O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que o prejuízo causado pelas tarifas impostas por Donald Trump pode ser muito grande para as contas do estado. A repórter Beatriz Manfredini traz os detalhes do assunto. Acompanhe a análise de Henrique Krigner, Luiz Augusto D’Urso e Márcia Dantas em Tempo Real.
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00:00Agora vamos falar de política aqui de São Paulo, porque o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas,
00:06afirmou que o prejuízo das tarifas impostas por Donald Trump pode ser muito grande para as contas do Estado.
00:12Por isso eu vou chamar ao vivo agora a Beatriz Manfredini, nossa repórter apresentadora em tempo real aqui.
00:19A gente vai abrir a tela da notícia. Bia, muito bem-vinda, obrigada pela sua participação sempre aqui com a gente.
00:26Essa fala de Tarcísio é uma fala preocupada, né? Mesmo que as negociações já estejam sendo feitas com vários setores aqui de São Paulo,
00:35parece que está batendo ali profundo no coração do governador, né?
00:41É, Márcia, e o governador também busca tomar esse discurso para si, né?
00:47De que está falando, de que está lutando aí pelos interesses do Estado de São Paulo,
00:52naquela modulação da fala que a gente disse, conversou aqui há algumas semanas.
00:57Boa tarde para você também, para o Bruno, para todos que nos acompanham aqui em tempo real.
01:02Então essa fala do governador de São Paulo ocorreu no último sábado,
01:06em um evento para empresários, então um setor interessado no posicionamento do governador sobre o assunto,
01:13e ele falou que aqui no Estado, de acordo com números próprios, né?
01:17Da gestão estadual, a perda de emprego poderia chegar aí na casa de 120 mil pessoas dispensadas.
01:24E ele falou também, sem citar o nome diretamente do presidente Lula,
01:29que é preciso união nesse momento, né?
01:31E que a união, quando ela não acontece internamente dentro do nosso próprio país,
01:37isso piora a situação.
01:39A gente tem uma fala, um trechinho, né?
01:41Dessa fala do governador de São Paulo.
01:43Vamos acompanhar.
01:44A gente tem feito várias simulações, o efeito pode ser muito severo, de fato, né?
01:49Do ponto de vista de economia, do ponto de vista de PIB, de massa salarial, do ponto de vista de emprego.
01:55Então a gente está vendo que isso pode trazer um efeito que pode variar de 0,3% a 2,7% do PIB.
02:01A gente pode estar falando de 44 mil a 120 mil em emprego ou salmêndo.
02:06Isso eu estou falando só do cenário de São Paulo.
02:08A gente pode estar falando aí de uma perda de massa salarial de 3 bilhões a 7 bilhões por ano.
02:15Então, de fato, é muito importante.
02:17Isso disse também que a divisão interna é o pior tipo de ataque à soberania brasileira.
02:24E então ficou nesse discurso como a gente vem conversando.
02:27Um discurso mais voltado à resolução de problemas dos empresários aqui em São Paulo.
02:32E também pregando a União, justamente, então, tomando um caminho para evitar receber críticas, como aconteceu lá atrás.
02:41Inclusive, ainda sobre isso, hoje, às 4 horas da tarde, ele tem uma reunião, governador, com o pessoal da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.
02:50Está na agenda dele.
02:51Pelo que eu apurei, já é uma agenda num desses passos aí para conversar com o setor aqui de São Paulo.
02:57A ideia é que, durante essa reunião de hoje, eles discutam a liberação desse crédito do ICMS, que Tarcísio anunciou,
03:04e também outros recursos, linhas de crédito, que o governador anunciou para empresários que vão ser afetados, então, por essa medida, a partir do dia 1º.
03:14E assim, então, Tarcísio deve manter reuniões pontuais sobre o assunto e manter a fala, o discurso, nesse tom.
03:20Márcia e Bruno.
03:21Muito obrigada, Bia, pelas informações.
03:23Bom trabalho para você.
03:25E vamos repercutir esse assunto, então, com os nossos comentaristas, começando agora pelo Henrique Krigner.
03:31Krigner, o que a gente vê é que essas medidas tomadas já pelo governador e também pelo governo federal,
03:37de enviar aí, de ter essa linha de crédito para os agrícolas e para as indústrias mais afetadas,
03:42ela vai funcionar num curto período de tempo, nesse primeiro momento.
03:47Mas, a longo prazo, não segura o prejuízo gigante para o nosso país, né?
03:51Exato, Márcia.
03:53E se a gente for comparar com os exemplos históricos de taxas, tarifas, perdão, que foram estabelecidas pelo governo americano
04:00na década de 80, em relação às laranjas, que perduraram até os anos 2000, né?
04:06Numa tentativa ali de proteger o mercado da Flórida.
04:08Também de outros, como o aço, o alumínio, em outras negociações, que foram possíveis até de serem amenizadas e, em alguns casos, até revertidas.
04:16Essas tarifas, uma vez implantadas, elas demoram para serem, então, retiradas.
04:21É todo um outro processo.
04:23É por isso que o esforço maior de negociação tem que acontecer antes.
04:27E é frustrante ver que o governo tem dormido para isso ou resistido até numa posição, com perdão da expressão, de certa maneira, birrenta, né?
04:37Precisa sentar, como o Ciro Nogueira mencionou, precisa sentar na mesa, precisa ver diálogo, precisa ver negociação e uma disposição em ambas as partes
04:46para que, então, seja alcançado um resultado minimamente viável.
04:51Nós não podemos sofrer os impactos dessa tarifa, dessa maneira.
04:55E depois, uma vez estabelecidas, vai ser muito mais difícil de reverter, Márcia.
05:00Grigner, agora eu converso com o Durso sobre o mesmo assunto.
05:03Durso, eu estava lendo, por exemplo, que a carne bovina feita aqui no Brasil, fabricada no Brasil, 80% de tudo que é fabricado é enviado para os Estados Unidos.
05:12E aí, por mais que a gente barateie a carne para o consumidor brasileiro, o mercado nacional não tem como acoplar tudo, né?
05:20Mesmo assim, o prejuízo vai ser gigante. E aí?
05:25Márcia, não tem muita saída, né?
05:27Inclusive, estão anunciando que o empreendedor aqui também do Estado está pensando em deixar a laranja apodrecer no pé
05:36para não ter uma quantidade muito grande de produto aqui no mercado nacional, fazendo com que o preço caia.
05:42Gerando todos os problemas que isso resulta.
05:45Então, a gente espera que o governo realmente encontre um caminho de amenizar essa situação.
05:51Governo federal.
05:52Porque o governo estadual tem um papel muito difícil.
05:54O Tarciso, como figura política, fica tentando amenizar os dois lados, sem querer aplaudir o Trump por essas tarifas,
06:01como muitas vezes fez o Eduardo Bolsonaro, ou o seu pai, que é um grande apoiador do Tarciso.
06:06E também tentando forçar, com números, o governo federal a tomar alguma providência.
06:11Porque ele não consegue, como governador, resolver essa questão.
06:16Mas ele fez muito bem.
06:17Apresentar esses números, começar a criar esses relatórios, trazer esse indivíduo,
06:23esse cidadão aqui do Estado que vai ser prejudicado para o debate público,
06:27faz com que a gente consiga unificar o discurso interno e levar isso como pressão
06:33para o governo federal tomar alguma medida de tentativa de negociação.
06:38Porque se a opção for a reciprocidade, esses números são impossíveis de se afastar.
06:44Nós vamos ter que enfrentar isso tudo.
06:46Porque a reciprocidade só prejudica o lado de lá para tentar fazer com que a negociação exista,
06:52mas não resolve o problema dessa tarifa já anunciada em 50%.
06:55Então, o governador Tarciso tem sido umas figuras mais equilibradas nesse debate público,
07:01nessa polarização, e ele, como agente público, faz muito bem pedindo união,
07:06que seria a forma da gente, primeiro, resolver o problema interno aqui de comunicação
07:10e levar possibilidades de negociação para o americano, para o Congresso americano e para o presidente Trump.
07:16Obrigada, Durso. Já, já a gente volta a conversar.