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O Banco Central decidiu acelerar o lançamento do Drex, a moeda digital brasileira, adiando temporariamente o uso da tecnologia blockchain. A primeira fase, prevista para o ano que vem, vai focar em transações com garantias e contratos inteligentes, trazendo mais agilidade para setores como imóveis e veículos.

Em entrevista ao Jornal Times Brasil - Exclusivo CNBC, Wagner Martin, vice-presidente de relações institucionais da Veritran, explica como essa etapa inicial vai funcionar, o que muda com a blockchain na segunda fase e como o Brasil está posicionado em relação a outros países na corrida por moedas digitais.

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Transcrição
00:00Para acelerar o lançamento do DREX, a moeda digital brasileira, o Banco Central decidiu adiar o uso da tecnologia blockchain.
00:08Com isso, as primeiras funcionalidades já devem estar disponíveis ao público no ano que vem.
00:12A gente vai falar sobre isso com o Wagner Martim, que é vice-presidente de Relações Institucionais da Veritran.
00:18Boa noite para você, Wagner. Seja muito bem-vindo.
00:21Boa noite, Marcelo. Boa noite a quem nos assiste. É um prazer estar aqui conversando sobre isso.
00:26Explica para a gente, de maneira mais didática possível, essa primeira versão mais simples do DREX,
00:32ela vai permitir que tipo de transação e que tipo de avanço em relação ao que a gente tem hoje?
00:38Sim, explico. É muito importante isso porque acho que o Banco Central está sendo pragmático
00:43e ele está, a partir desse momento, utilizando uma adoção muito mais ligada à plataforma de centralização de dados
00:51do que a tecnologia blockchain em si.
00:54Então, a partir desse momento, a gente vai trabalhar com a centralização da reconciliação do gravame.
01:01O que é o gravame?
01:03É a alienação de um bem através de uma garantia.
01:06Então, por exemplo, você tem o financiamento de um imóvel, de um carro,
01:12e ele está alienado com o ente que financiou.
01:15Através dessa plataforma centralizada, você vai conseguir, de forma rápida, fácil,
01:21baixar essa alienação e deixar esse bem disponível,
01:25tanto para uma transferência como para um possível colateral futuro,
01:30para um novo empréstimo, por exemplo.
01:33No caso do comércio, até do comércio internacional, tem alguma funcionalidade interessante?
01:37Nesse momento, não.
01:40Eu acho que nesse momento o Banco Central está olhando para o mercado de crédito,
01:46está olhando para a questão das garantias.
01:48Isso afeta muito o mercado de imóveis, isso afeta muito o mercado de carros.
01:53O que pode haver em negócio internacional é a questão de colaterais,
01:57de empréstimos que fomentam exportação ou importação.
02:01Bom, pelo que você fala, então, o Drex está muito ligado ao contrato de compra e venda.
02:06Ele vai meio que engolir o Pix em algum momento, vão virar uma coisa só,
02:10ou o Pix vai ficar funcionando de maneira independente do Drex?
02:15O Drex é uma plataforma que junta duas coisas, a moeda digital, o real digital,
02:21e a centralização de dados.
02:22O Banco Central acelerou a adoção da centralização de dados,
02:27deixou um pouco de lado a moeda digital.
02:29É claro que os contratos inteligentes vão começar a atuar,
02:33cada vez mais esses serviços serão automatizados,
02:36então, como esse exemplo que o Banco Central está apoiando agora,
02:40justamente você vai conseguir baixar uma alienação de forma muito rápida,
02:44isso são negócios muito mais corporativos e estruturados,
02:48que não competem de maneira nenhuma com o Pix,
02:51que é um meio de transferência instantâneo, rápido, fácil,
02:55que agiliza o comércio e a transferência de recurso com a população
03:01e no meio de comércio e negócios, mas o Drex, sim, é muito mais estruturado,
03:06está muito mais ligado a um contrato inteligente por trás de uma operação.
03:10Enquanto o Drex não tiver blockchain, que tipo de serviço vai esperar?
03:14O que vai acontecer depois que o Drex tiver a tecnologia blockchain?
03:17Com o blockchain operando junto com as plataformas,
03:24você vai conseguir ter muito mais rapidez e instantaneidade
03:29em contratos inteligentes, em operações complexas,
03:33como, por exemplo, você vai conseguir financiar um imóvel de forma muito mais rápido,
03:39porque ele pode estar tokenizado e não necessariamente trabalhar com uma escritura física,
03:45como, por exemplo, uma escritura digital,
03:47você vai poder alugar, por exemplo, em contratos de locação,
03:52utilizar a garantia que você deixe o calção de forma automatizada,
03:57sem precisar de nenhuma operação por de trás aí trabalhando.
04:02Em relação a negócios, você vai conseguir fazer exportações e importações automatizadas,
04:07ou seja, no momento que chega no destino,
04:10o valor já é liberado para liquidação totalmente instantâneo
04:15e um serviço cada vez mais que é provido com muito pouca manualidade.
04:23Ou seja, os contratos têm toda a previsibilidade
04:26e eles vão começar a ocorrer a partir de cada gatilho do momento da operação,
04:32sem que haja intervenção manual ou aguarde compensação
04:36ou um dia útil para poder acontecer.
04:38E quando chegar nesse momento aí do Drex ter a tecnologia blockchain,
04:42ele também vai poder ser usado para pagamento de coisas comuns no dia a dia?
04:46Supermercado, por exemplo, abastecer o carro?
04:49Não, não é isso o fim e o propósito do Drex.
04:57Mas sim, o Drex vai resolver problemas no dia a dia
05:00que não são tão corriqueiros assim como abastecer um carro
05:04ou comprar num supermercado, mas o Drex vai resolver problemas como
05:07compra e venda de um automóvel.
05:10Então, você vai poder pagar naquele automóvel
05:12e isso vai ficar numa conta garantia
05:14e no momento que se vai num cartório, se liquida entre as partes.
05:18Quando você vai fazer a locação de um imóvel,
05:20como eu comentei, você deixa o calção numa conta transitória,
05:25no momento de liberação de entrega do imóvel,
05:27esse calção ou é devolvido ao proprietário ou é entregue ao proprietário
05:32ou é devolvido ao locador conforme a operação.
05:36Então, o Drex vem muito para facilitar a questão de créditos,
05:40investimentos e instantaneidade de serviços interoperáveis,
05:47onde você vai poder trabalhar tudo de forma automática.
05:50Essa primeira fase, então, fica para o ano que vem.
05:52E a segunda fase, já com a blockchain, qual é a sua perspectiva?
05:56Eu vejo com boas perspectivas, porque eu acho que
06:01a gente já começou com o Open Finance,
06:03que foi um grande pilar do regulador para o sistema financeiro.
06:07A gente instrumentalizou isso com o PIX,
06:10que é a forma de transferir recursos,
06:12que inclusive o Drex vai utilizar do PIX
06:14para poder ser um dos gatilhos de transferências para as operações.
06:18E aí sim, no momento que você tem um Drex operando,
06:21e você tem uma previsibilidade ocorrendo de forma automática
06:26nas operações financeiras, várias delas,
06:29desde uma mais simples, como um empréstimo,
06:33até uma coisa muito mais complexa, como exportações, importações
06:36ou negócios estruturados entre países.
06:39E só um minutinho, e qual a sua estimativa de prazo
06:42para funcionar essa segunda fase do Drex com o blockchain?
06:47Isso é um pouco complexo da gente projetar,
06:49porque o Banco Central está fazendo alguns testes
06:51e ele precisa muito de uma garantia de segurança.
06:55Já temos um piloto com algumas empresas operando,
06:59o Banco Central é super conservador quanto a isso,
07:02mas eu acredito que a médio prazo,
07:05num horizonte de dois anos para mais,
07:09eu acho que isso vai estar popularizado
07:12e as pessoas vão estar usando sem sequer perceber.
07:15A pedra no sapato até agora para usar o blockchain
07:17tem sido de fato então a segurança.
07:19A gente sabe que existem muitas moedas digitais consolidadas,
07:23muitas criptos que estão sendo comercializadas
07:25com bastante segurança, mas obviamente
07:27quando você fala de uma moeda de Banco Central,
07:29esse cuidado tem que ser assim, multiplicado por mil.
07:33Exatamente.
07:34Do mesmo jeito que ele tem que prover a mesma segurança
07:37para algo mais simples,
07:39ele também tem que prover para algo muito mais complexo.
07:42Então essa segurança tem que ser isonômica
07:44para todas as operações.
07:45E isso tem que ter a garantia de que a rastreabilidade,
07:51de que a questão operacional,
07:54a questão de liquidação,
07:56e tudo isso ocorra da forma mais segura possível
07:59e esses são os testes que o Banco Central
08:01está trabalhando hoje com o piloto do DREX,
08:04para ele poder garantir isso.
08:06Uma questão geopolítica bastante sensível
08:08que a gente está vendo aí
08:09é a questão de, por exemplo,
08:11tentar fazer exportação sem usar o dólar
08:14ou sem usar um banco intermediário
08:15que opere nos Estados Unidos.
08:17Você acha que o DREX vai trazer isso para a mesa também?
08:21O DREX, através, operando com blockchain,
08:25com uma moeda digital,
08:27pode sim se tornar uma alternativa ao Swift.
08:31Então hoje, no momento que a gente vive,
08:35onde você pode taxar,
08:37uma das grandes formas que se utiliza
08:39para as taxações nos países
08:41é colocar o cadastro desse valor no Swift.
08:45E sim, com um DREX trabalhando com uma moeda digital,
08:49você pode fazer liquidações fora do sistema Swift,
08:53que abre uma forma muito mais dinâmica, instantânea,
08:57para se poder liquidar operações.
09:00Eu queria que você falasse para a gente
09:02o quão na frente o Brasil está com essa tecnologia,
09:07comparado com outros países.
09:08Tem algum país grande como o Brasil
09:09que está também aí na véspera
09:12de lançar uma moeda digital como o DREX?
09:15Olha, no hemisfério ocidental,
09:18eu acho que o Brasil certamente é o país
09:21mais desenvolvido no sistema financeiro.
09:24A gente tem algumas coisas como Índia e China,
09:26que eles estão muito avançados.
09:29Realmente, eles estão talvez na vanguarda
09:32do sistema financeiro,
09:34mas acho que junto com eles é o Brasil.
09:37Certamente, muito mais que inclusive
09:38economias desenvolvidas como toda a Europa,
09:41Estados Unidos e outros lugares
09:44com um per capita muito maior que a nossa.
09:47Tá certo.
09:47Eu conversei aqui com o Wagner Martim,
09:49que é vice-presidente de Relações Institucionais da Veritran.
09:52Wagner, foi muito interessante a nossa conversa.
09:54Obrigado pela participação.
09:56Eu agradeço. Tchau, tchau.
09:57Tchau, tchau.
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