O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que estende por mais 90 dias a suspensão das tarifas sobre importações chinesas. O economista Alan Ghani analisou o assunto.
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00:00Falando em Trump, o presidente dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva que estende por mais 90 dias a suspensão das tarifas sobre importações chinesas.
00:10Alan Gani, nosso comentarista de economia, já está por aqui no estúdio.
00:14Ué, cadê meu ouvinte disso?
00:16Gani, e aí? Essa extensão aí por mais três meses entre a negociação de Trump com os chineses, hein?
00:23Bom dia, Nonato. Bom dia, Soraya. Bom dia a toda a nossa audiência.
00:27Vamos lembrar que lá no dia 12 de maio, quando as tarifas chegaram a 145% dos Estados Unidos contra a China e a China de 125% para os Estados Unidos,
00:39numa escalada da tensão comercial, houve uma suspensão temporária de 90 dias.
00:46A partir daquele momento, as tarifas passaram para 30% dos Estados Unidos aplicados contra a China e 10% da China contra os Estados Unidos.
00:55O que, evidentemente, viabiliza o comércio internacional entre os dois países.
01:02E agora, novamente, uma prorrogação desse prazo por mais 90 dias.
01:07Ou seja, evitando que se volte a tarifa de 145% e 125%, o que tornaria o comércio internacional entre eles inviável.
01:19Isso quer dizer alguma coisa.
01:21Quer dizer que os Estados Unidos não têm conseguido o seu objetivo contra a China.
01:27Isso porque a China tem poder de barganha contra os Estados Unidos.
01:32E não é apenas nas exportações de bens manufaturados, como vestuário e eletrônicos,
01:40mas principalmente em relação às terras raras.
01:44A China tem as maiores reservas desses minerais no mundo, muito utilizado pela indústria,
01:51e também detém o controle da produção mundial.
01:55Quase 70% está na mão da China.
01:58Vale dizer que dois terços da indústria bélica dos Estados Unidos depende das terras raras.
02:04Agora, Gani, a gente até comentou mais cedo, né?
02:07Como que os Estados Unidos demonstram diferentes abordagens nas suas relações comerciais.
02:13E aí a gente traz aqui para o Brasil, enquanto eles flexibilizam essas tarifas com a China.
02:18Com o Brasil, cancelou reunião com o ministro Fernando Haddad, 50% e por aí vai, né?
02:25Soraya, sabe aquele ditado?
02:27Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
02:31É mais ou menos assim.
02:32É lógico que com a China, os Estados Unidos não conseguem falar grosso,
02:37porque a China tem poder de barganha, tem indústria.
02:40Hoje é uma potência econômica.
02:43Corrigindo pela PPP paridade do poder de compra,
02:47a China já é uma economia maior do que a americana.
02:51Se a gente contar o efeito do dólar, aí não.
02:55O mesmo também vale para a Rússia,
02:57mas aí no campo militar, geopolítico, os Estados Unidos também não conseguem colocar
03:02os seus objetivos de uma maneira unilateral.
03:05Agora, quando se trata de Brasil, aí a questão é diferente.
03:09Por isso que a gente tem que ser muito mais pragmático, racional na negociação com eles,
03:15porque justamente os Estados Unidos acabam tendo um poder de barganha maior
03:19com a economia brasileira do que a gente com eles.
03:23E é claro que os Estados Unidos também nos interessam.
03:26é o nosso principal parceiro de investimentos
03:28e é o nosso segundo parceiro comercial.
03:32Quanta coisa para a gente ficar acompanhando, né?
03:35Porque a gente pensa que é só com a gente,
03:36mas não, a movimentação internacional também pode nos afetar por aqui.
03:40Gani, muito obrigado. Até já, hein, com mais.
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