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DiversãoTranscrição
00:00Vem, vem, vem, bebê.
00:06Ai, Tinho, para, eu tô atrasada pro trabalho, eu só tenho cinco minutos.
00:10Ah, cinco minutos, dá e sobra, vem, rapidinho.
00:12Ah, Tinho.
00:14Aqui, aqui.
00:15Ai, ai, Tinho, mas essa cama, essa cama é muito dura.
00:18A vida toda, nós nessa cama aqui, desde criancinha, você agora vem dizer que a cama é dura?
00:22Que isso?
00:23É, só que agora eu cansei.
00:24Dá pra jogar essa fora e comprar outra nova?
00:26Não dá, a cama é do Beixola, ele não deixa eu mexer nas coisas dele aqui.
00:29Tá vendo? É isso que dá, a gente não ter nossa casa de verdade.
00:32Olha, deixa eu te falar, o importante é ter um amor de verdade.
00:39Vamos lá só.
00:41Para, para, para, o negócio é muito ruim.
00:45Ah, não, Tinho, não, com essa velha olhando a gente, tá.
00:47Que velha?
00:48A mãe do Beixola.
00:49Ah, meu Deus.
00:50Poxa, parece que a velha tá vigiando a gente.
00:53Vai, tira esse retrato da parede e jogue isso fora.
00:55Não pode tirar, isso aí é do Beixola e não deixa mexer.
00:57Tá vendo? Isso que dá a gente não ter nossa casa de verdade, né?
01:01Ah, peraí.
01:02Dona, eu vi, né?
01:03A senhora me desculpe, mas é porque o que vai se passar agora no seu tempo nem existia, né?
01:08A senhora vai levar a mão para a cadeira todo o respeito.
01:12O que é isso, Agostinho?
01:14Eu tô acreditando.
01:15Você tem medo desse retrato, é?
01:16Não, não.
01:16Eu sou frouxo.
01:17Não tenho medo, mas é que a pessoa morta eu respeito.
01:20Agora, frouxo?
01:21Frouxo.
01:21Eu vou te falar um negócio.
01:24Eu sou frouxo.
01:29Peraí, agora não.
01:32Vai lá ver, Agostinho.
01:32Vai lá ver.
01:34Vai ver.
01:34Vai.
01:41Beixola, ô, ô, ô, ô.
01:43Ô, Beixola.
01:44O que é isso, cara?
01:46Você não pode fazer isso comigo?
01:48Eu pago aluguel em dia.
01:49Ah, que bom.
01:50Já as minhas contas estão todas atrasadas.
01:52Se você não tiver soltado aquele rojão, incendiado a minha pastelaria.
01:55Beixola, uma coisa não tem nada a ver com a outra.
01:57Claro que tem.
01:58O seguro não quer pagar a reforma.
01:59Eu não tenho dinheiro.
02:00A única maneira é vender a casa.
02:01Mas, Beixola, e eu, Beixola?
02:03Você faz o seguinte, você abre a porta e mostra o imóvel aos interessados.
02:09Não era nada não, tá vendo?
02:12Nada não.
02:12Vamos, senão, como é que é isso?
02:13Ué, Agostinho, mas como é que não era nada?
02:15Eu escutei a voz do Beixola.
02:16Não, você não pode impedir o Beixola de andar na calçada.
02:19É maneira um...
02:19Não, não, não.
02:20Mas, tia, ele tava martelando a nossa porta.
02:22O que é que ele queria?
02:23Não, ele tava só de uma casa.
02:25O quê?
02:26Ele tava vendendo a casa.
02:28Vendendo a nossa casa?
02:30Agostinho, como é que você consegue pensar em sexo numa hora dessas?
02:33Ah, Bebel, ele não vai vender a casa em cinco minutos.
02:35Já nós em cinco minutos, né?
02:37Não, peraí.
02:37Em primeiro lugar, que o Júnior tá olhando.
02:39Depois que, poxa, Agostinho, você é o chefe da nossa família.
02:42Você tem que fazer alguma coisa.
02:44Será que você não pensa no seu filho?
02:45É claro que eu penso nesse cachorro, Bebel.
02:48Júnior!
02:48Então, o que é que eu falei?
02:49Nesse cachorro.
02:50Tá vendo, Agostinho?
02:51Tá vendo?
02:52Você não consegue nem pronunciar o nome do seu próprio filho.
02:55Meu Deus do céu.
02:57Júnior!
02:57Até que enfim.
02:59Não, fez pepino quadro da...
03:00Ah, meu pai do céu.
03:01Bem feito, tá vendo?
03:03Isso que dá a gente não ter a nossa casa de verdade.
03:05Ah, Júnior.
03:07E olha lá.
03:08Vende-se casa, sala, quarto, banheiro, quintal, excelente preço.
03:15E daí, nenê?
03:16Eu não estou querendo comprar casa nenhuma.
03:18É, mas o Beissola tá querendo vender.
03:20Ele colocou uma placa lá na frente da casa da mãe dele.
03:22Ele vai botar Bebel e Agostinho pra fora?
03:25Como proprietário, ele tem todo o direito.
03:27É, e como pais, a gente tem que tomar alguma providência, nenê.
03:30A gente tem que tomar a barca pra paquetar, nenê.
03:32Há quanto tempo nós não fazemos um programinha de sábado só nós dois?
03:36Ah, Leneuzinho, a gente pode semana que vem, tá?
03:37A ilha não vai mudar de lugar.
03:39Ah, mas o Agostinho e a Bebel vão, hein?
03:41Fica quieto, Tuco.
03:42Ei, Neuzinho, se eles forem expulsos daquela casa, eles vão morar aonde?
03:46Aqui.
03:46Não se mete, Tuco.
03:48Essa possibilidade não existe.
03:49Não existiria se o senhor não fosse casado com a mãe de nenê de Calcutá.
03:53É, o quartinho deles ainda tá aí.
03:55Não, nenê, de jeito nenhum.
03:57A lotação da nossa casa está esgotada.
03:59Ô, Leneu, a nossa filha vai ser jogada na rua.
04:02Nenê, eu me preocupo com a Bebel tanto quanto você.
04:05Mas eles podem procurar perfeitamente outro lugar pra morar.
04:07Eles vão achar, é só a gente deixar.
04:09Eles aprenderam a resolver as coisas sozinhos.
04:12Você promete que não vai oferecer a casa pra eles, nenê?
04:17Prometo?
04:17Então, vamos pra Paquetá?
04:20Nenê, você prometeu que não ia se envolver no problema da Bebel e do Agostinho.
04:24Eu prometi que não ia oferecer a casa pra eles.
04:26Mas eu posso lutar pra eles não perderem a deles.
04:29Bem só lá, com que direito você quer vender a casa da minha filha?
04:33Mas o imóvel é meu, dona Nenê.
04:35Isso eu sei, Bem só lá.
04:36Mas o que eu não sabia é que você fingia que era meu amigo.
04:40Mas no fundo, você é um desalmado que quer colocar minha Bebelzinha no olho da rua.
04:44Calma, Nenê.
04:44Não precisa falar desse jeito também.
04:46E você quer que eu fale como com esse ingrato, hein?
04:49Quando a mãe dele morreu, quem é que ficou perto dele?
04:52Eu.
04:53Quando ele teve problemas psicológicos, quem é que ficou apoiando ele?
04:57Eu.
04:58É assim que você retribui a minha amizade, Beyssola.
05:03Beyssola?
05:04Desculpa, dona Nenê.
05:06Eu jamais prejudicaria uma filha da senhora, mas eu não tive a opção.
05:11Olha, veja com seus próprios olhos.
05:13Veja.
05:13Beyssola, você está vivendo nesse escombro?
05:22É no cantinho, porque no meio o reboco está caindo, entendeu?
05:25Ai, Beyssola.
05:27A gente não sabia que isso estava acontecendo.
05:29Por que você não contou?
05:30Eu ia contar que eu estou dormindo no chão frio, do Nenê.
05:32Sem água, sem luz.
05:34Que até meu gatinho me abandonou quando viu a minha pastradaria nesse estado.
05:37Eu tenho vergonha, dona Nenê.
05:40Mas, Beyssola, você não tinha nenhum dinheiro guardado para uma emergência como essa?
05:44Eu sei que é errado, Linê, mas a única pessoa que juntava era a minha mãe, cada centavo.
05:48Mas quando ela morreu, eu pensei que ela tinha deixado uma fortuna e não deixou nada.
05:53Só me deixou a casa e agora eu vou ter que vender.
05:57Beyssola, você não vai precisar vender a casa.
06:01Como, dona Nenê?
06:02Com que dinheiro eu vou fazer a reforma da minha pastelaria?
06:05Estou com medo da resposta.
06:07Beyssola, você tem amigos, Beyssola.
06:10Quando a vizinhança descobrir que você está assim, que você está precisando, todo mundo vai ajudar.
06:15Beyssola, eu vou fazer uma campanha de rua para você reformar a pastelaria.
06:20Ah, dona Nenê.
06:22Ai, eu agradeço, dona Nenê. Muito obrigado.
06:25Ai, dona Beyssola.
06:27Adeus, Paquetá.
06:29E é por isso, amigas, que nós temos que ser solidárias com esse momento difícil que está passando
06:36o nosso querido Beyssola.
06:39Um homem leal, trabalhador, digno.
06:45O que mais?
06:47Quirana.
06:48Ô, Pepeu, não fala assim.
06:50Mãe, o Beyssola quer despejar a sua própria filha e você fica aí fazendo campanha para ele.
06:55Ô, Pepeuzinha.
06:56Se ele conseguir o dinheiro, ele não vai mais querer vender a casa.
07:00Ah, é?
07:00Então, se a senhora quer tanto assim me ajudar, por que não organiza uma campanha para eu conseguir comprar a casa dele?
07:06Bebê, calma aí.
07:08Quem puder ajudar, ajuda, né?
07:10Quem não quiser dar nada, não dá nada.
07:12Boa, boa, Marilda.
07:14Ótimo.
07:14Você pode ser a primeira a contribuir.
07:17Enquanto que você vai dar?
07:18Infelizmente, não vou poder dar nada.
07:22Ô, Marilda, nada?
07:24Nenê, eu tenho que cuidar do enxofal do meu nenê, né?
07:27Tô grávida, né?
07:29Tudo bem, Marilda.
07:32Amigas, todas nós temos as nossas pequenas necessidades.
07:37Mas quem está disposta a abrir mão de uma balaiagem, de uma escova progressiva, para ajudar o nosso amigo Peiçola?
07:57Peiçola, além de não ter dinheiro, não tem nenhum amigo.
08:00É, e ele vai descobrir isso graças a você.
08:03Quem mandou inventar esse S.O.S. Peiçola?
08:07Porra, eu já tava pra enxergar na galeta, ainda tem que andar de vacar esse quarto.
08:15Aí, o Júlio fez xixi na mãe do Peiçola, né?
08:18Isso é praga, não é certo?
08:20Você acha que eu tenho medo de praga de gente morta?
08:22Eu, hein? Você é bobo, cara.
08:24Escuta, o que é que tu quer pra lavar esse negócio aí pra mim do quadro?
08:27Ah, bicho, não há dinheiro no mundo que pague o prazer de ver o papai do ano lavando o xixi do filhinho.
08:32Eu lavo mesmo, rapaz.
08:33Até pensando que isso aí minha obrigação eu faço.
08:35Não é que os outros aí que tem filho e depois não é mais pra criar, tá bom?
08:39Pelo menos meu filho me chama de papai, né?
08:41O seu no máximo abana o rabinho.
08:43Ah, bicho, bicho.
08:45Desculpa, dona Etovina, mulher.
08:47Ai, que doido.
08:48Pô, será que o senhor virar assim escorre, cara?
08:50Ih, tá falando sozinho, Agostinho? Tá maluco?
08:52Não é eu, hein?
08:53Fico falando sozinho, virar assim.
08:55Tá aí, ó, fazendo assim.
08:56Ué.
09:03O que é isso?
09:05Isso é o dinheiro da mãe do Coveiçola da dona Etovina?
09:10Rapaz, o dinheiro da...
09:11Dino!
09:12Hein?
09:12Hein?
09:13E olha aí?
09:16Oi, senhor.
09:17Oi.
09:17E aí?
09:18E aí, negrinho?
09:19Resolveu o problema de moradia da sua família?
09:21Oi, eu e o seu filho vão ter que se mudar pra baixo da porta.
09:24Dá alteração, não!
09:25Ai!
09:26Ah!
09:27Tem notícia boa, pô, pra caramba.
09:30Vamos comprar essa casa aqui.
09:32Comprar?
09:33É.
09:34Comprar essa casa aqui, dinheiro, tio.
09:35Tá maluco?
09:36Esse dinheiro aqui, ó.
09:37Ah, Agostinho, onde você arranja esse dinheiro?
09:40Isso aí...
09:41Ai, que cheiro de xixi.
09:42É, foi o cachorro.
09:43O Júnior?
09:44É, que ele foi.
09:46O cachorro, vou te explicar.
09:47Senta aqui, Bebel, é o seguinte, ó.
09:48É, não tem um filho, um cachorro lindo,
09:51que é o nosso filho.
09:52Fala o nome, nome.
09:53O Júnior, o Júnior, então.
09:54Eu pensei em homenagem ao meu filho,
09:56jogar no jogo do bicho, né?
09:57Ah, eu sabia que tinha jogo do bicho.
09:58No número do cachorro.
09:59Bebel, eu joguei o dinheiro que eu tinha,
10:02minha economia.
10:05Deu na cabeça, Bebel.
10:07Eu acertei no milhar, um dinheirão.
10:09Ai, Tinho!
10:11Ai, mamãe, não acredito,
10:12a gente vai realizando o sonho da coisa própria.
10:14Vai, vai.
10:15E graças ao Júnior!
10:17Não, meu filho, cadê ele?
10:18Filho, ô, filho, ô, aqui.
10:20Filho, vem com o papai, vem com o papai.
10:24É o meu filho!
10:26Vem com o papai, beija o papai.
10:29É o papai.
10:30Fala, papai, fala, papai.
10:33Dona Regina, casa cinco, dez reais, tá certo?
10:37O senhor Leopoldino da padaria,
10:39vinte e cinco reais, vinte...
10:41Não, o senhor Leopoldino pode dar cinquenta reais.
10:44Cinquenta reais.
10:45Muito bem.
10:47Aí o senhor Afonso...
10:49Nenê, onde já se viu uma coisa dessa?
10:50Pessoa tirar dinheiro do próprio bolso
10:52pra fingir que o pessoal deu contribuição?
10:54Ô, marido, você quer o quê?
10:55Você quer que o Beisola descubra
10:57que ele não tem nenhum amigo,
10:58que ninguém deu um tostão?
10:59Ah, eu, hein?
11:00Depois ele se mata,
11:01aí eu vou fazer o quê?
11:01Eu vou ficar carregando essa culpa?
11:03Bota meu nome aí também, pô.
11:05Não, você não pode contribuir.
11:06Você tá grávida.
11:08Boa noite, dona Nenê.
11:09Ah, entra, Beisola.
11:13E aí, preparado pra surpresa?
11:15Não me diga.
11:16Não me diga que a senhora conseguiu dinheiro pra mim.
11:18Ah, Beisola.
11:21Você tá assim de amigos, Beisola.
11:24Mó contribuição.
11:25Nossa, fiquei boba.
11:27Cento e sete reais.
11:29Só?
11:30Toma mais dez,
11:31que eu não quero ser a única pessoa da rua
11:33que não contribuiu.
11:35Mas isso é muito pouco dinheiro, dona Nenê.
11:38Não dá pra nada.
11:39Porque você viu o dinheiro que tava dentro da gaveta?
11:41Isso, Jô.
11:42Na vizinha de crediceira?
11:43Não.
11:44Não vi.
11:44Como não viu, Nenê?
11:45Tava lá o dinheiro que eu tinha separado
11:47pra gente gastar e empaquetar, ué.
11:49Que isso, Beisola?
11:50Esse dinheirinho é das doações
11:52que os vizinhos fizeram pra mim.
11:53Cento e sete reais
11:54e mais dez que a Marilda acabou de dar.
11:56Desculpe, mas esse dinheiro é meu.
11:57Olha aqui, os dez que a Marilda te deu.
11:59O Nenê!
12:00Cento e sete reais, Nenê.
12:01Quantia exata que eu separei
12:03pra gente levar pra viagem.
12:05Vinte da passagem,
12:06quarenta do almoço,
12:07quinze do pedalinho, dez da bicicleta.
12:08Isso não prova nada.
12:09Prova sim.
12:10Prova que a Nenê pegou o dinheiro
12:12e deu pro Beisola.
12:13Ela não estava conseguindo
12:15arrecadar nada na vizinhança.
12:16Pera aí.
12:17E essa lista de doações?
12:20Dona Nenê,
12:21a senhora tava mentindo pra mim?
12:23Ai, não foi por mal, Beisola.
12:26Beisola, me dá meus dez reais aqui
12:28que eu não vou ser a única
12:29a contribuir não, tá?
12:30E como comemorar?
12:37Oi, Bebel!
12:39Vamos comemorar!
12:41Acredito, meu amor,
12:42que a gente vai realizar
12:43o sonho da casa própria.
12:45Bebel, o senhor te falar,
12:46você merece, Bebel.
12:48Você merece.
12:49Não, Tinho, não.
12:50Quem merece é você, Agostinho.
12:52Você merece.
12:53Não, você merece.
12:54Porque assim,
12:54o dinheiro pode até ter vindo do jogo,
12:56que não é exatamente
12:57uma coisa honesta,
12:59mas a sorte ajuda
13:00quem dá duro, né, meu amor?
13:03E você...
13:04Você tá provando pra mim
13:05que você é um pai
13:05de família honesto,
13:08batalhador.
13:10Eu falo assim,
13:11que dá vontade de chorar.
13:14Vamos comemorar!
13:16Ei, ei, ei!
13:17Oi!
13:17Vamos sair daqui
13:18desse colchão duro
13:19e vamos lá pra sala
13:20que eu vou te dar
13:20a sua recompensa.
13:22Não, mas lá tem
13:23o retrato da velha,
13:24lá não.
13:25Tem mais não, Tinho.
13:26Por quê?
13:26Ela dormiu.
13:29Que bobo, não?
13:31Não, agora que a casa é nossa,
13:33eu joguei aquela tralha fora.
13:36Nossa, um Cristo.
13:37Que foi, Tinho?
13:43Ah, vai, vai.
13:47Calma, calma, calma,
13:50calma, calma,
13:51calma, calma.
13:51Calma, calma,
13:54calma, meu Deus.
13:55Ai, ai.
13:56Eu não vou te dar
13:58satisfeito, Limeu.
13:59O que é que você queria
14:00que eu fizesse?
14:00Que deixasse o Beissola
14:01ficar com o dinheiro
14:02só porque você quer
14:03ser a madre-nenê
14:04de Calcutá?
14:04Eu não tenho mais nada.
14:06Eu não tenho casa,
14:07eu não tenho amigos,
14:09ninguém gosta de mim.
14:11Gosta sim, gosta sim,
14:12só que tem várias maneiras
14:13da pessoa demonstrar
14:14que gosta da onda.
14:15Ela não precisa ser com o dinheiro.
14:16O que me resta
14:18é ir embora dessa rua
14:19pra sempre.
14:20Não, não, Beissola,
14:21não, Beissola,
14:22de jeito nenhum.
14:22Fica aí, ô, Beissola.
14:24Você tem tantos amigos, Beissola.
14:26Você tem eu,
14:27você tem...
14:28tem o...
14:30o Linneu.
14:31Então,
14:32se a vizinhança
14:33não quis colaborar
14:34com o dinheiro, Beissola,
14:36a gente pode ajudar
14:37de outra maneira.
14:38Nenê, se controla.
14:40Beissola,
14:41até a reconstrução
14:42da pastelaria,
14:43você já tem onde morar.
14:44aqui em casa.
14:46Linê,
14:47você prometeu
14:48que não ia oferecer a casa.
14:49Pra Bebel e pro Agostinho.
14:51Ninguém falou
14:51o nome do Beissola.
15:08Graças a Deus.
15:09Vire a mão do meu dinheiro.
15:19O que a senhora falou?
15:22Hein?
15:23Nada.
15:26Vire a mão do meu dinheiro.
15:28Essa família é muito unida.
15:51E também muito oriçada.
16:00Brigam por qualquer razão.
16:03Mas acabam pedindo perdão.
16:06Pirraça pai, pirraça mãe, pirraça filha.
16:08Eu também sou da família,
16:10também quero pirraçar.
16:11Catuca pai, catuca mãe, catuca filha.
16:13Eu também sou da família,
16:14também quero catucar.
16:16Catuca pai, mãe, filha.
16:18Eu também sou da família,
16:19também quero catucar.
16:20Acorda, Linêu.
16:34Acorda, Linêu.
16:36Linêu, acorda.
16:37Eu sei que você tá fingindo.
16:38Acorda.
16:38Linê, eu não estou falando com você.
16:41Mas, Linêu, não falar comigo
16:43não vai adiantar nada.
16:44Falar com você também
16:45não vai tirar o Beissola daqui.
16:46Ô, Linêuzinho, ó.
16:48Onde é que tá o Linêu solidário
16:51que eu conheci antes?
16:53Dormindo no sofá,
16:54longe da sua esposa
16:55porque a mulher dele
16:57só pensa nos outros
16:58e esquece do marido.
16:59Ah, pelo menos agora
17:00você tá aceitando conversar, né, Linêu?
17:02Não estou conversando, Linêu.
17:04Eu estou escovando os dentes.
17:06Ô, Linêu.
17:08Linêu, você sabe por que
17:09que eu chamei o Beissola
17:10pra morar aqui, Linêu?
17:12Linêu, é o seguinte,
17:13nós somos os únicos amigos
17:15que ele tem, Linêuzinho.
17:16Então bota a mão na consciência
17:18e responde.
17:19O Beissola merece ficar dormindo
17:21lá naquele lugar horrível?
17:22Uhum.
17:23Ah, eu também acho que não.
17:25Então, Linêuzinho,
17:26e vem cá,
17:27e a gente podia assistir
17:28a tudo isso sem fazer nada?
17:29Uhum.
17:30Também concordo que não, Linêu.
17:32Então, Linêuzinho,
17:34Linêu, tá certo, tá certo.
17:35Eu não devia ter chamado o Beissola
17:37sem perguntar pra você antes.
17:39Você tem toda a razão.
17:40Mas, Linêuzinho,
17:41eu já tô...
17:42Olha, eu tô com essa história
17:43até o pescoço.
17:43Tô muito envolvida nisso, Linêu.
17:45Faz uma forcinha,
17:46faz isso por mim, faz.
17:48Olha aqui, Nenê,
17:49eu vou fazer.
17:50Mas não é pelo Beissola, não.
17:52É por você.
18:05Hum.
18:10Hum.
18:10Não, não, não, não.
18:11O que é isso, Paulo?
18:12Valeu.
18:12Não, não, não.
18:13Me dá.
18:14Eu ainda não comi, Benê.
18:15Me dá.
18:15Bom dia, gente.
18:17Linê, tá aí?
18:17Eu tô com desejo
18:19de comer a omelete da Nenê.
18:21Eu acho que você vai comer
18:22a omelete em outro lugar, Maril.
18:23A da Nenê está ocupada demais
18:25com a crise de conjugal com o Linêu.
18:27Ô, qual é, Beissola?
18:28Deixa de ser fofoqueiro.
18:29Eu, por acaso, tô mentindo?
18:30Eu quero que eles estão fazendo
18:31no banheiro, Tuco.
18:32Brigando.
18:32Então, não falei?
18:34Beissola.
18:35Escuta aqui, Beissola.
18:36O Linêu e a Nenê se amam.
18:38Ah, tem muitos casais
18:40que parecem que se amam,
18:41mas na hora que a gente
18:42entra na intimidade,
18:43vê que a vida deles
18:44é o inferno.
18:45Beissola,
18:46se o Linêu e a Nenê
18:47estão brigando,
18:48deve ser por sua causa,
18:49tá entendendo?
18:50Ah, agora vai me usar
18:50como pretexto?
18:52Do jeito que eles brigam,
18:53eles estão se entendendo
18:54faz muito tempo.
18:55Mas pode deixar, viu?
18:56Eu não vou espalhar pela rua
18:58que o Linêu e a Nenê
18:59estão mantendo esse casamento
19:01só de fachada.
19:01Que mané fachada, Beissola?
19:03Ah, Marilda, olha lá, Marilda.
19:04Olha lá.
19:04A Nenê dorme no quarto
19:06e o Linêu
19:06tá dormindo aí no sofá.
19:08Pelo amor de Deus,
19:09me digam que eu não ouviu
19:10o que eu acho que eu ouviu.
19:12Ouviu?
19:12E se não quiser ter dúvida,
19:13eu repito.
19:14Calma, Nenê, calma, calma.
19:15E calma, Nenê.
19:16Eu recebo esse sujeito
19:17na minha casa,
19:17ele come a minha comida,
19:18usa o meu banheiro
19:19e ainda fica falando
19:20da minha vida,
19:20fazendo fofoca
19:21debaixo do meu nariz.
19:22Eu posso explicar
19:23em dois minutos.
19:24Você não vai viver
19:25tanto tempo.
19:26Calma, Nenê.
19:26Calma aí, Linêu.
19:28Me deu, me deu.
19:29Calma, Linêu.
19:30Samuel!
19:34Quem mandou tirar
19:35essa placa daí?
19:36Essa casa não tá
19:37mais à venda, Beissola.
19:38Está sim.
19:39Até aparecer um comprador,
19:40esta placa fica aí.
19:42Já apareceu o comprador.
19:44Eu e o Tinho.
19:45Vocês?
19:47Tinho, olha,
19:48o Beissola,
19:49ele não quer acreditar
19:50que a gente vai
19:51comprar a casa dele.
19:51Fala pra ele
19:52quanto é que a gente
19:53tem pra dar pra ele.
19:54Fala.
19:54Beissola,
19:5510 mil reais.
19:5810 mil?
19:59Só?
20:01Tinho.
20:0210 mil é muito pouco, né?
20:03Beissola pode estar duro,
20:04mas é pouco, né?
20:06Beissola, dá licença
20:07só um minutinho.
20:07Licença, pessoal.
20:08Só um instantinho,
20:09que eu vou te abrir, então.
20:10Por favor, Beissola.
20:11Fala.
20:11Eu pensei,
20:12acho que é melhor
20:12a gente não comprar a casa.
20:14Agostinho,
20:14que palhaçada é essa?
20:15Não, não,
20:15porque a casa é da mãe
20:16do Beissola
20:17e ela pode não gostar.
20:18A mãe do Beissola
20:20tá morta.
20:21Eu sei,
20:22mas ela apareceu pra mim.
20:23Olha aqui, Agostinho,
20:24o negócio é o seguinte,
20:25se você der pra trás agora,
20:26quem vai morrer é você,
20:27porque eu te mato, hein?
20:29Eu aceito.
20:31Eu aceito os 10 mil.
20:33Beissola,
20:34você não pode aceitar, Beissola.
20:35A casa vale pelo menos
20:36três vezes isso.
20:37Eu sei, Agostinho,
20:38eu sei,
20:38mas é que eu tô,
20:39eu tô desesperado,
20:40eu acabei de ser expulso
20:41da casa da dona Renê.
20:43Agostinho,
20:44faz o seguinte,
20:44você me dá os 10 mil na minha mão
20:46e eu te vendo a casa.
20:48Tá certo?
20:49Olha, Beissola,
20:49tá ótimo.
20:50Daqui a pouquinho
20:50a gente passa na pastelaria
20:51e fecha o negócio.
20:53Pesar,
20:54melhoras, tá?
20:56Fica bem.
20:57Agostinho!
21:01Ai, meu amor,
21:03a gente vai comprar
21:03nossa casa
21:04pra uma ninharia.
21:05Tinho,
21:06você é um gênio.
21:07Vem cá,
21:08você inventou
21:10aquela história
21:10de fantasma
21:11que aquilo foi bom.
21:12Não, Bebel,
21:13eu não inventei!
21:16Não, não.
21:17É verdade, Bebel,
21:19não apareceu pra mim.
21:20Ai, meu Deus,
21:21o que essa porcaria
21:22tá fazendo aqui dentro de novo?
21:23Sim, pra mim.
21:24Olha aqui, Agostinho.
21:26Eu estou lá na pastelaria
21:27aguardando você
21:29para fecharmos negócio,
21:31tá?
21:32Bebel,
21:32é uma maldição,
21:33Bebel,
21:33eu tô te falando.
21:34Ela é,
21:36mas nós estamos
21:36a maldiçoar
21:37nosso Senhor Jesus!
21:41E, Lili,
21:42onde você vai?
21:43Pra paquetar.
21:44Não é, Nenê?
21:44Não era essa a nossa combinação?
21:46Passar o dia juntos,
21:47se divertindo?
21:47E o que eu faço?
21:48Você faz o de sempre, Nenê.
21:51Vai salvar o mundo.
21:52Boa sorte.
21:53Ai, ai, ai, ó.
21:56Tá vendo?
21:58O Nenê tá me saindo
21:59um belo de um egoísta.
22:00Nenê,
22:01você me dá licença
22:02de discordar de você?
22:03Ah, não,
22:03mas você não vai ficar contra mim.
22:05Não, eu não tô contra você, não.
22:06Você que tá contra você.
22:08Ah, eu tô entendendo
22:09o que é errado
22:10querer ajudar os outros.
22:11Mas trazer o Beixola
22:12pra dentro da sua casa
22:13é um exagero.
22:16Ah, paciência.
22:17Agora, ó, o Lineu já foi embora
22:18sozinho pra paquetar.
22:19Olha, só se ele foi andando
22:21até as barcas, viu?
22:22Qual que é a chave do carro?
22:24Vai atrás dele.
22:26E a tua omelete?
22:28Esqueça a minha omelete, Nenê.
22:38A dona Telvina,
22:39a senhora me desculpe,
22:40mas eu vou ter que pegar o dinheiro,
22:42porque senão a Bebel
22:44ela vai acabar comigo, sabe?
22:46A dona Telvina,
22:46leva a mão, não.
22:47Depois o defunto não gasta, né?
22:52Meu São Cristóvão,
22:54eu não tenho coragem.
22:56Eu não tenho coragem.
22:57Ai, meu Deus,
22:58a Bebel vai me matar.
22:59Meu Deus do céu.
23:03Nenê,
23:03o que você tá fazendo
23:04aqui na minha casa
23:05com essa vaga?
23:05Cá, tô fingindo pra Nenê
23:07que estou empaquetado.
23:08Não, não, não, não.
23:09Tiga uma briga horrível com ela.
23:11Não, senhor,
23:11eu também briguei com a minha mulher
23:12e nem por isso
23:13eu fui bater na porta da sua casa.
23:14Não, não.
23:14Fora, Nenê.
23:15Fora, fora, fora, fora.
23:17Ai, Nenêzinho.
23:18Ai, Nenêzinho,
23:19ainda bem que você tá aqui.
23:21Ai, eu preciso conversar com você.
23:23Ó, vocês desculpem,
23:23mas é que eu também tô em crise
23:24com a minha mulher.
23:25Vocês não podem discutir
23:25aqui na minha casa.
23:26Pera aí, ô, Alguacinho.
23:27Você brigou com a sua mulher
23:28centenas de vezes na minha casa.
23:30Agora é a minha vez.
23:32Tudo bem, hein?
23:33Só peço uma coisa,
23:33não quebrei nada
23:34porque é tudo do Beissola, tá?
23:35Não, não, mas eu não quero brigar, não.
23:37Não quero brigar, não.
23:38Eu só quero pedir desculpas.
23:40Eu não tinha direito
23:41de fazer o que eu fiz, Nenê.
23:42De não ter me falado
23:43sobre o Beissola.
23:44Não, de ter brigado
23:45com a pessoa
23:46que mais pensa em mim
23:47no mundo.
23:49Ai, Nenê.
23:51Eu agradeço
23:52a sua generosidade, Nenê.
23:55Mas às vezes
23:55é muito difícil
23:56ser casado
23:57com a pessoa
23:58que mais pensa
23:59nos outros no mundo.
24:00com a mulher
24:02que põe o coração
24:03antes da razão.
24:05Ser casado com...
24:06A madre Nenê
24:07de Calcutá.
24:14Vocês chamam isso
24:15de briga?
24:16Ah, Alguacinho,
24:17quando duas pessoas
24:18se amam de verdade,
24:21uma conversa franca
24:22faz milagres.
24:23Você não acredita nisso?
24:25Será que a Bebel
24:26acredita?
24:26E o Beissola?
24:34Você não vai querer
24:35que ele more com a gente,
24:36não é, Nenê?
24:36Não, não.
24:37Não, não.
24:38Mas quem é que vai ajudar
24:39o Beissola, Nenê?
24:40E o cachorro?
24:42O cachorro?
24:43O cachorro fez xixi
24:44na mãe do Beissola.
24:45Bebel, não posso fazer
24:46mais do que isso.
24:48Bebel, Bebel,
24:49só um instante.
24:50O que é a Gostinha Carrara
24:52veio fechar aí
24:52o negócio com o Beissola?
24:54Não.
24:55Resposta errada,
24:56agostinho.
24:56Bebel, só um instantinho.
24:57Vamos, vamos, vamos,
24:58vamos, vamos.
24:58O que que é?
24:59Vem conversar aqui com o meu.
25:01Vem cá.
25:02Deixa eu te falar uma coisa.
25:03Calma, Bebel.
25:04Primeira coisa,
25:04queria que você soubesse
25:05que eu sei
25:06que você é a pessoa
25:07que mais pensa em mim
25:08no mundo.
25:09Depois, que você é a pessoa
25:10de uma generosidade
25:10que numa caixa
25:11de generosidade sem fim.
25:15Generosa eu?
25:16Você tá louco, né?
25:17Eu quero saber da minha casa.
25:19Trouxe a grana ou não trouxe?
25:20Não.
25:21Por quê?
25:22Calma, vou explicar.
25:23Por que esse dinheiro, Bebel?
25:24Não é meu.
25:25Esse dinheiro pertence
25:26à pessoa morta,
25:27mãe do Baixola.
25:28Eu não tenho coragem
25:29de usar o dinheiro da defuta
25:30e meia que ela se vingue de mim.
25:32Não acredito, Agostinho.
25:33Mas é.
25:34E eu queria te falar
25:34uma coisa.
25:35Ai, que alívio.
25:37Vai, se desabafa.
25:39Fala.
25:39Eu sinto super bem
25:39de ter falado isso pra você
25:40porque eu acho que
25:41um papo sincero
25:42entre duas pessoas que se amam
25:43faz milagre.
25:44Faz, faz.
25:45Faz milagre na tua cabeça.
25:47O que que é isso, caramba?
25:47Caramba, não é um bacharia, não.
25:49Mentiroso?
25:50Você é abocinho.
25:52Vou chamar meu pai.
25:53Mata você.
25:54Você é abocinho, caramba.
25:56Mata você.
25:57Mata você.
25:59Graças ao Júnior,
26:00a gente descobriu
26:01o dinheiro da dona Etelvina.
26:03O Beisola vai ficar
26:04tão aliviado.
26:05Aliviado fico eu
26:05porque assim ele vai arrumar
26:06a casa dele
26:07e vai deixar a gente em paz.
26:08Não, não, não, não, não.
26:09Não, não, não, não, não.
26:10Não, não, não, não, não, não.
26:11Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não.
26:12O que é que tá em você, Agostinho?
26:34Você podia ter atropelado a gente.
26:35Não, a mãe do Beisola,
26:37ela tentou me matar
26:38e fez eu bater com o carro.
26:39Tô falando, eu falei pra Bebel
26:40que essa defunta, ela ia se vingar.
26:43Ah, meu Deus, não sei o que é pior, sabia?
26:45Se é teu marido mentiroso
26:46ou marido ladrão.
26:46Eu não sou ladrão.
26:47O dinheiro esteve o tempo inteiro
26:49atrás do quadro.
26:49Ah, porque você se borrou todo, né, Agostinho?
26:52Senão ia gastar o dinheiro
26:52da velha rapidinho.
26:54Eu não tenho medo de nada, não, moleque.
26:55É que a velha virou uma assombração.
26:57O Agostinho fantasma não existe.
26:59Você acha que viu a mãe do Beisola?
27:01Porque no fundo
27:01você estava com a consciência pesada.
27:03E Agostinho tem consciência?
27:05Eu acredito mais em fantasma.
27:06Você vai deixar a sargentária
27:07falar comigo assim, ó, Bebel?
27:09Tala a boca.
27:09Nossa, gente.
27:11A mãe do Beisola
27:12tinha uma boa poupança.
27:14Dona Nenê,
27:15larga esse dinheiro, Dona Nenê.
27:16Isso aí é um dia que está maldiçoado.
27:18Que maldiçoado?
27:19Não é ser abençoado.
27:20Não vai resolver os problemas do Beisola.
27:22Nem todos, né, Nenê?
27:23Quando ele souber
27:24que não é querido no bairro
27:25vai ser um problema.
27:27O SOS Beisola
27:27rendeu zero reais, né, Nenê?
27:29É, é verdade, Marilda.
27:32Mas eu acho que eu posso
27:33consertar isso.
27:34Beisola.
27:35Beisola.
27:37Aqui.
27:37Tem uma ótima surpresa pra você.
27:40Pode abrir.
27:41Não é nenhuma bomba, não.
27:42Eu não acredito,
27:44minha Nossa Senhora do Carmo.
27:46Dona Nenê,
27:47mas o que é esse
27:47todo esse dinheiro aqui?
27:48É seu, Beisola.
27:50Tem mais do que suficiente
27:52pra você reformar a pastelaria,
27:54ajeitar sua casinha
27:55e voltar a ter uma vida decente,
27:57né, Beisola?
27:58Ah, eu nem acredito,
28:00mas todo esse dinheiro,
28:02Dona Nenê?
28:02É doação dos amigos.
28:04É, quando eles viram
28:06que você tava ameaçando ir embora,
28:07ó, todo mundo abriu a mão.
28:09É, até eu, viu?
28:10De 500 reais,
28:11500 reais, Beisola, né?
28:14É, é, Marilda.
28:15Ah, bendito dinheirinho.
28:18Agora, com uma bela obra,
28:20a pastelaria vai voltar a ser o que era.
28:22A mais bem equipada.
28:23A grande pastelaria do Beisola.
28:29Ai, meu Deus!
28:30Ai, meu Deus do céu!
28:37Ai, o Agostinho tinha razão.
28:39A velha amaldiçoou o dinheiro.
28:45Minha, tem mais um prato na mesa.
28:47Você não sabia que é Marilda
28:48vinha lanchar pra gente?
28:49É, o prato não é pra Marilda, não.
28:51Ah, então é pra agostinho, Beisola.
28:53Bom, nesse caso,
28:54tá faltando um, né?
28:55Não, é verdade.
28:56De quem é esse prato, então, Nenê?
28:58Licença!
28:59Ah, pelo visto,
29:00eu cheguei bem na hora do lanche,
29:01não é, Dona Nenê?
29:03Pela quantidade de mala,
29:04não é só um lanchinho
29:05que ele vai enfilar, não, hein?
29:06Nenê?
29:07Ai, Leneuzinho,
29:08é que o teto da pastelaria desabou.
29:11Mas assim que ficar bom,
29:12ele vai voltar pra lá.
29:13Eu vou fazer uma big reforma
29:15com o dinheiro doado pela vizinhança.
29:16E o dinheiro doado pela vizinhança.
29:18Uma fortuna!
29:19O povo provou que adora o Beisolinha aqui.
29:22Ao contrário de certas pessoas
29:23que devem estar morrendo de inveja.
29:25Certas pessoas, Beisola,
29:27preferem falar a verdade
29:28do que enganar o Beisolinha.
29:30Do que é que você está falando, Leneu?
29:32Conta pra ele, mãe.
29:34Conta o quê?
29:35Que o dinheiro todo
29:36era, na verdade, da mãe dele.
29:38O dinheiro estava escondido
29:40atrás do retrato da velha.
29:41O dinheiro...
29:44era da minha santa mãezinha.
29:46Então, ninguém doou nada pra mim?
29:53Ninguém gosta de mim.
29:58Ai, meu Deus!
30:02Ai, meu Deus!
30:02Insatisfeito, Leneu!
30:04Você precisava acabar com a alegria dele?
30:06Agora você vai ter que aguentar o Beisola
30:08chorando aqui de noite.
30:09Se você chorar, Beisola,
30:11você vai pra rua.
30:12Engola esse choro, Beisola.
30:14Engola o choro, Beisola.
30:15Eu vou acertar a senhora, hein?
30:27Eu já entendi.
30:38Tá aqui, ó.
30:41Cinquenta prata, hein?
30:42Pra ficar tudo na boa entre a gente.
30:45Seu sem-vergonha!
30:47Tia!
30:50Bebel!
30:52E aí?
30:53A velha falou comigo, Tia.
30:54Foi, é.
30:55O que a velha falou dessa veste?
30:58Falei sem-vergonha.
30:59Ah, foi!
31:00Nossa, mas essa velha não mente mesmo, né?
31:04Você tá brincando com assombração fácil?
31:07Agostinho, assombração só aparece pra quem é frouxo, amor.
31:12Quem é frouxo aqui, Margarida?
31:13Quem é frouxo aqui, hein?
31:14Bom, se você não é frouxo,
31:16então vai lá e tira esse retrato da parede.
31:18Se a velha não gostar, Angola, hein?
31:19Ah, tá vendo como você é frouxo?
31:22Ah, é?
31:22Vou te mostrar quem é que é frouxo.
31:23Tá aqui, me veja que eu sou frouxo aqui?
31:24Ah, não, Agostinho, não dá.
31:26Não dá pra ficar se agarrando com esse retrato aqui em casa, não dá.
31:28O pessoal não quer que eu tire o retrato da mãe dentro da casa,
31:30porque é dele.
31:30Ah, é? Tá com medinho de tirar o retrato?
31:32Tiro eu.
31:33Tenho medo, menino.
31:33Tiro eu esse retrato.
31:34Você acha que eu sou de ter medo de tirar o retrato?
31:36Não vai tirar o retrato.
31:37Ah, é?
31:37Não vai tirar.
31:39Não vai tirar.
31:40Tirei, pronto.
31:41Não vai tirar.
31:42Que isso, Agostinho?
31:43Para, me solta.
31:44Agostinho, olha a água.
31:46Não vai tirar o retrato.
31:47Tinho, eu vou tirar sim.
31:49Não vou jogar fora esse retrato.
31:50Não vai jogar foto de retrato.
31:53Não vai beber.
31:54Você vai beber, meu irmão.
31:56Você viu?
31:56Eu tô meco da família.
31:57Eu tô meco da família.
31:57Eu tô meco da família.
31:58Você tá louco?
31:59Vem lá.
31:59Não vai tirar o retrato.
32:01Eu vou tirar.
32:03Eu tô meco da família.
32:04Catoca, mãe, mãe.
32:06Eu também sou da família.
32:07Eu também quero artisan.
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