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Christopher Garman, analista político da Eurasia Group, analisa se as falas de Lula estão atrapalhando as negociações com os Estados Unidos. O Brasil segue em compasso de espera pela tarifa de 50% de Donald Trump, que dá sinais de não ceder ou negociar. A tarifa americana para o Brasil ficará acima da média global, prejudicando a balança comercial. Garman alerta que "não devemos provocar Trump", e a postura de Lula, que tem adotado um tom mais agressivo, pode dificultar um acordo diplomático com os EUA.

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Transcrição
00:00O presidente Donald Trump afirma que a tarifa global para países que não tenham fechado
00:05acordo com os Estados Unidos será de 15% a 20%.
00:08No entanto, a situação do Brasil continua incerta.
00:12O nosso entrevistado agora é o diretor executivo da Eurasia Group, Christopher Garman.
00:16Tudo bem, Christopher?
00:17Mais uma vez, obrigado por atender a Jovem Pai.
00:19Bem-vindo, boa noite.
00:22Boa noite e obrigado pelo convite.
00:24Boa noite a todos os telespectadores.
00:25Bom, a Eurasia sempre faz avaliações, projeções, nesse caso.
00:30Inclusive, você está nos Estados Unidos.
00:32É impossível fazer qualquer projeção para a próxima sexta-feira?
00:38Olha, a gente faz projeção de ofício.
00:41Então, fazemos nossas apostas com todas as informações que a gente colhe.
00:45São prognósticos, por natureza, incerto.
00:48Mas a nossa aposta da Eurasia é que as tarifas entram em vigor no 1 de agosto.
00:55A gente não está vendo sinais de avanço e negociações para poder reduzir essas tarifas.
01:00Existe um pedido, evidentemente, de associações americanas de tentar adiar o início dessa tarifa.
01:09Talvez isso ocorra, apostamos que não.
01:13Aí vamos entrar num período onde a resposta do governo brasileiro vai ser importante.
01:17Acreditamos que o governo brasileiro não deve retaliar ao início dessas tarifas,
01:23até porque existe uma expectativa de tentar negociar ressalvas a essas tarifas ao longo do tempo.
01:29Acredito eu que, ao longo do tempo, talvez a situação melhore.
01:33Por interesses econômicos domésticos americanos.
01:36Tem várias exportações brasileiras que impactam no consumidor americano.
01:39Então, pode-se fazer um argumento que algumas itens podem ser excluídos da tarifa de 50%.
01:45Então, isso seria um caminho provável.
01:49A preocupação que a gente tem, entretanto, que não é a nossa aposta,
01:52é de ter uma escalada maior.
01:54Que podemos ter novas medidas da Casa Branca,
01:56contra os ministros do Estado Federal,
01:58o governo brasileiro possa reagir com medidas retaliatórias
02:02e a gente pode entrar numa escalada
02:04que possa impactar os negócios mais negativamente.
02:08Não é a nossa aposta, mas é um risco que a gente está preocupado.
02:13Agora, as nossas comentaristas.
02:14Começo por você, Deise.
02:16Diretor, boa noite.
02:18A minha pergunta vai no sentido das falas,
02:20principalmente em relação ao presidente Lula.
02:23O senhor entende que as falas dele,
02:25elas ajudam ou atrapalham nessa negociação com os Estados Unidos?
02:28Ou não faz diferença a nossa diplomacia,
02:30que deveria ter entrado melhor nesse meio de campo?
02:33Como que o senhor enxerga isso?
02:36Eu não acho que as falas ajudam, não.
02:39A gente olha as falas do presidente Lula,
02:41a entrevista que ele deu para a CNN,
02:43ele fez algumas declarações fortes,
02:45argumentou se o Trump tivesse feito o que ele fez nos Estados Unidos,
02:49no Brasil, ele tivesse sido preso,
02:52chamou o Trump de agir como imperador.
02:53Evidentemente, isso não ajuda a baixar as tensões.
02:59É natural que um presidente venha a defender a soberania do país.
03:06A gente vê vários governos se beneficiando eleitoralmente
03:09com apoio popular,
03:10como você tem medidas tão punitivas como essas
03:13feitas pelo governo americano.
03:15A gente viu isso no Canadá,
03:17a gente viu isso no México,
03:18vimos vários países na Europa.
03:20Mas é claro que, estrategicamente,
03:22existe uma linha fina entre se projetar duro,
03:28de não se curvar a demandas dos Estados Unidos
03:33e não entrar numa retórica belicosa
03:36que acaba provocando o Trump ainda mais.
03:39Então, eu acho que em algumas instâncias
03:41o presidente Lula atravessou essa fronteira,
03:43mas se a gente toma um passo para trás,
03:47a raiz dessas tarifas,
03:49eu acho que, no fundo,
03:51é porque o presidente Trump se identifica
03:53com o drama do ex-presidente Jair Bolsonaro.
03:56Ele acredita que ele foi perseguido politicamente
03:59nos Estados Unidos pelo Judiciário,
04:01ele acredita que ele foi censurado pelas mídias sociais
04:03nos Estados Unidos,
04:04ele foi acusado de ser antidemocrata,
04:06de tentar rever a democracia.
04:08Então, é exatamente a mesma pauta
04:10que a direita no Brasil, pelo menos, projeta.
04:15Então, eu acho que existe uma ressonância
04:17que o presidente Trump se identifica
04:20e também do lado da regulação das mídias sociais
04:22que levou a essas tarifas.
04:24Eu não diria que foi a retórica do Lula
04:26que levou os 50%,
04:27mas é claro que não ajudou
04:29depois da tarifa ser colocada.
04:32Mas o caminho para a negociação no curto prazo
04:34nunca estava tão salutar assim.
04:35Eu acho que tem espaço
04:37que pode ser negociado lá na frente.
04:40No curto prazo, eu não estou otimista.
04:41Dora?
04:43Boa noite, Christopher.
04:45Na sua entrevista,
04:46você deu uma entrevista hoje no Estadão,
04:48inclusive, em que você defende
04:50essa tese da identificação.
04:52E lá pelas tantas,
04:54você disse que os dois drives,
04:55quer dizer, os dois,
04:57os leitmotivs dessa atitude do Trump
05:01foram esses que você citou agora.
05:03a defesa do Bolsonaro por causa dessa identificação
05:06e a regulamentação das redes sociais.
05:09Ora, a questão do Bolsonaro depende do judiciário.
05:14A regulamentação das big techs
05:17depende do legislativo.
05:19Como é que fica o executivo nessa questão
05:22se é o executivo quem compete
05:25negociar a questão das tarifas?
05:28As coisas ficam um tanto fora do lugar.
05:32Como é que se arruma esse cenário
05:34para se poder seguir adiante?
05:38Não, exatamente, Dora.
05:39E é por isso que me preocupa.
05:41Porque quando eu enxergo a Casa Branca,
05:43eles estão interpretando decisões
05:45do Supremo Tribunal Federal
05:46como parte de um regime.
05:48Muito como o Trump viu o judiciário americano
05:51como sendo politicamente motivado,
05:53ele está vendo o judiciário brasileiro
05:55como politicamente motivado também.
05:57Então, o Palácio Panalto não tem controle
06:01das medidas que são vistas como escalatórias
06:05ou não na Casa Branca.
06:07Então, nós temos decisões judiciais
06:09que estão por vir.
06:10O juramento do presidente Bolsonaro,
06:13probabilidade alta dele sofrer um mandato de prisão.
06:17O Trump deve reagir a isso.
06:19Então, podemos ter novas medidas.
06:21Então, acredito eu que o Palácio Panalto
06:24vai ter que ter um certo sangue frio de dar tempo
06:27para negociações com o judiciário tomando decisões
06:31que não controla e a Casa Branca está reagindo
06:34a essas decisões.
06:36O espaço para poder descalar, acredito eu,
06:39é que por interesses econômicos nacionais domésticos
06:43nos Estados Unidos, existe um caminho para tentar
06:46encontrar algumas ressalvas às tarifas de produtos
06:49que impactam em consumidores americanos e também existe algo
06:54que o Brasil pode fazer, pode oferecer mais investimentos,
06:57pode reduzir a tarifa do etanol, pode dar algum pacote
07:00para o Trump.
07:02Mas certamente é um ambiente tênue,
07:07porque não é fácil o governo brasileiro não reagir
07:11a medidas que estão sendo tomadas para o Brasil.
07:14O Christopher, antes de fazer a última questão,
07:18o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
07:19declarou agora há pouco que o governo brasileiro
07:22não pode recuar diante das pressões externas ou internas.
07:27A gente acompanha esse trecho.
07:29Aquilo que foi dito semana passada, retrasado,
07:32de que o Brasil não vai deixar a mesa de negociação
07:35em nenhum momento está valendo e vai continuar valendo.
07:39O vice-presidente Alcum está à frente desse processo
07:43com o apoio do Itamaraty, da Fazenda, da Casa Civil.
07:47E os cenários possíveis já são de conhecimento do presidente Lula.
07:57Nos debruçamos sobre isso agora.
08:00O Christopher, aí mais um trecho da fala do ministro da Fazenda.
08:03Eu te pergunto o seguinte,
08:04o Geraldo Alcum falou mais cedo
08:08que o plano de contingência já estaria pronto,
08:12mas agora é esperar para saber realmente
08:14se as tarifas entram em vigor na sexta-feira.
08:16O que seria um plano de contingência?
08:18Se o Brasil realmente for taxado,
08:21o que o Brasil pode fazer para amenizar os danos?
08:26É, acredito que o ministro da Fazenda está preparando um pacote
08:30de ajuda para as empresas impactadas que exportam para os Estados Unidos.
08:36Acredito que deve ter um pacote de linhas de crédito,
08:40redução de impostos, talvez alguma ajuda financeira,
08:44se fala de um crédito extraordinário.
08:46Então, acredito que deve ser um pacote de ajuda para essas empresas
08:49para dar tempo para poder negociar um alívio nessas tarifas ao longo do tempo.
08:54Eu não sei se alguns itens podem ser excluídos dessas tarifas de 50% de 1 de agosto.
09:00Não me surpreenderia se itens como petróleo podem ser excluídos.
09:04Isso não foram inclusos nas tarifas restripticas de 2 de abril.
09:07Então, existe um precedente que talvez não seja 50% para todos os produtos.
09:12Talvez, acredito eu, reconheço que alguns setores já têm mobilizado
09:18os importadores nos Estados Unidos.
09:19Talvez, alguns deles possam ter feito alguma linha de argumentação
09:23de alguma cota, alguma exceção para alguns itens sensíveis.
09:27Não tenho informação, não me surpreenderia, mas não aposto.
09:30Mas, ainda assim, eu acho que algo de interesse doméstico pode ser feito.
09:34Mas ajuda os exportadores no curto prazo
09:37para ganhar tempo para uma ponte para negociar alívio
09:41nessas tarifas ao longo do tempo.
09:43E a gente tem que lembrar que existe a possibilidade
09:45da Casa Branca implementar medidas punitivas
09:49maiores contra o ministro do Supremo Tribunal Federal,
09:52através da Lei Magnífica.
09:53Então, podemos ter novas medidas de sanções
09:56vindo da Casa Branca até mesmo nessas próximas semanas.
10:00Christopher Garman, diretor executivo da Eurasia Group,
10:02mais uma vez atendeu a Jovem Pan.
10:04Muito obrigado.
10:05A gente volta a se falar.
10:06Boa semana.
10:06Boa semana.

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