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As negociações entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Donald Trump, continuam. Mas, o próximo encontro entre os dois líderes para discutir o fim da guerra na Ucrânia já é visto como uma vitória para o Kremlin, para a economia russa e para os mercados financeiros globais. O encontro está programado para sexta-feira (15), no Alasca. Renan de Souza e Felipe Machado analisam o cenário.

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00:00E há poucos dias da reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin, que deve acontecer no Alasca,
00:05analistas apontam que o encontro já representa uma vitória política e estratégica para Moscou.
00:10Com isso, os mercados europeu e norte-americano demonstraram otimismo, com altas após o anúncio da reunião.
00:17E a gente vai entender melhor esse contexto, com mais detalhes, com bastidores, com ele,
00:22meu parceiro de Money Times, Renan de Souza, que conversa com a gente ao vivo, direto de Abu Dhabi.
00:26Renan, boa noite para você por aí.
00:28E conta para a gente, apesar desse otimismo de um lado, a gente ouviu, inclusive, o Diego comentando
00:34que ações de empresas de defesa vêm caindo.
00:37Como que você está analisando esse caldeirão mesmo de comportamentos tão diversos?
00:47Olá, Nath. Muito boa tarde para você e para todos que nos acompanham aqui no Money Times nesta segunda-feira.
00:54Nath, temos muitas variáveis nesse assunto.
00:57Isso porque o mercado das empresas europeias está variando desde a sexta-feira, desde a semana passada,
01:05com uma expectativa sobre o que vai acontecer nesta sexta-feira no encontro entre Vladimir Putin
01:12e também o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
01:15Há muito vai e vem, mas a longo prazo a expectativa é de que as empresas europeias de defesa
01:21vão sair vitoriosas, vão sair ganhando de qualquer jeito.
01:25Primeiro ponto é, se houver acordo, significa que o exército russo continua ainda um exército bastante forte,
01:33bastante pungente e que causa medo aos europeus.
01:37Ou seja, os países europeus vão precisar continuar se armando porque a Rússia conseguiu sustentar essa guerra até aqui
01:44e significa uma ameaça para os outros países europeus.
01:48Ou seja, a compra de armamento teria que continuar, já que esse é um vizinho forte
01:53e que gera um tipo de pressão entre os europeus.
01:55Se não houver acordo de cessar fogo, o que acontece é que os europeus também ainda vão ter que se armar de qualquer maneira.
02:04Isso porque há essa intenção já da União Europeia em armar, já há esse plano aprovado, inclusive um plano bilionário.
02:13E aí a gente tem que lembrar que não é de hoje, os europeus estão tirando armamentos dos seus próprios estoques
02:19para mandar para a Ucrânia e também muitas vezes para Israel, eles estão ficando com os estoques mais baixos.
02:25Então a expectativa é de que as empresas de defesa vão gerar muito dinheiro para os europeus no longo prazo.
02:33Inclusive há uma estimativa de muitos analistas de que a União Europeia pode enfrentar uma guerra direta com a Rússia
02:42já em até 10 anos, ou seja, seria algo muito próximo.
02:47Agora, sobre o encontro em si, porque eu disse que esse caso tem muitas variáveis,
02:52a gente vê essa semana, ela tem aquele potencial de ser histórica,
02:58aquela semana que a gente pode estudar lá na frente nos livros de história,
03:01porque é a primeira vez que um presidente russo vai entrar no território dos Estados Unidos em quase uma década.
03:09E é a primeira vez que um presidente russo se encontra com um presidente norte-americano
03:13desde o início da guerra e Vladimir Putin chega a essa mesa de negociação,
03:19chega a essa mesa com o Donald Trump numa posição favorecida, numa posição forte,
03:25já que ele está conseguindo ir para a mesa de negociação,
03:27está se encontrando com o presidente dos Estados Unidos de uma guerra,
03:31de uma batalha que ele começou.
03:33No campo militar, a Rússia está forte nesse momento, tem conquistado regiões da Ucrânia,
03:39mas economicamente, internamente, a Rússia enfrenta uma situação muito difícil.
03:45Em junho, a inflação por lá chegou a quase 10%, a Rússia enfrenta déficit,
03:51a Rússia está excluída do SWIFT, que é o sistema de pagamentos globais,
03:55a Rússia tem sanções muito fortes, o que impede que dezenas, centenas de empresas
04:00operem no território russo.
04:03Então, economicamente, para a Rússia, seria, obviamente, uma questão de conseguir sair desse
04:09embrólio que o país se encontra, se enfrenta, desde o início da guerra da Ucrânia.
04:14Mas, obviamente, isso não vai ser fácil, não vai ser uma negociação muito fácil.
04:18E como o Diogo Mestr Jono explicou agora há pouco,
04:21há uma tensão em relação a Volodymyr Zelensky, o presidente ucraniano,
04:26porque, oficialmente, até agora, ele não foi convidado para esse encontro.
04:31Mas, pouco antes de começar o Money Times, o presidente Donald Trump fez uma coletiva
04:37muito longa na Casa Branca, é raro a gente ver esse tipo de coletiva.
04:42Ele falou, basicamente, sobre Washington e respondeu perguntas sobre esse encontro
04:47que vai acontecer.
04:47Então, ele deu algumas pistas para a gente entender o que a gente deve ver
04:51nos próximos dias.
04:52Donald Trump deixou claro que, assim que ele se encontrar com o presidente russo,
04:57Vladimir Putin, ele vai ligar, logo em seguida, para os europeus.
05:01E, depois, ele vai ligar, também, para a Volodymyr Zelensky e explicar o que aconteceu,
05:06se há um acordo ou se não há um acordo.
05:08Então, a expectativa do presidente Donald Trump é de uma resolução rápida para essa situação.
05:13E ele não deixou claro se está totalmente vetada a participação de Volodymyr Zelensky
05:19nesse encontro ou não.
05:21Mas, ele explicou que quer que Putin e Volodymyr Zelensky sentem numa sala juntos com ou sem ele.
05:29Então, a gente viu muita perspectiva ali.
05:31A gente viu até o tom diferente que o presidente Donald Trump falou.
05:36Ele, aparentemente, dessa vez mudou o tom forte no sentido de que ou essa guerra vai ser resolvida
05:42ou eu lavo as minhas mãos.
05:44Basicamente, foi isso que ele falou.
05:46E é isso que gera o medo, como o Diogo Messodiono havia dito anteriormente.
05:50O que acontece caso não haja acordo?
05:53Porque aí o mundo fica num limbo.
05:55Mas, o presidente Donald Trump mudou o tom.
05:58Ele criticou Zelensky.
05:59Ele também deu uma criticada em Putin.
06:01E disse que nenhum presidente na história teve a coragem de fazer o que ele fez.
06:06que foi aplicar tarifas para o segundo ou primeiro maior comprador de petróleo russo,
06:12que foi a Índia.
06:13A gente viu Donald Trump fazendo isso, fazendo esse movimento.
06:17E ameaçando com sanções, caso essas negociações falhem,
06:21com sanções a todos os países que fazem negócios,
06:25que compram petróleo ou derivados de petróleo da Rússia.
06:27O que, no fundo, poderia até atingir o Brasil,
06:31caso essas negociações falhem.
06:32E Donald Trump decida impor sanções econômicas ainda mais severas para a Rússia.
06:39Nath, são muitos lados, são muitas coisas acontecendo.
06:42É uma semana extremamente histórica e, potencialmente, também,
06:46com um desfecho que pode ser histórico.
06:48E, obviamente, a gente vai acompanhar todos os detalhes aqui no Money Times.
06:52É, então, muito interessante a gente ter essa noção mesmo.
06:55Obrigada por trazer isso para a gente,
06:57de que estamos presenciando coisas históricas, testemunhas da história, Felipe.
07:02Isso cansa um pouco também, né?
07:04Porque é muita coisa acontecendo, mas torna...
07:06E muito rápido.
07:07Ainda mais interessante, muito rápido, é.
07:09A gente ter essa consciência, é muito bom.
07:11E quero te ouvir também sobre quais são as suas expectativas para esse encontro,
07:16estar de olho em quê.
07:18Olha só, Natália, boa tarde.
07:20Boa tarde a todos, boa tarde ao Renan.
07:21Faz tempo que eu não falo com o Renan.
07:23Tudo bem por aí, Renan?
07:24O que eu acho, Natália, o Renan já explicou bem todos os bastidores por trás desse encontro.
07:29Eu queria trazer uma outra coisa já para tentar completar a parte mais prática da história.
07:33A parte mais prática é o seguinte.
07:35O presidente Vladimir Putin, ele, desde que o Donald Trump assumiu o presidente americano,
07:39ele vem empurrando essa guerra, né?
07:41Ele vem ganhando tempo.
07:42Ele vem tentando ganhar tempo.
07:44Por quê?
07:44Ele está tentando entrar cada vez mais no território ucraniano.
07:47É uma guerra por território, basicamente, né?
07:51Além de ser uma guerra por várias outras razões econômicas e tudo mais,
07:54é uma guerra principalmente por território.
07:56E ali o Putin, ele conseguiu, além da região da Crimeia, que ele já tinha invadido em 2014,
08:02e essa região já está praticamente anexada,
08:05ele avançou bastante em relação à região de Donetsk e à região de Logansk,
08:10que é uma região que é praticamente ali toda aquela faixa no leste da Ucrânia.
08:16Então, vamos ver, vamos pensar.
08:18O que pode sair de um acordo de paz?
08:20Quais podem ser as propostas?
08:22O Donald Trump, o presidente Donald Trump, ele não está nem aí para o território ucraniano.
08:25Ele quer arranjar um acordo de paz para que a economia volte a ser a grande questão do mundo
08:32e ele não tenha mais que ficar tendo que intermediar essas brigas entre os países.
08:36Então, ele não está muito preocupado se a Ucrânia vai ficar com Zelensky ou com Putin
08:40desde que os dois cheguem no acordo.
08:42Agora, o Zelensky já disse que nesse acordo não vai aceitar essa entrega desse território.
08:50E o Putin diz que só vai ter acordo se ele puder ocupar o que ele já ocupou do território ucraniano até lá, até agora.
08:57Então, há um impasse, há um impasse, claro, pelos territórios,
09:01porque os territórios não vão ser ocupados pelos dois países,
09:04então alguém vai ter que ficar com esse território.
09:06Agora, o Donald Trump vai chegar para o Zelensky e vai falar assim,
09:09olha, Zelensky, você já perdeu esse território e você vai ter que aceitar isso
09:12ou eu não vou mais te dar armamentos e tudo mais.
09:15Daí, como o Renan lembrou bem, só que a Europa também já está fazendo movimentação para bancar.
09:21A gente viu o primeiro-ministro da Alemanha, da França,
09:25todo mundo dizendo que a Europa está com Zelensky e não vai abrir mão disso,
09:29porque a Europa sabe que se abrir mão ali,
09:31daqui a pouco o Putin pode realmente ser uma ameaça maior para o continente europeu.
09:35Então, é uma negociação que vai ser muito difícil.
09:39O presidente Donald Trump não está preocupado como essa negociação vai avançar.
09:42Ele quer chegar em um acordo rápido para também dizer que ele conseguiu mais um acordo de paz e tudo mais
09:48e tentar se cacifar para aquele prêmio Nobel da Paz, que é o grande sonho dele.
09:52Mas, no meio desse caminho, como na poesia do Drillman, tinha uma pedra.
09:57Nesse caso, tinham duas pedras, o Putin e o Zelensky.
10:00Eu acho que é muito difícil eles chegarem em um acordo, porque os dois, nenhum dos dois vai querer abrir mão.
10:06O Putin do território que já conquistou e o Zelensky do território que ele ainda não admite que é um território russo.
10:12Então, é um impasse que vai ser muito longo.
10:14Com isso, o Putin ganha tempo para tentar jogar essa negociação até um pouco mais para frente.
10:20Vamos lembrar que também o Donald Trump ficou numa situação delicada,
10:23porque ele impôs uma linha, ele impôs um prazo para o presidente Vladimir Putin se posicionar e o cessar fogo,
10:32e o Putin não atendeu a esse prazo.
10:33Então, Donald Trump não tinha muita opção a não ser oferecer esse summit, esse encontro cara a cara com o Putin.
10:41Agora, como o Renan falou, vai ser uma semana histórica e vai ser muito interessante a gente ver a dinâmica do Putin com o Trump,
10:48porque a gente sabe que o Putin tem uma certa, exerce um certo fascínio sobre o Donald Trump.
10:54O Putin é aquele autocrata que é o ídolo do Trump, que faz o que quiser no país dele,
11:00exatamente como o Trump está tentando ser nos Estados Unidos hoje em dia.
11:03Então, vai ser muito interessante essa reunião e, com certeza,
11:08esse fato de não incluir o Zelensky na primeira fase da conversa,
11:11mostra que, na verdade, nenhum dos dois está muito preocupado com a opinião do Zelensky.
11:14Eles vão tentar chegar a um acordo sem ter que envolver muito o Zelensky,
11:17pressionando o Zelensky com o envio de armamentos ou não,
11:22para tentar que ele aceite a solução que os dois grandes rivais, Putin e Trump,
11:27vão trazer para a mesa de negociação, Nath.
11:29Então, Felipe, Renan, tudo pode acontecer, inclusive nada, não ter acordo, é isso?
11:35Exato.
11:37Essa é como diz a música lá do Diogo Nogueira,
11:40tudo pode acontecer, inclusive nada.
11:42Você resumiu, Nath, você vai continuar ainda um pouco mais cansada com a história,
11:46porque pode ser que a gente não tenha conclusão nenhuma essa semana.
11:50Mas só para complementar o que o Felipe falou em relação à questão dos territórios,
11:56agora há pouco o Donald Trump deixou claro,
11:58os dois lados vão ter que ceder, a Ucrânia vai ter que ceder território
12:01e a Rússia vai ter que ceder território também um pouco,
12:04mas ele não deixou claro qual seria a parte que a Rússia terá que ceder.
12:08Porque, obviamente, a Ucrânia foi o país invadido, é quem mais tem a perder, né?
12:12Então, o presidente Volodymyr Zelensky pode sair muito mais enfraquecido dessa situação.
12:20Agora, o que se diz nos bastidores é que a Casa Branca não descarta,
12:25inclusive, uma aparição de surpresa de Volodymyr Zelensky nesse encontro,
12:30porque até esse momento não há confirmação de que ele vai participar,
12:34ele estaria preparado para qualquer eventualidade, correr para o Alasca para participar,
12:40mas há uma chance de que, de última hora, o Volodymyr Zelensky apareça,
12:44porque, como o Felipe falou, o presidente Donald Trump tem pressa
12:48e o sonho dele é o Nobel da Paz.
12:50Ele não esconde isso, ele fala que ele quer o Nobel da Paz.
12:52A gente vê o presidente Donald Trump ajudando a assinar diversos acordos
12:57quando há conflitos no mundo, porque é isso que ele quer.
13:00Então, ele quer resolver a situação rápido, quer que os dois sentem,
13:03assinem o acordo e ele seja indicado ao Nobel da Paz.
13:06Então, ele não esconde essa vontade dele que vai além do conflito em si.
13:12Exatamente.
13:12Lembrando que até, Renan, a gente acabou não comentando muito,
13:15porque não teve um impacto econômico muito grande,
13:18mas esse acordo do Azerbaijão com a Armênia,
13:20dois países que estavam em guerra, em conflito há muitos anos,
13:24realmente foi uma vitória da diplomacia americana.
13:26E lembrando também, só para concluir,
13:28que a Rússia ocupa já 20% do território ucraniano.
13:32Então, quer dizer, realmente, para o Zelensky abrir mão desses 20%,
13:35vai ser muito um drama político para ele,
13:40que vai ser difícil dele aceitar, Nath.
13:41Está certo.
13:42Obrigada, viu, Felipe?
13:43Obrigada, Renan.
13:43E só para esclarecer, porque quando eu falo que é cansativo,
13:46acho que faz uns seis anos que a gente está carregando isso,
13:50a gente está sendo testemunha ocular da história.
13:52Desde que começou a pandemia, parece que é uma velocidade
13:55de acontecimentos grandes, complexos, enfim.
13:58Mas se a gente lembrar a invasão da Crimeia, que foi 2014,
14:01já temos mais de dez anos, né?
14:02É, exato.
14:03Depende do mais, porque cada um escolhe olhar.
14:06Obrigada, viu, Felipe e Renan.
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