O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) anunciou que prepara uma ofensiva política na Europa para buscar a aplicação de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A estratégia é semelhante à articulação que ele realizou nos Estados Unidos com aliados de Donald Trump. Em uma postagem, Eduardo citou a Argentina e a União Europeia como focos de sua nova articulação internacional.
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00:00O deputado Eduardo Bolsonaro planeja uma ofensiva na Europa para buscar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.
00:08Vamos então com o Luca Bassani, que está lá, o nosso correspondente na Europa, e vai trazer as informações para a gente.
00:13Como é que ele pretende fazer isso? Quais são os países que devem fazer parte desse roteiro no plano de Eduardo Bolsonaro e Luca Bassani? Bem-vindo.
00:23Boa tarde a você, Evandro, a todos que nos acompanham.
00:26O deputado Eduardo Bolsonaro, que segue nos Estados Unidos, fez um apelo nas suas redes sociais em um vídeo em inglês pedindo para que a Argentina utilize a cláusula democrática dentro do Mercosul para suspender a participação do Brasil no bloco e também disse que espera que a União Europeia aplique as mesmas sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, assim como fez os Estados Unidos.
00:53O deputado também deixou claro que tem a intenção de viajar aqui para a Europa durante os próximos meses a convite do eurodeputado Dominique Trajinsky, da Polônia, que tem simpatizado com a causa da família Bolsonaro dentro do Parlamento Europeu durante as últimas semanas.
01:12E Eduardo Bolsonaro disse que antes dessa visita terá que checar com alguns contatos na Interpol se estaria supostamente na lista porque acredita que o ministro Alexandre de Moraes também quer a sua prisão.
01:25Ele não comentou ao certo quais seriam os outros países que visitaria, mas disse que tem extensos convites por vários conservadores, grupos de direita dentro da União Europeia,
01:36que fizeram um convite para sua participação em eventos para contar o que acontece no Brasil.
01:41Ele, neste vídeo publicado, disse que é importante que o mundo saiba, segundo as suas próprias palavras, que o Brasil vive uma ditadura de toga e que Alexandre de Moraes precisa ser parado.
01:53A gente sabe que muitos dos deputados aqui na União Europeia e até mesmo as lideranças evitam comentar esse assunto porque acreditam que fere o princípio diplomático de se intrometer em assuntos jurídicos internos de um país terceiro,
02:08como é o caso dos julgamentos, seja das pessoas do 8 de janeiro, seja do ex-presidente Jair Bolsonaro durante as últimas semanas.
02:17Muito obrigado, Luca Bassani. Vamos discutir aqui essa situação envolvendo o deputado Eduardo Bolsonaro.
02:23E eu quero saber de vocês como é que vocês avaliam a continuidade dessa estratégia, porque Eduardo Bolsonaro, nesse caso, não diz apenas que vai continuar nos Estados Unidos buscando mais sanções,
02:35mas também agora tentará atuar com outros países em outras regiões do mundo, como os da Europa, aproveitando alguns aliados também da direita que ele teria lá.
02:44Alangani, em vez de partir para algum tipo de articulação ou até mesmo de concessão, Eduardo Bolsonaro diz, não, eu quero é esticar a corda, principalmente depois de perceber o que aconteceu com o ministro Alexandre de Moraes em relação à lei Magnitsky.
03:03Como é que você avalia, hein?
03:04Olha só, ele deu uma entrevista ontem para a Bela Megali, que foi bastante elucidativa, Evandro, onde ele diz o seguinte, olha, agora, basicamente, eu não tenho mais nada a perder, ou seja, eu vou para o tudo ou nada, né?
03:18Chegou no ponto de não retorno.
03:19É, exatamente.
03:20Então está todo mundo num ponto de não retorno, então está todo mundo dobrando a aposta.
03:25Numa situação como essa, tem um livro que eu gosto muito, já citei algumas vezes aqui no programa, que é o Arte da Guerra, você tem que dar algum tipo de saída honrosa para o seu adversário.
03:38Quer dizer, o único jeito, quando você chega num ponto de não retorno, é alguém ceder, o outro lado concede essa concessão, mas dando uma saída honrosa para o seu adversário.
03:50Então alguém vai ter que ceder nessa história, né? Alguém vai ter que, enfim, alguém vai ter que perder.
03:56Então a gente não sabe ainda quem é que vai perder, se vai ser o ministro Alexandre de Moraes, se vai ser o Eduardo Bolsonaro, mas por enquanto quem é que está perdendo é o país, porque o país está parado.
04:08Fala, Bruno Mousa.
04:09Eu concordo muito com ele. Eu acho que todos os atores aqui envolvidos estão chegando no, já passaram do ponto de não retorno.
04:17E uma coisa que eu fiquei pensando muito é, quando o Alexandre de Moraes mandou prender Bolsonaro, seja agora a prisão domiciliar, ou se depois a converta em prisão realmente de regime fechado,
04:31no meu entender, me parece que as fichas do Alexandre de Moraes vão acabando, ao passo que a ficha do restante desses atores ainda continua com um certo número interessante,
04:42como, por exemplo, Eduardo Bolsonaro indo à Europa, como, por exemplo, mencionando agora na Argentina a respeito das cláusulas no Mercosul.
04:49Então eu acho que, da forma como o jogo está jogado, um dos lados começa a ficar um tanto quanto assustado.
04:56Tanto é que nós comentamos aqui que não há mais essa unanimidade.
05:00O Zé Maria trouxe muito bem, há uma união de alguns, mas não há uma unanimidade em torno do STF.
05:06Então eu acho que a oposição percebe esse espaço e vai atrás daquilo que ela acredita.
05:11Não há mais retorno para mais ninguém.
05:14E eu acho que no momento em que todos estão afunilados, ele mencionou o Arte da Guerra e fala muito isso no livro,
05:21quando você está realmente encurralado por completo, a situação pode ficar complicada.
05:27Na autobiografia do Putin ele fala isso, não encurrale sequer um rato, porque senão você pode ver o que vai acontecer.
05:33Então, seguindo a linha da Arte da Guerra, eu acho que vale a pena mencionar também uma frase, por exemplo, de Napoleão,
05:40em que ele falava, quando o seu inimigo estiver fazendo coisa errada, não o interrompa.
05:44E eu acho que, nesse caso, o governo brasileiro, o judiciário, vem fazendo tudo isso, a oposição está percebendo e vai aglutinando.
05:51Se a União Europeia, mais arquitetada com os Estados Unidos, por conta das tarifas, que não quer também sofrer sanções,
05:58conseguir levar isso adiante, o cenário começa a ficar bastante complexo para a situação aqui no Brasil.
06:04Você, Maria Trindade, eu quero saber também como que os aliados de Eduardo Bolsonaro estão avaliando.
06:08Beleza, os nossos amigos mencionaram aqui que ele chegou num ponto de não retorno, não tem mais nada a perder.
06:13Mesmo assim, ele decidiu não parar.
06:17Já não dá para retornar.
06:19Mas ele poderia, por exemplo, não seguir.
06:21Mas ele está seguindo.
06:22E como que isso vai repercutir também para as suas bases?
06:26Porque a gente tem um processo eleitoral se aproximando.
06:32Eu gosto demais da frase, não sabia ser impossível, foi lá e fiz.
06:38Ele já passou do ponto de retorno, aquele ponto que você pode voltar com segurança, e agora tem que ir em frente.
06:46Ele próprio traduz, que é o tudo ou nada.
06:48Ou seja, é 100%.
06:50Ou 100% vitorioso, ou 100% derrotado.
06:54E já admite ficar décadas exilado, né?
06:57E eu não acho que ele seja um exilado como ele que saiu, enfim, ele que tomou a decisão.
07:05É um caminho perigoso, porque o Donald Trump tem uma data que não pode ser reeleito,
07:13e ninguém sabe quem vem depois do Donald Trump, então ele pode enfrentar dificuldades, né?
07:18Porque fatalmente ele deve ser condenado no futuro aqui no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal,
07:25porque ele é deputado federal e o processo arrasta, né?
07:30Eu conversei com um aliado dele, desses de primeira hora,
07:35e outro que é aliado, mas que não é exatamente um bolsonarista, mas é do grupo.
07:41O aliado dizendo o seguinte, é que ele tem que fazer esse trabalho,
07:45porque aqui internamente fica impossível.
07:48Já não dá mais para fazer uma pressão externa ao Supremo Tribunal Federal,
07:52que seja do Congresso ou do Palácio do Planalto.
07:55Então, que ele tem que fazer esse trabalho de fora mesmo.
07:58O outro está dizendo que não está entendendo o motivo e qual é a racionalidade,
08:06qual é o objetivo dele fazer esse trabalho fora do Brasil e, às vezes, até contra os interesses nacionais.
08:13E a interpretação, repito, é um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
08:18Ele dizendo que está configurando ali que é em nome de um clã, em nome de uma família.
08:23E isso, em política, não pega bem quando você faz uma defesa própria.
08:27Então, há um certo desentendimento de alguns e outros que têm que seguir de alguma forma,
08:34porque, politicamente, dependem dessa grife Bolsonaro.
08:39Fala, Peter.
08:41Eduardo Bolsonaro é um personagem à beira do desespero.
08:45É um político à beira de um ataque de nervo, se é que já não o teve.
08:49Porque, cada vez mais, ele vê diante de si a perspectiva de, por exemplo, passar o Natal vendo o pai preso
08:58e ele sem condição de retornar ao país.
09:01E eu acho que isso é um futuro, isso é um horizonte muito provável.
09:07Então, é claro que resta a ele esse tipo de solução radical, extremista, bem típico da família, aliás.
09:14Então, agora vai lá, tenta ir para a Europa, buscar apoios.
09:19Muito bem, ele vai encontrar alguns apoios.
09:20Claro, na Europa também tem partidos de extrema-direita.
09:23Agora, qual é o governo que toparia entrar numa aventura dessas?
09:27Pegando, rapidamente, as cinco maiores economias europeias.
09:30A Alemanha, tem um relacionamento muito bom com o Brasil.
09:34Acho que, em relação ao presidente Macron, ele nem vai bater na porta.
09:38Também, ao primeiro-ministro, ao presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, muito menos.
09:43Jorge Abeloni, sim, é uma política de direita, mas, para azar dele, tem excelente relacionamento aqui com o Brasil.
09:51O Reino Unido não faz parte da União Europeia, mas o premier trabalhista é muito próximo ao presidente Lula.
09:57Então, eu acho que as chances de êxito, pensando institucionalmente, seriam muito pequenas, né?
10:04Para não dizer quase que nulas.
10:05E, de qualquer forma, resta a ele esse tipo de discurso delicoso, incendiário, né?
10:14E falando até em rompimento aí com o Mercosul, né?
10:18Expulsão do Brasil do Mercosul.
10:19O que, aliás, o Brasil, dependendo do ponto de vista, seria até um imenso favor.
10:24Agora, vamos falar do mundo real.
10:27Então, hoje, o Jornal Valor Econômico tem como matéria de capa, convido a nossa audiência a dar uma olhada nisso,
10:35mostrando que as retaliações dos Estados Unidos penalizam muito mais a economia do sul do país do que de qualquer outra região.
10:46Por quê? Porque muitas dessas empresas, muitos desses setores que ficaram fora desse alívio aí, anunciado pelo presidente Trump,
10:56estão situadas no sul do país e esse universo é formado, em grande parte, por pequenas e médias empresas que não têm onde alocar rapidamente a sua produção.
11:07Ou seja, é falência à vista, é desemprego à vista, justamente na região onde o bolsonarismo tem a sua maior base eleitoral.
11:17E qual é a resposta que ele vai dar para esse público?
11:20Agora, às 5h29min, quem nos acompanha pela rádio, um rápido intervalo.
11:23Já já espero vocês. Nas outras plataformas seguimos.
11:26Alangani, como é que a família Bolsonaro vai lidar com esse questionamento que foi colocado aqui pelo Piperno no teu ponto de vista?
11:33explicar para os setores que os apoiaram, historicamente, que eles estão buscando ainda mais sanções que podem esbarrar novamente e ainda mais nesses setores?
11:44Nessa entrevista, o Eduardo Bolsonaro disse o seguinte, olha, eu faço uma pressão em cima do governo norte-americano para que eles tomem uma providência em relação ao Brasil,
11:56em relação aos abusos do poder judiciário, né? E que entendam que meu pai é um perseguido político.
12:03No entanto, eu não tenho controle nas armas, sobre as armas que o presidente Donald Trump utiliza.
12:12Então, ali, nessa entrevista, ele já deu ali alguma sinalização querendo dizer o seguinte, olha, eu fiz uma pressão, de fato,
12:20mas o tarifácio fica por conta de Donald Trump.
12:25De fato...
12:25Mas se ele tem ciência de que ele não tem controle, é uma escolha.
12:29Acaba sendo uma escolha...
12:30Eu não tenho controle sobre o que eles vão fazer.
12:32Mesmo assim, eu continuo utilizando uma estratégia de pressão.
12:36Ou seja, é uma escolha.
12:37É uma escolha.
12:38E aí, é claro, como toda escolha, tem um risco.
12:41Porque, de fato, o setor, os empresários, eles acabam reclamando com razão da tarifa de 50%.
12:50Então, muitos apoiam...
12:52E aí, a direita está dividida nesse sentido, né?
12:55Muitos apoiam a aplicação da lei...
12:57Musa, vê se eu falei certo.
12:59Magnistic.
12:59Não.
13:00Magnitsky.
13:01Magnistic.
13:02Magnitsky.
13:03É difícil.
13:04Magnite.
13:04Mag...
13:05Mi...
13:06Magnite.
13:06É, eu tenho o meu TDAH aqui, então eu vou...
13:09Magnitsky.
13:09É.
13:10Obrigado.
13:11Continua.
13:12Eu vou treinar, depois eu volto.
13:13É, se fez entender.
13:14Tá entendido, é.
13:15E aí, quer dizer, muitos apoiam a aplicação da lei norte-americana, da MAG, tá certo?
13:23Mas são contrários ao tarifácio.
13:26Eu me incluo nessa.
13:28Né?
13:28Então, eu acho que os Estados Unidos têm todo o direito de aplicar essa lei.
13:31Tem os motivos dele, até porque...
13:33Aliás, pela ótica americana, hein?
13:35Porque os cidadãos norte-americanos foram afetados, porque não tiveram o devido processo
13:40legal, foi respeitado a liberdade de expressão, etc.
13:42Agora, eu não acho que o tarifácio vai resolver, até porque pode piorar a situação.
13:46À medida que você gera caos, o caos você não prevê o resultado do caos e sempre pode
13:52piorar.
13:53Aliás, a história sempre mostra que piora.
13:56É.
13:56Agora, tem uma outra ala que acredita nessa história, de que, ah, vamos aplicar o tarifácio,
14:01vamos dobrar a aposta, porque daí vai gerar o caos, aí a elite econômica vai pressionar
14:06o Congresso, aí vai ter uma reação lá no Supremo, etc.
14:11Eu acho que é uma engenharia muito fantasiosa e, geralmente, os resultados são sempre piores.
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