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  • há 5 meses

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Você precisa tentar achar, essa garota.
00:02Se é que essa bandida já não tá longe.
00:04Quer mais uma cervejinha, Arnaldo?
00:06Ah, boa ideia. Pega outra.
00:08Demorou, meu bem. Pega lá uma cervejinha pra gente, vai.
00:11Acho que tinha uma graça.
00:14Vocês bebem, assistem televisão e eu que faço a ginástica, né?
00:20Olha aqui, ó.
00:22Escutem bem o que eu tô falando.
00:24Essa história de todo final de semana,
00:26todo feriado a farraceia aqui em casa vai terminar.
00:30Vai terminar, tô logo avisando.
00:32Ninguém faz nada, ninguém mexe um dedo, sobra tudo pra mim.
00:35Tá vendo aquele copo ali?
00:37Tá aí pra mais de quatro dias.
00:39Eu tô só dando linha na pipa, tô só dando linha na pipa.
00:42Só quero ver, quero ver quem é que vai tirar.
00:45É, tem dois mosquitinhos afogados nele.
00:48Deixa eu ver.
00:49Tá morto.
00:50Ah, tadinho.
00:52Ô Arnaldo, Rita, por favor, me fala nenhuma coisa assim que mal lhe pergunte.
00:56Que fim tomou aquela televisão, né, de vocês?
00:59Aquela televisão maravilhosa com o Arnaldo tanto se gabava.
01:02Nossa, enchi a boca pra dizer.
01:04Lá em casa tem uma 49 polegadas que parece até cinema.
01:08Ih, eu tenho, tenho mesmo.
01:10Tem?
01:11Tem.
01:11Por que não assiste nela?
01:12Gente, mas será que não existe mais solidariedade humana?
01:16Solidariedade, Analdo.
01:17A minha televisão gasta mais energia que a usina de Taipungo.
01:21Gente, opa, o que é que custa, hein?
01:25Receber um parente pra assistir uma novela.
01:28E desde quando você é minha parente?
01:30Você é meu ex-marido.
01:31Então sou teu contraparente.
01:34Rita, eu posso muito bem assistir a minha novela sozinha com meu marido, tá?
01:39É, mas a gente pode ajudar, viu, Célinha?
01:41Caso vocês não entendam alguma coisa, a gente tá aqui pra explicar.
01:44Muito engraçadinha.
01:49Ô, filhinho.
01:51Oi, amor da mamãe.
01:52Mamãe tava preocupada.
01:53Eu também.
01:54Acabei de ver dois homens suspeitos pulando o muro e se embrenhando no matagal.
01:58Que?
01:59Homens suspeitos?
02:01Ladrões?
02:02Marginais?
02:03Acho melhor a gente ligar pra dona Álvaro.
02:04Não fala o nome.
02:07Tarde demais.
02:13Por favor.
02:14Por favor.
02:16Um gole d'água, por favor.
02:17Um copinho d'água, por favor.
02:19Pega um copo d'água pra ela, Mário Jorge.
02:21Faz alguma coisa.
02:22Tá na mão.
02:23Aqui, ó.
02:26Obrigada, Mário Jorge.
02:27Obrigada, obrigada.
02:28Ih, ela bebeu com mosquitinho e tudo.
02:30Faz bem pra vista.
02:34O que foi, dona Álvaro?
02:35Foi assaltada?
02:36Gente, de repente pelos dois homens que a Donis viu.
02:39Mas os homens que eu vi estavam com ela.
02:42Fala, dona Álvaro.
02:43O que que aconteceu?
02:44Fala pra gente.
02:45O que que aconteceu?
02:45Dona Álvaro?
02:48A senhora está aí?
02:50Eu, Ladrinho e Deise queremos ter uma conversa com a senhora, tá ligado?
02:54Eles estão esperando a gente lá no parque aquático.
02:57Vamos lá.
02:57Não, deixa a primeira ela dizer o que foi que aconteceu com ela, Copélia.
03:00É, sabe?
03:01Ó, ó, ó, ó, ó.
03:03Acho melhor não dizer nada.
03:05Antes de falar com o Ladrinho.
03:07Ele está muito nervoso e a senhora sabe.
03:10Quando o Ladrinho fica nervoso, a senhora sabe.
03:14É, porque Ladrinho, ele tem muita testosterona, Ladrinho.
03:17Choco, choco, choco.
03:18Vamos lá.
03:19Vamos lá.
03:19Peraí, peraí, peraí, peraí, peraí.
03:21É impressão minha ou você está coagindo Dona Álvaro, Copélia?
03:25Pelo amor de Deus, me salve.
03:27Me salve, eu imploro.
03:28Eles estão querendo me matar.
03:30O que é isso?
03:31Gente, vê que a história é essa.
03:33Dona Deise Ladrinho, Copélia querendo matar Dona Álvaro.
03:35Qual é a novidade?
03:36Não, não, não, não, não.
03:37Eles não querem que eu revele um segredo.
03:41Que segredo?
03:41Mas que segredo?
03:43Eu sei qual o segredo, pai.
03:45Você sabe o segredo?
03:47Mãe, lembra que a parenta sempre voltava do Matagal com as roupas brilhando?
03:52Uma vez você até comentou que a parenta tinha tanto fogo que brilhava no escuro.
03:55Não, não foi eu não, foi Mário Jorge.
03:57Que seja, pois eu fiquei intrigado.
04:00Então eu cortei um pedaço da roupa da parenta e pedi ao meu professor de química que fizesse mais análises.
04:05E?
04:06E, aparentemente, toda aquela área atrás do bloco J, que a parenta chama de Matagal,
04:11na verdade é uma jazida de futextone.
04:14Um minério tão raro quanto a kriptonita.
04:17E que tem um efeito poderoso sobre o metabolismo humano.
04:21Nossa, filho, tô até emocionada, ó.
04:24Lembra, Arnaldo?
04:26Lembra?
04:26Lembra?
04:27Ele na cadeirinha.
04:28Como é que ele fazia?
04:29Quando eu era pequenininho, fazia assim, ó.
04:34E quando eu chegava com a colherzinha assim, né?
04:36E eu cuspiria assim, ó.
04:37É impressionante como é que vocês são regredidos.
04:44Vamos parar com esse surto de regressão, por favor.
04:47Pelo amor de Deus, o que é que é isso?
04:50Que minério é esse?
04:52Eu vou pesquisar mais profundamente na internet.
04:54Mas eu já apurei que a indústria farmacêutica paga o que se pedir.
04:58Porque o futextone é muito raro.
05:00Ele tem capacidades únicas.
05:02Ele recupera a potência e o desejo sexual de forma definitiva.
05:06Fui eu!
05:08Fui eu!
05:10Foi graças à minha intervenção lá no Matagal, eu fiz brotar o futextone do solo.
05:17Mamãe, então era por isso que a senhora tava brilhando ultimamente.
05:21Eu estava encharcada de futextone e não sabia.
05:25Olha o perigo, podia ter tido uma overdose.
05:28É, mano, não é todo mundo que frequenta o Matagal que fica com esse fogo que a Copélia tem, não.
05:33É, porque isso que ela sente vem de outras vidas.
05:36Esse desespero vem de muito tempo atrás.
05:38Eu sempre me embreei nos matos, se lhe interessa saber, protético.
05:42Eu posso dizer com orgulho que conheço os matagais dos cinco continentes.
05:48Mato é comigo mesmo.
05:49Ratão, manda trazer 40 homens, porque se essa notícia for confirmada, o Jambalaya vai virar uma serra pelada.
05:58E eu quero impedir isso, ouviu?
06:00Câmbio e desligo.
06:02Tarde demais, Copélia.
06:06A notícia se espalhou.
06:09Estamos ricos.
06:15Galera, ricos.
06:17Pelos cálculos da Isadora, se a jazida de futextone for realmente do tamanho que se está pensando,
06:22cada proprietário aqui do Jambalaya vai levar em torno de um milhão de dólares.
06:28Isso se algum vagabundo não passar a escritura para o próprio nome antes.
06:32O Matagal é meu?
06:33É seu uma ova.
06:34Eu vou arrumar essa escritura, nem que seja no inferno.
06:36Faltam lá, o condomínio é quem vai comprar primeiro.
06:39Saiam da minha vida.
06:41Ei, ei, ei, dá para parar com isso?
06:45Obrigado.
06:45Preste atenção.
06:47Cada quilo bruto de futextone vale 10 mil dólares.
06:51Isso.
06:51Sim, enquanto vocês estão brigando por causa da escritura,
06:54se todo mundo souber que isso é verdade, paz e picaretas vão surgir por todos os lados.
06:57É, não vai sobrar nada do Matagal.
07:00Não, não.
07:01Nós não vamos permitir isso.
07:03Isadora, Isadora, põe a mão na coisinha.
07:06Quantas alegrias o Matagal já deu para a gente, cara.
07:11Olha aí.
07:12Foi ali que nós crescemos.
07:14Ali descobrimos o amor, Isadora.
07:17Toma vergonha nessa cara.
07:19Você descobriu os fatos da vida no pré-primário, Valéria.
07:23Não deixe que detorne o Matagal.
07:28Isadora, não deixe.
07:32Olha, Pepe, me desculpa, mas é porque é muito dinheiro.
07:35Além do mais, se a coisa for feita do modo ilegal, eu não ganho nada.
07:40Vocês todos ganham milhões de dólares e eu ganho o quê?
07:42Você vai ganhar um uniforme assinado por um estilista famoso.
07:45Eu prometo.
07:46Eu não quero.
07:47Eu vou encher quantos sacos eu conseguir, nem que seja a colher.
07:51Vou ficar rica daí.
07:52Vou comprar homens.
07:54Vou trancá-los num quartinho, fazer horrores com eles.
07:58Eles vão me pagar tudo o que fizeram comigo?
08:07Tá bem?
08:08Não delira, Boazena.
08:09Vamos voltar ao que interessa.
08:12Peraí, vamos voltar ao...
08:14Como é que é?
08:15Como é o nome dele?
08:16Como é que é o mesmo nome do minério?
08:17Futestônio.
08:19Futestônio.
08:19E o futestônio, ele vale tanto dinheiro assim?
08:23Mãe, o futestônio é a fonte da eterna juventude sexual.
08:26Pior que tem uma loja de ferragens aqui do lado.
08:28Assim que enraiar o dia, vão comprar tudo e começar a escavar o matagão.
08:33Arnaldo, Arnaldo.
08:34Eu e a Isadora já demos um jeito na fechadura da loja.
08:37Ele vai demorar a abrir, mas isso não vai impedir nada.
08:40Em compensação, se nós começarmos a cavar agora, eu vou.
08:45Vamos!
08:45Vamos!
08:48Minha pá!
08:49Eu reio por uma pá!
08:51Posso me oferecer uma colher de sopa?
08:52É o máximo que eu posso me conseguir.
08:54Eu vou lhe dizer o que fazer com esta colher, polaca!
08:57Cavalo!
08:59Vocês podem parar com isso?
09:01Eu mesma já mandei trazer pá, picareta e saco.
09:05E ainda mandei trazer segurança também.
09:07Sim, nós temos que nos preparar, porque hoje temos uma noite longa para cavar um patrimônio.
09:12Antes que o marido dela saiba, né?
09:14Claro.
09:15Porque se o Ícaro souber, vai conseguir a escritura para amanhã.
09:18Ai, meu Deus.
09:19Celinha, eu acho até bom você fazer alguns sanduíches, alguma coisa, porque hoje à noite vai ser louca.
09:25Mas eu pensei em assar uma lebre daí.
09:27Como assar uma lebre?
09:28Ficou doida?
09:29Não, ela não ficou doida não, Celinha.
09:31Ela é doida.
09:32Sou doida, mas respeito as tradições.
09:35Ela é em Fatou Branco hoje.
09:36É dia de comer lebre com batatas.
09:38Todo mundo vai comer lebre.
09:40É tradição.
09:40Mas que tradição é essa?
09:42Mas nunca ninguém aqui ouviu falar do dia da lebre?
09:45É tradição o quê?
09:45Polaca?
09:46Eu não sei, mas eu sei que no dia da lebre, todo mundo come lebre e depois a gente ganhou
09:50ovinhos de chocolate.
09:52Gente, gente, ela está muito confusa, coitada.
09:55Já está ficando sério.
09:57Você nunca passou isso na Páscoa?
09:59Nunca esperou coelhinho, Bozena?
10:01Não, eu comi o coelhinho, olha aí.
10:04Comeu coelhinho?
10:05Só que você não vai comer coelhinho mais nenhum, não vai assar lebre nenhuma.
10:08Vou me ajudar a fazer sanduíche.
10:09Vambora, gente.
10:09Vem cá.
10:11Tatalo, quanto mesmo você disse que a gente pode ganhar?
10:15É, isso vai depender de quanto nós conseguirmos cavar.
10:18Mas é muito dinheiro, Celinha.
10:19Eu não sei ao certo, mas eu acho que se a gente trabalhar bem,
10:23cada um aqui pode embolsar 500 mil dólares.
10:25Caraca, mentira.
10:26500 mil dólares?
10:28E o que é que nós estamos fazendo todos aqui, o elenco reunido numa meia lua,
10:32como um bando de gente à espera do ônibus?
10:34Pelo amor de Deus, vamos cavar o Matagal!
10:36Vamos lá, vamos lá.
10:38Vamos lá, o Matagal.
10:39Olha o Matagal.
10:40O Pélia, o Ladir está no ponto de explodir.
10:44Dona Álvaro, vamos andando, vamos andando.
10:46Hoje eu não vou não, senhor.
10:47Oi, Mário Jorge, hoje eu não vou não.
10:49Eles querem me impedir.
10:51Impedir essas escavações no Matagal.
10:53Foi por isso que eu vim pedir ajuda, Mário Jorge.
10:55Mas o Ladir ameaçou de quebrar uma cadeira nas costas do Sabará.
10:59Dona Deise, a senhora brotou assim desde sementinho ou isso foi enxerto?
11:04Foi enxerto.
11:05Meu Deus, você é um sapatão vestido de árvore.
11:09O que mais falta para eu ver antes de mergulhar de uma vez na insanidade?
11:14Álvaro!
11:16Se você continuar com essa palhaçada, eu te enjo de bofetar daqui.
11:34Ai, mas que grão, você não pode conter o progresso.
11:39Não há como preservar o Matagal, meu amor.
11:42O Matagal deve ser tombado.
11:45Ai, senhor, meu Deus.
11:47Seu Ladir, o senhor me desculpe, mas não vai ser tombado mesmo, seu Ladir.
11:51Tem muito minério a ser descoberto lá naquele Matagal.
11:54Mas não vai ser tombado mesmo, entendeu?
11:56Ah, não, não faça isso.
11:58Não acabe com o Matagal.
12:01Peraí, tá me...
12:01Não, ele é o céu de felicidade.
12:04Não, me larga, seu Ladir.
12:04Esse caos que nasce velho.
12:06Me larga, seu Ladir.
12:07Peraí, ele não me larga.
12:08Não me larga, seu Ladir.
12:09Não me larga, não me larga.
12:10Não me larga, não me larga.
12:11É que Ladir às vezes trava.
12:14Ladir, não me larga.
12:16Olha só, seu Ladir, presta atenção.
12:18Não tem mais como voltar atrás, tá?
12:20O Matagal agora é nosso.
12:21O Matagal é barato.
12:24Matagal é uma pouca vergonha, seu Ladir.
12:27Além do mais, todo mundo sabe que a dona Deise é a xerife do mato.
12:30Ela cobra pedágio na área.
12:32É mentira.
12:32Eu faço segurança.
12:34É, faço segurança e vigio.
12:37Pra que a galera possa fazer sua pegação em paz.
12:40Mas isso vai acabar, dona Deise.
12:43Nós resistiremos.
12:45Resistiremos.
12:46Resistiremos.
12:47Eu não vou ficar aqui perdendo meu tempo
12:48enquanto o Matagal está encharcado de futestônio.
12:52Ó o Matagal!
12:53Ó o Matagal!
12:54Mário Jorge, cuidado, hein?
12:56Vocês não conhecem as trilhas.
12:59O Matagal não é para amadores.
13:02Ali rola de tudo.
13:04É?
13:04Então, Copélia, por favor, nos ajude.
13:06Nos diga.
13:08Onde é que brilha mais?
13:10É.
13:10Bom, um quilômetro em direção ao centro do Matagal.
13:14Sim.
13:15E depois, mais 500 metros da trilha do Manguezal.
13:18Ali é onde brilha mais.
13:20Então é ali que está o futestônio.
13:22Eu vou pra lá.
13:22Vamos embora, Matagal!
13:24Vamos, Matagal!
13:25Vamos, Matagal!
13:26Eu vou sentir falta no Matagal.
13:31Cada pedacinho de terra, cada arvorezinha.
13:35Eu chamava a bicharada pelo nome.
13:39Isso não se faz.
13:42Agora, querido, só nos resta esperar que o futestônio funcione
13:47e façam eles esquecerem do que foram fazer por lá.
13:51De qualquer maneira, Ladir, eu dei o endereço certo.
13:54Direção, centro Matagal.
13:57Em seguida, trilha Manguezal.
14:00Eles vão direto pra onde?
14:03Buraco quente.
14:07Copélia, você é terrível!
14:11Eu sou vara, Ladir.
14:13Para!
14:20Mentinha, você trazido uma lanterna.
14:24Eu tô dizendo, eu tenho certeza que a gente já passou por aqui.
14:29Ah, mas deixa eu colocar pra vocês sentar um bocadinho, gente.
14:31Pelo amor de Deus!
14:33Mas não é melhor ficar aqui na clareira do que nas trilhas?
14:36Vocês sentiram umas mãos saindo de dentro do mato?
14:38Olha, eu estou completamente chocado.
14:41Eu fui patolado por um arbusto.
14:45Pra onde quer que eu olhe, eu vejo vultos.
14:47Isso aqui é barra pesada, hein?
14:49Me abraça, Ladir, me abraça.
14:50Serginha, pelo amor de Deus, proteja minha retaguarda.
14:54Eu não quero afirmar nada, mas eu acho que eu fui futucado por um galho bem no fundo.
15:00Fundo do quê, Marujor?
15:01Prefiro não comentar.
15:04Proteja minha retaguarda.
15:05Onde é civil, proteja você a minha.
15:07É porque você não escutou o que foi que seu Ladir disse pra nós na hora que a gente tava pulando o muro.
15:13É, Marujor, tem razão, ceguinha.
15:15Seu Ladir nos ameaçou.
15:17Falou na nossa cara que fiofó que anda no mato não tem dono.
15:21Pode uma coisa dessa?
15:22Escuta!
15:24Se vocês me largarem sozinhos nas trilhas de novo, eu não carrego mais nada daí.
15:29Teve um vulto que tentou me puxar pra dentro do bandozão.
15:32Escapei por pouco.
15:33Aqui dentro, não tem nada brilhando aqui dentro.
15:35Não carrega mais nada.
15:37Como não carrega?
15:38Como é que não carrega?
15:40Carrega se se olha...
15:40Olha aqui, ô, você, vamos clarecer as coisas?
15:43Você no fundo, no fundo, não tem direito a minério nenhum.
15:46Nenhum?
15:46Nenhum.
15:47Se nós vamos te dar algum, é porque nós somos bons.
15:50Nós somos bons, não somos?
15:51Não, nós somos ótimos.
15:52Eu sou boa.
15:53Você devia agradecer os patrones que você tem.
15:55Entendeu?
15:56Então, você vai ou não vai?
15:57Ganha esse dinheiro.
15:59Vou sim, buana.
16:00Você não carrega saco na cabeça daí.
16:04Analisai.
16:05Tô ficando zonza.
16:08Será que é esse tal futestônio?
16:10Tá sentindo o quê, meu bem?
16:12Tô me sentindo igual a mamãe.
16:15Nem brinca, Celinha, nem brinca.
16:18Olha, nós temos que encontrar a tatalizadora.
16:21Eles despistaram da gente.
16:24Quando nós estávamos pulando o muro, eu vi que eles dois se embrenharam no mato.
16:28Nós temos que encontrar aquela mau caráter, porque eu não duvido nada dela estar armando
16:32uma emboscada pra nós.
16:34Vamos fazer o seguinte.
16:34Vamos nos separar e procurar.
16:37Quem encontrar, grita.
16:38Certo.
16:39Você e Celinha vão por ali.
16:42Eu e Arnaldo tomamos o rumo do manguezal.
16:45Vamos.
16:46Vocês por ali, mozela por lá.
16:47Mas eu não quero ir por lá.
16:48Eu quero ir por ali daí.
16:50Você vai pro diabo que te carrega, mozela.
16:52Vem.
16:52Tem a cara de pau de dizer que é boa.
16:55Vamos lá, meu querido.
16:56Peraí, segura a minha mão, Marijão.
16:58Segura a minha mão.
16:59Segura.
16:59A mamãe falou que coisas estranhas acontecem aqui.
17:02Ela falou que tem-se uma mão que sai da escuridão e puxa a gente pra dentro da torceira.
17:08Oi, Luta.
17:08Pra fazer o que, Celinha?
17:10Prefiro não comentar.
17:12Tu entra cá já e sai cá que casamento hoje é isso aí.
17:20Toma lá da cá e no rola-rola, embola o que há aí, aqui.
17:26Entre Copacabana e o sonho de Bacarói, vivendo e dançando, dois pra lá e dois pra cá.
17:43Porta a porta o amor fala entre si, falsa calma e aí o temporal.
17:49Um relevo baixo, retrato esculacho, do amor no país do carnaval.
17:56Abonis, acho melhor você ir embora, hein?
18:09Isso aqui não é lugar pra você.
18:10Isso aqui não é lugar pra ninguém entrar começo de assunto.
18:13A pouca vergonha da parente do seu ladinho contaminaram uma parte importante do ecossistema.
18:18A Fauna desapareceu, vocês notaram?
18:20Ainda bem, né?
18:22Que era um trabalho desgraçado acabar com a bicharada toda.
18:25Ainda bem que eles foram espertos e se mandaram antes da hora.
18:29Ai, o que é isso?
18:30Vem lá, vem lá.
18:31Calma, gente, calma.
18:32Calma que eu sou de paz.
18:34Tatalo?
18:35É você, Tatalo.
18:37Ai, graças a Deus.
18:38Graças a Deus.
18:40Graças a Deus.
18:41Eu te conheço de onde, meu irmão?
18:42Calma.
18:42Seu Osvaldo.
18:43Seu Osvaldo do Bloco B.
18:46Sim, aquele que largou a mulher pra fugir com o homem.
18:50O que é isso?
18:51Que história é essa?
18:53Eu nunca fugi com homem nenhum.
18:54Eu tô perdido no meio desse matagal, tentando sair daqui a dois meses e não consigo.
19:00Sua mulher quem montou filme geral no condomínio, sabe?
19:02Geral.
19:03É.
19:03Gritava todo dia no parque aquático que você só funcionava com um fio térmico.
19:06O que é isso?
19:07Que horror!
19:09Essa mulher quer acabar comigo.
19:11Colocou uma foto sua de tanga no quadro de avisos.
19:14Uma foto minha?
19:15De tanga?
19:16No quadro de avisos?
19:17Ah, eu tô perdido, meu Deus do céu.
19:18Eu tô perdido.
19:19É, sim, sim, está perdido.
19:20Mas, por favor, eu quero que responda.
19:22Você que tá aqui há muito tempo.
19:24Qual é a zona que brilha mais?
19:27É na trilha do manguezal.
19:29Mas, olha, tem que tomar muito cuidado, porque ali é uma zona de grande perigo.
19:32Aquela área, aliás, é mais conhecida como lapélia.
19:36Mas lapélia?
19:37Seria uma mistura de madir com copélia, professor.
19:42Olha só.
19:43Olha o estrago.
19:44Olha o que eles fizeram com a minha camisa.
19:46Dá uma olhada pra isso.
19:46Isso, foram garras.
19:48Algum felino de grande porte, talvez.
19:50Se esse gado der mole, ele vira casaco, hein?
19:53Bom, vambora.
19:54Vambora pra salapélia.
19:55Vambora, vambora.
19:56Não, não, não.
19:56Não façam isso, pelo amor de Deus.
19:58Lá acontecem coisas que olhos humanos nunca viram.
20:01Se os olhos nunca viram, seu Oswaldo, o bolso vai ver.
20:05Vambora, vambora.
20:06Não, gente.
20:06Agora eu não posso ir.
20:09Eu me considero jovem demais pras coisas que eu sou capaz de presenciar naquela área.
20:14Eu bem que queria ajudar, mas eu tenho medo de, no futuro, não poder arcar com o meu tratamento psicológico.
20:21Eu sinto muito.
20:22Vem comigo, seu Oswaldo.
20:23Eu conheço a saída.
20:24Graças a Deus, Adonis.
20:26Graças a Deus.
20:27Vambora, graças a Deus.
20:32Vem, Celinha.
20:33Vem, Celinha.
20:35Cuidado, cuidado pra não tropeçar, Celinha.
20:37Vem.
20:38Ah, aqui é pro chão.
20:39Celinha.
20:39Celinha.
20:41Cadê minha mulher?
20:43Ó, sei lá.
20:44Eu perdi minha mulher no Matagal.
20:46Celinha.
20:47Celinha.
20:48É melhor ficar aqui.
20:49Ela pode passar.
20:51Ficar aqui.
20:52Aqui?
20:53É.
20:53Mas por o quê?
20:54Mário Jorge, vamos pro cantinho.
20:57Cantinho?
20:58Eu não vou pro cantinho pro senhor, não, Celinha.
20:59Não tenha medo.
21:00Vamos pro cantinho.
21:07Mário Jorge, você é um lenhador.
21:12Isso.
21:14Faminto.
21:16Depois de derrubada dos troncos.
21:19O que é isso?
21:19Olha, eu acho que esse futestor não tá fazendo bem pro senhor, não.
21:22O que é isso que eu tô falando?
21:23Eu gostaria que você, Mário Jorge, gritasse, Madeira!
21:29Mas o que é isso, seu Ladir?
21:31O que que é isso?
21:33Grita, Madeira!
21:35Eu não vou gritar, Madeira é Mara.
21:40Seu Ladir, eu quero achar a minha mulher.
21:42Cadê a Celinha, seu Ladir?
21:44Seu Ladir, do que que o senhor está falando?
21:46Estou falando de testosterona.
21:51Testosterona é Mara.
21:53Testosterona, me enlouquece!
21:58Sai pra lá, Celinha!
22:00Celinha!
22:01O Celinha!
22:02Arnaldo!
22:03O que é isso que eu já sabia que é?
22:05Arnaldo!
22:06Meu Deus do céu!
22:08Arnaldo!
22:10Arnaldo!
22:13Arnaldo!
22:13Tá perdida, morena.
22:16Não, eu prefiro, olha, o curupira, mula sem cabeça, mas dona Deise, não.
22:22Ah, mas eu posso te mostrar a saída.
22:26Eu conheço atalhos, trilhas secretas e novos caminhos.
22:32Ah, pra começo de conversa, dona Deise, fala direito, entendeu?
22:37A senhora tem uma mania esquisita, um péssimo hábito de dizer tudo com o ar de quem quer seduzir a gente.
22:42Mas eu quero.
22:46Mas não vai ter, tá?
22:47Não me pega porque eu gosto de alterar fruta, tá claro, dona Deise.
22:50Mas de sete em sete anos o paladar muda.
22:55Eu posso esperar.
22:57Mas eu não pretendo, viu?
22:58Eu não pretendo esperar nada, principalmente aqui com a senhora, tá?
23:01Ah, Arnaldo!
23:04Mário Jorge!
23:09Celia!
23:13Ai, mamãe, eu tô procurando o Mário Jorge, mamãe, eu perdi o Mário Jorge.
23:18Geralmente as pessoas perdem muitas coisas aqui no Matagal.
23:22O que eu já perdi de roupa de baixo, aqui nesse lugar, dava pra abrir uma loja de lingerie.
23:29Mamãe, eu tô querendo achar o Mário Jorge.
23:30É?
23:31Vocês estavam indo pra que zona?
23:33Pra lá.
23:34Celia, faz o seguinte.
23:36Segue essa trilha aqui em frente.
23:38Vai caminhando até encontrar um boneco de posto.
23:42Boneco de posto, mamãe?
23:42É, um boneco vermelho.
23:44Atrás do boneco tem um homem vendendo coisas.
23:47É o meu amigo Furão.
23:48Me espera lá.
23:49E o Furão vende o quê?
23:51Celia, miudezas, acessórios, camisinhas,
23:55paçoca, amendoim, algemas, lubrificantes.
23:58Essas coisas que a gente acaba esquecendo de trazer.
24:03Furão tá fazendo um negócio pra eu esperar, cara.
24:05Você diz a ele que é minha filha, tá?
24:09E me espera lá.
24:10Tá bom.
24:11Olha as cachorras!
24:15E aí?
24:16Diga lá.
24:17Estão indo pro manguezão?
24:19Sim, beleza.
24:20Demora, não quebra um galho.
24:22Leva a Celinha até o Furão.
24:24Tem a Celinha.
24:24Vai lá, minha velhinha.
24:25Vai lá.
24:25Vai lá.
24:26Depois a mamãe vai te encontrar, tá bom?
24:28Agora eu tenho um negócio pra fazer ali.
24:31Já vem.
24:31Vai fazer o quê, mamãe?
24:33Celinha.
24:33Prefiro não comentar.
24:37Rita.
24:38Rita.
24:39Rita.
24:40Rita.
24:41Rita.
24:42Doutor Arnaldo.
24:44Eu me perdi da minha mulher, Arnaldo.
24:50Eu também estou perdido, Arnaldo.
24:55Eu estou perdido.
24:56Eu fui agarrada por mãos ávidas.
25:01Ávidas que me puxaram pra uma caverna escura.
25:05Ai, Arnaldo.
25:06Sabe, doutor, eu não vi o rosto do agressor,
25:08mas ele veio vindo.
25:12Ele veio vindo, veio vindo e cresceu pra cima de mim, Arnaldo.
25:17Que isso, Dona Álvaro?
25:19Que isso, Dona Álvaro?
25:20Ai, Arnaldo.
25:21Arnaldo.
25:21Ai, Arnaldo.
25:22Olha aí, Dona Álvaro, cuidado, Dona Álvaro.
25:24Me larga, me larga, Dona Álvaro.
25:26Mas eu não consigo.
25:27Dona Álvaro.
25:27Eu estou toda tomadinha de futestônio.
25:31Dona Álvaro, olha que o seu marido está por aí, Dona Álvaro.
25:35Isso aqui é a zona dele.
25:36Olha, sabe o que o agressor me fez, doutor?
25:39Ai, ele arrebentou o elástico das minhas calcinhas.
25:45Mas que horror.
25:48Quer dizer, então, que a senhora está sem calça no mar.
25:52Curiosamente, eu não sinto frio, não, viu, Arnaldo?
25:55Eu acho que esse matagal está me deixando quente.
25:58Está me deixando quente, Arnaldo.
26:01Ai, Arnaldinho.
26:02O que, Dona Álvaro, Dona Álvaro?
26:04A senhora respira fundo.
26:05Conta até dez, viu?
26:07Dá um saculejo aí, que depois a senhora vai ficar...
26:09A senhora vai ficar constrangida, Dona Álvaro.
26:12Não, não, não, não.
26:12Não vou ficar constrangida, não, viu, Arnaldo.
26:15Olha, Arnaldo.
26:16Eu juro que eu não conto pra ninguém.
26:19Não conto?
26:19Arnaldo.
26:20O quê?
26:21Arnaldo.
26:22O quê?
26:23Posso ver?
26:27É o quê?
26:29A sua habilidade no uso da broca.
26:33Rita!
26:34Ô, Rita!
26:35Arnaldo!
26:36Arnaldo!
26:38Meu Deus do céu.
26:39Eu estou andando em círculo.
26:40Não é possível isso.
26:42Serinha?
26:44Arnaldo!
26:44Arnaldo!
26:47Meu Deus do céu, irmão!
26:51Me larga!
26:52Me solta!
26:53Tá doida?
26:53Você que caiu nos meus braços.
26:56Eu fiquei confusa.
26:57Você viu o Arnaldo?
26:59Não, não.
26:59Não vi ninguém.
27:01Eu estou atrás da minha mulher.
27:02Você viu a Serinha?
27:03Eu ouvi os gritos dela, eu ouvi gritos que eram da Serinha, mas foi lá, ó, lá na outra direção.
27:08Então eu vou atrás da minha mulher.
27:09Serinha!
27:10Não me deixa...
27:10Serinha!
27:11Mário Jorge!
27:13Ai!
27:14Arnaldo!
27:16Agora estou perdida de vez.
27:20Empatou branco, eu tinha uma mulher que me via se perdendo.
27:24Gilos e cinete.
27:26Um dia a Gilos e foi passear no bosque enquanto o seu lobo não vinha.
27:31Acabou se perdendo daí.
27:34Daí que a Gilos e foi andando.
27:36Foi andando até que ela se sentou um pouquinho a descansar, né?
27:42E quando ela ouviu o ruído de um galho se quebrando.
27:45Daí a Gilos e ficou bem quietinha.
27:55Na espreita.
27:58Quando ela escutou um gemido roco.
28:05Aí ela se levantou, né?
28:07Olhou para um lado, olhou para o outro e...
28:14E aí?
28:14Continua.
28:15O que foi que aconteceu com ela?
28:16Fala uma vez.
28:17Eu achei que ela se embucha.
28:19Fala uma vez.
28:19Eu não sei, eu não sei porque ela nunca mais saiu do mal.
28:22Não!
28:22Adonis!
28:42Adonis!
28:43Não é possível, meu Deus do céu.
28:46Perdi o Adonis.
28:47Adonis!
28:48Ai, Copélia.
28:49Que bom te ver.
28:50Me ajuda.
28:51Me ajuda a sair daqui.
28:51Oswaldo?
28:53Há quanto tempo, cara?
28:55Você está aqui no Matagal há quanto tempo?
28:58Há dois meses, Copélia.
28:59Caraca!
29:00E durante esse período que você estava perdido aqui, aqui no Matagal, tu comia o quê?
29:04Ah, eu comia de tudo, Copélia.
29:07Então é dos meus.
29:09Eu também sou boa ligar.
29:10Como tudo.
29:12Me tira daqui, Copélia.
29:12Por favor, me tira daqui.
29:14Cara, agora eu não posso.
29:15Porque hoje vai ter festa na casa de Noca.
29:18E quem é Noca?
29:19Prazer, Noca.
29:21Esse é um dos meus apelidos.
29:24E é festa?
29:24Onde é que é?
29:25É uma rave.
29:26Está rolando lá para as bandas da lapélia.
29:28Estou indo para lá.
29:29Quer vir?
29:29Não, não.
29:30Eu acho melhor.
29:30Eu acho uma outra saída.
29:32É o bloco J.
29:33Fica para lá, para cá.
29:35Fica para onde?
29:36Oswaldinho, a essa hora da madrugada, ninguém sabe mais o que é pra lá e o que é pra cá.
29:44Ai.
29:46Ai.
29:49Ai.
29:50Maru Jorge, tu tá tão envergonhada.
29:54Tô envergonhada e assustada.
29:57Será que eu herdei a descompensação da mamãe, Maru Jorge?
30:03Maru Jorge, alguém podia ter nos visto.
30:05Ah, ninguém viu nada.
30:07Tava escuro, além do mais.
30:08A gente tava atrás da moita, Selinha.
30:11Mas a moita falou comigo.
30:13E o que é que a moita disse?
30:18Transa mais baixo, colega.
30:21Quase morri de vergonha.
30:23Vergonha você não teve, né, Selinha?
30:26Olha aí.
30:26Olha o estado que você me deixou.
30:28Me lanhou, me arranhou tudo.
30:30Rasgou minha camisa.
30:31Olha você.
30:32Olha o que você fez comigo, olha.
30:34Tô toda arranhada, ó.
30:35Toda arranhada, toda rasgada.
30:38Olha só, Maru Jorge.
30:39Você extrapolou, hein?
30:41Não fui eu que te rasgou assim, desse jeito, meu bem.
30:46Nem fui eu que te rasgou.
30:48De qualquer maneira, você fica uma teteia.
30:51Você fica uma coisa de louco, toda rasgadinha e lanhadinha.
30:55Você, meu jovem, você fica lindo assim, todo arranhado.
30:58Lindo.
30:59Daqui pra frente vou fazer isso assim.
31:01Vou te arranhar sempre.
31:02Vamos pro mato, vamos.
31:03Vamos continuar.
31:04Eu não quero mais sair do mato.
31:06Ai, Maru Jorge, eu também, meu Deus.
31:08Esse futa estômago tá me enlouquecendo.
31:11Vem pro mato outra vez.
31:13Vem pro mato.
31:13Vem pra lá.
31:14Vem pra lá.
31:14Vem pra aquela moita aí.
31:15Mas, Liza, eu até esqueço que eu me casei com o Arnaldo, por amor.
31:19Porque eu acho que eu me casei com o Arnaldo.
31:22Por Arnaldo.
31:26Eu não quero mais sair desse matagão.
31:29Esse matagão é uma loucura.
31:31Olha só o estado que estão as minhas costas.
31:35Gás.
31:35Rasga, rasga, rasga, rasga.
31:39Alguma coisa com garras me apalpou.
31:43A mim também.
31:44Não sei.
31:46Um carinho forte, né?
31:48Uma mão gelada com umas garras.
31:52Ai, Arnaldo, você sabe que aquilo chegou a me alcançar por dentro e arrebentou o elástico da minha calcinha.
32:00Arrebentou?
32:00Eu acho que esse tal de futextone funciona mesmo.
32:05Tô fazendo coisas.
32:06Tô querendo fazer coisas que eu nunca fiz.
32:11Arnaldo, eu quero ser uma copélia.
32:19Essa moita aqui tá ocupada, ó.
32:24Tô apaixonada por uma árvore daí.
32:27Não sei o que foi que me pegou, mas eu não tive tempo de resistir.
32:33O arbusto fez o que quis.
32:37Cental de futextone, alucina animal, mineral e vegetal daí.
32:42Tô com medo.
32:44Ai, que isso, Bozena?
32:45Medo do quê?
32:47De engravidar e parir um comigo ninguém pode.
32:51Fala, fala, Donis.
32:53Fala, tô ouvindo.
32:53Fala, fala, fala.
32:55Ah, sim.
32:57E tu tem certeza?
32:59Ai, meu Deus do céu.
33:01Ah, bom.
33:02É.
33:03Andar esmola é demais, o pobre te confia.
33:04Tá, tá, tá, tchau.
33:06Pra parar com isso, gente.
33:07Tem futextone nenhum aqui.
33:08Hã?
33:09É.
33:10As análises do solo provaram que a quantidade de futextone é mínima.
33:15Não sei não.
33:16Eu senti umas coisas estranhas.
33:17Eu também senti.
33:18Isso é coisa da cabeça de vocês.
33:21Essa expedição aqui foi uma perda de tempo.
33:23Ai, socorro.
33:24Ai, ai, ai, ai.
33:25Ai, ai, ai.
33:26Ai, mas o senhor, eu preciso de ajuda.
33:28O que é isso?
33:29Ai, ai, ai.
33:30Eu estou toda tomadinha de futextone.
33:32Ai, ai, ai.
33:33Eu fiz coisas nesse mato que até Deus duvida.
33:36O senhor, o senhor, o senhor fez porque quis.
33:40Viu, dona obra?
33:41É, porque não tem futextone nenhum, sabia?
33:43Mas e esse fogo todo aqui que eu estou sentindo, o que que é isso?
33:47Ah, não sei.
33:48Já veio da senhora, veio de nascença, sei lá.
33:51Xiii dessa história.
33:52Quer saber de uma coisa?
33:54Ratão, sou eu.
33:56Operação furada.
33:57Não tem futextone nenhum aqui.
33:59Dinheiro nenhum.
34:00Hã?
34:01Mas, ó, presta atenção.
34:02Pra não perder a viagem, aproveita e daca fogo nesse mato.
34:06Mas o que é isso?
34:06Você ficou louca, minha filha?
34:08Sim, fiquei louca, sim.
34:09Até porque eu estou muito irritada.
34:10Um engraçadinho de uma mão muito gelada arrebentou o elástico da minha calcinha.
34:14É, agora ou ele sai daí ou vai virar churrasco.
34:17Garota, mau caráter.
34:19Nem no meio do matagal essa garota se emenda.
34:22Se pesquisarem o teu DNA, vai dar o mesmo DNA de Nero.
34:25Ela tacou fogo no matagal.
34:27Fujam!
34:28A olho junto, tacou fogo no matagal.
34:31Fujam!
34:32Fujam!
34:33Fujam!
34:36Fujam!
34:36Fujam!
34:42Fujam!
34:44Fujam!
34:45Fujam!
34:46Para, com isso.
34:48Que loucura!
34:49Que loucura!
34:51Certo!
34:52Sai!
34:53Sai!
34:54Não tá no time, não é mato.
35:01Fica a maniço!
35:01Fica a maniço!
35:02Paga!
35:03Ai, pico com esperada!
35:04Isadora mandou botar fogo no Matagal.
35:14Isso não se faz.
35:15Isadora é um mau caráter.
35:18O fogo já foi apagado, Maldir.
35:21Eu tenho muitos amigos no corpo de bombeiros
35:24que já tinham deixado o esquadrão à espreita.
35:27Eles estavam lá na rave da lapélia
35:29e debelaram o fogo em questão de minutos.
35:32O Matagal está salvo!
35:36E aí, Daisy, como é que foi?
35:38Conseguiu arrastar alguém para o escuro?
35:40Ah, isso eu não posso dizer.
35:42O segredo faz parte da conquista.
35:45Mas alguém cantou uma música para mim.
35:48Conta, Daisy, conta.
35:51Qual foi a música que cantaram para você?
35:54Falta um pedaço.
35:56Eu senti uma mão gelada entrando pela minha camisa,
36:00indo até a minha calça
36:03e arrancou o elástico da minha roupa de baixo.
36:08Suas cuecas?
36:09Não, meu biquíni.
36:12Aqui no Matagal eu ando de biquíni.
36:15Eu sei quem te atacou, Ladir.
36:17Quem foi.
36:20Conta.
36:22Você pegou o celular.
36:23Se eu contar, vocês vão falar que é folclore.
36:27Não, não, não.
36:28Então, prefiro não comentar.
36:31Mário Jorge, o que é isso?
36:32Mário Jorge, você está louco.
36:34Isso é uma loucura, Mário Jorge.
36:35Alguém pode nos ver.
36:37Isso é loucura nada.
36:39Somos maiores de idade.
36:40Somos casados.
36:42E nós dois estamos querendo fazer a mesma coisa no mato.
36:46Mas isso aqui é um lugar público.
36:48Não, não.
36:48Isso aqui é mato.
36:50E mato sempre foi o lugar de se fazer essas coisas.
36:54Celinha, com futestônio ou sem futestônio,
36:58eu estou doidão.
37:00Eu estou encerado.
37:02Tua mãe tem razão.
37:04Viu o Matagal, hein?
37:07Aqui, Arnaldo.
37:08Eu quero voltar para esse matinho.
37:11Está me dando vontade até de uivar.
37:13Ai, eu quero que você me chame de pitanga.
37:17Ué, por que pitanga?
37:19Porque é uma frutinha que dá no mato.
37:24Gente, eu tô tão diferente.
37:26Agora, se não tem futestônio aqui, Arnaldo,
37:29o que é que está me dando isso?
37:30É, fantasia, meu bem, fantasia.
37:34Para se fazer uma campina,
37:37basta um trevo, uma abelha e fantasia.
37:40Mas a fantasia basta se a abelhinha se afasta.
37:45Gosta, meu poeta.
37:48E aí, pessoal?
38:01Gostaram do episódio?
38:02Hein?
38:03Hein?
38:03Gostaram do sururu no Matagal?
38:06É a mão da prima.
38:11Fala aí, prima.
38:13Quantas calcinhas você conseguiu arrancar?
38:15Hein?
38:16Hein?
38:17Quatro?
38:18Hein?
38:19Uma quatro calcinhas assim?
38:22É mara!
38:24Hein?
38:24Hein?
38:25Hein?
38:25Hein?
38:26Hein?
38:26Hein?
38:27Hein?
38:27Hein?
38:28Hein?
38:28Hein?
38:29Hein?
38:29Hein?
38:30Hein?
38:30Hein?
38:31Hein?
38:31Hein?
38:32Hein?
38:33Hein?
38:33Hein?
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