Pular para o playerIr para o conteúdo principal
Autoridades da China e dos Estados Unidos iniciam nesta segunda-feira (28), em Estocolmo, uma nova rodada de negociações para tentar prorrogar a trégua tarifária entre os dois países, com prazo previsto para expirar em meados de agosto. O encontro, que vai até terça-feira (29), busca alternativas para aliviar as tensões comerciais. As delegações são lideradas pelo vice-premiê chinês He Lifeng e pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. Alan Ghani analisou.
Reportagem: Fabrizio Neitzke
Comentarista: Alan Ghani

Assista ao Jornal da Manhã completo: https://youtube.com/live/Q4UTvXCW3h4

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalDaManhã

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Agora, delegações dos Estados Unidos e da China devem negociar hoje uma extensão da trégua tarifária entre os dois países.
00:07Fabrício Naitzky, qual é a tua expectativa aí para a reunião de hoje em torno desse assunto?
00:12O que contraria uma fala aí do Donald Trump de que iniciaria mesmo em agosto pra todo mundo, né?
00:17Pois é, exatamente. A promessa no caso da China, Nonato, era de que as tarifas começariam a ser aplicadas no dia 12 de agosto.
00:24Um pouquinho mais à frente do que pra outros países como o Brasil, por exemplo.
00:28Agora, nesse caso específico, os países vão sentar pra conversar hoje em Estocolmo, na Suécia,
00:36e aí a expectativa de que a trégua tarifária seja prorrogada em 90 dias.
00:41Ou seja, sai de 12 de agosto, joga três meses pra frente, o 8 mais 3 vai pra novembro essa trégua tarifária.
00:49Ou seja, isso permite um possível encontro entre Donald Trump e Xi Jinping.
00:55Isso tem sido especulado na imprensa internacional, nos bastidores, tanto em Washington quanto em Pequim,
01:01dos dois líderes das maiores economias, das maiores potências do mundo,
01:06se encontrarem pessoalmente o que deveria acontecer ali na virada de outubro pra novembro, aproximadamente.
01:13E aí, com essa trégua tarifária, isso facilita esses canais de comunicação.
01:16Então, a gente lembra o que aconteceu ali por volta de março, quando o Trump começou a anunciar as tarifas
01:23pra vários países do mundo, incluindo a China.
01:26No caso da China, ele colocou tarifas altas, a China foi retaliando, os Estados Unidos retaliaram de volta,
01:32e aí a China retaliava de volta e ficou nesse ciclo sem fim,
01:35até a gente chegar acima dos 100% de tarifas que seriam aplicadas pra esses dois países,
01:42entre esses dois países.
01:44O que que isso causa?
01:45Um problema de abastecimento na cadeia global de produção.
01:49Todos os países seriam afetados com isso.
01:52Os Estados Unidos teriam muito a perder.
01:54A China também teria muita dificuldade com isso,
01:56porque o mercado chinês, a indústria chinesa,
01:59ela produz mais do que o mercado interno é capaz de absorver.
02:03Ou seja, ela precisa do mercado externo também
02:06pra conseguir manter a indústria girando, a indústria em atividade,
02:11sem ter nenhum tipo de prejuízo.
02:13Não dá pra gente esperar nenhum acordo, como que a gente viu dos Estados Unidos agora,
02:18com a União Europeia, ou na semana passada com o Japão.
02:21Pelo menos, não nesse primeiro momento.
02:24O que os negociadores vão tentar aqui é isso,
02:27ampliar essa entrega tarifária, mais 90 dias pelo menos,
02:30pra dar espaço pra esse encontro entre os líderes.
02:34E aí, quem sabe, os dois chefões de cada país
02:37consigam eles se entalhar a um acordo que possa sair bom pros dois lados.
02:42Sim.
02:42E não impor mais tarifas uns aos outros.
02:46Essa é que é a questão, né?
02:48Porque senão, não tem como.
02:50Fica ali um atrás do rabo.
02:51O cachorro correndo atrás do rabo, né?
02:53Vai ficar assim, eternamente.
02:55Valeu, Nath Ski.
02:56Obrigada.
02:56Bom, vamos falar com o Alan Gani, que tá aqui no estúdio também,
02:59a respeito desse cenário todo.
03:01Ô, Gani, o que a gente tem observado é o seguinte.
03:05Acordo com a União Europeia.
03:07Aí o Nath que traz essa discussão hoje com os chineses,
03:10ou começando agora, com a possibilidade de que isso seja prorrogado.
03:15A gente tem um pouco mais de força pro Donald Trump,
03:18à medida em que ele consegue acordo com a União Europeia,
03:23já com o Japão,
03:24agora conversa com a China também.
03:26E isso pode deixar o Brasil mais isolado
03:29e até sendo um bode expiatório,
03:32como alguns entrevistados já citaram aqui pra gente?
03:35Pode, sim.
03:36E esse risco do bode expiatório, ele é real.
03:40Porque o Brasil não é uma economia muito pequena
03:43e aí não serviria pra ser um bode expiatório,
03:46não teria efeito, né?
03:47Se os Estados Unidos colocam lá uma tarifa,
03:50como fez contra Madagascar, por exemplo,
03:52isso não chama atenção do mundo.
03:55E o Brasil é um país relativamente grande,
03:58com uma economia entre as dez maiores do mundo, né?
04:01Corrigida pela PPP,
04:02estaria ali próximo de sétima, oitava economia do mundo.
04:07Então é um recado, sim, para os outros países.
04:11E é um recado, principalmente,
04:12em relação à tentativa de se utilizar
04:16uma moeda substituta do dólar, né?
04:20O Brasil encabeça esse movimento juntamente com a China
04:24por meio dos BRICS,
04:25inclusive fomentando uma utilização
04:29de um sistema de pagamentos comuns
04:30entre os países-membro,
04:32como foi colocado na última reunião,
04:34na penúltima do Cazaquistão.
04:36Enfim, então, corre, sim, esse risco,
04:41que é prejudicial.
04:42E o Brasil, infelizmente,
04:43não tem muito poder de barganha
04:45com os Estados Unidos, né?
04:47Por isso que deve insistir exaustivamente
04:49no caminho da negociação
04:51e oferecer alguma medida concreta
04:54para o Donald Trump,
04:55talvez uma sinalização
04:57de que não pretenda utilizar o dólar.
05:00Alguma coisa que o governo
05:02possa fazer
05:03para diminuir essa tensão comercial
05:06com os Estados Unidos.
05:08A China consegue mais prazo, Nonato,
05:10porque a China tem poder de barganha.
05:12Na verdade,
05:13se os Estados Unidos estão prorrogando
05:16essa negociação,
05:17é porque os Estados Unidos
05:19não estão em posição de vantagem.
05:22Ou seja,
05:22você só negocia
05:23quando você está em desvantagem.
05:25Quando você está ganhando o jogo,
05:26você não precisa negociar.
05:28Então, na verdade,
05:29se os Estados Unidos estão
05:30estendendo o prazo para a China,
05:32é porque eles também entendem
05:34que a retaliação chinesa
05:37é bastante prejudicial
05:38para os Estados Unidos,
05:40diferentemente do Brasil.
05:42Isso porque os Estados Unidos
05:43são um grande importadores da China.
05:46Ô, Gani,
05:46você vê alguma possibilidade
05:49do Brasil,
05:50se não conseguir
05:52um prorrogamento, né,
05:54do tarifácio,
05:56pelo menos conseguir negociar
05:57algum setor específico?
05:59Ou também é difícil?
06:00Não, isso é possível
06:01e a gente tem
06:02um precedente lá atrás, né?
06:04Então, se a gente olhar
06:05o aço,
06:06o caso do aço,
06:07o Brasil,
06:08numa negociação muito dura
06:09em 2016,
06:11no primeiro mandato
06:12do Donald Trump,
06:13o Brasil conseguiu
06:14uma vantagem.
06:16Talvez,
06:17em relação ao agronegócio,
06:18o Brasil consiga,
06:20porque isso,
06:21evidentemente,
06:22atinge ali
06:23o café da manhã
06:24do americano médio,
06:25suco de laranja,
06:26café,
06:27entre outros produtos.
06:29Então, talvez,
06:30no agro
06:30ou no próprio aço,
06:32o Brasil consiga
06:34alguma vantagem.
06:35Agora,
06:36de qualquer modo,
06:37se, de fato,
06:38no primeiro de agosto
06:39entrar em vigor
06:40a tarifa
06:40de 50%,
06:42é prejudicial
06:43para a economia brasileira,
06:45principalmente
06:45para o setor exportador.
06:47e aí,
06:48muito obrigado.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado