basicamente nós estamos cobrando nada. Eles cobram tarifas enormes e tornaram tudo muito difícil de fazer.
00:39Então agora estão sendo cobrados 50% de tarifas. E não estão felizes, mas é assim que funciona.
00:45O Brasil tem algumas leis muito ruins acontecendo. Quando eles pegam um presidente, eles colocam na prisão ou estão tentando prendê-lo.
00:54Eu conheço esse homem e vou lhe dizer, eu sou um bom avaliador de pessoas. Acho que ele é um homem honesto.
01:01Acho que o que fizeram é uma coisa... Isso realmente é uma execução política que estão tentando fazer com Bolsonaro.
01:09Pois é, vamos procurar separar. A gente faz dois giros de análise, mas Donald Trump menciona a relação comercial com o Brasil.
01:21Vou começar essa com Luiz Felipe Dávila. Donald Trump diz que o Brasil é um parceiro comercial horrível.
01:27E aí Dávila, ele está exagerando, faz parte da estratégia da negociação ou essa afirmação dele, esse adjetivo faz todo sentido para você?
01:39Canhato, populistas ignoram os fatos e gostam de narrativas. A narrativa é muito mais importante que os fatos.
01:48E se os fatos não embaseiam a narrativa, é melhor você ficar com a narrativa e ignorar os fatos.
01:52Os fatos são claros. O Brasil não tem déficit com os Estados Unidos, mas superávit. É o oposto.
01:59Então, a narrativa de Donald Trump, os Estados Unidos tem um déficit gigantesco no Brasil.
02:05O fato, tem superávit. Aliás, só no primeiro semestre, o superávit dos Estados Unidos com o Brasil foi de 1,6 bilhão e 670 milhões de dólares.
02:19Só no primeiro semestre deste ano.
02:21Donald Trump argumenta que o Brasil tem tarifas extraordinárias contra os produtos americanos.
02:28Na verdade, a média é 2,5%. Não é uma tarifa exorbitante.
02:32Então, os fatos comerciais não condizem com a narrativa.
02:37É que Donald Trump, como você viu, nós vamos ter que discutir isso na segunda parte, mistura nessa salada Trump a questão comercial com as questões das injustiças, como ele diz, cometidas com Bolsonaro.
02:50No fundo, esse parece o grande assunto de Donald Trump.
02:54Mas os argumentos, os fatos comerciais não condizem com a narrativa do presidente americano.
03:02Você, Kriegner, como avalia essa afirmação de Donald Trump, questionado pelos jornalistas, dizendo que o Brasil é um parceiro comercial horrível?
03:13E aí, claro, que a gente observou uma série de analistas fazendo aquelas pontuações.
03:19Mas, espera lá, como pode ser um parceiro comercial horrível se tem superávit para os Estados Unidos?
03:24Na balança comercial, essa relação seria muito mais vantajosa para os Estados Unidos.
03:29Mas não é bem da balança comercial que ele se refere, né, Kriegner?
03:32É, ele está trazendo aí um componente político muito mais, com maior peso do que o econômico, né?
03:41Acho que talvez nós não somos um, talvez não, com certeza nós não somos um parceiro comercial horrível para os Estados Unidos.
03:50Isso é o estilo Donald Trump de ser, ele exagera aí nas suas considerações, até porque ele já falou também que Marco Rubio era um senador horrível,
03:58já falou que Ron DeSantis era um governador horrível, então, e essas pessoas são todas que estão ali no seu círculo mais próximo, politicamente falando.
04:07Então, a gente sabe como o Trump funciona, mas nós podemos sim ser um parceiro horrível, politicamente falando,
04:15porque, de fato, nós somos um parceiro político que está numa questão geográfica muito mais próxima.
04:23Sei que a gente vai dividir essa conversa aí em dois pontos, mas nós estamos muito próximos deles, dos Estados Unidos,
04:29mas cada vez mais com elos mais profundos com a China e com outros países que são contrários, abertamente contrários aos Estados Unidos.
04:38Então, nós somos um vizinho muito perigoso ali para os Estados Unidos, entre outras questões.
04:43Agora, economicamente, não. Nós temos superávit, quer dizer, os Estados Unidos têm superávit em relação ao Brasil
04:48e faltam ainda instrumentos para que o Brasil possa melhorar a sua posição em relação aos Estados Unidos na questão da balança comercial, Caniato.
04:58Você, Mota, Brasil é um país horrível na relação comercial nos Estados Unidos. Horrível em quê?
05:05Olha, eu acho que a carta do Donald Trump é claríssima. Eu já li aqui a carta várias vezes.
05:11Ele explica porque ele vê o Brasil como um parceiro comercial livre.
05:17Mas eu queria só trazer aqui duas colocações.
05:22Que tipo de parceiro comercial ordena que empresas do seu país parem de funcionar durante um mês, como foi feito com o X?
05:32Que tipo de parceiro comercial inventa uma multa para cobrar de uma empresa do seu país
05:39porque ela não cumpriu uma ordem que ela e vários juristas consideram ilegal e inconstitucional
05:45e quando essa empresa se recusa a cumprir, é multada.
05:49Como ela não tem dinheiro para pagar a multa, você cobra de outra empresa
05:53que não tem nenhuma relação com a primeira, a não ser o fato de que tem um sócio em comum.
05:59Que tipo de parceiro comercial é esse que te coloca numa situação de insegurança jurídica total?
06:06Que coloca um cidadão do seu país que não estava aqui, que não tem nada a ver com a história, em um inquérito criminal?
06:15Assim, eu acho que nos tempos atuais, poucos políticos têm um entendimento tão bom de comunicação,
06:24especialmente comunicação digital, quanto Donald Trump.
06:27É óbvio que as falas dele são projetadas para causar, para ter repercussão.
06:34Ele pauta a mídia, ele modela a narrativa, ele coloca o foco da atenção do público onde ele quer
06:42e isso mata muita gente de raiva.
06:46Porque o homem mais poderoso do mundo é também hoje um de seus melhores comunicadores.
06:53E não dá para a gente falar a mesma coisa do atual governo brasileiro.
06:56Agora, eu tenho que dizer de novo, uma parte da crise, da culpa pela crise que nós estamos vivendo,
07:03é do Paulo Freire, meus amigos.
07:05Porque a carta de Donald Trump foi claríssima.
07:09O primeiro parágrafo da carta, no primeiro parágrafo ele diz exatamente o que ele disse na entrevista de hoje.
07:16Parem de perseguir Jair Bolsonaro.
07:19Está lá. Será que existe alguém que tem alguma dúvida ainda sobre qual é o motivo principal dessa crise com os Estados Unidos?
07:29Está no primeiro parágrafo e foi reafirmado por Trump hoje na entrevista.
07:35Como eu disse, as pessoas podem não concordar.
07:38As pessoas podem achar que é absurdo Donald Trump falar sobre isso.
07:42Bom, eu espero que elas também tenham achado absurdo quando, há alguns anos atrás,
07:48outras pessoas de fora do Brasil também deram opinião sobre políticos brasileiros.
07:54Inúmeras vezes, de várias formas, que eu me lembro e pouca gente achou isso absurdo.
07:59Enfim, o segundo parágrafo fala sobre ataques cometidos aqui no Brasil contra eleições livres,
08:08ataques contra liberdade de expressão de cidadãos americanos
08:13e ordens de censura secretas e ilegais a plataformas de mídia social.
08:19E aí, a carta diz, podem ler,
08:23é por isso que nós estamos aplicando a tarifa de 50%.
08:28Está escrito lá, eu não estou inventando.
08:31Só depois, no parágrafo seguinte,
08:35é que a carta se refere à injusta relação comercial
08:39gerada por tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias.
08:43Isso é verdade.
08:45O Brasil tem uma série de barreiras tarifárias e não tarifárias.
08:48Meus amigos, uma certa época,
08:50eu trabalhei numa empresa de telecomunicação americana,
08:54toda vez que se lançava um modelo novo de equipamento nos Estados Unidos,
08:58para que a gente trouxesse para cá,
09:01era preciso entrar com um processo na Anatel para pedir aprovação,
09:06ainda que esse modelo novo fosse praticamente igual a um que já foi aprovado.
09:10O troço era tão complicado que a gente tinha que contratar uma consultoria especializada,
09:15porque nenhum ser humano normal conseguia fazer aquele processo.
09:19Então, é a mesma coisa para medicamentos,
09:21é a mesma coisa para uma gama enorme de produtos.
09:25Agora, eu acho que essa questão está clara na carta.
09:31As questões comerciais vêm depois de eleições livres,
09:36liberdade de expressão e medidas ilegais contra redes sociais.
09:41E, é lógico, em primeiro lugar, na carta e no pensamento,
09:45nas declarações de Donald Trump, está a situação de Jair Bolsonaro.
09:49Pois é, o Mota faz essa pergunta importante.
09:52Será que tem alguém que duvida do real motivo dessa crise?
09:55O Mota destaca e relembra alguns pontos da carta,
09:59mas frisa, é preciso olhar para o primeiro parágrafo.
10:02O primeiro parágrafo fala de quê?
10:04Do ex-presidente Jair Bolsonaro.
10:06Você não concorda com essa tese, né, Dávila?
10:08Você acha que, na verdade, Donald Trump fez uma grande salada?
10:11Jair Bolsonaro entra aí nessa lista de demandas,
10:15mas talvez não seja o fator preponderante, ou mais,
10:20o que motivou Donald Trump a tomar essa decisão?
10:24Eu discordo do meu amigo Mota nesse ponto pelo seguinte,
10:27Donald Trump aumentou tarifas em relação ao aço e alumínio
10:31quando Bolsonaro era presidente,
10:33o que mostra que não tem amizade no negócio.
10:37O negócio para o Trump é outra história.
10:39Então, o ponto é o seguinte,
10:42na época que tinha o que ele mais elogiava o Bolsonaro,
10:45bom, quando chegou na questão do aço e do alumínio aumentou tarifas.
10:47Aliás, crocotas, para limitar as exportações,
10:50porque o Brasil estava exportando demais.
10:52Então, assim, é outra cabeça que funciona ali.
10:55Você nunca sabe qual é a real prioridade.
10:58O problema é que esta maneira de Donald Trump governar
11:02os Estados Unidos e o mundo na diplomacia
11:05vai criando insegurança, desconfiança
11:08e, infelizmente, tendo um efeito de médio prazo
11:12terrível para os Estados Unidos,
11:15que é jogar o Brasil cada vez mais nos braços da China.
11:19Porque a China vai aparecer cada vez mais como um parceiro confiável.
11:22Porque o seu segundo maior mercado exportador
11:25mistura muito política com comércio.
11:29E a agenda não está clara.
11:30Você nunca sabe qual é a ordem dos fatores nessa carta.
11:33Então, assim, vamos dizer que você resolva todos os problemas lá políticos.
11:39Não, vai soltar o Jair Bolsonaro, vai dar anistia para todo mundo.
11:42Vai melhorar?
11:43Não, porque todas essas complicações que o Mota bem mencionou
11:47vão continuar existindo,
11:48porque o Brasil tem uma das economias mais fechadas do mundo.
11:51E isso não é para os Estados Unidos.
11:53É para o mundo inteiro, inclusive para as empresas brasileiras.
11:56Criam tantas barreiras, tantas dificuldades.
11:59Por isso que as empresas brasileiras
12:01vêm perdendo competitividade no mundo.
12:04Por um excesso de intervencionismo do Estado na economia,
12:08por meios tarifários, regulatórios, burocráticos.
12:12Mas este é o Brasil.
12:13Não é um Brasil para os Estados Unidos.
12:15É um Brasil para o mundo inteiro.
12:17É assim que o Brasil é.
12:19É este gigante complexo
12:21que acredita em intervencionismo estatal,
12:24em protecionismo econômico
12:25e que está fazendo o povo cada dia ficar mais pobre.
12:28O Brasil perdeu 40 posições
12:31no que nós chamamos do PIB per capita
12:33nos últimos 39 anos.
12:36Por quê?
12:36Porque o Brasil continuou fechado, isolado do mundo,
12:41com suas idiosincrasias burocráticas,
12:43enquanto o resto do mundo
12:44engajou no comércio internacional
12:46e ficou cada vez mais rico.
12:47E o que mais ficou rico
12:48entre todos os países do mundo
12:50foi os Estados Unidos.
12:53E agora Donald Trump faz
12:54uma política à la brasileira,
12:56nacionalista e intervencionista
12:59no país que mais se beneficiou com o comércio global.
13:02Então, assim,
13:04se você tentar achar lógica
13:06dentro desse mundo ilógico
13:09do raciocínio de Trump,
13:11você não vai encontrar lógica.
13:13Você vai encontrar ali uma série de intenções,
13:16mas não tem lógica.
13:17porque se tivesse lógica,
13:19não teria aumentado
13:19a tarifa do aço e do alumínio
13:21com o seu melhor aliado, Bolsonaro.
13:23Teria percebido aquela época
13:25que se aproximar do Brasil
13:27para evitar que a China
13:28se apoderasse cada vez mais
13:30das exportações brasileiras,
13:32fosse uma coisa importante a ser feito.
13:34Teria investido mais
13:36em infraestrutura no Brasil,
13:37que é o que a China está fazendo.
13:38Na verdade,
13:41não é uma questão de Donald Trump.
13:42Os últimos quatro presidentes americanos
13:45deram as costas
13:48para a América do Sul
13:49e principalmente o Brasil.
13:50Não deram a menor importância para o Brasil.
13:53É como se o Brasil e a América do Sul
13:54não tivessem nenhuma relevância no mundo
13:56e vamos nos preocupar
13:57com os outros lugares do mundo
13:58onde há mais tensão,
14:00mais oportunidade.
14:01esqueceram do Brasil.
14:03Enquanto os Estados Unidos
14:05esqueceram do Brasil,
14:07a China foi investindo,
14:09foi ganhando mercado,
14:11foi colocando cada vez mais
14:12os pés no nosso mercado.
14:14E se essa tensão
14:15com os Estados Unidos
14:16continuarem nessa vertente
14:19de aumento de tensão,
14:21nós vamos cada vez mais
14:22depender da China.
14:24E isso é um desastre
14:26para o interesse nacional.
14:28Antes de passar para o Krigner,
14:29o Mota faz um complemento
14:30a esse comentário do Dávila,
14:32depois o Krigner
14:33traz o seu ponto de vista.
14:34Vai lá, Mota.
14:35Não, o Dávila
14:36está parcialmente correto
14:40no seu comentário,
14:42mas ele deixa de considerar
14:43um fator muito importante, Dávila.
14:45O Donald Trump
14:46do primeiro mandato
14:47e o Jair Bolsonaro
14:48do primeiro mandato
14:50estavam em uma situação
14:51completamente diferente
14:52da de hoje.
14:54O Donald Trump
14:54que está lá hoje
14:55é um homem que foi perseguido,
14:57foi alvo de uma perseguição judicial
14:59impiedosa.
15:01É um homem que experimentou
15:03na própria carne,
15:04talvez em alguns momentos,
15:07uma situação pior
15:09do que a de Jair Bolsonaro,
15:10porque o que foi feito
15:11com o Donald Trump
15:12não tem precedente
15:13na história da República Americana.
15:15Ele foi o primeiro presidente,
15:17ex-presidente ou presidente,
15:20condenado criminalmente.
15:21Até nenhum ex-presidente americano
15:24foi sequer processado criminalmente.
15:27Richard Nixon foi envolvido
15:29no escândalo Watergate,
15:31renunciou,
15:32depois foi perdoado
15:33por Gerald Ford.
15:34O Bill Clinton,
15:35bom, eu não vou lembrar aqui
15:36o que foi que o Bill Clinton fez, né?
15:38Saiu livre e leve faceiro.
15:41Então, o Donald Trump
15:42de hoje
15:43é um homem calejado
15:45que sabe muito bem
15:47o que precisa ser feito.
15:49Em primeiro lugar,
15:51isso aí,
15:52de novo,
15:52é uma questão
15:53de interpretação de texto.
15:54É o primeiro parágrafo
15:55da carta dele
15:56e foi a declaração
15:57que ele deu hoje.
15:59Secundariamente,
15:59lógico,
16:00existe as questões
16:02comerciais,
16:03tarifárias,
16:04mas pra mim também é claro
16:05que Donald Trump
16:06usa essas questões
16:07de forma política.
16:08Quando o México
16:09e o Canadá
16:10se recusaram
16:11a cooperar
16:12pra dificultar
16:13a entrada de fentanil
16:15nos Estados Unidos,
16:16ele falou
16:16tarifa de 100%,
16:17não foi isso
16:18que ele colocou lá?
16:20Então,
16:20o Donald Trump
16:21usa essas coisas
16:22de uma forma política
16:23e o Dávila está
16:25correto
16:25quando ele diz
16:26que é uma coisa
16:27meio aleatória,
16:29que não tem lógica.
16:29Não tem lógica mesmo.
16:30Eu acho que muito
16:31do que o Donald Trump
16:32faz é intuitivo,
16:35mas olha,
16:36foi sendo intuitivo
16:38que esse outsider
16:39assumiu o controle
16:41do Partido Republicano
16:42e agora está
16:43pela segunda vez
16:44na presidência
16:45dos Estados Unidos.
16:46Pois é,
16:47uma discussão boa essa.
16:48Kringner,
16:49nós travamos isso
16:50bem na divulgação
16:51da carta,
16:52mas talvez a intenção
16:53de Donald Trump
16:54seja justamente essa,
16:55confundir,
16:56não ser tão literal
16:57nas suas mensagens
16:58e há leituras diferentes
17:00que entendem
17:01que está na primeira
17:03parte do texto,
17:05justamente o primeiro parágrafo
17:06dedicado a Jair Bolsonaro,
17:07que esse seria
17:08o grande assunto
17:10que motivou
17:11toda essa manifestação.
17:13Já há outras leituras
17:15que entendem
17:16que ele colocou ali
17:17para dar peso
17:18à história de Jair Bolsonaro,
17:19mas o que estaria por trás
17:20é a questão comercial,
17:22a insatisfação
17:23com o fortalecimento
17:24do BRICS
17:25e por aí vai.
17:27É,
17:28a gente precisa
17:28para responder
17:29essa pergunta,
17:30Caniato,
17:31de uma forma mais precisa,
17:32é fazer a lógica
17:33engenharia reversa.
17:35A engenharia reversa
17:36vai trazer para a gente
17:37qual seria,
17:38então,
17:38a bala de prata
17:39para resolver
17:40essa questão,
17:41e qual seria
17:41a principal motivação
17:43do presidente Trump.
17:44Eu acho que,
17:45eu concordo
17:46que não tenha
17:48uma lógica,
17:49mas existe padrão.
17:50Pode não ter
17:51uma lógica muito clara,
17:52mas existe um padrão.
17:53No primeiro mandato
17:54do Trump,
17:55e ainda com a ressalva
17:56que o Mota fez aqui,
17:57que é muito boa,
17:58hoje é um outro Trump
17:59com uma outra motivação
18:00e com uma urgência maior,
18:02porque esse, afinal,
18:03é o seu último mandato,
18:04de acordo com a lei
18:05americana atual,
18:07no primeiro mandato,
18:09o presidente Donald Trump
18:10apresentou
18:11uma série de sanções
18:12também contra o Canadá,
18:14e trouxe ali
18:15críticas pessoais
18:16ao primeiro-ministro canadense,
18:18o Justin Trudeau,
18:19na época que estava
18:20se posicionando
18:21com políticas
18:22extremamente
18:23de esquerda,
18:25ideologicamente
18:25comprometido,
18:27e todas as críticas
18:28muito razoáveis,
18:29muito reais.
18:31Mas,
18:31passou um ano,
18:32passou um ano e meio,
18:34e as tarifas impostas
18:36pelo presidente Trump
18:37contra o Canadá
18:38foram removidas,
18:40justamente porque
18:41o Canadá melhorou
18:42a sua base produtiva,
18:44e aí começou a vender,
18:45então,
18:45para outros parceiros.
18:47Então,
18:47o que pesou,
18:48no fim das contas,
18:49o Trudeau continuou
18:51sendo o primeiro-ministro
18:52canadense,
18:53mesmo um ano,
18:54um ano e meio
18:55depois das sanções
18:56impostas.
18:57O que mudou
18:57não foi nada
18:58relacionado à política
19:00ou à parte ideológica,
19:01o que mudou
19:02foi na questão
19:03realmente econômica,
19:05foi na pauta comercial.
19:06Então,
19:06é aí que eu falo
19:07que a engenharia
19:08precisa ser feita,
19:09a engenharia reversa
19:10precisa ser feita.
19:11A pergunta é,
19:12se hoje
19:13nada mudar
19:14na base produtiva brasileira
19:16ou na maneira brasileira
19:17de se fazer negócios
19:18com os Estados Unidos,
19:19mas numa situação hipotética,
19:21todas as acusações
19:22relacionadas ao presidente
19:23Bolsonaro
19:24forem anuladas
19:26e anistia acontecer
19:28e ele não for mais julgado
19:29nem condenado
19:30de nada.
19:31Pronto.
19:32As sanções vão embora?
19:34O relacionamento
19:34com os Estados Unidos
19:35vai ser retomado
19:37de uma forma
19:37imediata?
19:39E aí nós vamos viver
19:39em paz?
19:40Os dois países
19:41vão ser bons parceiros?
19:42Acho difícil.
19:44Agora vamos pensar
19:44num cenário B.
19:46Ainda que
19:46existam
19:47o processo
19:50continue
19:51contra o presidente
19:52Bolsonaro,
19:53ainda que as
19:53ilegalidades
19:54que foram cometidas
19:55pelo STF
19:56não sejam punidas,
19:58mas
19:58a questão
19:59comercial melhore,
20:01as tarifas
20:02sejam zeradas,
20:02vamos pensar
20:03aqui num cenário
20:04bem radical,
20:05todas as tarifas
20:05relacionadas a impostas
20:07entre Brasil
20:08e Estados Unidos
20:08sejam zeradas,
20:10o cenário comercial
20:11entre os dois países
20:12também seja mais favorável,
20:14o Brasil entregue
20:15de bandeja
20:16uma série de coisas
20:17para os Estados Unidos.
20:18Será que as sanções
20:19vão continuar?
20:20Eu vejo no cenário B
20:21de um trabalho econômico
20:24por parte do Brasil
20:24muito mais chances
20:25de reverter tarifas
20:27do que num cenário A,
20:28porque de fato
20:29nos parece que
20:31embora assim
20:32o presidente Trump
20:33esteja considerando
20:34a questão política,
20:36ele está considerando
20:37muito mais
20:38a questão econômica,
20:39porque vamos combinar
20:40que embora o Brasil
20:41esteja vivenciando
20:43uma questão
20:44muito delicada
20:45nos direitos humanos
20:46na questão
20:47da perseguição
20:48contra o presidente
20:49Bolsonaro,
20:49existem outros países
20:51no mundo também
20:52que também estão
20:53cometendo inúmeras infrações
20:55aos direitos humanos,
20:56inúmeras perseguições políticas
20:58e que não estão sendo
20:59sancionados como o Brasil.
21:01Então vem a pergunta,
21:02o porquê
21:03que está acontecendo
21:04agora?
21:05Não é só político,
21:06é também comercial,
21:08é também econômico,
21:09é também uma razão
21:10que já estava ali
21:11gerando uma predisposição
21:13americana
21:14de entender
21:14de que lado
21:15o Brasil está,
21:16é do lado da China
21:17ou é do lado
21:18dos Estados Unidos,
21:19é nesse sentido
21:20que eu vejo,
21:20Caniato.
21:21É um bom exercício
21:22esse que propõe
21:23o Kringner
21:24sobre caminhos possíveis
21:26caso o Brasil
21:27adotasse algum mecanismo
21:30que permitisse,
21:31por exemplo,
21:31sei lá,
21:31a extinção do processo
21:33ou se de ofício
21:35a própria justiça
21:36tomasse uma decisão
21:37para,
21:38se não encerrar,
21:38pelo menos,
21:40mitigar a situação
21:41que envolve
21:42o ex-presidente.
21:44Claro que a gente
21:44trabalha com hipóteses
21:45aqui, né, Dávila,
21:46mas assim,
21:47a lista de exceções
21:48já não dá uma dica
21:49um pouco sobre
21:50qual é a reflexão
21:52dos Estados Unidos
21:53sobre as questões
21:54comerciais,
21:55porque se eles
21:56quisessem ser duros,
21:58rigorosos,
21:59teriam colocado tudo,
22:00mas eles viram
22:01que seriam muito
22:02prejudicados, né,
22:03com essa tarifação
22:05sobre produtos
22:06que são muito consumidos
22:07nos Estados Unidos.
22:09Daí a lista de exceções, né?
22:10Com certeza,
22:12aliás,
22:13o tal do
22:14América em primeiro lugar
22:15é isso,
22:16nós não vamos
22:17tarifar o Brasil
22:19em 50%
22:20no suco de laranja
22:21porque a gente não
22:22quer aumentar o preço
22:23do suco de laranja
22:23do americano
22:24no café da manhã.
22:26Então é exatamente isso,
22:28tudo que afeta
22:28o bolso
22:30do cidadão americano,
22:32nós vamos
22:33suspender a tarifa
22:34e não é por nenhum
22:35mérito do Brasil,
22:36é por causa
22:37da preocupação
22:38do efeito disso
22:39na economia doméstica,
22:40né?
22:40Então,
22:41essa é a lógica
22:43do Trump.
22:44Só que
22:44Donald Trump,
22:46ao meu ver,
22:47erra completamente
22:48nas relações
22:48internacionais
22:49porque se
22:51America first,
22:52se América em primeiro lugar
22:53é o objetivo central,
22:55o grande problema
22:57dos Estados Unidos,
22:58canhato,
22:58chama-se China.
23:01Se você quer
23:02combater a China
23:03pra colocar
23:04os Estados Unidos
23:04em primeiro lugar,
23:05o que que você
23:06deveria fazer?
23:07O oposto
23:08do que ele está
23:08fazendo é tentar
23:10aproximar o máximo
23:12possível dos Estados
23:14Unidos,
23:14do Brasil,
23:16dos países
23:17do BRIC
23:18pra isolar a China.
23:19Mas a política
23:20que ele está
23:21fazendo,
23:22essa política
23:22comercial tarifária
23:24que gera insegurança,
23:26problema no mundo,
23:27o que que tá fazendo?
23:28jogando cada vez mais
23:30esses países
23:31no braço da China.
23:32Então,
23:33o seu grande inimigo
23:34tá sentado no sofá
23:36só recebendo assim,
23:37opa,
23:37o Brasil vai comprar
23:38mais produto.
23:39Nossa,
23:39a África do Sul
23:40tava dizendo que tem
23:41problema lá
23:42com os pretos
23:43perseguindo os brancos,
23:44o que não é verdade.
23:45Então,
23:45agora vamos comprar
23:46mais lá.
23:47A Índia,
23:48a Índia tava
23:49numa situação
23:49perfeita
23:51pra continuar
23:52ótimas relações
23:52com os Estados Unidos.
23:53Aumenta a tarifa,
23:55joga a Índia de novo
23:56no colo da China
23:57e da Rússia,
23:58onde existem
23:58inúmeros problemas
24:00políticos.
24:01Então,
24:01o que que tá acontecendo
24:02com essa política?
24:04É uma política
24:05contrária ao interesse
24:06americano.
24:07Os Estados Unidos
24:08se tornaram
24:09a maior potência
24:10econômica
24:11do mundo
24:12disparado
24:13depois da Segunda Guerra Mundial
24:14justamente
24:15porque criou
24:16um sistema econômico
24:17internacional,
24:18como eu falei aqui,
24:19o país que mais enriqueceu
24:20desde o fim da Segunda Guerra Mundial
24:21foi os Estados Unidos.
24:23Foi justamente
24:23por causa do comércio
24:24internacional,
24:25da abertura econômica.
24:26Então,
24:26na hora que o governo
24:27Trump
24:28adota o formulário
24:30inverso,
24:31é um horror
24:32porque isso vai
24:33empobrecer,
24:35vai perder
24:35competitividade
24:36das empresas americanas
24:37e vai cada vez mais
24:38jogar
24:39essas grandes potências
24:40econômicas
24:41do mundo
24:42nos braços da China,
24:43que é o que nenhum
24:44país quer.
24:46A Europa não quer,
24:47ninguém quer ir pra cá
24:48na China,
24:48mas na falta
24:49do outro grande
24:51parceiro confiável,
24:52não dá pra deixar
24:53de continuar fazendo negócio
24:54porque os países
24:56precisam continuar
24:57vivendo do comércio
24:58internacional.
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